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Como?

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Mensagem por Lu Seg Out 17, 2011 9:06 pm

Título: Como?
Autor: Eu
Gênero: Drama
Classificação: Livre
Terminada: [ X] Sim [ ] Não
Sinopse: Um casal, um amor, uma vida. Tudo prestes a mudar de um momento para o outro. Como pode a vida se transformar tão depressa.

NT: esta fic contem factos veridicos, factos esses que eu vivi mesmo, mas estou aqui para vos contar a minha curta historia. Principalmente a voces a quem eu adoro muito e que sei se preocuparem comigo. Muito obrigada pelo vosso carinho. Adorovos muito.


***************


Uma tarde maravilhosa aquele casal tinha passado. Uma ida ao cinema, seguida de passeio com um jantar romântico a finalizar. Tudo era perfeito. Havia amor, brincadeiras, por vezes zangas, mas qual é o casal que não as tem?
Sozinha em casa, no seu quarto, Luana revive aquela noite e como desejava que assim continuasse. Mal ela sabia que algo estava para acontecer, algo que mudaria o rumo da sua vida e daquele amor.
Já de manhazinha, Luana se prepara para mais um novo dia de trabalho e estudo. Mas durante a tarde ela se sente estranha. Não consegue comer direito e se sente um pouco enjoada. O que seria?
Chega a casa e comenta com a mãe, ao que esta fica intrigada e pergunta á filha como anda o seu ciclo menstrual. Luana pensa e se lembra de todas aquelas noites fantásticas que partilhou com o seu amado. Não, não podia ser, mas ao mesmo tempo também poderia ser verdade. Ciclo atrasado, enjoos e um sentimento estranho dentro dela. Será que ela estava gravida como a mãe previa? Só havia uma forma de saber, recorrendo a exame de gravidez.
Junto com a mãe, vai ao médico. Não queria fazer um teste qualquer da farmácia, queria algo especializado e confirmado. Bastou apenas uma recolha de urina e sangue e um pouco de espera. Eis então que em papel chega a confirmação. Luana estava gravida de 3 semanas.
Oh felicidade das felicidades, um bebe estava a ser gerado dentro dela. Um rebento, uma vida nova. Não aguentando mais, corre para contar a novidade ao futuro pai. Este pergunta se é brincadeira, se ela está no gozo, mas a prova do teste, os olhos e o sorriso de Luana confirmam tudo.
Se tudo era perfeito antes, agora era plenitude. Como a vida poderia ser tão maravilhosa com um montinho de células? Como a vida podia ser ainda mais maravilhosa, mais iluminada com a noticia de uma nova vida?
Amigos, familiares, conhecidos…tudo mundo fica a saber da notícia. Festa, celebrações, risadas, planos, esperanças, felicidade eterna…como deveria ser sempre a vida.
Chega então a hora de fazer acompanhamento medico, exames e preparações para gerar esta nova vida. O pai de tão babado que está, não deixa Luana fazer quase nada. No trabalho as colegas de Luana, também tomam todas as medidas para que o ‘sobrinho’ fique bem.
Um mês se passa e tudo continua a correr bem. Os exames não demonstram nada de errado, mãe e filho estão em perfeita saúde. Chega então a disputa do nome. Será João, Maria, Gabriel, Iris, Bruna…tantas escolhas. ‘Mas ainda é cedo’ diz Luana. ‘Falta muito tempo, nove meses é ainda um longo tempo para se viver e escolher.’
‘Luana tu és a mulher que mais felicidade me dá. Quero uma vida ao teu lado e juntos vamos formar uma família grande, começando por este rebento.’ Com um toque na barriga de Luana, o futuro papá não esconde a felicidade que lhe vai na alma e no coração.
Uau com palavras destas, Luana não pensa em mais nada, a não ser que o seu conto de fadas iria acabar com ‘E VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE’. Como se enganava. Uma troca no destino, uma reviravolta da vida e tudo se perdia.
Dor no abdómen ataca Luana com força, uma, duas vezes…muitas seguidas. ‘Meu Deus, que era aquilo?’ Luana ainda consegue pensar apesar das dores que sente. Ela geme e pede ajuda ao seu homem que ao seu lado tentava ajuda-la aflito. Ele lhe faz perguntas, pede que ela lhe diga o que tem, o que sente e ela responde que sente dores, muitas. Mas não era só isso.
Sangue.
Sangue começou a escorrer pelas suas pernas, primeiro pouco e depois em fluxo cada vez maior. Luana já ia a caminho do hospital dentro do carro do namorado. Ela se contorcia, gritava e tentava prender o sangue dentro dela. Impedindo ele de sair e com ele seu filho. Luana sabia que aquele sangue e dores não era bom sinal, algo com o seu bebe, com seu filho estava acontecer.
Chegaram ao hospital foram logo atendidos. Luana já numa maca é disparada para um bloco de urgência e vários médicos e enfermeiros estão em cima dela, a ditar ordens e a agir com pressa. A pobre da Luana só chorava e gemia com dores, pensando em seu pequenino, no seu filho. Com uma imagem de um rostinho de bebe Luana apaga e entra no mundo da escuridão.
Eternidade. Era o que ela queria. Uma eternidade com o seu filho e seu amado. Sorria com a ideia, mas os acontecimentos recentes surgiram em sua mente. ‘Meu filho?’ Luana acorda num quarto de hospital, com os pais de um lado e do outro o namorado. Ambos com expressões vazias e olhos sem vida.
Eis que a verdade lhe cai como uma bomba em seu coração. Tocando na sua barriga lisa, Luana sente que está vazia, seu coração começa a chorar pelo seu filho. O seu medico chega com a confirmação daquilo que ela já sentia e diz palavras de conforto. Luana só abana a cabeça e nega aquela realidade. Braços fortes a envolvem, mas ela não se sente protegida, muito pelo contrário, se sente perdida como um sobrevivente de um naufrágio no meio do Oceano.
Uma vida de um mezinho e tudo perdido em questões de horas. Um mezinho de sonhos, de projetos e esperanças, para serem atiradas pelo vento e com ele desaparecer no ar, ficando só na memória e no coração cicatrizes.
Como pode este tipo de coisas acontecer tão rapidamente, quando é necessário nove meses para um anjo nascer? Como pode um sonho, uma esperança, ser tirado das nossas mãos em questões de piscadelas de olhos? Como?
Uma anomalia no útero de Luana foi a causa do aborto. Seu corpo tinha rejeitado aquele rebento que tanto lutava para crescer.
Horas apos o trágico acidente, foram como um borrão negro na vida de Luana. Se sentindo sem chão, sem onde se agarrar, sem motivo para viver, Luana destrói tudo á sua volta, tal era a sua raiva. Grita, questionasse, procura culpados, faz de tudo para tentar tirar aquela dor. Não era dor física, era uma dor que se tinha fincado ali, no coração, e não queria sair, lembrando-a sempre do seu filho, que já não mais crescia ali, no seu ventre.
Silêncio era tudo que Luana obteve dos céus, da terra, do coração…silêncio e vazio.
O cansaço finalmente ganhou terreno e mandou Luana para um mundo onde não havia dores, nem tristezas, nem vazio. Um mundo que não era mais realidade, mas sim um sonho.
Hoje Luana sabe que não há volta atras, o seu momento de plena felicidade acabou e que o seu sonho não passou disso. De um sonho. Acordada para a nova realidade Luana tenta sobreviver ao dia a dia, pelo seu namorado, pelos seus amigos, pela sua família, mas a sua vontade e seu coração se encontram noutro lugar, com outra pessoa, ao qual deseja muito ter de volta. Seu filho.
Como pode Luana continuar ultrapassar isto? Será que o tempo cura tudo? Dizem que sim, que o tempo cura tudo e que o tempo pode sempre trazer boas novas.

Fim
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Como? Empty Re: Como?

Mensagem por Mônica B. Ivashkov Qui Out 20, 2011 12:20 pm

Dizer que li com um nó na garganta era de se esperar.
Cada letra de suas palavras dá para imaginar, mesmo que de longe, quanta dor que você sentiu. Quanta tristeza Lu, quanta angústia...
Não deve ser fácil perder alguém que você já amava muito antes de nascer. Criamos expectativas, planejamos, amamos... o desconhecido e incerto. Porque é de nossa natureza amar aquilo que vai nos fazer felizes e completar nossas vidas.
Sempre vai ficar aquela pontada no coração. Aquele espaço que nunca será preenchido. Não há como evitar. Mas há como tentar remediar, mesmo que seja só tentar. E sabe como faz isso???

Vivendo.

Só assim nos acostumamos com a dor. Porque Lu, doer sempre vai, não vou lhe mentir, mas com o tempo você acostuma-se com ela....e também vai ter mais alegrias para fazer amenizar esta.

Nunca passei pelo que está passando e nunca espero passar... mas só de você ter passado... me dói minha amiga. Me dói porque era algo que lhe fazia feliz e o que lhe faz feliz, me faz também.

Te amo... sempre... e estarei aqui, mesmo que do outro lado do oceano, para quando precisar.

Fique bem minha linda portuguesa.
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