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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

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Mensagem por shadowangel Qui Out 13, 2011 6:08 pm

Título: Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov
Autor: shadowangel
Gênero: Romance/Ação
Classificação: NC-16
Terminada: [ ] Sim [ x ] Não
Sinopse:
Vampire Academy (O Beijo das Sombras), o primeiro livro da série Academia de Vampiros, sob o ponto de vista de Dimitri Belikov.

Nota:Os personagens, diálogos, história, cenários e contexto são criações de Richelle Mead na série Academia de Vampiros.
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Mensagem por shadowangel Qui Out 13, 2011 6:09 pm

Leiam, divirtam-se e comentem!! Very Happy
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Mensagem por shadowangel Qui Out 13, 2011 6:10 pm

Era final da tarde, quando o telefone tocou.

“Guardião Belikov?”

“Sim?”

“Hans Croft. Tenho alguns assuntos para tratar com você, será que poderia encontrar comigo, no meu escritório, em uma hora?”

“Claro. Até mais.”

Desliguei o telefone e fui até a janela. Estávamos em pleno outono e o vento soprava forte, espalhando as folhas secas que insistiam em cobrir todos os jardins da Corte. Já fazia três semanas desde que eu tinha retornado para cá e que esperava por uma nova designação.

Meu antigo protegido, Ivan Zeklos, havia sido morto em um ataque de Strigois. Eu o conhecia desde criança, nós estudamos juntos na mesma Academia e nos tornamos muito amigos. Quando me formei como guardião, ele me requisitou para sua proteção e eu o guardei por quase seis anos. Todo este tempo, minha vida foi quase que inteiramente dedicada a ele. Eu era totalmente focado nisso. Sempre, sempre ele vinha em primeiro lugar. Raramente eu tinha um dia de folga e férias, era uma coisa que eu nem pensava em ter. Ivan era uma pessoa extraordinária, com muito senso de humor e um bom coração. Qualidades difíceis de encontrar em pessoas da realeza, era muito bom trabalhar com ele. A vida de Ivan era muito agitada. Ele cuidava dos negócios da família, trabalhava muito, mas nem por isso deixava de se divertir bastante. Sua vida social era intensa, regada a festas, muitas garotas e muitos amigos. Ele confiava tanto na proteção que eu lhe dava, que chegava ao ponto de esquecer que Strigois existiam.

Certo dia, após meses de muito trabalho, Ivan insistiu que eu precisaria tirar uns dias de folga. Eu realmente não tinha tal necessidade, mas percebi que não seria bom nem para mim e nem para ele prolongar uma discussão daquelas por muito tempo. Ivan me garantiu que não sairia de casa, dizendo que tinha uns relatórios para analisar, por isso fui despreocupado. Raramente eu tinha uma folga e, mais raramente ainda, eu usava essa folga para me divertir. Mas naquela noite, encontrei um grupo de guardiões amigos meus, e saímos. A diversão durou pouco, pois logo recebi a notícia que Ivan estava morto. Ele tinha decidido sair, para um encontro com uma garota, acompanhado por seu outro guardião que estava em serviço e, na primeira parada que o carro fez em um sinal de trânsito, eles foram atacados fatalmente por dois Strigois.

Apesar de ter plena consciência de que estamos sujeitos a estas fatalidades, eu não consigo deixar de me culpar pelo ocorrido. Eu havia defendido Ivan de Strigois em outras ocasiões, poderia ter livrado a vida dele desta vez. E além do mais, com a morte de Ivan, o meu foco desapareceu e eu me sentia muito vazio. Após o funeral, eu retornei à Corte e fiquei na espera de uma nova designação. Eu sabia que Hans queria tratar sobre isso. Pelo que eu tinha ouvido falar, muitos estavam me requisitando, mas isso não me envaidecia. A procura era tanta, que os guardiões estavam tendo dificuldades em escolher para quem me mandaria. Eu, pessoalmente, era indiferente quanto a isso.

Uma hora depois eu estava cruzando as ruas da Corte em direção ao prédio onde funcionava o quartel general dos guardiões. Segui até a sala de Hans, que era o chefe da segurança da Corte. Ele já estava me aguardando, naquela pontualidade típica dos guardiões.

“Olá Belikov, sente-se” ele falou, assim que entrei na sala, me apontando a cadeira em frente à sua mesa, sem e preocupar com formalidades “estas últimas semanas, recebi incontáveis solicitações lhe requisitando como guardião. Você construiu uma boa reputação, Belikov.”

“Acredito que você já tenha um posicionamento a respeito da minha nova designação.” Falei indo direto ao ponto, ignorando o comentário dele. Eu sabia que Hans era um homem de pouca conversa, assim como eu.

“Claro, claro.” Ele falou abrindo uma pasta e folheando alguns papéis “A Rainha havia lhe requisitado para fazer parte da guarda real e já estava quase tudo acertado para isso, já que a Rainha tem prioridade sobre o demais, quando recebemos um relatório do nosso serviço de inteligência...” ele me entregou um conjunto de papéis presos por um elástico amarelo “Eles localizaram a Princesa Vasilisa Dragomir. Ela estava desaparecida há dois anos.”

Eu conhecia a história. Ao que tudo indicava, a Princesa Vasilisa ou havia sido seqüestrada por uma dhampir que tinha ambições de ser sua futura guardiã, ou havia fugido de bom grado com ela. Independente de qual fofoca fosse verdadeira, o fato era que elas duas conseguiram driblar os guardiões por muito tempo.

“Como todo sabemos, não fazemos a proteção de Morois enquanto eles ainda estão nas Academias, mas a Princesa é a única de sua família, portanto raríssima. Temos uma enorme responsabilidade com ela, não podemos deixar que uma família real tão antiga entre em extinção. E a Rainha, particularmente, tem muitos interesses políticos nela, por isso lhe designou para sua proteção, abrindo mão do seu próprio pedido. Sendo assim, nada mais natural que você, juntamente com o grupo de guardiões da St. Vladmir, monte a operação para resgatar a Princesa.”

Embora não demonstrasse para os outros, eu tinha passados os últimos dias mergulhado em uma tristeza pela perda de Ivan. A perspectiva deste novo e importante trabalho começou a me revigorar novamente. A Princesa havia perdido os pais e o irmão em um acidente de carro, poucos meses antes de sua fuga. A família Dragomir, que antes já era pequena, acabou se resumindo a ela. Era sempre uma grande honra para um guardião ser designado para Morois da mais alta realeza, este era um cargo destinado aos melhores. E, particularmente, eu me sentia entusiasmado pela missão de resgate. Montar estratégias era uma coisa que eu gostava muito de fazer.

“Quando poderei partir para a Academia St. Vladmir?” perguntei, disfarçando minha empolgação.

Hans fechou a pasta e me olhou com um sorriso nos lábios.

“Agora mesmo.”
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 02

Mensagem por shadowangel Sáb Out 15, 2011 9:22 am

Sai do escritório de Hans e fui para o quarto onde eu estava hospedado, arrumar minhas coisas, enquanto o jatinho era preparado para me levar a Montana. Eu não tinha muitos pertences, portanto, em pouco tempo eu já estava com minha mala nas costas indo para a pista de pouso.

Entrei no avião e me acomodei em uma poltrona, abrindo os documentos do serviço de inteligência dos guardiões, que tinham sido me entregues por Hans.

Eles eram relatórios complexos, ilustrados com muitas fotos. Olhei as fichas escolares da Princesa Vasilisa e de sua amiga Rosemarie. Elas tinham fotos 3x4 antigas delas, de quando elas tinham cerca de catorze anos, deviam estar um pouco diferentes agora. Olhei a ficha de Rosemarie Hathaway – que era filha de uma importante e renomada guardiã chamada Janine – e não vi nada de extraordinário ali, ao contrário, pude perceber que ela era bastante indisciplinada, com péssimas notas. Seu relatório dizia isso. Muitas advertências e suspensões por mau comportamento. Selvagem, brigona, irreverente, porém, muito popular entre os alunos, principalmente os garotos, com quais ela se divertia bastante. Assim eu podia resumir as observações dos professores e guardiões da Academia no seu dossiê. Para mim, não parecia a ficha de uma seqüestradora perigosa e sim de uma adolescente comum, como tantas outras que encontramos por aí. Muito diferente da ficha da Princesa. Boas notas, muita popularidade, garota carismática, doce e sensível. Folheei as páginas e parei em uma que tinha fotos atuais delas. Foram tiradas por um guardião investigador, enquanto elas estavam na fila de um cinema. Eu tive que sorrir daquilo. Que refém iria para o cinema com sua seqüestradora? Cada página que eu lia ficava claro que a Princesa tinha fugido por vontade própria. Olhei atentamente a imagem das duas e não pude deixar de admirar a beleza de Rosemarie. Era de se esperar que garotos da Academia a desejassem. Ela tinha cabelos escuros e compridos, com olhos grandes e castanhos. Realmente lindíssima. Em nada parecia com sua mãe, Janine Hathaway, que eu conhecia de vista. A Princesa tinha um biótipo próprio de uma Moroi. Corpo esguio, pele pálida, cabelos loiros, olhos verdes. Também bonita, mas nada que prendesse tanta atenção como sua amiga.

O relatório dizia que elas alugavam um quarto em uma república para estudantes em Portland e freqüentavam a escola humana local. Eram mantidas por uma parte da herança que a Princesa tinha, de forma inexplicável, conseguido movimentar. Tão inexplicável quanto a fuga misteriosa delas da Academia. Vários relatos de alunos, empregados, professores e guardiões diziam a mesma coisa. Ou melhor, não diziam. Ninguém tinha visto nada.

Passei o restante da viagem lendo e relendo aquelas páginas e eu já montava mentalmente o esquema de resgate das duas. Quando chegamos, desci do avião e encontrei duas pessoas me esperando na pequena pista de pouso da Academia. Uma era a Diretora Kirova e a outra era a guardiã Aberta Petrov. Ela era muito respeitada no nosso mundo, com várias vitórias contra Strigois no seu currículo. Eu a conhecia pela reputação e por nome, mas nunca tinha trabalhado com ela ou trocado mais do que algumas palavras. Atualmente, ela liderava os guardiões da St. Valdmir. As duas se aproximaram de mim.

“Seja bem vindo, Guardião Belikov. Eu sou a Diretora Kirova” a Moroi falou me estendendo a mão direita “é uma grande honra tê-lo conosco.” Seu tom era acolhedor, porém formal. Eu dei um pequeno e fechado sorriso, enquanto lhe retribuía o cumprimento.

“Como vai, Belikov. Finalmente poderemos trabalhar juntos.” Foi a vez de Alberta me cumprimentar “algo me diz que vamos nos dar muito bem. Você teve uma designação muito importante.”

“É sempre um prazer poder ajudar.” Eu acenei para ela e dei dois tapinhas no pacote de papéis que eu carregava em baixo do braço “Eu já pude perceber. Recebi estes relatórios do Guardião Croft. É minha opinião que devemos partir para resgatar a Princesa o quanto antes.”

“Perfeito.” Alberta respondeu satisfeita, já parecendo tão ansiosa para entrar em ação quanto eu. “Podemos, então passar agora mesmo para o meu escrit-“

“Eu lhe mostrarei os seus aposentos e a Academia, Guardião Belikov. Assim que você estiver devidamente instalado, nos reuniremos para tratar deste assunto e dos demais.” A Diretora Kirova falou, interrompendo deliberadamente Alberta, dando ênfase no ‘devidamente instalado’.

“Muito bem, preciso deixar esta mala em algum lugar.”

E assim, saí com as duas pelas dependências da escola. A Diretora Kirova, mostrava tudo, narrando o funcionamento de cada ambiente, com orgulho irradiando pelos seus olhos. Mas ela tinha razões para isso. A Academia St. Vladmir era conhecida por ser uma das melhores de todas do nosso mundo. Os professores eram muito bons e o currículo escolar era complexo. Suas instalações era um misto do moderno com o medieval. Por fora, a arquitetura dos prédios era imponente lembrando muito as antigas Academias Européias, com paredes de pedra, janelas altas e longas torres. Por dentro, os vários itens da mais alta tecnologia criavam um ar de contraste com tudo isso, porém não deixava de ser harmônico. Tudo era muito bem cuidado e preservado. Eu prestei a atenção em tudo que ela falava, tentando memorizar cada setor. Passamos por vários grupos de alunos que se socializavam, muitos deles me olhavam de forma admirada, outros de forma curiosa e eu podia imaginar que a minha chegada já devia ter sido anunciada para eles. Fomos para o dormitório dhampir e entramos na ala destinada aos guardiões da Academia. Tudo se parecia bastante com as instalações da Corte,que eram destinadas a nós e eu desconfiava que eles tentavam seguir um padrão para isso. Nada era luxuoso, mas tudo era confortável, limpo e funcional.

“Vamos deixá-lo descansar um pouco. Já está próximo do horário de recolher, de qualquer forma” Kirova falou dando um olhar afiado para Alberta. Eu desconfiava que era ela mesma que queria descansar. Apesar de querer entrar logo no trabalho, eu achei melhor não ir de encontro a ela e realmente tentar dormir um pouco. Alberta também não discutiu, obviamente usando sua sabedoria para não criar um conflito desnecessário. Eu agradeci e elas me deixaram sozinho no meu novo quarto.

Eu olhei em volta. Era aqui que eu passaria boa parte do meu tempo agora. O quarto tinha uma cama grande no centro, do lado esquerdo tinha uma confortável poltrona em frente de uma pequena estante com uma televisão. Do lado direito, tinha uma pequena escrivaninha, com um computador. Bem ao lado tinha uma porta com um pequeno banheiro. Atrás da cama tinha uma enorme janela com vista para o campus principal. Eu sentei na poltrona, novamente pegando o dossiê de Vasilisa e Rosemarie. Abri em uma página que tinha outra foto delas, desta vez, saindo do local onde elas moravam atualmente. Olhei fixamente para a imagem delas duas, tentando me imaginar o que me aguardava.
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty Re: [FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Sáb Out 15, 2011 2:42 pm

O shadow kiss, foi mto bom, e tenho certeza
que esse também será muito bom. Vou acompanhar todos os
dias. Boa Sorte

Convidad
Convidado


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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty Re: [FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

Mensagem por tjlroza Sáb Out 15, 2011 4:27 pm

Oi, adorei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Gosto muito da suas fics. Vou acompanhar todos os cap.

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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 03

Mensagem por shadowangel Dom Out 16, 2011 8:08 pm

Meu primeiro dia na Academia St. Vladmir foi bem agitado. Logo cedo, fui apresentado aos guardiões. Alguns deles, eu já conhecia de outras ocasiões. Mas todos pareciam muito honrados em me ter ali. Eu realmente tinha construído uma boa e sólida carreira, apesar de saber que eu era jovem e ainda tinha muito tempo pela frente para fazer mais. Depois da apresentação com os guardiões, foi a vez dos alunos. Passei com a Diretora Kirova de classe em classe, tanto de Morois, quanto de dhampirs. Nas salas dos novatos eu me detive um pouco mais. Muitos alunos fizeram perguntas sobre mim e queriam saber como eu tinha conseguido a fama de ‘deus’. Eu ri internamente daquilo. Nem eu sabia que tinha aquela fama.

Melhor do que palavras, era a ação. Então, me juntei ao guardião Stan Alto, durante uma aula prática e simulamos uma luta. Stan era um pouco mais velho do que eu e professor da Academia há algum tempo. Ele era rápido e preciso em seus golpes, o que tornou a luta ainda mais emocionante. Sempre era bom lutar com alguém à minha altura. Quando terminamos a nossa ‘apresentação’ pude ver o rosto de espanto dos alunos e guardiões que nos assistiam. Stan também parecia impressionado.

“Fantástico, Belikov... Fantástico.” Era só o que ele conseguia falar.

Eu apenas assenti com a cabeça e dei, ali mesmo, uma pequena palestra para os alunos sobre a responsabilidade que se deve ter em usar as técnicas de luta para o bem. Eu tinha minhas filosofias de vida e gostava muito de transmitir aquilo para as pessoas, principalmente se eram jovens e ainda estavam em idade de formar suas personalidades.

Depois da hora do almoço, finalmente consegui me reunir Alberta e Kirova para definirmos quais seriam os próximos passos para resgatar a Princesa.

“Eu vi você lá no ginásio com os alunos, mais cedo, e estive pensado, Guardião Belikov...” A Diretora Kirova falou, enquanto Alberta ainda folheava os relatórios sobre a Princesa, que eu tinha trazido da Corte “você gostaria de assumir algumas aulas aqui na Academia? Eu acho que consigo lhe encaixar em um horário. Você tem muito conhecimento, seria ótimo se pudesse passá-lo para os novatos.” O tom dela era quase como se pedisse um favor.

Eu me senti lisonjeado com aquilo. Era muito difícil um guardião ser designado para ser instrutor em uma das Academias. Somente os mais tops conseguiam essa colocação. Dar aulas era algo complexo. Não bastava somente saber lutar. Era preciso ter uma boa didática e muitos conhecimentos teóricos. Muitos guardiões tentavam, sem sucesso, por anos a fio, ser designados para as Academias, afinal era a chance de ter bons salários e uma vida mais sossegada. Agora aquele trabalho estava vindo até mim sem que eu fizesse qualquer esforço. E ainda mais nesta Academia que era conhecida, dentre outras coisas, por ter um bom ensino. Isso era devido, principalmente, pela excelente qualidade dos professores que trabalhavam nela.

“Sim, parece uma boa idéia.” Falei mantendo meu tom casual “poderemos ver isso logo mais.”

“Na verdade,” ela falou me entregando uma pasta com abas presas por elástico “eu tomei a liberdade de já deixar isso encaminhado, assim que soube que você viria para cá. Eu meio que esperava que você aceitasse. Esses são os planos de ensino da Academia. Eu coloquei duas turmas para você.”

Eu peguei a pasta, olhando para Alberta que ainda examinava os papeis, mas deu um sorriso curto. Ela devia conhecer bem a Diretora Kirova e já devia esperar aquilo dela. Eu falei educadamente.

“Irei ler tudo com atenção, não se preocupe. Quando começo?”

“Bem, amanha mesmo.”

Alberta levantou os olhos, seu pequeno sorriso desaparecendo “creio que o Guardião Belikov tenha outra missão mais urgente. Temos uma Princesa vivendo desprotegida entre humanos que precisa ser resgatada.” Ela falou apontando para os papeis que estavam sobre sua mesa.

“Eu acho que posso conciliar as duas coisas. Não devo partir amanhã, já que pretendo chamar reforços para o resgate.”

As duas me olharam, ambas com ar de satisfação. Pareceu que eu tinha agradado as duas com aquelas palavras, então continuei.

“Eu basicamente já planejei tudo. Se elas vivem entre humanos, também devem viver em horários humanos, dormindo durante a noite. Essa é a hora perfeita para capturá-las. Deixamos chegar na alta madrugada, quando todos estiverem dormindo, assim não teremos testemunhas para nossa missão. Os relatórios são bem complexos, eles mapearam o bairro onde elas vivem muito bem. Temos ainda as plantas baixas da casa onde elas moram. Assim não perderemos muito tempo reconhecendo os arredores. Chegaremos direto para a ação.”

A expressão de Alberta me dizia que ela estava concordando comigo. Ela pensou por alguns momentos, mas quando falou, me surpreendeu.

“Você disse que precisaria convocar guardiões extra. Eu concordo inteiramente. Vou mandar um aviso para os comandos superiores. Vamos precisar de muitos. Dez no mínimo.Talvez doze.”

“Dez ou doze?” perguntei tentando esconder minha surpresa “Nem a Rainha precisaria de tantos. Eu pensei na metade disso, talvez menos. Só um reforço, por precaução. São apenas duas garotas.”

Alberta e Kirova gargalharam, ao mesmo tempo, parecendo que tinham ensaiado. Eu senti que eu havia perdido algo. Realmente não estava entendendo aquilo, não conseguia imaginar o que podia ser tão engraçado, por isso me mantive sério.

“Belikov, Belikov...” Alberta falou, balançando negativamente a cabeça e com um ar de pesar, mas ainda mantendo seu sorriso “Não estamos falando de garotas. Estamos falando do perigo que tudo isso envolve.”

“Não consigo imaginar que perigo pode estar envolvido nisso.” Falei firmemente.

Kirova consertou os óculos que insistiam em descer para a ponta do seu nariz “Bem se vê que você ainda não conhece Rose Hathaway.”
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty Re: [FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

Mensagem por tjlroza Seg Out 17, 2011 7:22 am

Ai, está otimo adorei, continua....................

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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 04

Mensagem por shadowangel Seg Out 17, 2011 2:55 pm

Passei o resto da tarde e o começo da noite ainda em reunião com Alberta e Kirova. Elas me deram boas razões para ser cauteloso com Rose. Honestamente, eu não conseguia ver como uma garota mal treinada poderia passar por mim. Pelo que elas diziam, definitivamente, ela jamais poderia me vencer. A única característica dela, narrada por Kirova, que me preocupava era a imprevisibilidade. Isso era algo que podia me causar problemas neste resgate. Mas não era com ela que eu deveria me preocupar. Meu foco era a Princesa Vasilisa. Era ela que importava e era por ela que eu estava aqui. Quanto a Rosemarie Hathaway, o destino dela seria decidido pela direção da Academia. Ela não era problema meu.

Os dois dias seguintes foram ocupados com as aulas nas turmas que Kirova me deu, enquanto os guardiões convocados para reforçar a missão de resgate da Princesa chegavam, aos poucos, à Academia. Eu havia convencido Alberta que dez guardiões eram mais que suficiente, lhe assegurando que eu assumiria a responsabilidade por qualquer falha que houvesse. Quando todos os guardiões da missão haviam, finalmente, chegado, nos trancamos na sala de reuniões, passando e repassando todas as etapas do resgate, à exaustão. Estudamos cada detalhe dos mapas e plantas dos locais. Calculamos tudo, inclusive, as horas de vôo de forma que chegássemos no horário estimado para a ação.

No dia seguinte, partimos já passava da meia noite. Chegamos em Portland próximo do amanhecer. Fomos de carro para o bairro onde elas moravam.

Imediatamente, cada guardião tomou seu posto, de acordo com o planejado. Eu fui para o quintal da casa, por onde eu tentaria entrar pela janela, recebendo a cobertura de Mark, um dos guardiões do nosso comboio. Cheguei bem perto da janela e observei tudo atentamente. As duas dormiam tranquilamente. Descuidadas, não deveriam dormir com as janelas abertas daquela maneira. Qualquer Strigoi teria as atacado sem que elas pudessem sequer correr. Mas por hora, aquele descuido me beneficiaria. Cheguei mais perto e algo me fez parar. A Princesa começou a se debater na cama. Olhei para Rosemarie e, incrivelmente, ela repetia os mesmos movimentos da amiga. Não era possível que elas estivessem compartilhando o mesmo pesadelo. Ou bem, era possível nas histórias que nós ouvíamos sobre laços mentais, mas isso não passava de contos. Vanilisa começou a gritar e foi quando Rose acordou, correndo prontamente para socorrê-la. Eu não podia ficar ali, tão próximo, então me afastei para uma distância segura, mas que ainda dava para observar, graças a minha altura, perfeitamente tudo que acontecia no quarto, embora não desse para ouvir o que elas falavam.

Continuei observando e pude perceber, naquele breve momento, que existia uma forte amizade entre as duas, coisa que nenhum relatório ou depoimento dizia. Uma se importava imensamente com a outra, mais até que irmãs. E então algo me surpreendeu. Rosemarie virou o pescoço e o ofereceu para que a Princesa se alimentasse. Na nossa cultura, aquilo era repugnante. Um dhampir que se rebaixava a servir como alimentador de um Moroi jamais era visto com bons olhos. Mas agora, não era algo sem próposito ou um fato isolado. Dentro de todo aquele contexto, senti uma grande admiração por Rose. Aquela não era uma atitude de uma pessoa irresponsável, ao contrário, ela estava abrindo mão de todos os valores impostos pela nossa sociedade para manter a Princesa viva. Um Moroi jamais viveria mais de três dias sem sangue e um alimentador não era algo fácil de se conseguir sem despertar a atenção. E agora, eu sabia que ela seria capaz de qualquer coisa por Vanilisa.

Logo, Rose ficou sozinha no quarto, com o olhar perdido e um sorriso bobo. Eu sabia o que era aquilo, ou melhor, eu podia imaginar o que era aquilo, já que nunca havia sido mordido por vampiro algum.

A mordida de um vampiro liberava endorfinas que davam uma intensa sensação de prazer, mas também a perda de sangue deixava a pessoa muito fraca.

Com ela acordada e a luz do abajur acesa, eu pude a observar melhor. As fotografias que eu havia visto dela em nada faziam jus à sua beleza. Pessoalmente, Rose era ainda mais bonita. Fiquei tão compenetrado naquela cena que não percebi que havia um animal no quarto com elas. Um gato preto, para ser mais preciso. Ele, percebendo a minha presença do lado de fora, se ouriçou no portal da janela e rosnou na minha direção. Por alguma razão, animais não gostavam de dhampirs.

Mesmo ainda sob efeito da mordida, aquilo fez com que Rose ficasse atenta. Ela era uma dhampir como eu, sabia o que causava aquela reação nos animais: um outro dhampir. Forçando seus sentidos, ela se colocou em pé e foi até a janela, observando os arredores. A brisa que soprava do lado de fora brincou com os cabelos dela. Ela olhou em volta, com olhos afiados, varrendo cada pedaço do quintal, até que me encontrou. Ela me encarou por poucos segundos e imediatamente depois, ela se jogou para trás, obviamente tomada de surpresa. Ela continuou me observando de dentro do quarto e eu demorei poucos segundos para reagir aquele olhar. Eu não sabia o porquê, mas tinha ficado sem reação diante dela. Mas isso durou pouco. Rapidamente, dei uns passos para trás, me ocultando nas sombras das árvores. Fiz um sinal para Mark. O sinal combinado para nos afastarmos. Parte do meu plano tinha dado errado, eu deveria ter entrado pela janela, mas ainda tínhamos chance de pegá-las. Rose sabia que não poderia ficar ali naquela casa por muito tempo, e algo me dizia que ela provavelmente tentaria fugir. Essa era a nossa chance de capturá-las.

Demos a volta para frente da casa, ainda nos ocultando nas sombras da noite. Pelo rádio que usávamos, comuniquei aos outros para diminuírem o cerco em volta da casa, pois tentaríamos pegá-las quando saíssem de lá.

Poucos minutos depois elas saíram pela porta, andando rapidamente. Rose segurava uma chave de carro na mão.
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Mensagem por shadowangel Qua Out 19, 2011 7:11 pm

“Você ouviu isso?” Vanilisa perguntou, olhando em volta de forma assustada. Seus sentidos Moroi captando os ruídos em volta.
"Corre!"
Rose segurou seu braço fortemente. Eu e Mark apertamos os nossos passos atrás delas e elas, percebendo que tinham perseguidores, começaram a correr. Foi inútil. Os guardiões já haviam cercado todo local. E além do mais, Rose parecia muito fraca para fugir, seu único apoio era a Princesa, que corria a abraçando. Eu também corri, mas sem fazer muita força. Percebi que elas se dirigiam para um carro verde, estacionado próximo à esquina. Então, me separei de Mark e fui para o carro, me colocando bem na frente do caminho delas.
Prontamente, elas se frearam. Com um único movimento, bem típico dos guardiões, Rose se colocou de forma protetora, na frente de Vanilisa. Eu as olhava fixamente, mas pude ver, pela minha visão periférica, que os outros guardiões fechavam o perímetro em volta delas. Elas estavam cercadas. Rose respirava pesadamente e a Princesa parecia assustada.
“Deixe-a em paz” Rose rosnou por entre os dentes, parecendo um animal acuado “não toque nela.”
Eu não me deixei intimidar por sua ousadia. Mesmo sabendo que estava cercada, ela ainda estava nos enfrentando e pronta para reagir a qualquer momento. Realmente selvagem e inconseqüente, como todos tinham dito, mas nem por isso, deixava de ser corajosa, muito corajosa. Aquilo me surpreendeu, mas me mantive ilegível. Levantei uma das mãos, tentando fazer um gesto pacífico, na intenção dela perceber que não tínhamos como objetivo machucar ninguém.
“Eu não vou-“ falei dando um passo à frente, me colocando muito próximo a elas. Eu realmente estava disposto a tentar conversar com elas e convencê-las a irem de bom grado conosco e não como fugitivas capturadas.
Mas não deu certo. Provavelmente, Rose entendeu aquele gesto como uma intimidação e tentou me atacar, usando uma manobra defensiva muito mal aplicada. Foi um verdadeiro fiasco. Ela era uma novata, sem treinamento e, ainda por cima, dopada. Eu estava atento a cada gesto seu, e antes que ela pudesse pensar, dei um golpe em sua testa que a fez cambalear para trás, indo direto para o chão. Percebi que eu não tinha medido a minha força e tinha batido forte demais, também pudera, eu era costumado a lidar com guardiões bem treinados e Strigois poderosos. Perto disso, Rose pareceu incrivelmente frágil.
Tão rápido quanto eu tinha batido, me inclinei e segurei seu braço, a impedindo de cair no chão. Isso a trouxe para perto de mim. Muito perto. Agora eu podia ver todos os detalhes do seu rosto, com clareza. Cada traço, cada feição. Ela tinha uma beleza estonteante. Uma beleza que me bateu de forma mais forte do que o golpe que eu tinha acabado de aplicar contra ela. Meus olhos a percorreram, parando na marca em seu pescoço. A imagem da Princesa se alimentando nela voltou à minha mente. Eu deveria achar aquilo uma coisa repulsiva e era, mas a olhando, assim tão perto, não conseguia sentir nada além de admiração. Raramente alguém conseguia me surpreender, mas Rose em pouquíssimo tempo, estava conseguindo fazer isso sucessivamente. Aquilo era embaraçoso para mim. Ela demorou pouco tempo para perceber meus olhos na ferida da mordida, mas quando o fez, tocou levemente no ponto onde meus olhos pararam. Ainda com ar superior e tentando esconder seu constrangimento, balançou os seus cabelos, cobrindo o pescoço perfeitamente e me encarou. Eu olhei para ela ainda sem entender o que tinha se passado dentro de mim. Ela puxou, com força, seu braço da minha mão.
Eu a soltei, mas ela ainda parecia tonta. Mesmo assim, ela se posicionou novamente de forma protetora perto da Princesa e assumindo uma posição de ataque. Era realmente incrível e inacreditável essa obstinação dela em proteger a amiga. Era um sentimento raro de se ver em um guardião. Vasilisa a segurou calmamente.
“Rose, não.” Sua voz era serena e doce.
Rose continuou em postura de ataque mas, aos poucos, foi perdendo a tensão que carregava. Ao que parecia, Vanilisa tinha uma forte influência sobre Rose, então, ela não teve escolha a não ser aceitar a derrota. Percebendo que ela não reagiria mais, me voltei para a Princesa. Fiz uma reverência, me inclinando um pouco, como sempre fazíamos para os príncipes e princesas da realeza Moroi. Levantei meu rosto e a olhei gentilmente.
“Meu nome é Dimitri Belikov.” Eu me apresentei polidamente “Eu vim para levá-la de volta à Academia St. Vladmir, Princesa."
Vasilisa apenas assentiu e olhou para todos os guardiões que estavam à nossa volta. E logo, seus olhos pararam em Rose.
“Quando iremos voltar? Se não se importam, queria que recolhessem nossas coisas.” Ela falou sem nos olhar. Mas inclinou a cabeça na direção da casa onde elas moravam.
“Tenho ordens para levá-la imediatamente, mas já faz parte de todo planejamento isso que você me pede. Mandarei dois guardiões, agora mesmo, recolher tudo, não queremos que os humanos considerem vocês duas como desaparecidas e tenham pistas para seguir.” Falei, olhando entre ela e Rose. As duas permaneceram se olhando e eu pensei novamente que elas poderiam ter algum tipo de comunicação mental.
Nós as colocamos em um dos carros e fomos direto para a pista de pouso particular, onde o avião da Academia nos aguardava. Enquanto esperávamos autorização para o embarque, entrei em contato com Alberta para avisar que a operação tinha sido um sucesso e que estávamos retornando. Quando finalmente embarcamos, percebi que Rose e a Princesa cochichavam o tempo todo. Imediatamente, fui até o guardião que segurava Rose – que ainda esbravejava de raiva, principalmente quando eu me aproximava – elas não podiam ficar juntas. Não mesmo.
“Não deixe que elas falem uma com a outra.” Falei para o guardião “cinco minutos juntas, elas armarão um plano de fuga.” Rose me deu um olhar arrogante, que era puro ódio, enquanto era levada pelo corredor. Eu sabia que era pouco provável que elas fugissem, não só por causa da forte escolta, mas também por que, em pouco tempo, estaríamos em pleno ar.
Rose foi levada para o fundo do avião e eu me sentei em uma poltrona da frente, ao lado da Princesa Vasilisa, minha protegida.
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty Re: [FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

Mensagem por tjlroza Qui Out 20, 2011 8:06 am

ai, esta otima! continua. posta mais cap porfavor......

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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty Re: [FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Qui Out 20, 2011 10:51 am

muito bom
parabens

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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 06

Mensagem por shadowangel Sex Out 21, 2011 6:46 pm

Eu sempre soube que minha imagem era muito intimidante, mas nunca imaginei que a Princesa pudesse sentir tanto medo assim. Eu realmente esperava que toda aquela reação dela não fosse por minha causa. Ela estava ao meu lado, totalmente tensa e apreensiva. Todo seu corpo estava rígido. Sua mão apertava firmemente uma garrafa de água que havia sido trazida pela comissária. Pequenas gotas de suor brotavam em sua testa e sua respiração era rápida. Eu tentei manter uma postura relaxada e casual, mas confesso que não era acostumado a guardar uma garota, ainda mais como ela, que aparentava ser tão delicada.
Tentando quebrar aquela tensão, me abaixei para pegar, em um compartimento que ficava atrás do banco da frente, uma revista que era disponibilizada pelo serviço de bordo. Eu senti os olhos dela em mim, mas fingi naturalidade ao me voltar para ela.
“Gostaria de uma leitura para passar o tempo?” falei gentilmente lhe oferecendo a revista.
“Sim, obrigada.” Ela respondeu, com a voz trêmula.
Eu hesitei por alguns momentos “Princesa, eu fui designado pela Rainha para ser seu guardião.” Fui direto ao ponto, falando muito baixo “queria que você soubesse que é uma grande honra para mim. Eu farei de tudo para lhe manter segura.”
“Eu já tenho uma guardiã. Rose.” Ela falou firmemente.
“Oh, sim, ela será algum dia. Antes disso, ela precisa de muito treinamento e concluir seus estudos para se graduar como guardiã. Você sabe disso.” Eu não queria contrariar suas palavras, mas eu tinha um pressentimento que Rose não seria muito bem vinda à Academia. Depois desta fuga, eles jamais deixariam que Rose fosse guardiã de Vasilisa. “De qualquer forma, você precisará de dois guardiões. É assim que funciona.”
Ela me olhou, sua tensão diminuindo um pouco. Ela parecia estar percebendo que eu estava certo e que, se veio da Rainha, ela não teria escolha sobre isso.
“É assim que funciona.” Ela repetiu minhas últimas palavras e após um minuto de silêncio, acrescentou “Lissa. Eu gosto que me chamem de Lissa.”
Eu concordei com a cabeça. Seria difícil para mim, abandonar as formalidades, mas eu tentaria. À nossa maneira, estávamos começando a nos entender. Ela abriu a revista e se concentrou na leitura, parecendo relaxar um pouco. Eu me perdi nos meus pensamentos. Comecei a relembrar de toda a nossa missão de resgate. Passei mentalmente cada ponto.
É realmente incrível como nós construímos reputações e o quanto isso pode estar ou não de acordo com a realidade. A reputação de Lissa era exatamente o que ela era. Ela era muito educada e extremamente doce. Era muito agradável somente estar sentado ao lado dela. Isso irradiava dela, como uma essência calmante. Ela também tinha um imenso carisma. Era algo que eu não sabia explicar. E quanto a Rose, eu realmente não sabia o que pensar. Ela se confirmava e se contradizia a todo momento. Isso estava, de fato, me intrigando.
Já perto do final do vôo, decidi ir até ela, na esperança de quebrar um pouco o gelo e diminuir o desconforto que ela sentia em relação a mim, como eu tinha feito com a Princesa. Troquei de lugar com o guardião, que ali estava, e sentei ao seu lado. Ela me ignorou explicitamente, se afastando o quanto pôde e virando o rosto para janela. Ela tinha mesmo uma personalidade forte. Eu fiquei ali do lado dela, buscando palavras em minha mente para falar com ela, mas tudo que me vinha parecia idiota. A cada minuto que se passava, o silêncio se tornava pior e o desconforto que eu tentava desmanchar, crescia. Ela se manteve olhando fixamente pela janela.
“Você realmente ia atacar a todos nós?” finalmente perguntei.
Sem respostas.
“Fazer isso... protegendo-a daquele jeito - foi muito corajoso.” Tentei parecer amigável, lhe dando um elogio, mas sem efeitos.
Ainda sem respostas.
“Estúpido,” provoquei “mas muito corajoso. Porque você ao menos tentou?”
Ela se virou me olhando de relance, enquanto afastava uma mecha de cabelo dos olhos.
“Porque sou sua guardiã.”
Com estas palavras ela se virou novamente para a janela, sem imaginar o peso que aquilo teve em mim. Ela esteve disposta a enfrentar um grupo grande de guardiões muito bem treinados, pouco se importando se era capaz de vencê-los ou não. Tudo em nome da proteção à Lissa. Ela estava de fato colocando em prática o lema dos guardiões ‘os Morois vêm primeiro’. Isso mostrava como ela era vocacionada para esta carreira, ela entendia o que era ser um guardião e este sentimento não era aprendido em salas de aula. Muitos guardiões, bravos e experientes ainda não tinham atingido esta mesma percepção que ela. Novamente, me surpreendeu.
Eu ainda permaneci ali, por um momento, em silêncio, absorvendo tudo aquilo. Percebendo que dali não sairia mais conversa alguma, retornei para meu lugar, ao lado de Lissa.
O avião precisou fazer uma parada para abastecer e não pôde pousar na pista da Academia, por causa de uma forte neblina, por isso fomos direcionados para o aeroporto da região. Seguimos o restante do percurso de carro. Nosso comboio parou nos portões da Academia e nos identificamos. Chegamos perto do por do sol e à medida que o carro passava pela pequena rua de pedra que levava ao campus principal, as torres góticas da St. Vladmir ficavam visíveis, contrastando com o céu púrpura. Era uma visão sombria, quase que de um filme de terror. E não deixava de ser, se você considerasse que era um local repleto de vampiros. Eu e Lissa não viemos no mesmo carro que Rose, assim eu preferi. Achei melhor continuar separando as duas
Quando desci do carro que trazia a mim e Lissa, Rose se livrou do guardião que a escoltava e correu até mim.
“Hey, camarada.”
Camarada? De conde ela tinha tirado isso. De qualquer forma, detestei ser chamado daquela maneira. Ela agora parecia descontraída e bem humorada, em nada lembrando a garota raivosa que me ignorou no avião. Eu não me detive e continuei a andar, na direção do prédio administrativo, onde funcionava o gabinete da Diretora. Percebi que ela começou a acompanhar meus passos.
“Você quer conversar agora?” falei sem olhar para ela.
“Você está nos levando para Kirova?”
“Diretora Kirova.” Eu a corrigi, mantendo minha expressão dura. Se ela estava bem humorada agora, o meu humor tinha ficado péssimo. Ela realmente era irreverente e eu não gostava nada de pessoas que não respeitavam os mais velhos.
Então, uma ideia negra me ocorreu. Já que Rose estava tão ‘feliz’ em retornar, resolvi entrar no seu jogo e decidi que iríamos para a sala da Diretora por outro caminho. Comecei a conduzir nosso imponente pelotão pelo caminho que passava pelo centro da aérea comum dos alunos, onde ficava o refeitório. Era horário da café da manhã e provavelmente estaria cheio. Era uma brincadeira sarcástica, reconheço, mas tinha seu ponto de vanglória. Nós tínhamos recuperado duas estudantes que haviam fugido há dois anos, não podíamos deixar aquilo passar despercebido para os outros alunos. Além do mais, serviria como lição para outros que, de alguma forma, algum dia tentasse fugir da mesma maneira.
“Diretora, que seja. Ela ainda é uma velha hipócrita de uma figa-“ ela parou abruptamente, como se alguém a tivesse repreendido. Olhei Lissa pela minha visão periférica e percebi que ela olhava para Rose intensamente. Novamente, parecia que haviam se comunicado mentalmente.
A expressão de Rose se tornou preocupada, assim que ela reconheceu o caminho que fazíamos. Abrimos as portas do corredor e, como esperado, o salão estava repleto de Morois e dhampirs se socializando. Assim que entramos, o barulho das conversas morreu e, pouco a pouco, todos olharam na nossa direção.
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Mensagem por Convidad Sex Out 21, 2011 9:23 pm

[/b][b] Como sempre está ótimo!!!!!!!!

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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 07

Mensagem por shadowangel Dom Out 23, 2011 10:58 am

Todos os alunos, sem exceção olhavam para nós com os rostos surpresos. Eu sorria por dentro, mas permaneci sério, caminhando firmemente. Lissa andou imponente, parecendo convocar sua postura de realeza e Rose lançava, para todos, um olhar desafiador, muito embora seu sorriso fosse amargo. As duas davam expressões de reconhecimento para alguns colegas, à medida que passava por eles.

Finalmente, chagamos ao escritório de Kirova, que já nos aguardava, sentada à mesa. Os outros guardiões foram liberados, mas eu permaneceria para essa segunda e pior etapa da missão. Era a parte da punição.

Assim que entrei, percebi que a Diretora não estava sozinha. Victor Dashkov estava ali. Ele era um Príncipe Moroi que, embora não tivesse laços sanguíneos, era considerado um parente de Lissa e, de certa forma, se sentia responsável por ela. Ele sofria de uma doença rara, própria dos vampiros Morois, que acelerava o processo de envelhecimento. Já fazia algum tempo que eu o tinha visto em um evento na Corte e agora, olhando para ele, eu tive a impressão que ele havia envelhecido uns trinta anos. Sua aparência era de uma pessoa extremamente fragilizada.

Alberta, que tinha nos encontrado ao longo do nosso percurso, também ficou na sala. Nós dois tomamos a posição de guarda, nos colocando em pé, junto à parede, como perfeitas sombras.

As duas garotas entraram, olhando apreensivamente para Kirova, não percebendo a presença de Victor.

“Vanilisa!” Victor exclamou, com uma voz suave e acolhedora.

As duas olharam como uma para ele, obviamente pegas de surpresa. Isso revelou mais um despreparo de Rose. Um guardião tinha por obrigação observar atentamente todos os arredores do ambiente onde estava. Nada poderia o pegar de surpresa.

Victor levantou-se, em meio a um grande esforço e se dirigiu para Lissa que, prontamente correu para os seus braços, o abraçando.

“Titio” ela falou em meio às lágrimas. Era uma cena de reencontro bem comovente.

Victor deu duas tapinhas carinhosas nas costas dela, com um pequeno sorriso “você não tem idéia de como estou feliz por vê-la a salvo, Vasilisa.” Então ele se voltou para Rose, ainda com expressão fraternal “E a você também, Rose.”

Ela acenou de volta, com o choque estampado em seus olhos. A aparência dele devia ter modificado muito desde a última vez que ela o tinha visto. Depois do momento familiar, Kirova chamou Lissa novamente para frente de sua mesa. O sermão dado por ela para as duas foi memorável. Tudo girou em volta de comportamento responsável, negligência, egocentrismo, etc. Bem típico de uma diretora de escola enfurecida. Lissa ouvia tudo atentamente, com a vergonha brilhando em seu olhar, mas Rose estava totalmente dispersa.

“E você, Srta. Hathaway. Quebrou a promessa mais sagrada entre os da nossa espécie: a promessa de um guardião proteger um Moroi. É um grande ato de confiança. A confiança que você violou de forma egoísta, ao levar a princesa daqui. Os Strigois podiam ter extinguido os Dragomirs. Você quase permitiu isso”

“Rose não me raptou. Eu fui por que eu quis. Não a culpe.” Lissa falou com a voz firme, impedindo qualquer autodefesa que Rose pudesse fazer.

E era justamente o que eu estava pensando. Todos cogitavam que Rose tinha seqüestrado a Princesa e foram tomados inteiramente por aquela idéia. Tanto que não enxergavam o lado oposto. Lissa quis fugir e não restou a Rose outra alternativa a não ser acompanhá-la. E como uma boa guardiã, ela a seguiu, não a deixando sem proteção. Claro, não era uma proteção excelente, mas a intenção era válida.

Kirova se colocou em pé, andando de um lado para o outro fazendo um som com a boca “tsic, tsic”

“Srta. Dragomir, você pode ter sido aquela que orquestrou o plano, pelo que eu saiba, mas ainda era responsabilidade dela ter certeza que você não levaria isso adiante. Se ela tivesse feito o seu trabalho, teria reportado isso a alguém. Se ela tivesse cumprido o seu dever, teria lhe mantido salva.”

“Eu cumpri o meu dever!” Rose exclamou, saltando da cadeira. Eu tive um impulso de ir até ela, mas me mantive onde estava, assumindo que ela não faria nada demais. Ela estava só desabafando.

“Eu a mantive salva! Eu a mantive salva quando nenhum de vocês-“ ela parou e fez um gesto com o braço direito apontando em volta da sala “pôde fazer isso. Eu a levei embora para protegê-la. Eu fiz o que eu tinha que fazer. Vocês certamente não saberiam fazer isso.”

Aquelas palavras atiçaram meus sentidos. Elas tinham tido um motivo oculto para terem fugido. Algo que elas não revelavam, mas que ela estava considerando agora. Lissa lançou para ela um olhar sereno e a agitação de Rose diminuiu um pouco.

“Srta. Hathaway, perdoe-me por não entender essa sua lógica de que tirá-la de um ambiente altamente protegido e magicamente assegurado é uma forma de protegê-la. A não ser que haja algo que você não esteja me contando.”

Rose mordeu os lábios, a preocupação passando pelo seu rosto. Mas ela não falou nada. Então, Kirova continuou.

“Como imaginava. Está bem. Pela minha avaliação, a única razão de você ter ido – tirando aquela que envolvia a aventura disso tudo – sem dúvidas, foi para evitar as conseqüências daquela horrível e destrutiva façanha que você fez, antes de desaparecer.”

Eu já podia imaginar para onde tudo estava sendo conduzido e não estava concordando nada com aquilo. Rose tinha tido, sim, muitos atos de indisciplina, mas tinha enfrentado todos eles sem expor Lissa. Ela não fugiria para escapar de uma punição. Eu realmente estava acreditando que a razão era algo bem maior e séria, embora não soubesse que razão era essa.

“Não, isso não-“ Rose começou a protestar, mas foi impedida por Kirova.

“Isso só torna a minha decisão ainda mais fácil. Como uma Moroi, a Princesa deverá continuar aqui na Academia, pela sua própria segurança. Mas nós não temos nenhuma obrigação com você. Você será mandada embora o mais rápido possível.”

Eu senti a raiva crescer dentro de mim. Aquele era um tratamento absurdamente desigual. Lissa era tão culpada quanto Rose, olhando pelo prisma de Kirova, mas ela só estava expulsando a Rose. Isso não era justo. Não mesmo. Aquele tipo de distinção entre Morois e dhampirs era algo que eu repugnava. Se Lissa podia ficar, Rose também poderia. Se Rose fosse expulsa, Lissa também deveria ser. Isso era o justo: usar a mesma medida para as duas. O ato das duas foi igual.

“Eu... o quê?” Rose perguntou humildemente.

Lissa se levantou, assumindo uma postura imponente, própria de uma princesa da realeza. Eu pude perceber que ela sabia bem quando usar sua posição, embora, na maioria das vezes, fosse bem humilde.

“Você não pode fazer isso! Ela é minha guardiã!”

“Ela não é nada disso! Especialmente porque ela nem é uma guardiã ainda!” Kirova rebateu, se contradizendo. Ela havia colocado a quebra dos deveres de um guardião como razões para punir Rose e agora estava afirmando que ela não era uma guardiã.

“Mas meus pais-“

“Eu sei o que seus pais queriam, que Deus abençoe suas almas, mas as coisas mudaram. A Srta. Hathaway é dispensável. Ela não merece ser uma guardiã e ela irá embora.”

Eu comecei a organizar os pensamentos, procurando uma forma de argumentar racionalmente. Eu sabia que um guardião não devia se posicionar em uma ocasião destas, mas o sentimento de justiça estava me consumindo.

“Para onde você vai me mandar? Para minha mãe no Nepal? Ela pelo menos sabe que eu estive ausente? Ou talvez você esteja planejando me enviar para o meu pai? Ou talvez você esteja tentando me transformar em uma meretriz de sangue. Tente isto e nós teremos fugido novamente, antes do final do dia.”

As palavras de Rose eram desenfreadas, mas ela tinha razão. Mandá-la embora era arruinar toda a sua vida. Ela não tinha família – pelos seus relatórios, sua mãe nunca tinha se manifestado sobre sua fuga – e ninguém mais por ela. Somente Lissa. E esta jamais viveria sua vida sem Rose. Eu comecei a lembrar de todos as garotas dhampirs que eu conhecia, principalmente as minhas irmãs. Eu jamais aceitei este destino imposto a elas pela sociedade. Eu tinha que me posicionar. Uma força dentro de mim me cobrava isso. Eu precisava sair em defesa dela.

“Srta. Hathaway, você está agindo inadequadamente.”

“Elas têm uma ligação.” Falei baixo e calmamente, mas meu forte timbre de voz fez com que aquelas palavras ecoassem imponentemente pela sala, quebrando todo aquele clima pesado.
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 08

Mensagem por shadowangel Seg Out 24, 2011 8:51 pm

Todos da sala me olharam, eu era um guardião respeitado e muito conhecido pela sensatez. Minha opinião sobre o quê quer que fosse não poderia ser ignorada por ninguém. Eu sabia que não adiantava seguir a discussão de onde elas pararam. Claramente, Kirova não estava sendo imparcial, qualquer argumento que eu usasse não a convenceria. Então, resolvi virar para outro ponto.

“Rose sabe o que Vasilisa está sentindo, não sabe?” Falei olhando fixamente para ela. Isso não era uma pergunta e sim uma afirmação. Eu esperava que ela entendesse que era a única maneira dela se livrar disso e concordasse comigo, seguindo a minha lógica.

“Não... isso é impossível. Isso não acontece há séculos.” Kirova rebateu, com a incredulidade em sua voz.

“É obvio” falei, antes que ela pudesse tomar o controle da discussão novamente “eu suspeitei assim que comecei a observá-las.” Se fosse qualquer pessoa falando, ninguém acreditaria, mas eu tinha credibilidade o suficiente para que ninguém questionasse.

Rose desviou o seu olhar do meu, deixando claro que era verdade.

“Isso é uma benção. Algo raro e maravilhoso.” Victor murmurou, do lugar onde ele estava.

“Os melhores guardiões tinham esta ligação.” Eu percebi que estava soando empolgado demais e me cortei, apenas acrescentando algo racional “Nas histórias.”

“Histórias que têm séculos.” Kirova exclamou, sua indignação voltando “Certamente você não está sugerindo que a deixemos ficar na Academia, depois de tudo que ela fez?”

Eu me encolhi, percebendo que estava escancaradamente tomando partido de Rose. Eu geralmente sempre me mantinha retraído e fechado, mas agora era algo que eu não estava conseguindo evitar. Eu não podia ver algo tão injusto acontecer ali, na minha frente, sem me posicionar. Era contra a minha natureza e, além do mais, eu sentia que precisava defendê-la.

“Ela pode ser selvagem e desrespeitosa, mas ela tem potencial e-“

“Selvagem e desrespeitosa?” Ela me interrompeu “E quem diabos você é? Ajuda terceirizada?”

Ela estava tão injuriada com as minhas palavras, que nem percebeu que eu estava do lado dela.

“O Guardião Belikov é o guardião da Princesa agora.” Kirova falou vitoriosamente “o guardião autorizado dela.”

“Você contratou mão de obra estrangeira barata para defender Lissa?” Rose soltou e eu tive vontade de rir daquilo, embora tenha permanecido sério. Ela era mesmo desrespeitosa, mas não deixava de ser engraçada.

“Você viu?” Kirova apontou para ela “totalmente indisciplinada! Toda ligação psíquica ou potenciais imaturos não poderão compensar isso. Um guardião sem disciplina é pior que nenhum guardião!”

Ora essa. Ela era uma educadora e Rose, sua aluna da Academia por anos. Se Rose era indisciplinada, parte era culpa dela. A educação de Rose esteve a cargo dos pedagogos da Academia, desde a sua infância, eles eram responsáveis por ela ser assim.

“Então ensine disciplina a ela.” Falei duramente, o que seria dos alunos se a própria diretora da escola não acreditasse no sistema de ensino? “as aulas mal começaram. Faça uma reintegração com ela, e a coloque para treinar novamente.”

“Impossível. Ela ainda ficará atrás de seus colegas.”

“Eu não vou” Rose tentou entrar naquele bate-rebate meu e de Kirova, mas nenhum de nós dois deu ouvidos a ela.

“Então dê a ela sessões de treinamento extra.” Sinceramente, eu não acreditava que estava ensinando Kirova a fazer o seu trabalho. Ela, de todas as pessoas, devia saber que tinha várias maneiras de um aluno recuperar o tempo perdido.

“E quem vai gastar esse tempo extra? Você?”

Meu argumento morreu instantaneamente. Eu realmente tinha esquecido esta minha nova função de instrutor da Academia. Eu não tinha pensado nesta tarefa para mim mesmo.

“Bem não foi isso que eu-“

“Sim, foi isso que eu pensei.” Kirova cruzou os braços, de forma satisfeita. Eu não podia esperar aquilo, mas era o óbvio que sobraria para mim, já que eu estava insistindo tanto naquele ponto. Eu olhei para elas duas e me senti, de forma inexplicával, responsável por elas. Ambas me olhavam com olhares implorativos, como se eu fosse a última esperança delas. Era uma grande contradição. Elas tinham sido espertas o suficiente para driblar toda segurança da Academia e fugir, mas agora, pareciam indefesas. Franzi meu cenho, não tendo outra opção a não ser concordar com Kirova. Não era da minha natureza recuar frente a um desafio.

“Sim,” falei após um momento de hesitação “eu posso orientar Rose. Darei a ela aulas extras, juntamente com as regulares.”

“Como assim? Ela fica sem punição?” Kirova falou furiosamente. Certamente ela não esperava que eu fosse concordar. Cada vez mais eu achava que ela tinha algo pessoal contra Rose.

“Ache outra forma de castigá-la. O número de guardiões está diminuindo, não podemos arriscar perder mais um, ainda mais uma garota.” Não era o quantitativo de guardiões que me preocupava naquela hora, era a declaração provocativa feita, mais cedo, por Rose. Eu não me sentia bem em ver garotas dhampirs tendo como único destino servirem como meretrizes de sangue para homens Morois. Especialmente Rose. Ela tinha potencial e se dependesse de mim, não teria esse destino.

“Estou inclinado a concordar com o Guardião Belikov.” Victor finalmente falou de onde estava “mandar Rose embora seria vergonhoso, um desperdício de talento.”

Kirova olhou fixamente pela janela. Lá fora, a noite deixava tudo ainda mais sombrio. Quando ela virou, encontrou os olhos de Lissa.

“Por favor, Sra. Kirova, deixe Rose ficar.”

Repentinamente, a expressão dela se tornou um pouco mais amena.

“Se a Srta. Hathaway ficar, será da minha maneira.” Ela se virou para Rose “sua matrícula regular na St. Vladmir é de caráter estritamente probatório. Saia da linha uma vez e você estará fora. Você deverá freqüentar todas as aulas e treinamentos exigidos para os novatos de sua idade. Você também treinará com o Guardião Belikov em cada tempo livre que tiver, antes e depois das aulas. Fora isso, você estará banida de qualquer evento social que tiver, exceto nos horários das refeições, você deverá permanecer em seu quarto. Não cumpra com qualquer uma destas regras, e você será mandada... embora.”

Rose sorriu e eu tive vontade de ir até ela e mandar que ficasse quieta. Ela tinha que se satisfazer com aquilo. Nós tínhamos conseguido reverter a situação a seu favor, de qualquer forma.

“Banida de todas as atividades sociais? Você está tentando nos manter separadas? Está com medo que nós fujamos novamente?”

“Estou tomando precauções. Tenho certeza que você se lembra que nunca foi punida por destruir propriedade da escola. Você tem muito o quê compensar. Está lhe sendo oferecida uma proposta muito generosa. Eu sugiro que você não deixe sua atitude colocar tudo em risco.”

Rose se armou para dar uma resposta a Diretora, mas parou ao olhar para mim. Eu tentei transmitir para ela confiança, mas eu sabia que nós não nos conhecíamos tão bem para nos entendermos desta maneira. Ela desviou do meu olhar, encarando o chão, ficou pensativa por alguns momentos. Logo após, olhou corajosamente para Kirova.

“Está bem. Eu aceito.”
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty Re: [FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

Mensagem por tjlroza Ter Out 25, 2011 9:23 am

Tá muito boa. Voçê escreve muito bem. Continua.....

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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 09

Mensagem por shadowangel Qua Out 26, 2011 6:29 pm

Após aquela tensa reunião, levamos as duas garotas para ver um conselheiro pedagógico. Ele iria distribuir os horários das disciplinas para elas. Enquanto esperávamos na ante-sala, Kirova ainda parecia alterada. Eu podia notar claramente que ela não gostava muito de Rose. Ela andava de um lado para o outro, estalando os dedos.

“Essa garota ainda vai nos trazer problemas. Você não a conhece, não pode imaginar no que está se metendo.” Ela falou, obviamente se referindo a mim, como se eu tivesse tido alguma escolha.

Alberta deu um passo à frente, finalmente falando com um tom de final de assunto “vamos ver como ela se sai treinando com Belikov.”

Quando a Princesa saiu da sala do aconselhador, Kirova a acompanhou para sua primeira aula. Eu e Alberta ficamos esperando por Rose. Ela se voltou para mim.

“Belikov, eu sei que Kirova não estava nada satisfeita com o retorno de Rose Hathaway. Ela tem suas razões e, eu devo alertá-lo que Rose não é nada fácil. Todo cuidado é pouco, Belikov. Em todos os sentidos.” Ela me lançou um olhar muito sábio. Eu entendi bem aquelas palavras dela. Rose era conhecida por ser irreverente e desafiadora, mas também era conhecida por ser extremamente bonita. E pior, ela sabia como usar a sua beleza. Eu ignorei o duplo sentido do alerta de Alberta. Claro que eu não sucumbiria desta forma.

“Eu realmente não esperava essa missão, mas não sou de recuar frente a um desafio. Darei a ela um treinamento severo. Se ela quer ser guardiã da Princesa, deverá fazer por onde para conseguir isso.” Mantive meu rosto firme e imparcial quando falava. Alberta me estudou por alguns momentos, seu rosto se tornando novamente duro, como de qualquer guardião.

“Certamente, Rose será encaminhada para as aulas regulares com os outros alunos da idade dela. Isso significa que logo mais terá aula com o Guardião Alto. Ele é outro que não gosta nada dela. Já que agora você é seu mentor, aconselho que acompanhe de perto este seu primeiro dia. Assim você poderá levantar alguns pontos para trabalhar de forma rígida. Creio que serão muitos.”

Eu apenas assenti e me afastei até uma janela, somente para cortar o assunto. A janela era pintada de preto para bloquear os raios solares, por isso não dava para ver o que estava lá fora. Eu só conhecia Rosemarie Hathaway há menos de um dia e ela já tinha desarrumado a minha vida. Tudo que eu havia planejado tinha saído de sua posição original. Eu deveria levar minha vida como guardião de Lissa e instrutor da Academia, mas agora eu me via com a responsabilidade de treinar uma garota que aparentava não querer ser ajudada.

Pouco tempo depois, Rose saiu de uma sala, sacudindo um papel com seu horário escolar. Nós a levamos para o ginásio, onde ela teria a sua primeira aula. Andamos à sua frente. Eu estava completamente consciente da sua presença, mas me mostrei distante e imparcial, como eu sempre era. Realmente eu não estava gostando das sensações que Rose provocava em mim. Sensações que eu ainda não sabia bem explicar o que eram.

Quando chegamos à sala de aula, todos os alunos olharam para Rose. Uns com ar de espanto, outros, de admiração, outros, de deboche. Ela não se deixou abalar e se manteve por cima. Olhou para todos de queixo erguido demonstrando não temer ninguém. Os olhos dela encararam cada rosto da sala, até que pararam em um dos garotos com cabelos vermelhos e a pele coberta de sardas.

“Hey Mason, enxugue essa baba, cara. Se você vai pensar em mim nua, faça isso em um lugar apropriado.”

Todos deram um sorriso abafado, e o garoto deu um sorriso torto, constrangido. Eu podia esperar que ela falasse qualquer coisa, mas não imaginava que seria uma idiotice dessas. Ainda me mantive sério. De fato, eu não achei nada engraçado.

“Essa é a minha vez, Hathaway. Estou conduzindo a aula de hoje.” Ele respondeu e eu pude perceber que eles eram amigos.

“Ah, é? Então eu acho que essa é uma boa hora para você pensar em mim nua.” Rose voltou aquele ponto e meu incomodo cresceu. Como ela queria ser respeitada se ela mesma não se dava o respeito?

“Sempre é uma boa hora para pensar em você nua.” Outro garoto, Edson Castile, falou saindo da parte de trás da sala de aquecimento e se juntando, sorridente, ao grupo.

Garotos estúpidos. Só pensavam em mulheres, como todo adolescente, e Rose ficava alimentando a fantasia deles. Senti o meu incomodo se tornar uma irritação. ‘Em que eu fui me meter? O estúpido sou eu por ter aceitado treiná-la’ murmurei em russo, balancei minha cabeça negativamente, enquanto me retirava. Eu tive um impulso de ir para mais longe possível dali e andei até o pátio principal do campus. Parei abruptamente, tentando organizar minhas emoções. O que estava acontecendo comigo? Eu realmente não estava me reconhecendo naquela manhã. Eu me sentia profundamente irritado por causa e uma brincadeira entre colegas de escola. Respirei fundo organizando meus sentidos e retomando meu controle. Eu precisava me focar no trabalho que eu teria pela frente. Alberta tinha razão. Eu deveria observar a aula e levantar os pontos para trabalhar com Rose, logo mais.

Voltei para o ginásio e a aula já havia começado. Subi para uma sala de musculação que ficava na parte superior, onde tinha uma grande janela de vidro, com vista para a quadra onde eles treinavam. Dali, eu não poderia ouvir o que eles falavam mas eu podia observar tudo, sem ser notado. Rose estava tentando lutar com Mason. Bem tentando lutar era bondade minha. Ela estava levando uma boa surra. Também não parecia conhecer os golpes, manobras e exercícios. Seu grande despreparo era gritante, principalmente perto dos seus colegas.

Bem, eu tinha que reconhecer que ela era bem rápida e perspicaz. Também tinha muita firmeza e força. Ela só precisava de treino. Muito treino. Olhando Rose de longe, toda irritação que eu senti mais cedo, se dissipou. Novamente, me senti responsável por ela e senti vontade de ajudá-la. Eu tinha que fazer isso por ela. Eu iria treiná-la e ela se tornaria uma grande guardiã. Eu verdadeiramente acreditava nisso.

Chequei o horário e eu ainda teria algum tempo antes da aula de Stan. Segui para área comum dos guardiões. Eu precisava comer algo e planejar, ainda que fosse mentalmente, como seriam meus dias dali para frente. O refeitório estava praticamente vazio, a maioria dos guardiões estava em serviço, naquele horário. Peguei um sanduiche de queijo e um café quente e forte. Enquanto comia, puxei um bloco de anotações e comecei a traçar os exercícios que daria a Rose durante os treinamentos. Terminei meu café da manhã e segui para a sala de Stan Alto.
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 10

Mensagem por shadowangel Sex Out 28, 2011 7:49 pm

Cheguei à sala de aula e muitos alunos já estavam lá, inclusive Rose, que conversava alegremente com os colegas. Aparentemente, ela não me percebeu entrando, novamente mostrando seu despreparo. Isso era uma das primeiras coisas que eu trabalharia com ela: nunca deixar de observar cuidadosamente todo ambiente que estivesse. Alguns guardiões também estavam e me juntei a eles, no fundo da sala, apenas os cumprimentando com a cabeça, sem dar maiores explicações. Os guardiões, quando não estavam de plantão para guardar a Academia, ou em atividades externas, ou ainda dando aulas, podiam monitorar as aulas dos novatos e até opinarem, se desejassem.

Stan ensinava na Academia há muito tempo, suas aulas versavam sobre tudo que um guarda costa deve saber. Era um assunto exigido para todos os alunos do terceiro ano. Bem, na verdade, o currículo desta aula começava no primeiro ano, de forma que o novato que tivesse perdido os dois primeiros anos, nada saberia agora, como era o caso de Rose.

Ele chegou e entrou, com seu mau humor usual, seus olhos imediatamente caindo em Rose. Eu pude sentir uma ponta de sadismo no olhar dele. Então ele circulou a sala, com uma expressão fingida de surpresa, e parou ao lado da carteira dela.

“O que é isso? Ninguém me disse que teríamos uma palestrante convidada hoje. Rose Hathaway. Que privilégio! Que generosidade sua encontrar uma folga na sua agenda tão apertada e vir até aqui, dividir o seu conhecimento conosco.”

Eu não podia ver o rosto dela mas, pela forma de como ela se encolheu no seu lugar, eu podia dizer que ela ficou um pouco constrangida com aquilo. Eu realmente esperava que ela assumisse sua fama de irreverente e desse uma resposta mau educada a ele, mas não, novamente Rose me surpreendeu. Ela ficou calada. O rosto de Stan se tornou ainda mais sádico.

“Bem, venha, venha,” ele falou fazendo um gesto para que ela se levantasse “não sente aí! Venha para frente para que possa me ajudar a ensinar à turma.”

Rose se encolheu ainda mais, quase sumindo dentro da cadeira. Era realmente uma maldade para se fazer com um aluno, principalmente em seu primeiro dia de aula.

Quando ela falou, sua voz era quase inaudível “você não quer realmente dizer que-“

“Eu quis dizer exatamente o que eu disse, Hathaway! Vá para frente da classe!” Ele falou com sua expressão absurdamente séria. Um silêncio sepulcral tomou conta da sala. Eu podia ver a tensão irradiar não sé de Rose, mas também do outros alunos. Sem escolhas, ela se levantou, com passos firmes e se colocou à frente. Tentando esconder o nervosismo, ela deu à turma um olhar altivo, ao mesmo tempo em que jogava seus longos cabelos para trás, em um gesto muito gracioso. Ela sorriu descontraidamente, enquanto nos olhava.

Stan começou a andar em volta de Rose, com um sorriso irônico.

“Então, Hathaway?” Ele perguntou com uma falsa alegria “nós ilumine com suas técnicas protetoras.”

“Minhas... técnicas?”

“Claro. Porque, presumivelmente, você deve ter tido algum tipo de plano, um que o resto de nós não podia entender, para que você levasse uma Moroi da realeza, menor de idade, para fora da Academia, a expondo a constantes ameaças Strigois.”

Nossa, isso realmente tinha virado uma espécie de lenda na Academia. Todos acreditavam mesmo que Rose tinha seqüestrado Vanilisa. Era como se eu pudesse ouvir as palavras de Kirova novamente, mas desta vez, ditas por Stan. Era uma reputação que Rose dificilmente conseguiria desconstruir.

“Nunca encontramos com nenhum Strigoi.” Ela falou rigidamente.

Ele sorriu, com deboche “isso é óbvio. Dá para perceber isso, uma vez que você ainda continua viva.”

Rose respirava fundo, claramente tentando dominar sua natureza explosiva. Stan continuou.

“Então, como você fazia? Como você se certificava para que ela continuasse segura? Vocês evitavam sair à noite?”

“Algumas vezes.”

“Algumas vezes” Ele repetiu, com uma voz aguda, imitando o tom de Rose “Bem, eu suponho que você dormiu durante o dia e ficou de guarda à noite.”

“Err... não.”

“Não? Mas isso é umas das primeiras coisas mencionadas no capítulo sobre guarda solo. Oh, espere, você não podia saber disso. Você não estava aqui.”

“Eu vigiava a área sempre que nós saíamos.”

“Oh! Isso já é algo! Você usava o Método de Fiscalização do Quadrante Carnegie ou a Análise Rotativa?”

Ela ficou em silêncio. Claro que ela não conhecia nenhum destes métodos.

“Ah, eu acho que você usou o Método Olhar-Em-Volta-Quando-Se-Lembrava Hathaway!”

Eu realmente não estava concordando com os ‘métodos pedagógicos’ de Stan, mas tinha que admitir que ele tinha certa razão. Rose não estava preparada para ser uma guardiã. Era um verdadeiro milagre que a Princesa ainda estivesse viva. Rose não atentava para coisas básicas e simples de segurança, que deveriam ser uma rotina. Em tão pouco tempo, eu mesmo havia presenciado situações que a surpreenderam pelo simples motivo dela não ter observado bem os arredores.

“Não!” Rose exclamou, com seu constrangimento dando lugar a uma grande irritação “isso não é verdade! Eu a vigiei. Ela ainda está viva, não está?”

Ele se voltou para Rose, a olhando de frente, com o rosto quase colado no dela “porque você teve sorte!”

“Strigois não estão à espreita, em cada esquina, lá fora. Não é como nós temos aprendido. É mais seguro do que vocês fazem parecer.”

“Seguro? Seguro? Nós estamos em guerra contra os Strigois!” Ele gritou, totalmente fora de controle “Um deles poderia ter ido até você e quebrado o seu lindo pescocinho, antes mesmo que você notasse – e eles nem chegam a suar, fazendo isto! Você pode ter mais velocidade ou força do que um Moroi ou um humano, mas você não é nada, nada, comparada a um Strigoi. E eles são mortais e são perigosos. E você sabe o quê os deixam mais poderosos?”

Rose parecia extremamente humilhada, tanto que eu tive a impressão que ela começaria a chorar a qualquer momento. Eu observava tudo, lembrando de quando olhei, pela janela em Portland, para ela e a Princesa dormindo despreocupadamente. Ela realmente precisava ser chamada à realidade. Bem, assim eu pensava.

Mas Rose desviou os olhos de Stan e passou pelos guardiões, que assistiam a tudo, imparciais, e pararam em mim, como uma forma, talvez inconsciente, de pedir socorro. Realmente, ele estava extrapolando, mas eu não podia sair em defesa dela toda vez que ela fosse cobrada por ter fugido com Vanilisa. Se eu seria o seu mentor, eu teria que ensiná-la a arcar com as conseqüências de seus atos. Aquela era uma boa hora. Por isso, contrariando a minha vontade de tomar a palavra, me mantive neutro.

“Sangue Moroi.” Ela sussurrou, ainda me olhando.

“O que foi isso? Eu não ouvi.”

Rose se voltou para encará-lo, com a raiva ardendo em seus olhos “sangue Moroi!” ela exclamou “sangue Moroi os deixam mais fortes!”

Stan deu dois passos para trás, se afastando dela.

“Sim. É isso. Os deixam mais fortes e mais difíceis de se destruir. Eles matam e bebem de humanos ou dhampirs, mas eles querem sangue Moroi mais que todo o resto. Eles procuram por isso. Eles se viraram para o lado negro para ganhar imortalidade, e eles fazem qualquer coisa para manter essa imortalidade. Strigois, desesperados, já atacaram Morois em público. Grupos de Strigoi já invadiram Academias iguais a esta. Existem Strigoi que estão há vários séculos se alimentando de gerações de Morois. Eles são quase impossíveis de se matar. E esse é o porque do número de Morois estar caindo. Eles não são fortes o suficiente – mesmo com guardiões – para se protegerem. Alguns Morois nem estão mais querendo fugir e simplesmente se entregam aos Strigois por vontade própria. E quanto mais desaparecem os Morois...”

“... mais desaparecem os dhampirs.” Rose completou.

“Bem, parece que você aprendeu alguma coisa, apesar de tudo. Agora precisamos ver se você aprende o suficiente para passar nessa matéria e se qualificar para o campo prático, no semestre que vem.”

O campo prático eram testes rigorosos aos quais os guardiões novatos eram submetidos antes da formatura. Todas as técnicas aprendidas por eles eram testadas à exaustão pelos guardiões da Academia para determinar se eles estavam aptos para guardar um Moroi. Rose voltou para o seu lugar e permaneceu o resto da aula, encolhida em sua carteira. Eu a observava imaginado quanto de trabalho eu teria para deixá-la apta para estes testes.
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 11

Mensagem por shadowangel Dom Out 30, 2011 9:15 am

Naquela manhã Rose, depois de Stan, ainda teve duas aulas. Uma delas foi prática. Era uma matéria que abordava técnicas de defesa. Eu fui ao ginásio, novamente assistindo a performance dela, da sala de musculação, onde eu tinha a observado, mais cedo. Mais uma vez, Rose foi massacrada pelos seus colegas. Ela era muito, muito rápida e bastante forte, mas precisava de técnica e de condicionamento físico. Ela tinha pouca resistência, se cansando rápido. Mas era obstinada. Não se rendia facilmente e, quando lutava, era uma brava guerreira. Isso tudo já era um bom começo. Era como uma pedra bruta que precisava ser lapidada.

Quando chegou a hora do almoço, eu me dirigia para o prédio do guardiões quando avistei Rose andando desengonçadamente pelo campus, indo em direção a área comum dos alunos. Segui um impulso, e fui até ela, sem saber exatamente o que falar. Isso era algo raro de acontecer comigo, já que eu sempre fui ciente de todos os meus gestos e atitudes, tudo que eu fazia sempre era bem pensado e planejado, mas naquela hora, tive necessidade de falar com ela, qualquer coisa. Com passos largos, a alcancei rapidamente, e comecei a caminhar ao seu lado.

“Suponho que você tenha visto o que aconteceu na aula de Stan?” Ela perguntou, antes que eu pudesse pensar em alguma coisa para falar.

“Sim.”

“E você não acha que ele foi injusto?”

“Ele não estava certo? Você achar que estava inteiramente preparada para proteger Vanilisa?” Eu esperava que ela esbravejasse, mas ela simplesmente olhou para o chão. Cheguei a conclusão que eu realmente não a conhecia.

“Eu a mantive viva” ela falou com uma voz quase inaudível.

“Da mesma forma de como você foi lutando com os seus colegas hoje?” Eu sabia que era uma pergunta maldosa, mas precisava ser feita. Rose era muito autosuficiente e ela precisava entender que não se podia brincar quando vidas dependeriam dela. Ela não respondeu nada. Na verdade, eu não estava a provocando. Eu, de fato, só queria ajudar. Eu só queria que ela enxergasse isso.

“Se você não consegue lutar contra eles-“

“Sim, sim, eu sei” ela me cortou impacientemente. Ela andava mancando, mas se esforçava para acompanhar meus passos. Eu me retardei, para acompanhá-la.

“Você é forte e rápida por natureza. Você só precisa se manter treinada. Você não praticou nenhum esporte enquanto esteve fora?” Aquilo era uma coisa que eu realmente precisava saber. Se eu ia treiná-la, eu precisava saber se eu teria que começar do zero ou continuar de onde ela teria parado. Se ela tivesse praticado algum tipo de atividade física, eu poderia tentar retomar de onde ela estava. Eu tinha esperanças disso, apesar de ter certeza que ela passou longe de qualquer exercício.

“Claro” ela mentiu descaradamente, dando de ombros “aqui e ali.”

“Você não se juntou a nenhuma equipe?”

“Muito trabalho. Se eu quisesse treinar tanto, eu teria ficado aqui.”

Aquela foi uma resposta infantil e se tinha uma coisa que me irritava muito era imaturidade. Eu a olhei de uma maneira nada amigável. Naquela hora, ela se mostrou a criança que ainda era. Assumi minha postura dura e imparcial.

“Você nunca vai ser capaz de proteger a Princesa se não aperfeiçoar suas habilidades. Você sempre ficará para trás.”

“Eu serei capaz de protegê-la”ela falou ferozmente.

“Você não tem nenhuma garantia de que será designada para ela – seja no seu campo prático ou depois da formatura.” Falei baixo, de forma fria e calma “ninguém quer quebrar essa ligação de vocês – mas ninguém vai dar ela um guardião inadequado. Se você quiser ficar com ela, então terá que se esforçar para isso. Você tem suas aulas. Você tem a mim. Use-nos, ou não. Você é a escolha ideal para proteger Vasilisa, depois que vocês duas se formarem – isso se você conseguir provar que é digna disso. Espero que você consiga.” Eu, de fato, acreditava nela. Logo percebi que não consegui me manter com raiva dela por muito tempo. Eu tinha necessidade de ajudá-la, ainda que fosse somente com palavras. Ela me olhou e quando eu pensei que ela fosse contra argumentar as minhas palavras, ela simplesmente falou “Lissa. Chame-a de Lissa.”

Realmente Rose era difícil, como muitos disseram. Eu apenas a estudei por poucos momentos e sem falar mais nada, virei as costas e me afastei, com os sentimentos confusos. Eu não sabia se sentia raiva, irritação ou simplesmente decepção. Eu era o único naquela Academia inteira que tinha a defendido e de verdade, estava se preocupando com o futuro dela e tudo o que ela fazia era me tratar com grosseria e mau humor. Ela não demonstrava nem um pouco de gratidão. Eu tinha uma sólida carreira como guardião e podia estar colocando tudo a perder por causa de uma garota arrogante. Mas agora eu não tinha mais nada a fazer do que treiná-la e ela não teria escolha a não ser ter aulas comigo. Se ela estava mancando agora por causa de duas simples aulas práticas, ela não conseguiria se quer se mexer depois da minha primeira aula.

Voltei ao meu caminho anterior e segui para área comum dos guardiões, fui direto ao refeitório e almocei, sem conversar com ninguém. Aos poucos, senti meu humor melhorar. À tarde, fui para as turmas onde eu dava aulas. O tempo passou rapidamente e logo, o dia escolar tinha terminado. Mas não para mim. Era hora de treinar Rose. Segui para o ginásio e preparei alguns aparelhos para as séries que ela faria. O tempo foi passando e nada dela chegar. Eu checava as horas a todo o momento e não podia acreditar que ela estava tão atrasada ou pior, que não viria. Em seu primeiro dia, ela já estava desobedecendo uma das principais condições impostas por Kirova para sua permanência na Academia. Se a diretora desconfiasse disso, não pensaria duas vezes antes de expulsá-la definitivamente. Resolvi ir buscá-la e não tive nenhuma dificuldade em encontrar. Rose estava conversando com Lissa, próximo a uns arbustos do jardim.

“Liss, e você vai ficar...” Rose falava, quando me aproximei.

“Louca?” Lissa completou antes que ela pudesse falar qualquer coisa. Eu tive um impulso de interromper a conversa das duas, mas a curiosidade falou mais alto. Elas podiam estar falando sobre a fuga delas e isso era algo que me interessava muito, então, fiquei ouvindo por um momento.

“Eu não quis dizer...” Rose tinha uma voz levemente constrangida.

“Tudo bem. Está bem. Nós ficamos e eu vou me manter distante de tudo isso. Nós vamos seguir a correnteza, como você quer. Andar com Natalie, eu acho.”

“Tudo bem,” Rose falou após pensar um pouco “vamos ver como as coisas vão. Se alguma coisa der errado – qualquer coisinha – nós partimos, sem discussão.”

Elas estavam entrando em um acordo sobre algo e eu queria mesmo ter ouvido o começo da conversa. Elas iriam fugir se alguma coisa desse errado. De repente, olhei para mim. Isso era ridículo. Eu estava praticamente escondido, ouvindo a conversa de duas garotas. Comecei a andar novamente, dando a volta para o lado do arbusto onde elas estavam.

“Rose?” perguntei tranquilamente, mantendo minha neutralidade de sempre. Elas se viraram como uma, ao som da minha voz “você está atrasada para o treino.” Olhei para Lissa e lhe dei um pequeno aceno “Princesa”. Uma olhou para outra e sem despedidas ou qualquer palavra, se separaram. Comecei a andar para o ginásio e Rose me seguiu, silenciosamente.
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Mensagem por Convidad Dom Out 30, 2011 6:07 pm

Nossa, parabéns mais uma vez, eu to adorando.
Eu só gostaria de observar uma coisa:
O Dimitri esta falando de Lissa, pelo nome de Vanilissa, e o correto se nao me engando é Vassilissa.

Convidad
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty Re: [FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Luna Hathaway Dom Out 30, 2011 7:17 pm

Quase, Thaís. Tá descrito no livro como Vasilisa Wink
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Mensagem por shadowangel Seg Out 31, 2011 7:10 pm

hummm qdo eu tiver tempo, eu corrijo isso aí...
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[FanFic] Vampire Academy (O Beijo das Sombras) - Por Dimitri Belikov Empty CAPÍTULO 12

Mensagem por shadowangel Seg Out 31, 2011 7:12 pm

Quando passávamos pelo pátio principal, que ligava os prédios do campus, Rose parou abruptamente. Eu demorei pouco tempo para perceber que ela não estava mais andando ao meu lado, me virei e vi que ela estava imóvel, como uma perfeita estátua. Que brincadeira era aquela? Será que ela nunca se cansava de agir como uma criança? Senti uma grande irritação tomar conta de mim. Andei até ela.

“O que houve?” perguntei, tentando manter minha paciência, mas ela não respondeu. Eu me abaixei um pouco e a olhei com mais atenção. Ela estava parada, seu olhar estava perdido e a respiração quase suspensa. Passei a mão no ar, em frente aos seus olhos e ela nem se quer piscou. Eu olhei em volta, desejando que ninguém presenciasse aquilo. O pátio estava ficando cada vez mais vazio e os poucos alunos que ainda passavam por ali, estavam tão preocupados com seus próprios afazeres que não nos olhavam. Os horários da Academia eram muito severos e as regras eram rígidas. Depois das aulas, os estudantes se apressavam para os seus quartos para se prepararem para o jantar.

“Rose? O que está acontecendo?” perguntei mantendo minha voz neutra. Ela não respondeu e não se mexeu. Eu a encarei e fiquei olhando fundo nos seus olhos por um bom tempo. Ela não teve reação alguma. Aquilo não estava parecendo uma brincadeira. Rose não estava ali. Seus olhos eram vazios. Senti uma estranha preocupação tomar conta de mim, eu não sabia explicar aquele sentimento e nem porque eu estava sentindo, mas eu sabia que era mais que uma preocupação. Era medo. Isso. Muito medo. Eu a segurei pelos ombros e sacudi um pouco.

“Rose? Rose?”

Desta vez funcionou. Ela começou a piscar rapidamente e a respirar de forma pesada. Ela me olhou como se estivesse acordando de um transe.

“Você está bem?” perguntei, ainda analisando cada gesto dela, tentando descobrir o que tinha ocorrido. Eu nunca tinha visto algo assim.

“Eu... Sim. Eu estava... estava com Lissa...” ela respondeu, colocando a mão na testa, onde saíam pequenas gotas de suor “eu estava em sua cabeça.”

“Sua... cabeça?”

“Sim, faz parte da nossa ligação mental.” Ela respondeu com ar de pouca conversa. Percebi que ela não estava querendo aprofundar o assunto.

“Ela está bem?” falei sem saber ao certo o que perguntar. Eu tentei agir com naturalidade, mas minha cabeça estava girando tentando enxergar tudo logicamente. Definitivamente eu precisaria estudar sobre ligações mentais.

“Sim, está...” Ela hesitou por um momento e eu não conseguia para de olhar para ela, enquanto tentava descobrir, pela sua expressão, se tudo estava realmente bem “Ela está bem.” Ela falou por fim.

“Você pode continuar?”

Os olhos de Rose passaram pelo meu rosto, como se analisasse cada traço das minhas feições. Eu poderia dizer que vi um traço distante de admiração em sua expressão, mas que se desmanchou rapidamente. Logo, ela desviou o olhar, visivelmente constrangida. Eu ainda estava preocupado com aquela cena que eu havia acabado de presenciar, e a cada vez eu a entendia menos. Rose tinha atitudes imprevisíveis a todo tempo. Atitudes que eu não conseguia ler com clareza. Ela olhou para o lado, começando a caminhar novamente.

“Sim, eu estou bem.” Ela respondeu baixo.

Chegamos ao ginásio e eu lhe mostrei o armário que eu tinha separado, mais cedo, para ela. Um Moroi, que trabalhava no ginásio da Academia, tinha providenciado umas roupas de ginástica para Rose, como eu havia solicitado. Ela tinha passado o dia inteiro nas aulas práticas usando calça jeans e camiseta. Estes não eram trajes próprios para treino. Ela foi ao vestiário trocar de roupas enquanto eu fui para sala de musculação. Em pouco tempo ela chegou, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, no alto de sua cabeça e ela estava vestindo um top e calças justas, que mostravam bem seu corpo. E que corpo. Tive que usar muito do meu autocontrole para me mostrar indiferente para ela, apesar de ser bem difícil ignorá-la. Realmente, eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Ela era apenas uma garota, minha aluna agora, e não era a primeira vez que eu me pegava admirando sua beleza. Isso não era certo, eu sabia disso e repetia para mim mesmo, mas não estava conseguindo evitar.

“Sabe o que eu estava pensando?” Rose falou, trazendo minha mente de volta à sala de ginástica “quem sabe você poderia me dispensar do treino, só por hoje?”

Eu fingi um sorriso. Apesar do seu tom divertido, eu sabia que ela não estava brincando e sim sugerindo que eu fizesse isso mesmo. Ela realmente não me conhecia. Eu podia fazê-la treinar a madrugada inteira, se quisesse. Sua expressão irritada me mostrou que eu estava certo.

“O quê é engraçado?” ela perguntou séria, cruzando os braços.

“Oh,” falei, imediatamente fechando o rosto “você falou sério?”

“É claro que eu falei! Veja bem, eu estou tecnicamente acordada há dois dias. Porque nós temos que começar a treinar agora? Deixe-me ir para a cama. É só por uma horinha.”

Eu cruzei os meus braços e a olhei seriamente, forçando-me a entrar no modo negócios. Eu não podia me deixar levar por ela. O treinamento era algo importante e que ela estava precisando muito. Além do mais, eu não era uma pessoa de relaxar. O certo, agora, era treinar e era isso que ela faria. Um guardião não tem que escolher seus horários. Isso já fazia parte do treinamento.

“Como você se sente agora? Após as aulas que você teve mais cedo?” perguntei duramente.

“Eu me sinto quebrada.”

“Você vai se sentir pior amanhã.”

“E daí?”

“E daí que é melhor você entrar de cabeça no treinamento agora, enquanto você não se sente... tão mal.”

“Que lógica estranha é essa?”

Eu não respondi, apenas a acompanhei para o lado da sala onde estavam os aparelhos de musculação. Eu mostrei as séries que eu queria que ela fizesse e cada aparelho que ela deveria usar. Eu não considerava aqueles exercícios duros, mas como ela estava sem treinamento há dois anos, seu corpo reclamaria muito, eu sabia disso, mas tudo tinha que ter um começo. Ela se sentou em uma das estações de ginástica e começou a levantar peso. Eu fui para uma das cadeiras que estavam ali e peguei o livro que eu estava lendo. Eu sentia que precisava manter minha mente longe dali por alguns momentos. Eventualmente, eu corrigia a sua postura e ajustava os seus movimentos. Mas me esforçava para não olhar muito para ela, enquanto fazia isso.
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Mensagem por shadowangel Qua Nov 02, 2011 11:01 pm

Quando ela terminou todas as séries, fui para o lado dela e demonstrei alguns alongamentos. Ela copiou os meus movimentos e me olhava com ar travesso. Algo viria dela, em breve.

“Como você acabou se tornando guardião de Lissa? Você não estava aqui, alguns anos atrás. Ao menos, você foi treinado nesta escola?”

Aquela pergunta dela me pegou desprevenido. O máximo que eu conversava com as pessoas eram assuntos de trabalho ou corriqueiros. Com alunos, então, somente falava assuntos da própria aula. Era bem verdade que eu não dava às pessoas abertura para que elas me questionassem sobre a minha vida. Eu organizei as minhas idéias, escolhendo as palavras para responder à sua pergunta. Então, optei pelo óbvio.

“Não. Freqüentei uma escola na Sibéria.”

“Nossa! Esse deve ser o único lugar pior que Montana.”

Era engraçado ela falar aquilo, até porque eu não achava nenhum dos dois lugares ruim. Eu dei um pequeno e fechado sorriso. Estranhamente, ela estava fazendo com que eu me sentisse bem e relaxado.

“Depois que me graduei, trabalhei como guardião de um lord da família Zeklos. Ele foi morto recentemente.” Falei estas últimas palavras, perdendo todo divertimento que sentia antes. Eu sentia falta de Ivan e ainda não conseguia me perdoar pelo que tinha acontecido com ele. Tentando disfarçar meus sentimentos tristes, me foquei na primeira pergunta dela sobre ser guardião de Lissa.

“Fui mandado para cá porque eles necessitavam de guardiões extras no campus." Não era exatamente uma mentira, já que a Academia precisava mesmo de guardiões. Eu estava, apenas, invertendo a ordem dos acontecimentos.

"Quando a Princesa foi encontrada, eles me designaram para ela, já que eu estava por perto. Não que ela precise disso, até que ela deixe o campus.” Contei uma história que seria convincente para ela, omitindo os detalhes dos interesses políticos da rainha e da preocupação que todos tinham por Lissa ser a última Dragomir. Eu não podia dizer a Rose assuntos que eram privativos da alta administração Moroi. Ela era apenas uma adolescente colegial, provavelmente não entenderia a necessidade de preservar uma pessoa de uma família real tão rara.

“Esse lord morreu durante o seu turno?” Ela perguntou se focando na minha história. Aquilo me deixou um pouco sem jeito. Eu realmente pensava que ela iria querer saber mais sobre a minha designação para Lissa e não sobre a minha vida pessoal.

“Não. Ele estava com seu outro guardião. Eu estava longe.” Falei simplesmente, sentindo aquela nostalgia tomar conta de mim novamente. Era um assunto que me entristecia muito. Os olhos dela me analisaram por alguns momentos. Seu rosto era cheio de compreensão. Se Rose não fosse uma garota de apenas dezessete anos, com pouquíssima experiência de vida, e que eu conhecesse há tão pouco tempo, poderia dizer que ela estava compreendendo cada palavra que eu falava, e também que eu omitia, sobre a perda de Ivan. Mas era loucura minha pensar isso. Não era possível que esse entendimento viesse dela. Então, achei melhor pensar que ela estava apenas sendo solidária e educada.

“Ei,” ela falou de forma descontraída “foi você que ajudou a fazer aquele plano que nos trouxe de volta? Aquilo foi muito bom. A força bruta e tudo mais.”

Ela forçou uma mudança repentina de assunto, claramente percebendo o meu incômodo em falar de Ivan. Mas o novo assunto que ela tinha puxado me surpreendeu. Era um elogio. Nossa, ninguém da Academia tinha me elogiado por ter conseguido resgatar a Princesa. Agora, justamente Rose estava fazendo isso. Ela, de todas as pessoas. Eu levantei uma das minhas sobrancelhas, abaixando a outra, com eu sempre fazia quando algo me interessava ou intrigava.

“Você está me elogiando por isso?”

“Bem, foi bem melhor que a tentativa anterior deles.”

“Tentativa anterior?” Do que ela estava falando? Não tinha havido tentativa anterior.

“Sim. Em Chicago. Com um monte de psi-hounds.”

“Esta foi a primeira vez que encontramos vocês. Em Portland.”

Ela parou de se alongar e sentou, cruzando as pernas “Hum, eu não acho que imaginei psi-hounds. Quem mais poderia tê-los enviado? Eles só respondem aos Morois. Talvez ninguém tenha lhe contado.”

Impossível. Os relatórios sobre elas eram extremamente complexos. Em momento algum mencionava psi-hounds. Muito menos que elas haviam sido localizadas de uma outra vez. Ao mesmo tempo, Rose não parecia estar inventando uma história.

“Talvez.” Falei finalizando aquela conversa. Não queria demonstrar para ela a minha curiosidade por aquilo que ela tinha falado, mas eu iria tentar investigar se era realmente verdade. Eu a dispensei da aula, e ela foi para o seu dormitório. Eu permaneci ali, na sala de ginástica. Peguei um peso de mão em cada lado e comecei a flexionar os braços, repassando mentalmente a recente conversa que eu tinha tido com Rose.





Naquela noite dormi pesadamente. Eu estava acordado há mais de dois dias e me sentia exausto. Na manhã seguinte, levantei cedo e fui ao ginásio para treinar Rose. Exatamente como eu tinha previsto, ela chegou se queixando de muitas dores musculares. Claro que isso aconteceria, ela não se exercitava há muito tempo, era natural que seu corpo reclamasse. Novamente ela queria ser liberada dos treinos, mas eu não cedi, antes, mandei que ela repetisse toda a série que eu tinha ensinado na aula anterior e complementei mandando que ela corresse pelo campus. Ela reclamou, como esperado, mas não teve outra escolha, a não ser obedecer.

Em um horário livre que eu tive, passei direto para a sala dos instrutores da Academia com o relatório sobre Lissa e Rose do serviço de inteligência dos guardiões em baixo do braço. Passei o resto da manhã relendo atentamente aquelas folhas, não que eu já não tivesse feito isso, mas achei melhor ler novamente, algo podia ter passado despercebido. Como eu já sabia, nada era mencionado sobre Chicago ou psi-hounds. Se Rose o que Rose estava falando era verdade, quem havia enviado psi-hounds até ela? Se não tinha sido a segurança da Academia e nem a segurança da Corte, quem mais teria interesse em capturá-las?

Estas eram perguntas que, por hora, ficariam sem respostas.
shadowangel
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