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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

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Mensagem por Convidad Sex Fev 12, 2010 9:50 am

Olá pessoal!!!
Vou começar a postar o #2 livro da série Vampire Academy - Frostbite pela visão do Dimitri Belikov!!

Espero que todos vocês gostem
^^


Comentem! Obrigada!
cat



Título: Frostbite by Dimitri Belikov
Autor: Juliana Toledo @jullytoledo
Gênero: Romance/Suspense
Classificação: NC-15
Terminada: [] Sim [x ] Não
Sinopse:
Segundo livro da série Vampire Academy pelo ponto de vista do Guardião Dimitri Belikov


Última edição por Ju em Sex Abr 23, 2010 7:51 pm, editado 1 vez(es)

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty UM

Mensagem por Convidad Sex Fev 12, 2010 9:56 am

Eu estava parado ao lado do Honda esperando minha aluna, Rose Hathaway. Nós partiríamos em uma viagem para casa de um dos guardiões mais respeitados em nosso meio. Olhando meu relógio de dois em dois minutos, percebi que Rose estava atrasada. De novo. Ela sempre estava atrasada, eu nem deveria estar surpreso. Será que isso nunca vai mudar? Ela vai continuar agindo de forma irresponsável e infantil até quando? O mundo não gira ao seu redor, eu não vou estar sempre aqui para tirá-la de encrencas. Isso porque eu pedi para que ela me encontrasse 20 minutos antes do combinado.

Antes tarde do que nunca eu a vi correndo pelo campo.

“Eu sei, eu sei,” ela disse. “Eu sinto muito estou atrasada.”

Eu dei a ela um olhar severo para mostrar meu desapontamento, mas por dentro eu estava rindo. Ela não imaginava, mas eu adorava esse jeito moleca e espontâneo que só Rose tinha. Ela sempre me fazia rir. Rose estava na minha frente perdida em seus próprios pensamentos. Seu cabelo castanho estava um pouco bagunçado, como se ela tivesse acabado de acordar.

Estava apenas começando a nevar. Flocos cristalinos caiam sobre nós, muitos deles emoldurando e derretendo pelos cabelos castanho escuro de Rose. Roza, como eu gostava de chamá-la. Nesse momento parecia que eu estava olhando para um anjo. Tive um flash de alguns momentos que Rose fez com que eu me sentisse no céu, me lembrei de quando meus dedos percorreram sua nuca, embaraçando seus cabelos. Como aluna, mulher, amiga ou futura colega de trabalho, eu precisava concordar que ela era especial. Agradeci quando suas palavras cortaram as minhas lembranças. “Quem mais está indo?”

Eu dei de ombros. “Só você e eu.”

Acho que não foi uma boa idéia ter dito isso, Rose pareceu mais animada do que o normal. Sua expressão mudou completamente, como se eu tivesse dito que ela ganhou na loteria. Eu sabia que ela estava feliz por passarmos algumas horas sozinhos. Eu também deveria me sentir assim, mas eu não podia. Era acima de tudo muito perigoso.
“É muito longe?” Ela perguntou.
“Cinco horas.”
“Oh.”

Com aquela expressão eu tive certeza de que ela estava um pouco desapontada. Será que ela estava achando que era muito longe? Ou será que assim como eu, ela desejava que essa viagem durasse uns cinco dias?
A estrada estava escura e coberta de neve, mas eu não me importei. Eu tinha olhos de Dhampir, ou seja, eu enxergava muito melhor do que qualquer humano que se encontrasse nessas condições. O carro estava silencioso, exceto pela música que eu estava ouvindo. Rose estava sentada no banco do passageiro, fitando a janela, pensando em alguma coisa. Eu olhava para frente, quase com medo de olhar para ela. Eu sabia que ela estava nervosa. Eu a estava levando para visitar um guardião que aplicaria seu teste qualificativo. Era o teste mais importante de sua vida durante o período acadêmico da St. Vladimir. Não era como uma prova que você poderia estudar. Esse teste deveria ter sido aplicado na época em que Rose tinha fugido com a princesa. Tutores superiores visitaram a Academia, e determinaram se os novatos estavam cientes e comprometidos para continuar seguindo a carreira, alguns deles tinham sido considerados inaptos para continuar no caminho da guarda.

“Eles normalmente não vem até a Academia? Ela me perguntou. “Eu quero dizer, eu sou a favor da viagem de campo, mas porque nós estamos indo até eles?”

“Na verdade, você está indo até ele, não eles”. Um sotaque russo passou pelas minhas palavras, era uma herança que eu trazia do lugar que nasci e cresci. “Já que esse é um caso especial e ele está nos fazendo um favor, nós estamos fazendo a viagem.” Eu gostava de estar viajando com ela.

“Quem é ele?” Ela me perguntou com curiosidade.
“Arthur Schoenberg.”

Rose deu um pulo do banco e olhou para mim, com aquele olhar selvagem e profundo que eu estava acostumado a me perder completamente.
“O que?” Ela gritou.

Arthur Schoenberg era uma lenda. Ele foi um dos maiores matadores de Strigoi na história viva da guarda e costumava ser o chefe do Conselho dos Guardiões, o grupo de pessoas que atribuiu tutores a Moroi e tomou decisões para todos nós. Ele havia se aposentado e voltado para proteger uma das famílias reais, os Badica.
Mesmo aposentado, todos sabiam que ele ainda era letal. Rose também sabia quem ele era, pois os alunos estudavam sobre suas proezas e técnicas ofensivas durante o ano curricular.

“Não... não tinha mais ninguém disponível?” Ela perguntou em um tom de voz mais baixo, parecia estar mais nervosa agora.

Eu precisei esconder um sorriso. “Você vai ficar bem. Além do mais, se Art aprovar você, isso será uma grande recomendação para deixar no seu histórico.” Eu disse tentando fazer com que ela relaxasse um pouco.

O carro mais uma vez ficou silencioso. Rose estava mordendo os lábios, agora mais pensativa do que antes. Provavelmente pensando se passaria pela aprovação de Arthur Schoenberg. Eu quase podia ver sua cabeça maquinando em dúvidas. Apesar de suas notas serem boas, fugir, e se meter em brigas dentro da Academia poderiam ser um peso em sua futura carreira.

“Você vai ficar bem.” Eu disse para ela novamente. “O bom no seu histórico se sobressai sobre o ruim.”
Roza sorriu para mim. Apesar das minhas promessas de manter o profissionalismo, quando ela sorria meu coração disparava e eu me derretia que nem uma manteiga. Eu ainda não conseguia entender como uma garota adolescente poderia causar reações tão fortes em meu peito e minha mente.
Meu coração estava batendo mais forte só por causa de um simples sorriso? Eu sei que nossa relação era errada, e que eu tinha prometido para eu mesmo esquecê-la completamente, mas eu estava perdidamente apaixonado por Rose Hathaway. Contudo eu conseguia manter meu controle, ela não poderia saber que eu ainda estava interessado nela, era melhor e mais fácil para nós dois que ela me esquecesse rapidamente.

“Obrigado, técnico.” Ela me provocou escorregando para se ajeitar melhor no banco.

“Estou aqui para ajudar.” Eu disse.
Mantive minha mente focada na música que estava tocando, isso me relaxava um pouco.
Era difícil ficar relaxado com Rose ao meu lado, eu precisava sempre manter minha guarda, era muito bom estar sozinho em um carro com ela, sentindo seu perfume. Eu poderia tocá-la a qualquer momento, tocar suas mãos, seus cabelos sedosos, seus lábios... Voltei a pensar na letra da canção antes de deixar meus pensamentos dominarem a minha razão.

“Você sabe o que realmente iria ajudar?” Ela perguntou olhando para frente.
"Hmm?"

“Se você desligasse essa musica ruim e colocasse algo que foi lançado depois que o Muro de Berlim caiu.”
Eu não consegui segurar uma risada. “Sua pior aula é história, e de algum jeito, você sabe tudo sobre a Europa Ocidental.”

“Hey, tenho que arranjar material para as minhas piadas, Camarada.”

Se tinha uma coisa que eu odiava em Rose, era quando ela me chamava de camarada. Mas não adiantava falar, ela já tinha me apelidado dessa forma desde nosso primeiro contato. Se ela não me chamasse de Dimitri, seria de camarada. Ainda sorrindo eu mudei para uma estação que tocava música country, eu sabia que ela iria odiar ainda mais.
“Hey! Isso não era o que eu tinha em mente,” ela disse.

Eu estava quase rindo de novo. “Escolha. É um ou outro.”
Ela suspirou. “Volte para as coisas dos anos 80.”
Eu voltei para estação anterior, e ela cruzou os braços em uma posição de descontentamento.



****


Arthur e a família que ele protege, os Badica viviam em uma cidade pequena um pouco longe de Billings.
A maioria dos Moroi moravam em lugares afastados da cidade. Mas alguns diziam que morar em cidade grande era melhor, pois disfarçava as atividades vampíricas durante a noite. Essa família optou por uma cidade menor e menos povoada, acreditando que, se houvesse menos gente em um local, teriam uma chance menor de serem notados.
Rose me convenceu há pararmos um pouco para comer em uma lanchonete local que ficava aberta 24 horas. Depois tive que parar para colocar gasolina no Honda. Já era quase meio dia quando chegamos.
A casa era construída em um estilo luxuoso, com madeira pintada e grandes janelas escuras que bloqueavam a luz solar. Morois eram bem sensíveis ao sol, apesar de ele não nos afetar. Era uma casa muito bonita, digna da realeza.
Sai do Honda e andei ao lado de Rose até a entrada da casa, nossas botas afundavam na neve macia. O dia estava silencioso na casa dos Badica. Roza escorregou na calçada coberta de gelo, e rapidamente eu estiquei meus braços para firmá-la. Eu tive um dejá-vu da noite em que nos conhecemos, graças ao meu nocaute ela desequilibrou quase caindo também, mas assim como agora eu a segurei.

"Você esta bem?" Eu perguntei enquanto a soltava tendo certeza de que estava segura.

“Sim.” Ela disse lançando um olhar raivoso para a calçada.

Eu poderia jurar que ela estava pensando em algumas palavras doces e educadas do seu vocabulário excepcional.

"Essas pessoas nunca ouviram falar de sal?"

Era de sua índole sempre fazer alguma piada.

Uma sensação esquisita pairou sobre mim, eu parei de andar, virei minha cabeça para dar uma vistoriada no local, meus olhos abertos buscando algo. Grandes planícies brancas cercavam a casa. Algo estava errado. Muito errado. Estudei a estrutura por quase um minuto inteiro, olhei para a calçada coberta de gelo. Cauteloso, me aproximei da porta principal da casa dos Badica. Rose me seguiu, ela percebia minha tensão e também estava atenta.

Analisei a porta, frestas, fechadura e maçaneta.
Não estava aberta, mas também não estava completamente fechada. Parecia como se alguém tivesse saído com pressa. Uma análise profunda me fez perceber que havia marcas no batente, como se alguém tivesse forçado com algum instrumento pontiagudo. Se eu encostasse um dedo, a porta abriria. Meu coração estava um pouco acelerado, e minha respiração quente fazia fumaças no ar, devido o frio intenso do local. Quando toquei na porta, algo caiu, como se a maçaneta do outro lado tivesse sido arrebentada. Agora eu tinha certeza que havia algo errado. Eu olhei para Roza, meu coração estava apreensivo. Ela não podia passar por isso. Ela ainda não estava completamente pronta. Eu desconfiava do que poderia encontrar no momento que aquela porta se abrisse. Decidi que Rose não deveria estar aqui, esse lugar não me parecia mais tão seguro, pelo menos não até eu dar uma checada em tudo. Eu vinha treinando aquela garota durante esse tempo, e eu sabia que ela era muito boa em se virar com qualquer coisa, ela tinha certo potencial, mas ela ainda era jovem e despreparada, eu estava agindo por uma questão de segurança e claro, com preocupação, até pelo fato de eu ser seu mentor, me sentia na obrigação de mantê-la a salvo até ela se formar, ela era uma aluna acima de tudo, e a St. Vladimir sempre garantiu uma grande segurança para nossos alunos. Eu não poderia deixar que nada acontecesse com ela.

"Rose, vá esperar no carro."
"Mas eu—"
"VÁ.”

Cortei o que ela ia falar com um tom de voz autoritário, pensei em colocar um medo nela. Mais uma vez eu imaginei que ela me obedeceria e permaneceria dentro do carro.
Esperei até que ela entrasse e ficasse quietinha, ela fechou a porta suavemente. Rose era esperta, ela tinha entendido que as coisas não estavam nada bem.

Empurrei a porta e senti uma brisa que vinha de dentro do local, como se alguma janela estivesse aberta. Um arrepio percorreu minha espinha.

Foi quando eu os vi.

Tinha corpos e mais corpos por todo local. Suas gargantas estavam dilaceradas.

Se nós não tivéssemos aparecido hoje Deus sabe quando esses corpos teriam sido encontrados.
Andei até a parte de trás da casa, tomando cuidado para não tocar em nada, porém tendo o máximo de cuidado para me manter seguro, tentando escutar qualquer outro tipo de som suspeito que me ameaçasse. Parecia não haver mais nada lá.

Quando estava quase voltando à porta de entrada ouvi um rangido. Peguei minha estaca do bolso do casaco e silenciosamente voltei ao outro cômodo para dar de cara com... Rose.
Ela estava parada, seus olhos analisando cada perímetro do local, poderia jurar que ela estava em choque de ver o corpo dos Badica. Eu já suspeitava que ela estivesse despreparada para enfrentar isso. Seus olhos surpresos me diziam que no próximo segundo ela abriria a boca para liberar o grito preso na garganta. Como eu estava atrás dela, rapidamente rolei minhas mãos para tampar o som que sairia dos seus lábios.

“Por quê?” Eu perguntei um pouco chateado. “Você nunca escuta? Você estaria morta se eles ainda estivessem aqui.”

Ela se virou para mim. “É dia,” ela sussurrou. “Coisas ruins não acontecem de dia.”

Eu podia sentir o desespero em sua voz. Até desesperada e aflita ela era linda. Minha vontade era de abraçá-la e dizer que eu jamais deixaria que algo acontecesse com ela aqui, não importa a hora que fosse. Eu queria mandar o medo dela para longe, mas Rose precisava entender que guardiões sempre precisavam manter a guarda, seja dia ou noite.

“Coisas ruins podem acontecer a qualquer hora,” eu disse a ela. “E isso não aconteceu durante o dia. Provavelmente aconteceu algumas noites atrás.”

Rose virou e começou a estudar corpo por corpo. Seus olhos deram uma boa olhada por todo quarto, e ela parou olhando um corpo em particular, Art.


"Arthur Schoenberg. Ele está morto.” ela disse pensando como se isso não fosse óbvio. “Como ele pode estar morto? Como um Strigoi matou Arthur Schoenberg?”

Eu não respondi. Rose era jovem. Apesar de eu ter certeza que ela seria uma das melhores guardiãs que eu já conheci, ela precisava entender que éramos mortais, nenhum de nós somos insuperáveis. Nem Arthur, nem ela e nem eu. Instantaneamente eu movi minhas mãos para pegar a estaca que ela estava segurando. Ela recuou. “Onde você pegou isso?” eu perguntei.


“Lá fora. No chão.” Ela respondeu me entregando a estaca.
Levantei a estaca, estudando sua superfície enquanto brilhava contra a luz do sol.

“O Ward está quebrado.”

Wards eram anéis mágicos lançados pelos Moroi. Como as estacas, eles eram feitos usando magia dos quatro elementos, ar, água, terra e fogo. Os anéis eram energizados por poderosos Morois, cada um especializado em um elemento. As wards podiam bloquear os Strigoi porque mágica estava ligada a vida, e Strigoi estavam mortos, ou semi-mortos. Eu sempre via Strigoi como mortos. Quem se tornava Strigoi perdia sua alma, se tornava uma pessoa ruim que só pensava em sangue e matanças.

Mas wards se esgotavam rapidamente e precisavam de muita manutenção. Um ward dura um mês ou mais, porém para nossa segurança, trocávamos de quatro em quatro dias em média.

A maioria dos Moroi não as usavam, mas alguns lugares a usavam. A academia St. Vladimir por exemplo, usava várias, por isso nós guardiões conseguíamos auxiliar os alunos durante as aulas e revezar pequenas rondas durante o dia, enquanto os Moroi dormiam.

Como eu já tinha certa experiência, podia ver claramente uma ala aberta de wards, Rose um dia também iria saber identificá-las.

Rose estava processando tudo que eu dizia, ela parecia estar travando uma batalha em sua mente para compreender. Ela deve ter pensado o mesmo que eu. Porque quando ela falou foi como se ecoasse meus pensamentos.

“Strigoi não podem tocar nas estacas. E nenhum Moroi ou Dhampir faria isso.”

Meu coração estava aflito quando eu disse as próximas palavras, porque se isso fosse verdade, mudaria tudo: “Um humano poderia.”
Ela encontrou meu olhar. Roza parecia triste e assustada, mais uma vez minha vontade era abraçá-la. Eu me sentia terrível por ter deixado que ela presenciasse uma situação desagradável como essa. “Humanos não ajudam Strigoi...” ela parou na metade do seu pensamento. Rose parecia como se estivesse completamente perdida. Ela ainda travava uma guerra mental, tentando entender o que seus olhos viram, e o que sua intuição gritava.
Eu achava engraçado vê-la nesse estado, era doce, ela tinha muito que aprender ainda, e começava muito cedo, ainda assim queria demonstrar coragem com suas palavras. Sem retrucar mais nada, Rose apenas me perguntou. “Isso muda tudo, não muda?”

“Sim.” Eu disse. “Isso muda”.

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty Re: [Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Sex Fev 12, 2010 6:20 pm

Nossa tadinha da Rose, me lembro dessa fase em que ela ainda se assustava facilmente rsrsrsrs poxa está maravilhosaaa a fic, posta mais, sim?

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty DOIS

Mensagem por Convidad Ter Fev 16, 2010 10:15 am

Telefonei para alguns contatos que me garantiram chegar logo.

Quando Rose não agüentou esperar mais, decidiu se sentar no carro. Eu dei outra checada no terreno. Me convenci de que não havia nada perigoso no local e fui me sentar com ela.
Os minutos passavam, mas nós não nos falamos em nenhum momento. Eu a deixei com seus pensamentos e ela me deixou com os meus. Rose era uma garota muito forte. Apesar de estar apavorada ela sabia se controlar muito bem.

Eu queria abraçá-la, confortá-la e dizer que se eu estivesse aqui, nada de mal iria nos atingir. Mas eu não poderia. Definitivamente não deveríamos nos relacionar dessa forma.
Quando o primeiro grupo de guardiões apareceu, eu desci do carro e falei para Rose: “Você deveria ver como isso funciona.”

Eu sei que ela não queria ver mais nada, mas eu sabia que era melhor aprender do que ser pega desprevenida. Pelo que eu conhecia da Roza o que ela mais queria era pegar a primeira carona que visse pela estrada e dar o fora daqui rapidamente.

Eu já conhecia a maioria dos guardiões. Um deles freqüentou o colégio comigo na Sibéria. Eles se surpreenderam por ver uma novata entre nós, alguns me questionaram o porquê dela estar ali, mas quando expliquei sobre o teste eles não falaram mais nada.

Os guardiões começaram a vistoriar o local da mesma forma que eu havia feito. Estudaram corpo a corpo, mas não tocaram em nada.

Uma guardiã, Tamara, viu o corpo de Art. Percebi que tristeza cintilava em seus olhos enquanto se abaixava perto dele. “Oh, Arthur. Nunca pensei que veria esse dia. Ele era o meu mentor.” Ela suspirou enquanto se levantava. Sua face estava concentrada no trabalho novamente, sem nenhuma emoção.

Percebi que Rose observava em choque, sem entender como a guardiã conseguia permanecer centrada nessa situação.

Um dia Roza teria que aprender a controlar suas próprias emoções também. Eu espero que ela aprenda isso rápido, pois da mesma forma que aconteceu com Arthur, poderia acontecer comigo ou com qualquer um. Eu não era invencível, ninguém era, sempre irá existir alguém que pode te superar, por isso vivia em constante treinamento.

Nós voltamos a analisar a cena do crime. Estávamos ajoelhados próximos ao corpo de uma criança quando Rose falou pela primeira vez. “Como eles podem ter feito isso? Como eles podem ter matado ele?”.

Eu e os demais guardiões olhamos para ela. No fundo todos estavam incomodados com o fato de Roza estar passando por isso tão nova.

Tamara encolheu um pouco seus ombros e disse: “Do mesmo jeito que eles matam todos os outros. Ele é mortal, assim como o resto de nós.”
“Sim, mas ele... você sabe. Arthur Schoenberg.” Rose ainda se questionava.
“Nos diga você, Rose. Você viu a casa. Nos diga como eles conseguiram.” Resolvi interferir.
Eu sabia que Rose me via como algo invencível, coisa que eu não era. Pelo menos eu aprendi acreditar nisso. Confiança demais também faz mal, eu não poderia me dar o luxo de achar que sempre me daria bem em tudo. Os meus méritos eram conseguidos com muito esforço, eu batalhava diariamente para ser um excelente guardião. Rose era jovem, e eu sei que ela me admirava, esse choque com os Badica, a fez entender que eu também era mortal, assim como Arthur, nenhum de nós era insuperável. Porém como eu sabia que ela já estava bem triste, com a situação, pensei em reverter o teor de sua pergunta e transformá-la em uma aula prática, ou até mesmo no seu teste qualificativo.

Eu tinha certeza que ela sabia minha resposta. Rose era esperta, forte. E linda. Alguns guardiões já a conheciam da última viagem que fizemos para resgatar Lissa na cabana de Dashkov. Eles estavam analisando Rose agora também. Ela me fitou pensativa em sua resposta.

“Tem quatro pontos de entrada, o que significa pelo menos quatro Strigoi.Tinha sete Moroi e três guardiões. Muitas mortes. Quatro Strigoi não poderiam pegar tantos. Seis provavelmente poderiam se eles fossem atrás dos guardiões primeiro e os pegassem de surpresa. A família ficaria em pânico para lutar.”
Quando ela acabou de falar, me enchi de orgulho por ser seu mentor. Pressionei um pouco mais, para provar a todos o quanto minha aluna tinha potencial. “E como eles pegaram os guardiões de surpresa?”

Ela hesitou por um instante. “Porque os wards se quebraram. Em uma casa sem wards, provavelmente haveria um guardião andando no jardim à noite. Mas eles não fizeram isso aqui.” Certo de novo.


Eu estava tão orgulhoso dessa garota que minha vontade era de dar um abraço apertado e um beijo em sua bochecha, mas me contive e apenas acenei com a cabeça voltando para as investigações.

Rose nos seguiu por toda a casa. Nós paramos no banheiro, onde havia mais um corpo. Os Strigoi tinham deixado um aviso no espelho: Pobres, pobres Badicas. Sobraram tão poucos. Uma família real quase destruída. Outras irão também.
Eu não sei se Rose havia reparado. Comecei a pensar nela, imaginei como seria se eu a encontrasse morta no chão. Não, jamais poderia deixar que isso acontecesse. E este era o problema, cada dia que passava se tornava mais difícil assumir que eu tomaria mais conta de um Moroi do que dela. Eu queria Roza em segurança.
Nós estudamos a casa mais um pouco.

Rose estava observando os passos de Tamara, acredito que ela se impressionava um pouco por ver outra guardiã mulher em ação.
Quando entrei em um dos quartos com um guardião ele me disse: “Boa aluna você tem hein Belikov. Hathaway é bem esperta para sua idade.”
Eu concordei: “Sim, ela treina bastante.”
“Ela vai ser tão boa quanto a mãe.”

Concordei novamente com um aceno de cabeça.
Logo as investigações já estavam concluídas. Retornei ao Honda.
Rose se sentou no banco do passageiro e esbateu a porta do carro com tanta força que eu até achei que as janelas se quebrariam. “O que foi?” eu dei um olhar surpreso para ela.
“Você está falando sério?” ela gritou. “Como você pode perguntar isso? Você esteve lá. Você viu aquilo.”

“Eu vi,” eu disse de forma despreocupada olhando pelo pára-brisa como se estivesse dizendo que hoje o dia seria de chuva. “Mas eu não estou descontando no carro.”
Enquanto ela colocava o cinto, seus olhos flamejavam de tanta raiva. Por um momento achei que era mais raiva do meu momento despreocupado, do que a situação na casa.
Ela colocou o cinto de forma rápida e irritada: “Eu os odeio. Eu odeio todos eles! Eu queria que eles estivessem lá. Eu teria arrancado suas gargantas!”

Lancei a ela um olhar pacífico, apesar de estar surpreso por essa situação a ter afetado tanto. Ela sempre foi sarcástica, mas era difícil vê-la agindo de forma explosiva.

“Você acha mesmo que isso é verdade?” Perguntei. “Você acha que poderia ter se saído melhor que Art Schoenberg depois de ter visto o que os Strigoi fizeram lá dentro? Depois de ver o que Natalie fez com você?”

Ela respirou profundamente enquanto fechava os olhos, parecia estar pensando em alguma resposta, ou talvez se lembrando de Natalie, a prima de Lissa que se tornou Strigoi a pedidos do pai, Victor Dashkov. Se não fosse por mim, hoje Rose poderia estar morta.
“Sinto muito,” ela disse abrindo os olhos.
“Está tudo bem.” Eu disse. Eu me inclinei um pouco e coloquei minha mão na dela por um momento. “Foi um dia longo. Para todos nós.”

*******

Quando chegamos à Academia, ordenei que Rose fosse diretamente para seu dormitório, ela parecia que ia desmaiar a qualquer momento de tanto sono.
Sai para encontrar Alberta. Ela estava ansiosa querendo saber tudo que havia acontecido.
No seu escritório havia um grupo de guardiões. “Olá Belikov,” Alberta Petrov me cumprimentou quando entrei.
Dei um aceno de cabeça em respeito e comecei a dar meu relato sobre o que havia acontecido na casa dos Badica. Contei como foi quando cheguei e o estado dos corpos. Ninguém parecia demonstrar emoção alguma.
Ou todos simplesmente eram muito bons em esconder sentimentos, já estavam tão acostumados a lidar com essas situações que havia frieza nos seus corações. Me repreendi mentalmente. Éramos guardiões, nosso aprendizado diário era o autocontrole, fazia parte do nosso trabalho. Eu apenas devia estar mais sensível que o normal esses últimos tempos.
Depois de uma longa meia hora onde Alberta me encheu de perguntas, ela finalmente decidiu me liberar: “Muito bem Belikov, você pode ir agora. Nós podemos continuar conversando mais tarde.”
Ainda teria mais para conversar? Será que a situação não estava clara? Havia acontecido uma chacina terrível, e humanos provavelmente estavam envolvidos.
O que mais Alberta queria conversar, sobre como é a primavera na Sibéria? Pensei sarcasticamente.
Voltando ao meu dormitório, percebi que estava usando o sarcasmo regularmente, deveria ser muito contato com Rose, ou apenas muito sono.
Eu estava pegando alguns turnos extras, pois não conseguia dormir direito desde o dia do feitiço da luxúria, eu ainda estava consumido. Eu passava a maior parte do meu tempo pensando nela e na nossa quase noite. Sentia ciúmes de pensar que ela poderia se atracar com algum garoto por ai.
Ficar apaixonado por uma garota sete anos mais nova que você, menor de idade e ainda por cima sua aluna não era uma coisa comum.
Será que algum outro guardião já passou por isso? Duvido que alguém seria tão inconseqüente como eu.
As coisas eram tão mais fáceis quando eu não conhecia Rosemarie Hathaway.

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty Re: [Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Ter Fev 16, 2010 3:44 pm

UAUUUUU estou adorandoooo vou aguardar o proximo cap cherry

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty Re: [Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Ter Fev 16, 2010 8:10 pm

Hathaway , também estou adorando , a Ju escreve fic's muito bem .

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty Re: [Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Sáb Fev 20, 2010 1:40 pm

Ju , quando você posta o próximo capítulo ?

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Mensagem por Convidad Ter Fev 23, 2010 9:58 pm

Pela primeira vez durante muitos dias eu consegui dormir sossegado.
Não tive sonhos aquela noite e nenhuma imagem perturbadora de Rose apareceu em minha mente.
Na manhã seguinte acordei com o som do meu telefone. Era Alberta me pedindo para ir ao seu escritório. Levantei lentamente da cama, me vesti e fui até lá.

“Guardião Belikov, tenho novidades. Desde o ocorrido na casa dos Badica, a Academia St. Vladimir junto com alguns Moroi da realeza decidiram passar as festas e feriados de fim de ano na estação de esqui em Idaho. Achamos que seria mais seguros unirmos Morois e Guardiões em um só lugar do que nos espalharmos para o Natal.” Alberta me informou.

“E nós também estaremos de guarda?” Eu questionei.
“Sim, na maior parte do tempo, é claro. Você deve ficar alerta e proteger a Princesa Dragomir.”
Eu concordei. “Os estudantes já sabem?” Perguntei.

“Acredito que logo mais estarão sabendo.” Alberta me afirmou.
Com um breve até logo me retirei para começar a próxima aula prática que teria com Rose.

Eu até que me animei um pouco com essa viagem. O local era grande e acho que eu conseguiria manter minha mente ocupada com outras coisas que não fossem Rosemarie. Seria muito bom para nós dois.

Quando estava próximo ao ginásio vi Rose conversando com Mason Ashford. Por incrível que pareça, dei um longo suspiro e percebi que ciúmes e impaciência tomavam conta de mim. Porque ela sempre tinha que flertar com ele?
Continuei caminhando, não era certo me sentir assim. Percebi que Ashford me fitou e disse algo para Rose. Meu olhar devia estar sério.

Esperei Rose no ginásio ao lado dos manequins de prática. Quando ela entrou, seus olhos foram diretamente para a estaca de prata que eu estava segurando.
“Legal” ela suspirou quase perdendo o fôlego.

Fui até a parede e joguei a estaca para o alto. Ela deu três giros no ar e eu a segurei pelo cabo antes de chegar ao chão.

“Por favor, me diga que eu vou aprender como fazer isso hoje”. Rose me disse enquanto seus olhos brilhavam de emoção.

Ela sempre foi muito ansiosa para treinar e se tornar uma guardiã de verdade para proteger Lissa dos Strigois. Mas naquele momento ela estava parecendo uma criancinha que ganha o brinquedo esperado durante meses. Isso me divertiu um pouco.

“Você vai ter sorte se eu deixar você segurá-la hoje.” Eu disse jogando a estaca no ar novamente.
Rose jogou sua mochila no chão, retirou o casaco e cruzou os braços. Ela parecia especialmente linda. Vestia uma calça que delineava sua cintura e seu cabelo castanho estava amarrado em um rabo de cavalo.
“Você quer que eu te diga quanto tempo elas vão durar e porque eu sempre tenho que ter cuidado perto delas.”

Ela começou a falar.

Eu olhei surpreso. Como ela sabia disso?

Ela deu um sorriso brincalhão e disse: “Anda. Você não acha que eu sei como funciono a essa altura? Nós estamos fazendo isso há quase três meses. Você sempre me faz falar sobre segurança e responsabilidade antes de eu fazer qualquer coisa divertida.”


“Entendo,” eu disse. “Bom, eu acho que você tem tudo sob controle. Por favor, continue com a aula. Eu vou ficar ali até você precisar de mim de novo.”

Guardei a estaca no meu cinto e me encostei confortavelmente na parede. Ela esperou. Quando ela percebeu que eu não diria mais nada, ela deu um suspiro e voltou a falar.

Eu não estava prestando muita atenção no que ela dizia. As vezes eu perguntava algo apenas para que ela desenvolvesse mais sua resposta. Enquanto ela discursava o que havia aprendido eu reparava em seu jeito. Comecei lembrar da nossa noite, da sua pele quente e dos seus dedos percorrendo meu pescoço. Ela havia me dito que fazia três meses que treinávamos juntos. Três longos meses.

Em três meses ela sabia mais que qualquer novato da sua idade, em três meses minha vida tinha dado um giro de cabeça para baixo e eu estava completamente alucinado tentando esquecer essa garota que em breve terá que se cuidar sozinha. Nós não podemos permanecer juntos. Porque eu precisava me apaixonar por alguém assim, nessas situações?!

Quando ela terminou de falar, peguei a estaca de volta e perguntei: “Onde você vai colocar isso?”
“No coração.” Ela parecia bem irritada. “Eu já disse a você isso um monte de vezes. Você pode me dar ela agora?”
Eu dei um sorriso, ela ficava linda quando estava impaciente. “Onde é o coração?”

Ela permaneceu me olhando, eu apenas dei de ombros esperando sua resposta.
Como se estivesse floreando um verdadeiro drama, ela apontou para o lado esquerdo do peito de um dos manequins. Eu balancei minha cabeça. “Aí não é onde o coração fica.”

“Claro que é.” Ela argumentou. “As pessoas colocam suas mãos sobre o coração quando eles dizem o Juramento a Bandeira e cantam o hino nacional.”
Continuei olhando para ela e admirando sua espontaneidade.
Depois de um segundo ela bateu no meio do peito do boneco: “É aqui?”
Eu levantei minhas sobrancelhas: “Eu não sei. É?”

“Isso é o que eu estou perguntando a você!”
“Você não deveria ter que perguntar. Você não tem aula de fisiologia?”

“Sim. Aulas de calouros. Eu estava de ‘férias’, lembra?” Ela apontou para a estaca. “Eu posso tocá-la agora, por favor?”
Girei a estaca e a guardei novamente no meu cinto. “Eu quero que você me diga onde é o coração na próxima vez que nos encontrarmos. Exatamente onde. E eu quero saber o que tem no caminho dele também.”
Ela me olhou desacreditando na situação. Eu segurei o riso. Ela era tão lindinha e doce quando ficava irritada.
Rose saiu caminhando do ginásio para sua primeira aula do período e eu caminhei lentamente até a sala dos guardiões.

Quando cheguei vi três guardiões sentados. Eu os conhecia, mas estava surpreso de encontrá-los aqui.
“Guardiã Hathaway.” Eu disse tentando esconder minha surpresa. Era a mãe de Rose. Naquele momento me senti um pouco desconfortável por me lembrar da relação que eu tive com sua filha. “O que te trouxe aqui?”
Ela me respondeu: “Olá Guardião Belikov. Nós viemos para dar uma aula de Teoria dos Guarda-Costas.”
Eu dei um sorriso de confirmação. Eu já desconfiava um pouco que ela não estaria aqui para visitar a Rose.
Eu já estava me retirando para pegar um copo d’água quando ela me parou: “Você se importaria de nos mostrar o caminho para as salas de aula?”

Eu olhei para ela: “Não, claro que não.”

Janine Hathaway era uma guardiã muito respeitada em nosso meio. Ela cuidava da família Szelsky, com certeza eles também passariam o Natal na estação. Eu desconfiei que ela também estivesse aqui por essa outra razão. Janine sempre foi muito dedicada com suas obrigações de guardiã.
Eu já sabia que essa dedicação que Rose tinha com Lissa era diretamente relacionada com sua genética.
Janine era uma mulher baixa, de cabelos e olhos castanhos, ela também era muito bonita. Com certeza não era apenas a índole de guardiã que Rose havia puxado da mãe.
Enquanto eu a levava junto com os outros guardiões para a sala de Teoria, eu fiquei pensando se Rose sabia que sua mãe viria hoje para St. Vladimir.

“Belikov, é verdade que você concordou em ser o mentor de Rosemarie?” Ela me perguntou.
“Sim.” Eu disse com firmeza. Me perguntei o que será que Janine faria comigo se soubesse que Rose ficou completamente nua em cima de mim. Mãe de Deus, eu prefiro enfrentar um milhão de Strigois que a cara dessa mulher quando descobrisse algo do tipo.

“Muito corajoso.” Hathaway disse friamente.

Eu não respondi. Nossa, será que ela não gostava muito da filha?

Quando chegamos à sala de aula, ela abraçou Stan Alto de forma bem calorosa. Que figura, justo o guardião que Rose mais detestava era um grande colega da sua mãe.

Eu vi Rose e Ashford se divertindo, antes da aula começar. Quando Rose se virou, ela olhou para os guardiões e endureceu completamente.
Eu tive certeza de duas coisas: 1- Rose não sabia que sua mãe estava na Academia. 2- Elas não se davam muito bem.

É, até que a aula poderia ser bem interessante.

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty Re: [Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Ter Fev 23, 2010 10:02 pm

Meninas estou sem tempo de postar!!!
Esses dias voltei a trabalhar e por causa das chuvas acabei ficando sem pc uma noite dessas...

Não estou com tanto tempo pra me dedicar a frostbite.. mas os pensamentos do Dimitri tem fluido na minha cabeça..
espero q estejam gostando da fic..
não vou demorar para o postar o cap 4... aguardem entre amanhã e quinta
bjs
cat alien

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty Re: [Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Qui Fev 25, 2010 4:54 pm

Fic magnífica Ju . Estou aguardando o próximo capítulo .

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty QUATRO

Mensagem por Convidad Sex Fev 26, 2010 7:09 am

Rose mal podia acreditar que sua mãe estava na frente da sala de aula. Janine Hathaway não disse nada para ela. Talvez ela não tivesse visto que a filha estava lá, ou não a reconheceu.
Stan apresentou os guardiões explicando que eles vieram para contar experiências da vida real. Tensão e ansiedade cresceram entre os alunos. Aquilo que os guardiões falariam seriam experiências que um dia todos eles poderiam passar.
Desde o ocorrido com os Badica, as coisas ficaram um pouco mais sérias e o corpo docente havia decidido chamar profissionais para explicar algumas táticas de ocasiões que poderiam acontecer com qualquer um. “Devido ao que aconteceu, nós pensamos que seria melhor fazer vocês aprenderem com aqueles que atualmente trabalham no campo.” Completou Stan Alto.
Eu e outros guardiões permanecemos no local em respeito aos convidados. Sempre era bom ouvir novas experiências.

Quando foi a vez da Guardiã Hathaway falar, alguns alunos olharam para Rose. Ela não notou. Seus olhos estavam fixados na mãe.
A Guardiã falou de quando Lord Szelsky, e sua mulher foram a um baile realizado por outra família real. Vários Strigoi estavam lá, mas ela descobriu um deles e o empalou rapidamente alertando os outros guardiões de que haveria mais alguns. Enquanto ela falava, eu percebia um leve sotaque escocês.
O rosto de Rose denunciava todo seu descontentamento. Será que mais alguém observava Rose como eu?! Todos notavam o quanto ela era linda, mas será que alguém compreendia o que havia por trás daquela beleza estonteante?! Depois da sua fuga com Lissa, o maior desejo de Rose era provar para os outros e para ela mesma o quanto ela era capaz.
Após a Guardiã terminar sua história os alunos estavam espantados. Rose parecia estar entediada. Muitos alunos levantaram o braço para perguntar se a guardiã teve medo, quais foram as técnicas de defesa que ela usou para distrair e empalar os Strigoi. Eu fiquei surpreso quando Rose também estendeu a mão. “Então, guardiã Hathaway... Porque vocês não deram segurança ao lugar?” ela indagou.
A mãe de Rose franziu a testa. Ela estava um pouco impressionada de encontrar sua filha ali: “O que você quer dizer?”

Rose deu de ombros e recostou suas costas na cadeira. “Eu não sei. Me parece que vocês fizeram besteira. Porque vocês não varreram o lugar e se certificaram que não houvesse Strigoi lá pra começo de conversa? Me parece que você teria se poupado de muitos problemas.”
As dezenas de olhos fitaram Rosemarie como se estivessem desacreditando que ela desafiasse a guardiã dessa forma.
“Se nós não tivéssemos passado por todos esses ‘problemas’, teriam sete Strigoi andando no mundo, e aqueles outros Moroi capturados estariam mortos ou transformados agora.” A guardiã Hathaway soou um pouco irritada com Rose.

“É, é, eu entendi como vocês salvaram o dia e tudo mais, mas eu vou voltar para o principio. Eu quero dizer, isso é uma aula de teoria, certo?” Rose olhou para Alto. Ele olhava Rose com muita raiva. “Então eu só quero entender o que deu errado pra inicio de conversa.”
Janine Hathaway deveria ser uma mulher que sabia controlar sua raiva muito bem. Ela parecia ser muito paciente. Sua expressão era serena, mas algo em seus lábios me dizia que ela estava prestes a colocar Rose em seu lugar dentro de alguns minutos.

“Não é tão simples,” Janine respondeu. “O local tinha uma planta extremamente complexa. Nós a percorremos inicialmente e não encontramos nada. Acreditamos que os Strigoi vieram depois que a festa tinha começado – ou que talvez tivessem passagens e quartos escondidos que nós não sabíamos.”

“Então o que você está dizendo é que vocês ou falharam em detectá-los durante sua primeira varredura, ou eles atravessaram a segurança...” – Rose havia sido bem irônica ao pronunciar essa palavra – “... que você montou durante a festa. Me parece que alguém fez besteira de qualquer jeito.”

Rose estava certa. Os guardiões realmente tinham comido bola, mas o que ela queria mesmo era deixar sua mãe sem graça na frente de todos.

A voz da Guardiã Hathaway se tornou fria. “Nós fizemos o melhor que podíamos em uma situação incomum. Eu posso entender sobre como alguns de vocês podem não ser capazes de entender os problemas do que eu descrevi, mas uma vez que vocês tenham aprendido o suficiente além da teoria, vocês verão o quão diferente é quando você realmente está lá e vidas dependem de você.”

“Sem duvidas.” Rose concordou, provocando. “Quem sou eu para questionar seus métodos? Eu quero dizer, faça o que for necessário para ter mais tatuagens molnija, certo?”

Eu estremeci por dentro. Agora ela tinha ido longe demais. Nós não matávamos Strigoi para ter mais tatuagens Molnija, isso nunca foi um motivo de orgulho. Rose ainda não compreendia o real significado daquilo.

“Srta. Hathaway, por favor, pegue suas coisas e vá esperar lá fora até o final da aula.” Alto disse.

Rose olhou surpresa. “Você está falando sério? Desde quando tem algo errado em fazer perguntas?” Ela perguntou à Stan.
“Sua atitude é o que está errado.” Ele respondeu apontando para a porta. “Vá.”

Recostado na parede dei um breve suspiro. Onde estava todo aquele autocontrole que eu vinha tentando ensinar a ela. Rose pegou suas coisas e deixou a classe.
Quando a porta se fechou, Stan virou para a Guardiã Hathaway e disse: “Por favor, continue.”
A turma continuou com as perguntas. Minha vontade era sair e conversar com Rose. Explicar a ela que sua posição estava certa, porém o que ela disse havia sido errado e anti-ético. Mas eu não poderia fazer nada agora.
Cinco minutos depois, Guardiã Hathaway também saiu da sala, me segurei para não segui-la. Talvez mais tarde ela me culparia por achar que não estou instruindo sua filha corretamente.



********



Ao término da aula, um inspetor me informou que Diretora Kirova me aguardava em sua sala. Ao chegar bati na porta e entrei.
Ela estava sentada em sua cadeira atrás da mesa, e havia uma mulher de cabelos escuros sentada na sua frente. “Diretora.” Eu disse aguardando suas instruções.
A mulher se virou ao ouvir minha voz, quando a fitei meus olhos brilharam de felicidade, um sorriso surgiu em meus lábios. “Tasha.” Eu disse surpreso e corri para abraçá-la.
“Dimka.” Tasha veio em minha direção com uma expressão de alegria excessiva. Dimka era meu apelido em Russo, eu já estava acostumado, pois ela sempre me chamou assim.

“Que bom que você está aqui.” Eu disse.
Natasha Ozera era uma moroi de cabelos escuros, pele pálida e olhos azuis. Eu a conheci em uma das festas proporcionadas pela família Zeklos, desde então nos tornamos muito amigos e todos, assim como eu a chamavam de Tasha.
“Estou de férias, por isso resolvi fazer uma surpresa para você e meu sobrinho, Christian.” Ela disse.
Eu estava muito feliz, pois fazia muito tempo que não nos encontrávamos.
“Leve a senhorita Ozera para um dos nossos quartos de hóspedes, por favor, Guardião Belikov.” Diretora Kirova solicitou.
Quando nos retiramos, Tasha me fitou pedindo um favor. “Dimka, eu prefiro ficar na cabana dos guardiões, por favor, eu me ajeito por lá desde a época em que você não trabalhava nessa Academia.”
“Tasha, mas eu acho que lá é um pouco desconfortável.”
“Claro que não. Para mim é melhor do que agüentar certos olhares.” Tasha disse com um pouco de receio.
Assim como seu sobrinho, Christian Ozera, Tasha sofria preconceito de outros morois devido à escolha de duas pessoas da sua família.
Contudo ela sempre encarava as coisas com bom humor e de forma despreocupada. Com suas atitudes eu podia perceber o quanto Tasha era uma mulher forte e decidida.
“Ok. Você quem sabe.” Eu disse, fazendo sua vontade, enquanto caminhávamos para o local que servia de forte dos Guardiões que tomavam conta dos arredores da Academia antigamente. Eu não iria discutir com Tasha nesse momento.
“Posso te pedir mais um favor?” Tasha me olhou suplicante.
Eu aguardei em silêncio, esperando que ela falasse.
“Diga para Christian que eu cheguei e que estarei esperando por ele.”
Concordei com a cabeça. Eu estava muito contente com a visita de Tasha. Em breve teríamos tempo para conversar.



*******




Mais tarde fui para o ginásio encontrar Rose para nossa aula prática. Por sorte ela não estava atrasada. Ela veio correndo até um dos manequins e deu um soco no peito dele, exatamente no mediastino médio. “Aí. O coração está aí, e o esterno e as costelas estão no caminho. Posso ter minha estaca agora?”

Cruzando os braços, Rose me lançou um olhar triunfante. Eu percebi que ela esperava por algum elogio, mas eu apenas concordei com a resposta dela.
“E como você atravessa o esterno e as costelas?” Perguntei.
Ela suspirou.

Percebi que essa resposta ela não sabia.
Passei o resto da aula, ensinando-a como ultrapassar essas barreiras físicas para chegarmos ao alvo principal. Ensinei também a maneira correta de segurar uma estaca.
Quando entreguei para Rose, ela não a pegou de imediato como era o esperado. Fiquei surpreso.

“Você está dando para mim?” ela perguntou.

Eu tive que segurar um sorriso. “Eu não acredito que você está se segurando. Eu pensei que você fosse pegá-la e sair correndo.”
“Você não está sempre me ensinando a me segurar?” Ela respondeu.
“Não com tudo.”
“Mas em algumas coisas.” Rose disse.
Eu sabia que ela estava jogando sua frase com um teor de duplo sentido. Diversas vezes eu disse para ela que nós não poderíamos continuar nosso romance. Eu mesmo me segurava para não abraçá-la e beijá-la em diversos momentos desde aquela noite. Ela ainda me deixava louco, mas eu precisava me manter centrado, portanto decidi ignorar aquelas palavras pesadas que Roza havia dito.

“É claro,” comecei a responder. “É como todo o resto. Balanço. Saber por que coisas você deve correr – e que coisas deixar em paz.”
Sem querer, percebi que minhas palavras também foram sinuosas.
Uma corrente elétrica passou entre nós enquanto nossos olhos se cruzaram.
Ela era tão linda e imprevisível.
Nesse momento eu sabia que ela também tinha entendido o duplo sentido da minha frase. Na verdade o que eu queria dizer é que eu deveria correr e ela deveria me deixar em paz. Mas não importava para onde eu corresse, ou o quanto ela se afastasse, seu rosto, sua pele quente sobre meu corpo, o gosto dos seus lábios nos meus, seus olhos, seu cabelo, seu cheiro, seu jeito, tudo que não me deixava em paz, Rose Hathaway sempre aparece na minha mente para me atormentar.
Eu estava quase me esquecendo o quanto aquela garota me entendia. Eu percebia constantemente que o que eu sentia por ela não era apenas carnal, e nem uma paixão passageira. Antigamente eu acreditava estar apenas impressionado com a minha aluna, mas com o tempo percebi que poderia ser algo além do esperado.
Assim como eu, Rose também fingiu não compreender o que eu havia dito.
Hesitantemente ela pegou a estaca das minhas mãos. “O que eu deveria fazer primeiro?”

Respirei fundo. Após esse tenso momento entre nós, comecei a explicar os passos básicos.
Eu esperava que ela pensasse que eu ignorei completamente nossa troca de farpas minutos atrás, mas como eu poderia ignorar? O tempo todo eu estava enlouquecendo com ela, o jeito que ela se movia, o seu cheiro, seu cabelo amarrado em um rabo de cavalo e até mesmo sua determinação me impressionavam.
Ela aprendia com facilidade, e eu sempre fui muito persistente em nosso treinamento, corrigindo suas falhas e alguns passos vacilantes.
“Deslize para cima através das costelas,” eu disse, enquanto ela tentava encaixar a estaca em um ponto através dos ossos. “Será mais fácil já que você é mais baixa que a maioria dos seus agressores. E mais, você pode deslizar pela ponta da costela mais baixa.”

Quando a prática terminou, eu recolhi a estaca e acenei para ela: “Bom. Muito bom.”
Ela me fitou surpresa. “Verdade?”
“Você fez como se estivesse fazendo há anos.” Respondi.
Ela sorriu um pouco. O que eu disse era verdade, Rose era uma das alunas mais exemplares que já treinei. Eu não tinha dúvidas de que ela havia nascido para aquilo.
Estávamos saindo do ginásio quando ela fitou um manequim que tinha o cabelo um pouco parecido com o de sua mãe.
“Eu posso empalar aquele ali da próxima vez?” Ela me perguntou.
Peguei meu casaco enquanto respondia: “Eu não acho que isso seria saudável.”
“Será melhor do que se eu realmente fizer com ela.”
“Violência não é a resposta para os seus problemas.” Respondi. Não era certo ela pensar daquela forma sobre a própria mãe.
“Ela é que tem problemas. E eu pensei que todo o motivo da minha educação era que violência é a resposta.”

“Apenas para aqueles que a trazem primeiro. Sua mãe não está te agredindo. Vocês duas são só muito parecidas, só isso.” Apesar de eu saber que falar isso seria como pisar em um campo minado, eu não pude deixar de perceber que isso era a pura verdade. A mãe dela também era determinada, além de ser um pouco teimosa.
Rose parou de andar. “Eu não sou nada parecida com ela! Eu quero dizer... nós meio que temos os mesmos olhos. Mas eu sou muito mais alta. E meu cabelo é completamente diferente.” Ela apontou seus longos cabelos lisos amarrados em um rabo de cavalo. Como se eu nunca tivesse percebido, eu sei perfeitamente como é o cabelo dela, eu me lembro quando o senti entrelaçado em meus dedos enquanto nos beijávamos na minha cama.
“Eu não estou falando sobre a aparência física, e você sabe disso.” Respondi olhando para ela.
Ela desviou o meu olhar: “Você acha que eu tenho ciúmes?”
“Você tem?” Eu perguntei de volta. “Se sim, então do que você tem ciúmes exatamente?” Tinha horas que eu conseguia ler a parte mais profunda do subconsciente de Rose.
Ela olhou para mim: “Eu não sei. Talvez eu tenha ciúmes da reputação dela. Talvez eu tenha ciúmes porque ela gasta mais tempo em sua reputação do que comigo. Eu não sei.”

“Você não acha que o que ela fez foi incrível?” Perguntei.
“Sim. Não. Eu não sei. Só soou como algo... eu não sei... como se ela estivesse se gabando. Como se ela tivesse feito aquilo pela gloria.” Rose fez uma careta meio triste. “Pelas tatuagens.”

“Você acha que enfrentar Strigoi vale a pena por algumas marcas? Eu pensei que você tinha aprendido algo com a casa dos Badica.” Eu fixei meus olhos nela. Roza ainda não compreendia o essencial.

“Não é isso-“
“Vamos.” Eu disse. Ela precisava conhecer uma pessoa.


Ela parou de andar de novo. “O que?”
Acenei minha cabeça para o lado oposto da direção que estávamos indo. “Eu quero te mostrar uma coisa.”
“O que é?”
“Nem todas as marcas são emblemas de honra.” Caminhei em direção a floresta.

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty CINCO

Mensagem por Convidad Seg Mar 01, 2010 10:40 pm

Mesmo sem ter a menor idéia para onde eu a estava levando, Rose me seguiu pacientemente. Eu sabia que ela odiava segredos, mas mesmo assim eu continuei calado.
Eu queria que ela conhecesse a tia de Christian Ozera, o garoto que colocou fogo no colega de classe um tempo atrás, e que perdeu os pais após os mesmos resolverem se tornar Strigois.
Tasha era uma moroi diferente, confesso que ainda estava surpreso com sua visita à Academia. Assim como o sobrinho, ela também sofria discriminação. Por conta disso, ela resolveu aprender a se cuidar sozinha e hoje em dia ensinava artes marciais.
Saímos do perímetro da Academia e caminhamos entre as árvores. Tinha um longo espaço rodeando a escola. Andamos em silêncio. O único som que poderíamos ouvir era o de nossos pés quebrando a contínua neve e alguns pássaros cantando. Rose precisava acelerar um pouco seus passos para me acompanhar, e acho que a neve estava atrapalhando um pouco. Mantive minha velocidade me tornando indiferente aos seus esforços.
Depois de uns minutos de caminhada podíamos ver a cabana. Imaginei que Roza estaria confusa com aquela visão. Acredito que ela nem sabia que existia algo assim no meio dessa floresta. Escondi um sorriso.
“O que é isso?” Ela me perguntou.
“Antigo posto de vigiar. Guardiões costumavam viver na beira do campus para manter a vigia contra os Strigoi.” Eu a informei.

A pequena cabana era escura e feita de diversos troncos de árvore gastos e apodrecidos. Um pedaço do teto havia cedido, mas mesmo assim ainda dava algum suporte para o local.


“Porque eles não fazem mais isso?” Ela perguntou.

“Nós não temos guardiões o suficiente. Além do mais, os Moroi colocaram magia de proteção o suficiente no campus que a maioria não acha que é necessário ter alguém de guarda.”

Após o ataque dos Badica seria sim necessário haver alguns guardiões tomando conta da Academia. Havia grandes evidências de que humanos estavam por trás da quebra dos Wards, mas preferi deixar que Rose tomasse suas próprias conclusões.
Quando contornamos a cabana, escutei algumas vozes. Imaginei que Tasha poderia estar com visitas. Fitei Tasha, Lissa e Christian próximos ao lago que estava congelado essa época do ano.

“Rose!” Lissa gritou dando pequenos passos desajeitados sobre os patins. Christian lançou um olhar sobre Rose como se ela fosse uma intrusa.
“Obrigada por me convidarem para a festa.” Rose parecia confusa e com um pouco de ciúmes.

“Eu pensei que você estava ocupada. E isso é segredo de qualquer forma. Nós não deveríamos estar aqui.” Lissa respondeu.


Não deveríamos estar aqui era um eufemismo, na realidade eles estariam todos seriamente encrencados, e provavelmente eu também, por consentir que os alunos estivessem por aqui sem a permissão da diretoria.
Christian e Tasha patinaram para próximo de nós.


“Você trouxe penetras Dimka?” Tasha me perguntou. Eu ri. Rose me olhou chocada. Eu raramente ria perto de Rose, eu costumava manter o controle das minhas emoções, embora alguns deles já estivessem completamente descontrolados.

“É impossível manter Rose longe de lugares que ela não pode ir. Ela sempre os encontra eventualmente.” Eu disse para Tasha brincando, apesar disso ser uma grande verdade.
Rose sempre encontrava lugares que ela não deveria encontrar. Um exemplo disso foi a vez que eu a encontrei quase nua no quarto andar.
Tasha sorriu e se virou, lançando seus cabelos negros sobre os ombros, olhando para Rose.
Apesar de Moroi, Tasha era uma mulher muito bonita, ela tinha um rosto em formato de coração, olhos bem azuis e lábios delicados. Nem mesmo a cicatriz que ela carregava em uma das bochechas estragava sua beleza.
Quando os pais de Christian tinham se tornado Strigoi, eles voltaram para pegá-lo, esperando a idade certa para transformá-lo. Tasha, imaginando essa decisão correu para impedi-los e providenciou algumas distrações até que os guardiões aparecessem e acabassem com os Strigoi. Ela não saiu ilesa.

Tasha estendeu sua mão para Rose se apresentando. “Tasha Ozera, eu ouvi muito a seu respeito, Rose.”
Rose deu um olhar zangado para Christian.
Tasha riu. “Não se preocupe, só coisas boas.”

“Não, não são.” Christian disse.

Tasha balançou sua cabeça em exasperação. “Honestamente, eu não sei de onde ele conseguiu habilidades sociais tão horríveis. Ele não aprendeu isso comigo.”
Ela dizia a verdade. Tasha era uma mulher muito sociável, daquelas que todos querem ficar por perto. Desde que eu a conheci era esse sentimento que eu mantinha por ela.
“O que vocês estão fazendo aqui?” Rose perguntou.

“Eu queria passar um tempo com esses dois.” Tasha franziu um pouco a testa e as sobrancelhas. “Mas eu não gosto muito de ficar perto da escola. Eles não são sempre hospitaleiros...” A voz dela ficou mais baixa no final.
O local ficou silencioso por alguns instantes.

“Por que... porque devido ao que aconteceu...” Rose disse gaguejando.
“Esse é o jeito que é.” Tasha disse dando de ombros. Ela esfregou suas mãos e expirou, liberando fumaça com a sua respiração. “Mas não vamos ficar parados aqui, não quando podemos fazer uma fogueira lá dentro.” Ela começou andar e nós a seguimos.
A cabana estava bem suja e empoeirada, mas não creio que Tasha se importasse, ela poderia ficar em um quarto de hóspedes dentro da Academia. Eu lancei um olhar para Rose e percebi que ela inspecionava o local minuciosamente enquanto acendíamos a lareira. Tasha nos trouxe um saco de marshmallows para assarmos no fogo.
Tasha e eu começamos a conversar. Tínhamos muito assunto para colocarmos em dia, fazia tanto tempo que não conversávamos e eu estava muito feliz de vê-la novamente. Sempre gostei muito dela e nunca a julguei pela decisão dos pais de Christian. Ela era uma Moroi brilhante que lutava por seus próprios ideais, ela aprendeu a se defender e não tinha guardiões ao seu encalço.
Devido ao número escasso de Guardiões atualmente, os que não eram da realeza eram os mais prejudicados. Apenas um ou outro tinha a sorte de ter um guardião ao seu lado. Já os Moroi da realeza sempre tinham um guardião. E dependendo da influência poderiam ter até dois. Devido ao preconceito que Tasha sentia por ser uma Ozera, não tinha nenhum, e não se incomodava com isso. Ela treinava diariamente para poder se defender quando necessário. Eu achava isso um absurdo, porém onde Tasha vivia não era um local comum de caça dos Strigoi, isso me deixava mais tranqüilo em relação a sua segurança.


Percebi que Rose não estava conversando com Christian e Lissa, ela apenas estava em silêncio escutando nossa conversa.
“Então você vai para a viagem de esqui?” Rose perguntou para ela.
Tasha acenou com a cabeça, dando um longo bocejo, enquanto se espreguiçava. “Eu não esquio há séculos. Não tive tempo. Tenho guardado todas as minhas férias para isso.”
“Férias?” Rose olhou curiosamente. Eu sorri enquanto a observava. Rose era uma menina muito especial, e como sempre, estava bastante curiosa, dessa vez sua curiosidade abrangia a vida de Tasha.
“Infelizmente, sim. Eu ensino aulas de artes marciais.” Tasha respondeu melancólica. Assim como eu ela amava seu trabalho e não conseguia ficar longe dele por muito tempo. E quanto às artes marciais, Tasha era realmente excelente no que fazia, e amava cada minuto gasto naquilo.
Rose estava atônita. Eu sei o que ela pensou naquele minuto. A maioria dos Moroi da realeza não trabalhavam, mas Tasha era uma mulher completamente diferente das demais Morois.

“O que você acha Rose? Acha que você poderia com ela?” Christian perguntou para Rose, se divertindo com sua reação.
“Difícil dizer.” Rose respondeu.
Eu conhecia Rose muito bem, e a resposta era sim, ela poderia derrubar Tasha num piscar de olhos. Apesar de Tasha ser excelente, ela era uma Moroi. Rose era mais forte, e rápida. Assim como eu, ela era uma Dhampir, e os Dhampirs já nascem com essa habilidade, que eu poderia facilmente chamar de dom. Ainda mais Rose, onde havia bastante genética envolvida. Sua mãe era uma excelente guardiã, assim como ela seria um dia. Muitos novatos não faziam o que ela fazia. Roza era a melhor em sua sala de combate, ela estava conseguindo superar os anos que passou fora da Academia. Eu não estava surpreso por isso. Do momento em que fitei Rose defendendo Lissa em Portland eu sabia que essa garota iria longe. Eu sentia muito orgulho de ser seu mentor.
Mas eu não falei nada, continuei quieto. Rose estava pensativa.
Tasha sorriu para Rose. “Você está sendo modesta. Eu já vi o que vocês podem fazer. Isso é só um hobby meu.”

Eu ri. “Agora você está sendo modesta. Você podia ensinar para metade dos alunos daqui.” E também era verdade. Apesar de Rose conseguir derrubá-la, Tasha era uma excelente lutadora, ela havia combatido com Strigois e treinava diariamente. Muitos alunos ainda não estavam tão preparados quanto ela.

“Dificilmente. Eu ficaria bem embaraçada de apanhar de um bando de adolescentes.” Ela disse. Eu estava quase rindo novamente.
“Eu não acho que isso aconteceria. Eu me lembro de você fazer um belo dano em Neil Szelsky.” Eu a lembrei da ocasião.
Tasha rolou os olhos. “Jogar minha bebida no rosto dele não é um dano de verdade – a não ser que você considere o dano que eu fiz em seu terno. E nós todos sabemos como ele é sobre as suas roupas.” Nós rimos juntos. Neil havia sido um pouco abusado com Tasha um tempo atrás durante uma festa, e ela soube revidar a altura.


“Você começou a aprender depois do que aconteceu com seu rosto?” Rose perguntou impetuosamente. Como ela poderia ter feito aquilo? Era um pouco grosseiro. No fundo eu sempre soube que Tasha não gostava muito de falar sobre isso. Mas ela pareceu não se incomodar. Essa era a Tasha.
“Rose!” Lissa sibilou, chamando a atenção da amiga.

Christian também pareceu não se incomodar. Eu fiquei surpreso com isso. Ele normalmente não gostava de comentar sobre o ataque dos seus pais.
“Depois. Quanto você sabe?” Tristeza invadiu o rosto de Tasha, apesar da sua expressão, seu tom de voz era o mesmo. Ninguém sabia muito sobre aquela noite, apenas os guardiões que participaram do ataque, Christian, Tasha e algumas pessoas que eles contaram a história.
Rose fitou Christian enquanto respondia para Tasha. “O básico.”
Tasha fez um aceno com a cabeça e começou a contar sua história.

“Eu sabia... eu sabia o que Lucas e Moira tinham se tornado, mas ainda sim isso não me preparou. Mentalmente, fisicamente, ou emocionalmente. Eu acho que se eu tivesse que reviver isso, eu ainda não estaria pronta. Mas depois daquela noite, eu olhei para mim mesma
– figurativamente falando – e percebi o quão incapaz eu era. Eu passei minha vida toda esperando os guardiões me protegerem e cuidarem de mim. E isso não quer dizer que eles não são capazes disso. Como eu disse, você provavelmente poderia me aniquilar numa luta. Mas eles – Lucas e Moira – derrubaram dois guardiões antes que nós tivéssemos nos dado conta do que tinha acontecido. Eu os impedi de levar Christian – mas por pouco. Se os outros não tivessem aparecido, eu estaria morta, e ele.” Tasha parou um pouco franzindo as sobrancelhas e fitando Christian – “Eu decidi que eu não queria morrer daquele jeito, não sem lutar e fazer tudo que eu pudesse para me proteger e a aqueles que eu amo. Então eu aprendi todo o tipo de defesa pessoal. E depois de um tempo, eu não, uh, me encaixei muito bem quanto à alta sociedade por aqui. Então eu me mudei para Minneapolis e fiz a vida ensinando outros.”

Quando ela terminou, nosso grupo estava completamente em silêncio.
Passamos o resto do tempo contando situações divertidas. Eu pude perceber que Rose estava começando a gostar de Tasha. Era impossível alguém não gostar dela, desde que eu a conheci ela nunca mudava, era sempre a mesma Tasha simpática com todos. Assim como Rose ela era determinada. Eu gostava muito dela, não do mesmo jeito que eu gostava de Roza, mas eu poderia passar anos ao lado de Tasha sem me importar, eu gostava de ficar perto dela, de ouvir suas histórias, ela era divertida e inteligente, não faltava assunto quando estávamos juntos, nós tínhamos o mesmo gosto, as mesmas opiniões e até o mesmo ciclo de amigos. Por um breve momento eu pensei que Tasha seria uma boa oportunidade para eu me distrair. Ela já era mais velha, madura e muito bonita. Eu sempre me dizia que Rose deveria seguir sua vida em frente e me esquecer, e depois de hoje comecei a pensar que eu deveria fazer o mesmo. Quem sabe, Tasha seria a pessoa que poderia me ajudar. Que poderia trazer brilho para minha vida cheia de lutas e mortes.
Estávamos todos rindo quando Tasha olhou seu relógio.
“Onde é o melhor lugar para uma garota fazer compras por aqui?” Ela perguntou para as meninas.
Lissa e Rose se entreolharam e responderam juntas. “Missoula.”
Lembrei da nossa última viagem para lá. Rose me obedeceu quando eu disse que ela deveria se portar como uma guardiã ao lado de Lissa. No caminho de volta ela adormeceu nos meus ombros. E toda essa nostalgia me trouxe a tona a imagem de Rose com aquele vestido. Aquela lembrança ainda me tirava de órbita.
Tasha suspirou me fazendo voltar para a realidade. “Isso é algumas horas de distância, mas se eu sair logo, eu posso provavelmente ter algum tempo antes das lojas fecharem. Eu estou muito atrasada nas compras de natal.”
“Eu mataria para ir às compras.” Rose gemeu.

“Eu também,” disse Lissa.

“Talvez nós pudéssemos ir junto...” Rose me lançou um olhar esperançoso.
“Não.” Eu disse imediatamente, tirando todo fio de esperança que ela poderia ter. Rose suspirou.
Tasha bocejou de novo. “Eu vou ter que pegar algum café, para não dormir no caminho.”
“Algum dos guardiões não pode levar você?” Rose perguntou para Tasha.
Ela balançou sua cabeça. “Eu não tenho nenhum.”

“Não tem nenhum...” Rose gaguejou. “Você não tem nenhum guardião?”
“Não.”
Rose gritou em surpresa. “Mas isso não é possível! Você é da realeza. Você deveria ter pelo menos um. Dois, na verdade.”

“Os Ozera não são exatamente os primeiros da fila quando os guardiões recebem suas missões.” disse Christian amargamente. Isso era bem injusto. Os Ozera eram boas pessoas, eles não deveriam ser julgados pelo que um membro da família optou fazer. “Desde que... meus pais morreram... houve meio que uma carência de guardiões.” Ele continuou.


“Mas isso não é justo. Eles não podem punir você pelo que os seus pais fizeram.” Rose disse.
“Não é punição, Rose. É apenas... uma reorganização de prioridades.” Tasha disse calmamente. Rose parecia inconformada. Eu também sempre fiquei inconformado com essa situação. Os Ozera deveriam ter guardiões.
“Eles deixaram você sem defesa. Você não pode ir sozinha!” Rose estava quase gritando novamente.
“Eu não sou indefesa, Rose. Eu disse isso pra você. Se eu quisesse mesmo um guardião, eu podia pedir um, mas é muita briga. Estou bem por enquanto.”

Eu olhei para Tasha. Mesmo imaginando sua resposta, eu me sentia responsável por sua segurança enquanto ela estivesse em St. Vladimir. “Você quer que eu vá com você?” Perguntei.
“E manter você acordado a noite toda?” Tasha balançou a cabeça. Ela era uma pessoa muito boa. “Eu não faria isso, Dimka.”
“Ele não se importa.” Rose disse rapidamente. Ela também estava preocupada com Tasha e aprovava a minha idéia. Eu quase lancei um sorriso para ela. Pude ver a essência de guardião que ela carregava dentro de si.
“Eu realmente não me importo.” Disse para Tasha, concordando com Rose. E era verdade, seria muito bom mudar de ares, conversar mais com Tasha e passar mais tempo ao lado dela.
Tasha hesitou ao me responder. “Está bem. Mas nós provavelmente deveríamos ir logo.”

Nosso grupo se separou. Lissa, Christian e Tasha foram para um lado. Enquanto eu e Rose fomos para o outro. Combinei com Tasha de encontrá-la dentro de meia hora. Era o tempo de eu levar Rose ao seu dormitório e colocar outro casaco.


“Então o que você acha dela?” Perguntei para Rose quando estávamos sozinhos.
“Eu gosto dela. Ela é legal.” Rose me disse com sinceridade. Ninguém conseguia odiar Tasha. “E eu entendi sobre o que você quis dizer das marcas.” Ela continuou.
“Oh?” Eu disse para ela. Era exatamente por isso que eu havia trazido Rose aqui. Eu precisava que ela entendesse a dimensão de ter uma tatuagem Molnija, o que aquilo significava. E como essa marca poderia ser diferente, carregar nomes diferentes, ser obtidas de forma diferente, porém com a mesma finalidade.
Rose concordou olhando para os próprios passos enquanto caminhávamos. O chão estava um pouco incerto devido as poças de gelo, formadas pelo frio.
“Ela não fez o que fez pela gloria. Ela fez porque ela precisava. Assim como... assim como a minha mãe fez.” Ela admitiu.
Eu estava muito orgulhoso da conclusão de Rose. “As marcas não importam. Molnijas ou cicatrizes.” Ela deduziu, tirando as palavras dos meus pensamentos.

“Você aprende rápido,” eu disse com aprovação.
“Porque ela chama você de Dimka?”
Eu já imaginava que Rose me perguntaria isso desde o primeiro momento que ouvi Tasha dizer meu apelido.
Eu ri. “É um apelido para Dimitri.”
“Isso não faz sentido. Não soa nada como Dimitri. Você deveria ser chamado, eu não sei, de Dimi ou algo assim.”
“Não é assim que funciona em russo.” Eu disse para Rose.
“Russo é estranho.” Rose respondeu. Eu estava quase rindo novamente. As vezes Rose me parecia uma criança ingênua.
“Inglês também é.” Eu disse.
Ela me deu um olhar de lado. “Se você me ensinar a xingar em russo, eu posso ter uma nova apreciação sobre isso.”
“Você já xinga muito.” Eu disse a realidade para ela. Rose vivia balbuciando palavrões por ai.
“Eu quero me expressar.”
“Oh, Roza...” Eu suspirei. “Você se expressa mais do que qualquer um que eu conheça.”
Rose sorriu, e continuamos caminhando em silêncio. Eu gostava de estar perto dela. Mesmo sem trocarmos uma palavra era agradável ficar com ela. Sua presença me fazia muito bem. Era um pouco triste também. Eu sabia que nós não deveríamos ficar juntos. Nosso mundo era o mesmo. Nossa diferença de idade era imensa. Ela ainda não era guardiã, mas quando se tornasse uma, ela seria minha parceira de trabalho. Eu jamais deveria ter me apaixonado por ela. Como eu faria um bom trabalho? Como eu defenderia Lissa? Eu precisava fugir, esquecer completamente dessa garota que mexia com todos os meus sentidos. Por um segundo me lembrei de Tasha, e agradeci que ela estaria por perto durante algum tempo.

“Você sabe tem algo estranho sobre a cicatriz de Tasha.” Rose perguntou espantando meus pensamentos.
“E o que é?”
“A cicatriz... ela estragou seu rosto.” Rose pausou, imaginei que ela estava tendo dificuldade de expressar seus pensamentos. “Eu quero dizer, é obvio que ela costumava ser muito bonita. Mas mesmo com a cicatriz agora... eu não sei. Ela é bonita de um jeito diferente... É como... se ela fosse parte dela. Como se a completasse.”
Rose havia sido muito perspicaz. Eu também pensava da mesma forma. Tasha era muito bonita, e a cicatriz era indiferente. Era como se sua beleza interior fosse tão imensa que radiava externamente, deixando sua cicatriz ser apenas um mero detalhe, insignificante perto do seu coração grandioso. Eu não disse nada, apenas olhei para Rose. Nossos olhos se cruzaram como antigamente. Porque essa menina ainda mexia comigo? Ela era muito esperta, e linda. Eu não sei o que ela estaria pensando. Não sei nem se ela ainda pensava em mim da mesma forma intensa que eu ainda pensava nela.
Sem palavras eu apenas respondi. “Você aprende rápido, Roza.”

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Mensagem por Convidad Dom Mar 07, 2010 6:50 pm

Tasha me encontrou meia hora depois no local combinado. Entramos no carro e dirigi em direção à Missoula para que ela pudesse fazer suas compras de Natal.
Eu não era um grande apreciador de fazer compras, ainda mais nessa época do ano em que o shopping deveria estar lotado, mas acompanhar Tasha não era nenhum sacrifício.
Na estrada, eu e ela conversávamos sobre os velhos tempos. Ela me contou as novidades de alguns amigos que tínhamos em comum, mas que devido à correria do trabalho e minha função na Academia, eu havia perdido o contato. Quando chegamos ao shopping, eu estacionei o carro e rapidamente desci para me posicionar como Guardião perto dela. Tasha deu uma intensa gargalhada enquanto me empurrava, tentando baixar minha guarda.
“Dimka, o que você está fazendo? Você não vai ficar fazendo isso.” Ela me puxou. “Venha, você está comigo, vai andar do meu lado, e não como uma sombra, por favor!” Ela não parava de rir. Eu tentei, mas era impossível não rir dessa situação. Eu concordei com Tasha. Nós éramos grandes amigos, e eu me sentia feliz perto dela. Ela tinha algo leve dentro de si que transcendia em todos que estivessem por perto. Para ela as coisas sempre eram fáceis, não havia dificuldade. E era assim que eu me sentia quando estávamos juntos.
Passeamos no shopping, rindo e conversando o caminho todo. Em alguns momentos Tasha parava em lojas e me fazia dar opiniões sobre algumas roupas. Eu não era muito bom nisso, não entendia nada sobre moda, apenas conseguia dizer o que era bonito e o que era muito estranho. Algumas vezes Tasha me pediu opinião sobre cores, mas ai já era pedir demais. Lilás e roxo era a mesma coisa para mim, e ela não se conformava sobre isso.
Fazia muito tempo que não conversava pessoalmente com Tasha. Durante esses anos, trocamos apenas algumas cartas, e telefonemas, em datas comemorativas como Natal e aniversário. Partilhamos alguns detalhes íntimos desde a última vez que nos vimos. Eu apenas mantive em segredo o poder de Lissa, descoberto recentemente e os meus sentimentos pela minha aluna, Roza.
Tasha entrou em uma loja de roupas femininas, e puxou um vestido de seda vermelha bordado com flores que estava em uma das prateleiras.
“Bonito.” Eu disse, sem saber se ela queria minha opinião.
“Vou levar para Rose, Dimka. O que você acha? Você conhece ela melhor do que eu.”
Ela estava me perguntando sobre um presente que ela queria dar para Rose. Eu dei outra olhada no vestido e logo imaginei Rose vestida nele. Era um erro. Ela iria ficar estonteante.
“Sim, ela vai adorar.” Eu admiti. Tasha puxou o cartão de crédito e comprou o presente sem pensar duas vezes.

“Bom, então agora ela vai ganhar um vestido.” Tasha sorriu. Eu peguei a sacola da mão dela e seguimos em direção a outras lojas.
Ela também comprou presentes para Lissa, Christian e até mesmo para mim. Eu neguei o presente, mas ela me fez escolher entre uma camisa social, ou um livro. Eu optei pelo livro. Eu gostava bastante de ler, mais do que me manter na moda.
Algumas horas depois, ela disse: “Acabei minhas compras! Você quer comer alguma coisa? Estou morta de fome.” Antes que eu pudesse responder, ela me puxou em direção a praça de alimentação. Eu comecei a rir novamente da situação impulsiva que Tasha me colocava.
Quando encontramos uma mesa vazia na praça de alimentação, coloquei as sacolas em uma das cadeiras e pedi que ela se sentasse. Fui para fila do fast-food buscar nossos lanches. Tasha sabia se defender, e mesmo que ela precisasse, eu chegaria ao local em menos de 10 segundos. Da fila eu podia observá-la muito bem. Fiquei pensando em como as coisas seriam mais fáceis se eu me apaixonasse por uma Moroi. Não haveria problemas para o nosso romance, e nós poderíamos até mesmo constituir uma família. Mas me apaixonar por Rose tornava as coisas complexas. Nós jamais poderíamos ter filhos, devido à genética estranha do mundo vampírico, mas pior que isso, temo que estivéssemos correndo o risco de perder nossas próprias vidas tentando defender um ao outro.
Se eu me apaixonasse por Tasha, as coisas seriam mais leves, nós poderíamos fazer compras juntos, viajar, ela trabalharia e eu poderia continuar na St. Vladimir lecionando. Em breve Rose não estaria mais lá, e meu tormento teria fim.
Quando voltei com nossos lanches para a mesa, fui surpreendido por um comentário de Tasha.
“Dimka, eu estive pensando. Eu quero um guardião.”
“Eu acho que você deveria ter um, é seu direito. Rose disse mais cedo, e eu concordo com ela. É uma falha você não ter um Tasha.” Eu a encorajei.
Ela hesitou um pouco. “Dimka, eu quero que você seja o meu guardião.” Ela me olhou ansiosa.
“Eu não sei...” Eu pausei. Tudo era muito estranho, minutos atrás eu imaginei que seria ótimo sair por ai com Tasha. Mas agora que ela me fez essa proposta era como se as possibilidades se tornassem algo concreto. Eu senti um aperto no peito, e um filme correu em minha mente, um filme onde eu não trabalharia mais para Lissa, e não veria Rose com freqüência. Não. Eu não sei se conseguiria viver longe da Roza.
“Pense nisso ok?” Tasha disse interrompendo o filme que passava em minha mente. Por um lado, eu não queria deixar Roza, mas eu não queria magoar Tasha. Ela era uma mulher sensacional, e estava me propondo algo que seria o certo. Eu poderia caminhar para frente. Com Rose, as minhas chances seriam mínimas, e eu poderia perder outro Moroi, caso trabalhássemos juntos. E dessa vez, por minha culpa.
Eu apenas acenei para Tasha e continuamos comendo em silêncio.
Tasha mal acabou de comer quando disse: “Vamos embora!”
Mais uma vez antes que eu pudesse responder, ou perguntar por que ela não acabava de comer, Tasha se levantou recolhendo as bandejas e jogando fora o resto do lanche. Observei cautelosamente seus movimentos, e fiz a mesma coisa. Ela devia estar um pouco chateada com o meu silêncio. Peguei as sacolas de compras e seguimos para o carro.
No caminho de volta, conversávamos sobre qualquer coisa que vinha à mente. Tasha sempre tinha um assunto intrigante, e mesmo me sentindo desconfortável, ela fez como se nada tivesse acontecido.
Ela tinha o dom de manter as coisas confortáveis. Com o tempo eu fui relaxando também, me esquecendo quase completamente do momento de tensão que passamos na praça de alimentação.
Quando chegamos à Academia, deixei Tasha com suas sacolas de compras e segui em direção aos dormitórios. Pensei em dormir um pouco antes da sessão de treinamento com Rose. Eu estava exausto, mas não sei se daria tempo de tirar um cochilo. Enquanto caminhava, encontrei Janine Hathaway.
“Hey Belikov.” Ela me cumprimentou.
“Hey Hathaway, como vão as coisas?” Eu disse.
“Vão bem. Você está com uma cara de cansado.”
“É na verdade, eu não dormi ainda, e dentro de algumas horas eu tenho uma sessão de treinamento extra com Rose.” Era estranho comentar sobre Rose com a mãe dela.
“Humm, eu acho que você deveria descansar. Se você permitir, eu poderia lidar com o treinamento de Rose logo mais?! Eu estou um pouco preocupada com ela, e com o que ela deve estar pensando de mim, acho que seria bom se eu pudesse dar algumas dicas para ela.”
“Eu não sei, você deve ter muita coisa para fazer Guardiã Hathaway, se você quiser, eu peço para Rose te encontrar depois do treino.” Eu disse um pouco relutante ao seu pedido, Hathaway deveria pensar que eu não ensinasse absolutamente nada sobre autocontrole para sua filha.
“Por favor, Belikov, me de essa oportunidade para conversar com a minha filha? Ela jamais viria falar comigo por vontade própria, ou por um pedido seu.” Ela pediu suplicante.
Percebi que essa não era uma boa hora para dizer não. Elas tinham muito que conversar, e seria interessante que Rose aprendesse algumas técnicas com a mãe, ela era ótima. De qualquer forma eu estava realmente muito cansado, acredito que o treino de Rose teria uma qualidade inferior comigo nesse estado. Portanto concordei.
“Claro. Eu estarei descansando então. Muito obrigado Janine. Vai ser bom para vocês duas esse treino. Acredito que Rose irá te surpreender. Ela é muito boa e dedicada. Só poderia ser sua filha.”
Com um sorriso singelo seguimos para lados diferentes.

Entrei no meu quarto e fui direto para o chuveiro. Eu precisava urgentemente de um banho. Fiquei pensando na proposta de Tasha e em Rose. Eu estava dividido. Eu sabia quem eu amava, e eu sabia quem eu poderia aprender a amar. Eu sabia quem eu poderia defender integramente, e quem eu defenderia de forma duvidosa. Eu estava em dúvida entre o que era certo, e entre o que meu coração dizia que era certo.
Talvez, estando com Tasha eu poderia esquecer completamente de Rose. Eu seguiria por um caminho diferente. Sairia daqui e resistiria à tentação. Era uma coisa que eu poderia tentar. Eu deveria dar essa oportunidade para Tasha, para Rose e para mim mesmo. Quem sabe comigo longe, Rose seguiria sua vida em frente, sairia com garotos da sua idade, e defenderia Lissa. Seria o certo a se fazer. Até porque eu não queria Rose arriscando sua própria vida por minha causa. Se ela se arriscasse, deveria ser pelo seu protegido.
Quando sai do banho, fui direto para cama. Eu estava realmente esgotado. Desliguei o abajour e minutos antes de dormir, lembrei de Roza novamente. Deus como doía amar essa garota.

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Mensagem por Convidad Dom Mar 07, 2010 6:51 pm

Naquela noite sonhei com ela. Nem em meus sonhos essa garota me deixava em paz. Sonhei com o maldito vestido preto, e o colar enfeitiçado. Sonhei que ela entrava no meu quarto enquanto eu dormia. De repente, ela estava em cima de mim. Beijando meu pescoço e acariciando meu peito, tentando me acordar e tirar meu pijama. Eu arrancava aquele vestido rapidamente do corpo dela e corria minhas mãos por suas coxas e cintura. Eu me lembrei que deveria arrancar aquele colar... O colar... Onde estava a droga do colar? Não estava no pescoço dela. Não tinha colar algum por perto e eu não conseguia parar de beijá-la. Seu olhar encontrava com o meu, era intenso e profundo, eu sentia vontade de me perder naqueles olhos, e abraçava Roza bem perto do meu peito, com medo de que ela fosse embora, com medo de perdê-la. Ela arranhava minhas costas enquanto gemia no meu ouvido, dizendo que me queria. Roza, Roza, você não imagina o quanto eu também te quero, mas não podemos, você deve tirar esse colar agora. Por favor, minha pequena... o colar que Victor te deu... eu sei que você está usando o colar.
Onde estaria o colar? Ela não estava usando nenhum. Se ela não estava usando porque não conseguíamos nos afastar um do outro?

Acordei em um salto. Meu sonho foi perturbador, assim como tudo que vinha de Rosemarie.
Olhei para o relógio e me dei conta que as atividades na Academia já tinham começado há algum tempo.
Sai da cama precisando tomar um banho para esfriar a cabeça. Todos aqueles eventos corriam na minha memória. O passeio no shopping, a oferta de Tasha, meu sonho com Rosemarie. Eu estava quase aceitando a idéia de ser guardião em outro lugar e deixar para trás essa loucura que não me deixava nem dormir em paz mais.

Quando sai do quarto, encontrei Stan, um dos guardiões.

“Hey Alto, aconteceu algo enquanto estive fora?”
“Não nada demais, Belikov. Mas fiquei sabendo que sua aluna particular precisou fazer uma visita à enfermaria novamente.”

Senti uma frieza quando ele disse aluna particular, não entendi se ele desprezava Rose por ela estar superando seus colegas, coisa que Stan jamais imaginou que ela conseguiria, ou se ele desconfiava de algo entre nós. Em todo o caso ele não gostava muito da Roza.

“Humm.” Respondi. Pensei em perguntar o motivo, mas não queria parecer muito interessado. Não deveria ser nada de grave. Notícias ruins chegavam logo.

Fui procurar o guardião que estava de patrulha para assumir seu posto.


Durante minha ronda, comecei a ponderar mais uma vez as vantagens que eu tinha ao lado de Tasha. Realmente eram muitas. Eu estava quase decidido a me afastar de Rose e dar uma chance para Ozera. Eu amava Rose demais, e por amá-la eu deveria deixar que ela aproveitasse sua adolescência, longe de mim, conhecendo outros garotos da sua idade e se dedicando exclusivamente a Lissa. No momento eu também estava preocupado. O que será que tinha acontecido com ela? Partia o peito lembrar da vez em que ela torceu o tornozelo. Ela me pediu, mesmo que inconsciente, para que eu ficasse ao lado dela, para que eu não a deixasse. E agora, consciente de tudo, eu estava tomando uma decisão crucial, e contra aquilo que ela me pediu em um momento de fraqueza. Eu sei que as situações são bem diferentes, mas se for bem interpretado, seria uma analogia de toda nossa situação.
Quando meu turno acabou, caminhei de volta para meu dormitório. Eu pensei em visitar Tasha, mas logo mudei de idéia. Pensei em visitar Rose para saber o que tinha acontecido, mas também desisti. Era melhor deixar as coisas assim por enquanto. Eu precisava descansar. Logo mais eu veria Roza no treino e saberia de tudo.
Rose era uma das coisas que me fizeram continuar. Querendo ou não, eu estava superando o incidente com meu antigo Moroi, eu ainda me culpava. Mas Rose me fazia ver as coisas diferentes. Ela deu um pouco de alegria pro meu coração que andava sem vontade de viver e batalhar pela vida de outros. Ela me fazia ter esperança. Sua ambição de ser uma guardiã excelente iluminava minha alma.

Como agora eu poderia deixá-la para trás? Justo agora que eu estava gostando tanto dela. Em um momento que talvez ela precisasse do meu apoio para seguir em frente. Por outro lado se eu a deixasse seria para seu próprio bem. Para que ela não se prejudicasse. Sua carreira mal começara e eu já estava querendo por tudo a perder.
Mas como eu poderia ser tão cruel ao ponto de partir o coração de Roza dessa forma? Será que ela ainda pensava em mim? Eu acredito que sim, diversas vezes nossos olhares nos entregavam. Ela sabia me ler como nenhuma outra mulher sabia, e eu também conhecia os desejos de seu coração. Mas e quanto a Tasha? Eu não queria magoá-la, ela era minha amiga, será que entenderia? Como eu diria para ela que eu recusaria seu pedido por causa de outra pessoa? Por causa da minha aluna? Tasha iria colocar um pouco de juízo na minha cabeça? Ou apoiaria meu relacionamento com Rose?

Eu não sabia a resposta para nenhuma dessas perguntas que circundavam minha mente. A única coisa que eu sabia é que deveria decidir isso logo. Tasha logo mais estaria partindo, e eu precisava decidir se iria ou não com ela.
Ir com ela, significava deixar Rose para trás. E esquecer Roza era quase impossível. Essas eram as minhas únicas certezas.

Estava sendo a decisão mais complicada da minha vida atualmente. Qualquer uma das opções eu estaria magoando duas pessoas que eu gostava. Uma delas ficaria completamente desapontada comigo.
O que eu devo fazer? Suspirei, e logo peguei no sono.
Dessa vez, sem sonhos malucos.

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Mensagem por Convidad Dom Mar 07, 2010 6:52 pm

Acordei com o som estridente do meu despertador. Levantei, tomei um banho e me arrumei para encontrar Rose na nossa aula prática. Eu estava um pouco atrasado, mas não me importei. Rose nunca chegava na hora e acredito que hoje não seria diferente.
Ledo engano. Quando cheguei ao ginásio vi que Rose já estava lá, como se não bastasse ela estava conversando e rindo com Ashford.
Algo naquela relação me incomodava um pouco. Rose parecia estar feliz, mais feliz do que o comum. Fiquei feliz por ela, apesar de perceber que aquela felicidade não era por minha causa. Talvez Rose já não estivesse tão interessada em mim quanto eu pensava. Não, não deveria ser. Eu precisava olhar no fundo dos seus olhos para ter certeza. Mas Rose estava evitando olhar para mim. Ela virou o rosto ao me ver. Percebi que ela estava evitando completamente meu olhar. Algo estaria errado. Talvez ela estivesse se afastando de mim para seguir em frente com Ashford. É talvez fosse isso. Pensei em perguntar por que ela passou pela enfermaria durante minha ausência, mas resolvi me fazer de indiferente. Era melhor. Ela não estava doente, ou com nada grave. Pelo contrário, ela estava feliz e rindo com Ashford minutos atrás, eu não iria me preocupar.
Seguimos para a sala de treinamento com os manequins. Pedi para que ela continuasse treinando os movimentos de dois dias atrás. Ela me obedeceu. A felicidade que ela estava a momentos atrás parecia ser instantânea. Comigo na sala de práticas, eu só pude perceber raiva durante seus ataques. Sentei para observá-la. Dei algumas dicas e mudei algumas técnicas que ela estava executando de forma errada. Fiquei pensando o motivo daquela fúria. Eu ainda não tinha conseguido fitar seus olhos. Ela estava escondendo o rosto de forma proposital.
“Seu cabelo está no caminho.” Eu disse depois que aquilo já estava indo longe demais. “Você não está apenas bloqueando sua visão periférica, você está correndo o risco de deixar seu inimigo buscar apoio.”


“Se eu estivesse mesmo numa luta, eu usaria preso.” Ela resmungou desafiadoramente, enquanto enfiava a estaca no coração do boneco. Percebi que ela havia colocado toda sua raiva e força naquele movimento. “Eu estou apenas usando solto hoje, só isso.” Ela continuou, enquanto eu analisava sua postura.
“Rose.” Eu avisei. Ela me ignorou, empalando o manequim novamente. “Rose. Pare.” Pedi em um tom mais acentuado que antes.
Dessa vez ela parou. Ela começou a andar para trás. Sua respiração estava profunda, como se fosse uma mistura de cansaço e ira. Rose bateu suas costas na parede e fitou o chão. Ela continuava evitando o meu olhar.

“Olhe para mim.” Ordenei para ela. Rose não tirou os olhos do chão.
“Dimitri...” Ela começou a falar, mas eu a cortei.
“Olhe para mim.” Mandei novamente. Ela hesitou, mas ela não poderia fugir da minha ordem. Naquele momento eu estava lidando com a aluna, e não mais com a Roza que eu estava apaixonado.
Devagar, ela se virou para mim, inclinando a cabeça levemente para que seu cabelo caísse sobre o rosto.
Levantei da cadeira e fui para perto dela. Ela ainda evitava meus olhos. Minha mão penteou seus cabelos para trás. Quando eu vi seu olho roxo, eu congelei, não tinha sentido algum. Parei de respirar, percebi em seu olhar a resposta para minhas perguntas. Ela ainda gostava de mim, como eu poderia ir embora e abandonar esses lindos cabelos macios e castanhos? Não me importava nem o futuro, nem o passado, eu queria ficar aqui para sempre. Olhando para ela, desvendando os segredos do seu coração, sem me importar com o que os outros podiam pensar.
Por impulso retirei minha mão dos seus cabelos, pairando estupidamente sobre nós. Porque eu fui tão estúpido a ponto de tocar aqueles fios de cabelo mais uma vez? Eu me repreendi mentalmente. Abaixei minha mão para o lado, recuando nosso contato. Sua cabeça caiu em desapontamento. Minha vontade era abraçá-la pela cintura e beijá-la suavemente, para confirmar minhas certezas. A certeza de que deveríamos permanecer juntos. Isso jamais teria fim, foi o destino que quis nos juntar, desde aquela noite em Portland. Tudo que eu passei em minha vida até hoje, me trazia diretamente até Roza.
Ela inclinou sua cabeça para me olhar novamente. Seu cabelo já não estava em seu rosto. Minhas mãos tremeram e eu resisti à vontade novamente de puxá-la para mim. Nossos olhares quando se cruzavam tinha uma intensidade, que era como se nossas almas pudessem ser vistas um pelo outro.
“Dói?” Perguntei para ela.
“Não.” Ela estava mentindo. Rose nunca foi uma boa mentirosa. Não para mim. Mas eu não falei nada. Eu não queria que ela se afastasse. Não agora.
“Não está tão ruim, vai sarar.” Eu disse. Eu odiava vê-la assim, e eu já suspeitava o que tinha acontecido.

“Eu odeio ela.” Rose disse com uma voz amargurada. Minha suspeita havia se confirmado, provavelmente ela tinha se acidentado durante o treino com Janine. Me senti um pouco culpado por ter ficado dormindo nesse dia, enquanto as duas lutavam no ginásio. Mas Janine era sua mãe, Rose e ela precisavam se entender.
“Não, você não odeia.” Eu não queria magoá-la mais. Eu só queria vê-la sorrir novamente.
“Eu odeio.” Ela disse novamente. Não, eu pensei, minha Roza era boa demais para odiar alguém.
Resolvi mudar a tática. “Você não tem tempo de odiar ninguém. Não na nossa profissão. Você deveria fazer as pazes com ela.”
A escuridão pairou sobre a face de Rose. Eu percebi que minha tática não havia funcionado.

“Fazer as pazes com ela? Depois que ela me deu um olho roxo de propósito! Porque eu sou a única que vê o quão louco isso é?” Rose estava furiosa.
Eu não acreditava que Janine teria feito isso de propósito, mais tarde eu conversaria com ela sobre o ocorrido.

“Ela não fez isso de propósito.” Minha voz era dura. “Não importa o quanto você esteja ressentida com ela, você tem que acreditar nisso. Ela não faria isso, e de qualquer forma, eu a vi mais tarde naquele dia. Ela estava preocupada com você.” Eu acabei contando para Rose, queria que ela entendesse o lado da mãe. Não queria mais ver minha Roza infeliz.
“Provavelmente mais preocupada que alguém fizesse uma acusação de abuso de crianças.” Rose murmurou.
Eu reprimi um suspiro. Porque Rose era tão difícil?
“Você não acha que essa é a época do ano para perdoar?” Eu disse quase perdendo as esperanças.
“Isso não é um especial de natal! Isso é a minha vida. No mundo real, milagres e coisas boas não simplesmente acontecem.”
Eu olhei para ela, escondendo minhas emoções. “No mundo real, você pode fazer seus próprios milagres.”
Rose colocou as mãos na cintura e disse: “Ok, você pode parar com isso de uma vez?”
“Parar com o que?” Eu exigi.

“Com essa merda Zen. Você não fala comigo como uma pessoa de verdade. Tudo que você diz é só alguma sábia lição de vida idiota. Você soa como um especial de natal.” Rose parecia estar jogando toda sua raiva em cima de mim. “Eu juro, às vezes parece que você só quer se ouvir falar! E eu sei que você não é sempre assim. Você estava perfeitamente normal quando você falou com Tasha. Mas comigo? Você só segue a maré. Você não se importa comigo. Você só está preso no seu estúpido papel de mentor.”

Eu não me importava com ela?! Permaneci em silêncio, indignado. Como ela poderia dizer aquilo? E ainda colocar Tasha no meio. Minha relação com Tasha era de amizade. O que eu sentia por Rose era muito mais. Eu gostava mais dela do que ela imaginava. Eu gostava dela mais do que deveria gostar. Eu gostava tanto dela que suas palavras dilaceraram meu peito. Como ela podia pensar que eu não me importava, se tudo na minha vida era em função dela. Atualmente, até mesmo meus sonhos e as decisões que eu estava tomando eram por ela. Tudo tinha Rose na frente, e ela achava que eu estava apenas fazendo meu estúpido papel de mentor?

Tentando me controlar, eu perguntei: “Eu não me importo com você?”
Não, ela não estava falando sério. Não é possível que depois de tudo que passamos, ela pensasse dessa forma.


“Não.” Rose respondeu.
Ah, essa garota estava sendo maldosa. Ela sabia da verdade, ela sabia que eu me importava e muito. Mas ela queria partir meu coração.
Porque ela estava fazendo isso da pior maneira? Como se não bastasse, ela levantou a mão e colocou um dedo acusador no meu peito e voltou a falar: “Eu sou outra aluna pra você. Você só continua com suas estúpidas lições de vida para que...”

Algum sentimento misturado com fúria e frustração subiu em mim enquanto ela jogava aquelas palavras na minha cara. Eu precisava que ela calasse a boca e percebesse tudo que eu sentia. Ela precisava ver que estava me machucando.
Subitamente, agarrei sua mão em meu peito e pressionei contra a parede.

“Não me diga o que eu estou sentindo.” Eu rosnei. Eu já não sabia mais o que estava sentindo. Rose estava sendo estúpida. Apenas raiva e decepção passavam pela minha cabeça no momento. Eu estava prestes a perder o controle.

“É isso, não é?” Ela perguntou.

“O que?” Perguntei, tentando controlar minha fúria. Eu ainda estava segurando sua mão com força.

“Você está sempre lutando por controle. Você é igual a mim.”

“Não. Eu aprendi a me controlar.” Eu neguei. Mas Rose sabia que era verdade, eu sempre lutava por controle. Eu tentava diariamente controlar minhas emoções, principalmente as que eu sentia por ela. Dessa vez estava sendo impossível, ela estava querendo me tirar do sério de qualquer jeito.


“Não. Você não aprendeu. Você coloca uma boa cara, e a maior parte do tempo você fica em controle. Mas as vezes você não pode. E as vezes...” Ela se inclinou para mais perto de mim, e completou quase sussurrando. “As vezes você não quer.”

Aquilo tinha sido o limite. Eu estava quase perdendo minha cabeça. Ela ainda gostava de mim, e durante todo esse tempo estávamos apenas mantendo o nosso controle. Era um desafio diário treinar aquela garota. O fio de juízo que restava em mim a alertou.

“Rose...”

Minha respiração estava pesada. Confesso que meu coração estava acelerado e que naquele momento eu não queria me afastar dela. Na realidade essa era uma das vezes que eu não queria e nem podia manter meu controle.
Antes que eu conseguisse analisar a situação, Rose me beijou. Eu não pude fugir. Durante muito tempo meu corpo e meu coração vinham desejando aquilo. Eu senti um impulso elétrico correr entre os nossos corpos. Apertei meu corpo sobre o dela, pressionando-a na parede. Ah era tão bom. Era tudo o que eu quis desde aquela noite. Sentir novamente seus lábios respondendo aos meus. Nossos corpos na mesma sintonia. Eu ainda mantinha a mão de Rose presa à minha, minha outra mão corria por baixo de seus cabelos. Enquanto nos beijávamos, nossa conversa passou novamente pela minha cabeça. Como ela poderia dizer que eu não me importava. Eu queria provar para ela que sim, que ela vinha em primeiro lugar nos meus planos.
Eu estava liberando naquele beijo toda minha vontade contida, minha amargura e raiva pelas suas palavras ditas anteriormente, e toda a paixão e intensidade que eu sentia por aquela adolescente que sabia me ler como se meu espírito e minha mente fossem um livro aberto em seu domínio.
Lembrei do meu sonho, nesse caso também não havia nenhum colar, e eu também não queria me frear, mas era necessário. Ela era uma adolescente, menor de idade e qualquer um poderia entrar na sala a qualquer momento. Precisávamos parar. Minha boca insistia em continuar tocando seus lábios. Minhas mãos insistiam em continuar acariciando aqueles cabelos sedosos, mas minha mente pedia insistentemente para que eu me afastasse.
Durante nosso beijo intenso, caloroso e apaixonado, eu sentia que Roza também liberava todo seu desejo e ira guardados durante esse tempo. Ela tinha raiva, pois jamais poderíamos ficar juntos, e ainda assim, ela me desejava ardentemente como eu a desejava. As razões pelo qual deveríamos nos afastar gritaram urgentemente na minha cabeça.

Eu parei. Pulei para longe dela. Nós não poderíamos levar isso adiante. Rose estava louca, eu estava louco e doente por ela. Mas não mais, não dava mais pra continuar assim.



“Não faça isso de novo,” eu disse de forma rude.
Porque ela sempre tinha que me provocar? Porque era sempre ela a razão do meu desespero? Porque ela insistia em me perturbar? Se eu perdia o autocontrole era por culpa dela, sempre Rose, sempre Roza.

“Não me beije de volta então,” ela retrucou.

Fiquei olhando para ela por um longo tempo. Ela estava certa. Eu a beijei de volta. Eu respondi aos seus desejos. Se eu não quisesse, se eu negasse, todo esse sentimento não teria vindo à tona novamente.
Eu não deveria mais ficar perto dela. Nada entre nós era certo. Nós não íamos ficar juntos. Porque eu insistia? Não. Não mais. Roza estava absolutamente correta. Se eu não quisesse que ela fizesse aquilo novamente, eu deveria parar de responder às suas provocações. Eu não iria mais me permitir. Eu estava decidido. Isso tudo tinha sido como a gota d’água que faltava para que eu abrisse meus olhos e seguisse em frente. Chega de sofrer pelo impossível. Chega de querer o inevitável.
Mas antes, eu precisava magoá-la. Como ela me magoou.

“Eu não dou lições Zen para me ouvir falar. Eu as dou porque você é outro aluno. Eu estou fazendo isso para te ensinar a se controlar.”

“Você está fazendo um ótimo trabalho,” ela disse amargamente.

Porque essa garota ainda insistia?
Fechei meus olhos, e respirei fundo.
Eu não posso agüentar mais, pronunciei em Russo.
Recusando olhar para ela novamente, eu saí da sala.

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Mensagem por Convidad Qua Mar 10, 2010 4:33 pm

Você fez um trabalho magnífico Ju .
Tenho apenas um pedido e ficaria muito grata se você o atendesse : Poderia postar mmais vezes ? Sei que deve estar dando um trabalho danado , mas se você puder , em vez de postar 3 em um dia só , postar 1 por dia , ou algo assim .

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Mensagem por Convidad Qui Mar 11, 2010 3:19 pm

Nova leitora Very Happy
Tou amando sua fanfic.
POR FAVOR continue...
Bjão ;* I love you cheers

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Mensagem por Convidad Ter Mar 16, 2010 1:59 pm

Oi pessoal!!!

PEço um milhão de desculpas!
Estou bem em falta com vcs..
mas é q to bem sem tempo de escreveer...

mas a fic está caminhando.. estou quase no cap 18!!! vamos lá.. vou voltar a postar aos poucos.....

desculpa mesmo!!

beijos!

e prometo não desistir com o livro.. apesar de demorar para escrever

=D

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Mensagem por Convidad Qui Mar 18, 2010 6:39 pm

Quando vc posta mais ?

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Mensagem por Convidad Qui Mar 18, 2010 11:30 pm

Quando deixei Rose, sai andando sem rumo pela Academia. Não sabia muito bem o que fazer, nem para onde seguir. Eu estava confuso, atordoado, triste e decepcionado. Fui para o meu quarto decidido a me manter longe dela.
Chega. Eu só estava me machucando esse tempo todo. Eu iria dar uma chance para Tasha, iríamos embora daqui. Seria um recomeço. Nós poderíamos nos apaixonar. Não seria difícil. Tasha é uma mulher bonita, agradável, madura, determinada e inteligente. Com ela eu poderia esquecer completamente essa obsessão ridícula por uma adolescente. Principalmente porque Tasha era adulta, assim como eu.
Sentei na escrivaninha e tentei escrever um bilhete para Rosemarie. Comecei escrevendo que nós não teríamos mais aulas, nem encontros, nem absolutamente nada, pois eu estava de partida com Tasha. Pensei que isso poderia magoá-la um pouco. Por mais que ela tenha me magoado, eu não queria que Rose sofresse.
Joguei o papel fora, e comecei novamente. Escrevi que não podia mais ser seu mentor, pois eu a amava demais, eu deixava Lissa em suas mãos, pois precisava partir... Não, isso também não era o certo. Eu não queria assumir sentimentos e deixar Rose com esperanças, do jeito que ela era, iria correr atrás de mim, e implorar para ficarmos juntos. Se ela fizesse isso, eu tinha certeza que não conseguiria mover um passo de distância, eu a abraçaria com força e ficaria com ela. Será que ela teria essa reação? Não, acho que não. Mas mesmo assim, ainda não era a coisa certa a se dizer por um bilhete.
Pensei em escrever que estava partindo para esquecê-la, nossa relação estava muito conturbada. Não, isso também não.
Finalmente decidi escrever que era melhor cancelar as nossas próximas sessões por causa da viagem à estação de esqui, de qualquer forma, já estávamos no fim das aulas e seria bom que tirássemos uma folga dos nossos treinamentos.
Eu queria que Rose compreendesse que eu não queria mais ela por perto. Mas ao mesmo tempo meu coração apertava de imaginar que ela compreendesse tão bem a mensagem que se afastasse completamente de mim.

Eu estava sem cabeça para ficar de guarda, depois de tudo.
Liguei para Alberta e tirei uma folga, afinal ela vivia falando que eu deveria descansar e me divertir um pouco. Mas eu não tinha nenhuma vontade de me divertir. Fiquei no quarto tentando ler um livro do Velho Oeste, meus pensamentos corriam ao beijo que dei em Rosemarie mais cedo.
“Droga.” Eu resmunguei sozinho. “Nem ler um livro em paz eu consigo. Essa garota fere todos os meus sentidos.”

Decidi sair e procurar Janine. Eu iria conversar com ela sobre o que aconteceu com o olho de Rose.
“Hey, Guardiã Hathaway!” Eu disse quando a encontrei próximo a sala de Alberta.
“Belikov, como vai?”
“Bem! Como foi o treinamento com Rose?” Perguntei querendo parecer casual e despreocupado.
“Foi bem complicado. Acabou terminando um pouco mal.” Ela me disse de forma pesarosa.
“Eu pude imaginar. Encontrei com Rose hoje, ela é um pouco complicada, você deve saber melhor que eu...”
“E como ela está? Meu Deus, Rose deve estar me odiando por tudo que aconteceu. Eu não sei mais o que fazer Belikov. Eu estou decidida a mudar. Rose precisa de uma presença feminina em sua vida.”
“Sim. Ela precisa da figura materna Janine.” Enfatizei a palavra materna, para que ela percebesse que Rose precisava acima de tudo da sua mãe. “Vocês são muito parecidas, eu sei que você conseguirá arranjar um jeito de lidar com Rose. Ela é uma garota incrível e eu estou orgulhoso de ter sido seu mentor durante esse tempo, ela foi uma das pessoas mais extraordinárias que já treinei. Ela é rápida, inteligente, e definitivamente tem potencial. Foi um prazer enorme treinar a filha de uma Guardiã de renome como você.” Confessei.
Depois de falar, percebi que a palavra prazer trazia um duplo sentido. Mas creio que ela não percebeu.

“Nossa Belikov, me sinto orgulhosa de você falar assim da minha filha. Mas vocês não vão mais continuar treinando juntos?!” Ela perguntou curiosa.

“Na verdade não. Eu recebi a proposta de ser Guardião de Tasha Ozera. Nós estaremos partindo em breve.” Eu disse.
“Isso é ótimo Belikov. Tasha precisa de um Guardião, afinal ela também é da realeza. Estou feliz por vocês dois.”
“Obrigado.” Eu disse, seguindo em frente pelo corredor.

************

Uns dias depois eu já estava me sentindo bem melhor. Eu não encontrei com Rose durante esse período. Percebi que se eu ficasse tempo suficiente longe dela, eu iria esquecê-la e conseguiria recomeçar minha vida da forma correta.
Resolvi visitar Tasha, já fazia um tempo que não nos falávamos.
Quando cheguei à cabana, percebi que Tasha estava ocupada próxima à lareira.
“Hey, você quer alguma ajuda com isso?” Perguntei com um sorriso brincando em meus lábios.
“Dimka, você me assustou!” Tasha disse animada, dando um salto para trás.

“Desculpa. Não era a intenção.” Eu disse fitando seus olhos.

Por um momento pude sentir que Tasha esqueceu completamente o que estava fazendo. Ela sorriu e olhou no fundo dos meus olhos. “Fazia tempo que você não me visitava. Isso porque estou aqui na Academia.”

Estendendo meus braços, eu disse sorrindo novamente. “Ah me desculpa mais uma vez. Vem. Me dá um abraço!”

Ela veio ao meu encontro. Passei uma das minhas mãos pela sua cintura e com a outra acariciei o alto da sua cabeça. Tasha era uma mulher muito bonita. Ela era bem mais magra e mais baixa que Rose, mas devido às artes marciais, ela não tinha o corpo tão magro como a maioria das mulheres Moroi.
Pude sentir os seus cabelos. Era menos volumoso que o de Rose, e seu shampoo cheirava uma mistura de pêssego e cascas de laranja. Não pude negar que era um cheiro bom.
Eu tinha vontade de compará-la com Rose a todo instante. Mas eu não deveria. Eu estava dando uma chance para Tasha.
As mãos de Tasha estavam enroladas em meu pescoço e sua cabeça apoiada em meu ombro. “É bom ter você por perto Dimka. Eu sinto falta de um abraço sincero.”
Eu suspirei e dei um beijo em sua testa, afastando nossos corpos.
“Hey, agora eu estou aqui.” Eu disse sorrindo novamente.
“Você parece cansado. Não tem dormido direito?”
“Mais ou menos. Tenho pegado alguns turnos extras de guarda esses últimos dias.” Eu disse.
“Ah Dimka, você precisa descansar. O Natal está chegando e eu vou fazer uma comemoração em um salão nos quartos de convidados da Academia.” - Ela levantou suas sobrancelhas: “Você sabe que eu me sinto melhor aqui na cabana, mas não é grande o suficiente para receber todos vocês. Como a Academia me cedeu um quarto, pensei em fazer um brunch por lá.”
“Uhm, eu acho ótimo. Aliás, eu tenho uma novidade para você.” Eu disse sorrindo, enquanto lançava a ela um olhar singelo.
“O que é?” Ela me perguntou curiosa.
“Eu pensei que seria bom se eu fosse seu Guardião. Não é certo uma mulher da realeza andar por ai sozinha.”
“Oh Dimka...” Ela se lançou em meus braços novamente me dando um beijo na bochecha. “Você não sabe como eu estou feliz.”

“Eu sei.” Eu disse rindo. “Na verdade eu estou vendo.”

Silêncio caiu sobre nós. Milhões de coisas passavam pela minha cabeça. Eu não sabia se tinha feito a opção certa. Mas eu sabia que era a opção necessária que eu tinha ao meu alcance.

Me aproximei de Tasha, segurando seu rosto com as duas mãos, e a beijei. Ela respondeu meu beijo, me segurando pela cintura.
Inicialmente pensei em Rose. O beijo de Tasha era um pouco diferente. Era como se nossas bocas não fizessem o movimento correto. Nós não estávamos em sintonia, mas logo o beijo foi se ajeitando.
Nossos lábios se acariciavam suavemente, minha mão correu pelo seu cabelo, e eu me senti esperançoso novamente.

Parecia que as coisas poderiam dar certo com Tasha. Eu apenas precisava me esforçar e tirar Rosemarie de uma vez por todas da minha cabeça.
Quando a imagem de Rose invadiu novamente minha memória, interrompi nosso beijo de forma brusca.

“Me desculpe, Dimitri. Oh meu Deus, não era a intenção.” Tasha se virou sem graça e me pedia desculpas insistentemente.
Eu não tinha muitas palavras. Eu permaneci pensando em Rose. O beijo com ela era tão mais intenso e devastador. Espantei aqueles pensamentos.
“Pára Tasha. Eu que te beijei.” Eu disse abraçando-a novamente.
“Não. Não. Eu fiquei muito feliz com a notícia de que você aceitou meu convite... eu ... eu...” Tasha estava gaguejando.

“Está tudo bem.” Eu sorri. “Nos vemos no brunch ok?!”

Ela me lançou um olhar envergonhado e concordou com a cabeça.
Sai do local atordoado. Eu não estava arrependido. Deus do céu, será que isso era o certo? Sim. Definitivamente, era o certo.
No início tudo iria ser mais difícil, eu apenas tinha um sentimento de carinho e amizade por Tasha, mas eu iria me esforçar ao máximo para encontrar a felicidade ao lado dela.

*****


Na manhã de Natal quando voltei do meu turno, tomei um banho e me arrumei para o brunch na sala de hóspedes onde Tasha estava. Coloquei uma calça jeans e um suéter preto.
Quando entrei na sala, vi que Tasha estava arrumando algumas coisas no fogão. Eu entrei sem fazer barulho. Pelo jeito eu tinha chegado um pouco cedo. Segurei Tasha pela cintura e sussurrei em seu ouvido. “Feliz Natal.”

Tasha deu um pulo. “Deus, Dimka, você vive me assustando.”
Dei uma intensa gargalhada. Ela parecia feliz, e eu também parecia estar.
“Você quer rosquinhas de chocolate? Eu vou tirá-las do forno em um minuto.” Ela me perguntou.
“Humm eu adoraria uma dessas rosquinhas. Mas porque você não senta um pouco. Deixa que eu cuido disso para você.” Eu disse pegando a luva térmica de suas mãos.

Ela se sentou e disse: "Você realmente é um bom homem, Dimka. Estou tão feliz por te ter em minha vida."

Eu sorri. As coisas com Tasha fluíam de forma natural. Eu conseguia deixar minha guarda baixa o tempo todo praticamente. Nossas conversas eram leves, e eu não precisava tomar cuidado para dizer coisas que soassem com um duplo sentido, como quando eu conversava com Rose. Nós riamos e falávamos de velhos conhecidos. Tasha me contou como era o local em que ela vivia e como era sua rotina dividida em dar aulas e treinar defesa pessoal.
“Eu posso te ensinar bastante coisa.” Eu disse.
Com uma gargalhada ela respondeu: “Mas é claro que você vai Dimka.”
Lembrei dos meus treinos com Rose.
Porque essa menina ainda não tinha saído completamente da minha cabeça? Parece que ela escolhia as horas erradas para voltar a aparecer na minha memória.

Lissa e Christian foram os primeiros a chegarem. Eles se sentaram e logo começaram a interagir em nossa conversa. Eu percebi o quanto havia cumplicidade naquele casal. Estava escrito na cara de ambos o quanto estavam apaixonados. Christian deveria estar fazendo Lissa muito feliz. Exatamente o tipo de felicidade que eu não poderia proporcionar a Roza.

Ah Roza. Ainda doía me lembrar de seus beijos e dos seus carinhos. Era tudo que eu mais queria e tudo que eu não podia ter.

Quando eu menos esperava, Ashford entrou pela porta de mãos dadas com Rosemarie. Meu coração deu um salto e minhas mãos ficaram rígidas. Eu pude confirmar todas as minhas suspeitas. Eles estavam juntos. Fiquei feliz por Rose, apesar de o ciúme tentar consumir o meu peito.
Percebi que ela me fitava da cabeça aos pés. Eu me neguei analisá-la. Eu tinha certeza que qualquer vacilo que acontecesse nesse instante eu iria querer voltar atrás e desistir da minha decisão por Tasha. Não, eu não poderia fazer isso. Além do mais era Natal. Eu não iria decepcionar Tasha. Rose já estava seguindo em frente, eu também iria seguir. Não havia razões para insistir em um erro.

Não me levantei, e nem fiz questão de ficar próximo de Rosemarie, mas também não a tratei mal. Fui educado e indiferente. Como se fosse qualquer outra aluna da St. Vladimir.


Voltei a conversar com Tasha. Nossa conversa era agradável aos meus ouvidos, eu conseguia rir e me distrair da presença de Rose.

Tasha começou a me contar sobre um primo distante dela, que eu não via há muitos anos, ele era um grande amigo meu.
“Cinco?” Eu disse espantado. Eu não acreditava que ele já estivesse com cinco filhos. “Eu não ouvi isso.”

Tasha acenou com a cabeça. “É loucura. Eu juro, eu não acho que a esposa dele teve mais de seis meses de folga entre os nascimentos. Ela é baixa, também – então ela só ficou mais e mais gorda.”

“Quando eu o encontrei pela primeira vez, ele jurou que não queria filhos.” Eu disse entretido com nossa conversa. Era bom saber como nossos velhos amigos estavam. E Tasha sempre trazia todas essas novidades.

Os olhos de Tasha cresceram excitados. Seus olhos eram azuis como o céu em uma manhã de inverno. “Eu sei! Eu não posso acreditar. Você deveria ver agora. Ele simplesmente derrete perto deles. Eu nem consigo entendê-lo metade do tempo. Eu juro, ele fala mais língua de bebê do que inglês.”

Eu sorri. Deveria ser muito bom ter um bebê. Eu vi mais uma vantagem de estar com Tasha. Juntos, poderíamos ter e criar nossos filhos. Eu poderia passar o nome da minha família adiante. Tasha ficaria em casa cuidando da nossa criança. “Bom... crianças fazem isso com as pessoas.” Eu respondi, tentando imaginar como seria essa sensação.

“Eu não consigo imaginar isso acontecer com você,” ela riu. “Você é sempre tão severo. É claro... Eu suponho que você usaria a língua de bebê em russo, então ninguém nunca saberia.”


Com certeza eu usaria meu idioma de origem dentro de casa. Eu me derretia só de pensar como seria ter uma menina. Eu realmente era severo, não permitiria que ela se tornasse uma guardiã, nossa profissão é muito arriscada. Eu iria gostar que Tasha a criasse como minha mãe criou minhas irmãs, mas eu a ensinaria todos os tipos de defesa pessoal. Com certeza a vida ao lado de Tasha seria mais fácil.

Continuamos rindo e conversando. Algumas vezes me permiti observar o que Rose estava fazendo. Ela conversava alegremente com o garoto Ashford. Eu tive uma sensação de felicidade por ela, apesar de estar com um pouco de ciúmes ainda. Finalmente eu percebia que nós dois estávamos seguindo o caminho certo. Caminhos diferentes, porém os ideais para nossa vida e segurança. Ao mesmo tempo percebi como ela estava linda. Ela era sempre espontânea, selvagem, única. Meu coração batia insistentemente por aquela garota, mas minha razão me barrava mostrando o que era certo.

Vi que Lissa se levantou para dar um presente para Rose. Quando ela abriu a caixa vi que era o chotki dos Dragomir. Era uma herança de família passada de guardião para guardião. Lissa estava proporcionando uma grande honra à Rosemarie.

Tasha começou a falar sobre como era bom estarmos todos reunidos aqui, quando a porta se abriu. Era Janine, ela parecia tensa. Me perguntei se estava acontecendo algum problema na Academia.

Ela se juntou a nós, sentando próximo à sua filha. Rose não parecia muito feliz.
Voltei a conversar e rir com Tasha. Logo ela distribuiu os presentes que havíamos comprado no shopping. Eu estava muito feliz com o livro. Decidi que começaria a ler hoje mesmo.
O brunch foi chegando ao fim. Ashford, Rose e Janine foram os primeiros a sair. Lissa e Christian nos ajudaram a arrumar algumas coisas, mas Tasha os dispensou para que pudessem descansar um pouco, antes do jantar na Academia.

Quando eu e Tasha ficamos sozinhos ela disse: “O natal está sendo maravilhoso, você não acha?”
“Eu acho.” Eu respondi sorrindo.

“Dimka, eu percebi o jeito que você olhou para Rose. O que está acontecendo entre vocês dois? Vocês estavam afastados um do outro.” Tasha era extremamente observadora.

“Nós tivemos um desentendimento um dia desses numa aula prática. Rose ainda é um pouco imatura. Ela tem muito que aprender.” Eu respondi.

“Vocês precisam conversar.”
“Qualquer hora.” Eu disse, dando um beijo em sua cabeça.
“Parece que tem algo que você não está querendo me contar.” Ela disse especulativa.

“Não. Eu vou conversar com ela em breve.” Falei com um sorriso nos lábios.
Tasha deu um bocejo se sentando no sofá. “Eu estou um pouco cansada.”
“Então, eu vou deixar você descansar um pouco. Preciso acertar umas coisas com Alberta sobre a viagem para a estação de esqui.”
Quando estava de saída, Tasha se levantou e agarrou meu braço, me fazendo fitar seus olhos. “Dimitri, a vida é curta demais para desistir da felicidade.”
“Eu sei.” Eu respondi para ela, evitando seu olhar.
Tasha era muito perspicaz.
Esse era o momento que eu precisava aprender a ser feliz. Eu estava me esforçando bastante para buscar a felicidade ao lado dela, se eu continuasse aqui, eu não seria feliz. Eu iria viver o tempo todo trocando farpas e flertes com Rosemarie. E uma hora eu teria que desistir do cargo de ser guardião de Lissa. Portanto, era melhor partir com uma amiga que eu poderia aprender a amar.

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Mensagem por Convidad Sex Mar 19, 2010 7:52 pm

A Fic está ficando boa!! seria ótimo se a Richelle fizesse livros com a versão do Dimitri

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Mensagem por Convidad Sáb Mar 20, 2010 11:38 am

Na manhã do dia 26 fui conferir toda a segurança no aeroporto e os jatos particulares da Academia. Tudo precisaria estar perfeito para levarmos os Moroi, e o restante dos alunos para Idaho.
Durante a tarde fui buscar Tasha para embarcarmos. Entramos em um dos aviões e pude ver que Lissa e Christian estavam por ali. Procurei por Rose, mas não a vi em lugar algum.

Eu estava um pouco cansado, recostei minha cabeça no banco e estiquei minhas pernas. A vantagem dos nossos jatos é que eram bem espaçosos e tínhamos um sistema de TV para podermos nos distrair enquanto estivermos voando. Eu quase nunca ligava para essas coisas. Era raro um guardião poder se distrair.
Fitei Rose entrando, ela estava linda. O vento brincava com seu cabelo castanho na porta do jatinho. Quando ela passou por mim e por Tasha, pude sentir o cheiro doce de seu perfume. Ela nos ignorou completamente e foi se sentar próximo de Mason Ashford.


Será que Rose já teria me esquecido completamente? Definitivamente, a resposta era sim. Nós estávamos nos afastando e cada dia que passava ela parecia mais entusiasmada em estar ao lado de Mason. Eles tinham a mesma idade. Era o tipo de envolvimento correto.

Fitando a pequena janela do avião, me perdi em meus próprios pensamentos. Lembrei de quando peguei Rose e Zeklos em um dos quartos. Imaginei Roza naquele mesmo estado com Mason. Meu coração apertou. Eu não deveria pensar nela nessa situação com outros homens. O ciúme iria me consumir, eu não poderia aceitar que outro a tocasse da forma que eu já toquei. Ela não era experiente como as pessoas pensavam, ela precisava de um cara que a tratasse com respeito, e não garotos imaturos que se aproveitariam de sua virtude. Com um balanço de cabeça, espantei esses pensamentos e voltei para a realidade.

Eu estava com Tasha agora, ela iria me fazer feliz, sendo como uma amiga ou como uma mulher.
A próxima semana seria bem divertida. Nós teríamos trabalho reduzido. Diversos guardiões extras estariam encarregados para a segurança do local, e a estação também tinha um sistema de segurança máxima.
Eu estava ansioso para esquiar e evitaria Rose a qualquer custo.
"Dimka, estou tão feliz que você está comigo nessa viagem.” Tasha disse segurando minhas mãos. Eu senti um formigamento diferente e meu coração bateu mais forte, eu gostava de estar com ela.
Sorri e disse: “Eu também estou feliz de estar aqui com você.”

“Você e Rose ainda não fizeram as pazes?” Ela perguntou.
“Está tudo bem entre nós. Esqueça Rose está bem?” Eu disse para ela. Não queria escutar o nome dessa menina por algum tempo, pelo menos não da boca de Tasha. Eu não queria que ela ficasse chateada pelas atitudes sem educação de Rosemarie.

"Com o tempo tudo vai ficar melhor Dimka.” Tasha me disse.
Ela falou de um jeito como se soubesse os meus sentimentos por Rose, mas resolvi ignorar. Dei um suspiro e voltei minha cabeça para janela novamente. Minhas mãos ainda estavam entrelaçadas com as de Tasha.



********



O resort era magnífico, grande e luxuoso. O local de acomodações possuía três andares, compostos por grandes janelas escuras feitas exclusivamente para os Moroi. Estávamos rodeados por montanhas e neve. Um lado do terreno levava para uma área de esqui e teleféricos. Do outro lado haviam lagos congelado onde podíamos patinar, e ainda havia montanhas para quem quisesse se arriscar a descer de trenós.
"É de tirar o fôlego, não é?" Suspirou Tasha.
"É.” Eu disse sorrindo para ela.


Ela agarrou a minha mão e me puxou para um dos lounges onde estavam nossas malas.
Eu a ajudei a carregar suas coisas para o quarto e rapidamente me desculpei. "Eu preciso falar com Alberta e buscar a minha agenda, me chame se você precisar de alguma coisa.”
“Espera Dimka.” Ela disse me puxando. “Nós acabamos de chegar.”


“Eu sei... mas é que...” Eu respondi passando a mão em meus cabelos.
Antes que eu pudesse terminar a frase Tasha me beijou. Eu não consegui negar seu beijo.
Empurrei a porta do quarto com o pé para fechá-la. Tasha sorriu para mim.

Continuamos nos beijando, seus lábios eram macios e pequenos, minhas mãos estavam em sua cintura enquanto ela acariciava meus cabelos. Quando o beijo se tornou mais intenso, eu me afastei. Não queria que as coisas acontecessem de uma forma rápida.


“Eu preciso mesmo ir. Mas depois te levo para esquiar.” Eu disse sorrindo gentilmente.
Ela sorriu de volta e com um suspiro afirmou: “Está bem. Não se preocupe, eu estarei por aqui te esperando.”
Tive que fugir. Eu me sentia sufocado e sem ar. Não sabia se estava fazendo a coisa certa, não queria iludir Tasha. Eu gostava de estar com ela e gostava dos seus beijos, mas eu ainda tinha receio de ir em frente. Eu não queria perder a nossa amizade por um romance tolo. Podia perceber que Tasha também gostava de mim, mas eu tinha dúvidas se ela gostava da mesma forma que Rose, ou assim como eu, ela apenas queria suprir suas carências sentimentais.

Antes de encontrar Alberta eu fui para o meu quarto, precisava de um banho urgentemente para tentar colocar minhas idéias no lugar.
Eu estava sendo sufocado pela minha própria escolha. O que eu deveria fazer para que as coisas se tornassem mais fáceis? Desde que conheci Rose, esse era o maior tempo que passávamos separados. Eu sentia falta do seu jeito de menina, suas piadas sem graça e até mesmo de quando ela me chamava de Camarada. Como uma garota de 17 anos estava desmoronando minha vida dessa forma? Qual razão disso tudo? Eu precisava me manter forte em minhas decisões.


Depois do banho, desci para encontrar Alberta. Peguei meu roteiro e estava agradecido por ter que cumprir mais turnos do que eu imaginava. Quando eu focava em meu trabalho, eu dispersava minhas emoções em relação a Rose e evitava o contato com Tasha. Ela era uma ótima amiga, mas eu estava com medo de magoá-la. Eu não queria que ela ficasse iludida sem que eu tivesse certeza dos meus sentimentos.
Resolvi treinar um pouco. O resort possuía uma enorme sala de musculação e lutas para que os dhampirs pudessem manter sua rotina.


Fiquei próximo à janela socando um saco de boxe. Sempre que eu treinava poderia sentir a endorfina correndo em minhas veias e me liberando uma sensação incrível de prazer e bem estar. Era estimulante e a vista era incrível, eu via uma grande área coberta de neve, onde alguns alunos esquiavam, havia diversas colinas íngremes e algumas bem perigosas.


Clever, um guardião que também estava treinando me chamou. “Belikov.”
“Sim.” Eu respondi.

“Aquela no alto da colina não é a sua aluna? Filha da Guardiã Hathaway?” Ele disse apontando.
Olhei sem acreditar. Rose estava maluca? Ela queria se suicidar, ou o quê? O sol já tinha se posto, portanto certas descidas se tornavam muito mais perigosas. E pelo que eu sabia Rose não era nenhuma expert em esquiar.
Pude ver que Ashford estava com ela. Será que esse menino era outro imprudente? Esse era o momento ideal para Rose se lembrar das minhas lições ZEN.

“Sim.” Respondi ao guardião quase como um sussurro. Eu ainda estava surpreso e desacreditando que ela iria descer por aquele caminho incerto, sinuoso, e com diversos morros. Por um segundo a voz da diretora Kirova passou pela minha cabeça. “O comportamento de um mentor é refletido em seu aluno. Lembre-se bem.”
Meu Deus, como aquela Diretora queria que minhas ações fossem refletidas em Rose? Nós éramos o oposto um do outro. Eu jamais aprovaria a sua ação insana daquele momento.
Rosemarie saltou. Meu corpo automaticamente se impulsionou para frente, como se eu pudesse impedi-la de cometer aquela loucura.

Seus esquis deslizavam suavemente sobre a neve, ela saltou o primeiro morro com perfeição. Eu segurei minha respiração. A velocidade do esqui aumentou. Aquele era o momento que ela deveria parar. Ela estava planejando um suicídio da forma mais dolorosa que eu poderia imaginar. Bastava um movimento em falso e ela cairia e quebraria seu pescoço facilmente. “Merda.” Eu sussurrei em russo. No caminho havia diversas árvores, e neve se espalhava ao redor de Rose conforme ela saltava. Quando ela chegou a um local seguro eu consegui respirar tranqüilo novamente. Vi que Lissa e Christian também estavam lá. Mason e Rose não eram os únicos irresponsáveis.

“Boa aluna você tem ai Belikov.” Rimsky, outro guardião que assistiu a cena comentou.
Eu acenei com a cabeça em forma de agradecimento.

Apesar de saber que Rose era completamente capaz de fazer o que fez, eu sabia que ela tinha contado com a sorte naquele minuto. Longe do meu domínio aquela garota vinha piorando dia a dia em suas ações.
Como se já não bastasse a insanidade de Rosemarie, Ashford decidiu fazer a mesma coisa. Oh Deus, como eu poderia agüentar esses alunos imaturos e sem prudência alguma pela própria vida? Como eles iriam defender Morois se não queriam se manter vivos até a formatura?

Mason não teve a sorte de Rose. Seus esquis ficaram presos e ele saiu rolando. Foi uma longa queda. Eu acredito que ele tenha se machucado bastante. Pensei em correr para ajudá-lo, mas logo vi uma instrutora se aproximando, foi o que me tranqüilizou.

Sai da sala de ginástica e fui ao quarto de Tasha. Contei a ela o que tinha acontecido com Ashford, ela ficou um pouco preocupada e desistiu de esquiar, disse que iria conversar com Christian assim que possível. Eu agradeci aquela decisão, pois estava realmente esgotado. O dia havia sido longo. Ela me pediu para acompanhá-la até a sala dos alimentadores.
Assim como em qualquer lugar freqüentado por Moroi, em Idaho não seria diferente. Havia uma sala com alimentadores humanos durante 24 horas para satisfazer suas necessidades de sangue.
Quando vi Tasha mordendo um humano, lembrei de Rose na cama com Lissa aquela noite em Portland. Foi a primeira vez que eu tinha visto as duas garotas. Corajosamente, Rose alimentou a amiga durante os anos em que passaram foragidas. Eu me lembro do estado de torpor que Rosemarie havia ficado, o que me lembrou claramente o estado que o humano de Tasha se encontrava agora.
Voltamos aos nossos dormitórios. Eu precisava de uma boa dose de sono, pois logo mais precisaria cumprir uma das minhas rondas.

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty Re: [Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Sáb Mar 20, 2010 3:42 pm

Posta mais PLEASE!
Sua historia ta muito boa. Eu Tô amando ler Very Happy
Bjão :*

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[Fan Fic] Frostbite - Por Dimitri Belikov Empty ONZE

Mensagem por Convidad Seg Mar 22, 2010 12:31 am

Na manhã seguinte quando acordei fui me encontrar com outros guardiões para troca de turno. Caminhei todo o perímetro da estação de esqui e me sentei próximo a um dos portões de entrada. Cada vez que eu percebia uma mudança nos ventos decidia dar outra volta no local. O resort estava completamente cercado de Wards, mas mesmo assim eu me mantinha atento, afinal estávamos enfrentando uma fase complicada, onde a probabilidade de humanos estarem ajudando Strigois era absoluta.
“Belikov,” ouvi alguém me chamar.
Quando virei, fitei o guardião Donnes.

“Os rumores são verdadeiros? Você está deixando a princesa Vasilisa e a Academia para fazer a guarda de Tasha Ozera?” Ele me perguntou.
“Sim, é verdade.” Respondi.

“Você é muito corajoso por fazer essa troca. Cuidar de uma Dragomir traria pontos excelentes em seu currículo, já viver ao lado de Tasha...” - diminuiu o tom de voz – “... bem você sabe, todos dizem que é apenas uma questão de tempo para que ela também se torne uma Strigoi, assim como seus parentes.”
Aquela conversa tinha começado a me irritar. “Não, ela não vai.” Respondi rispidamente.
“Se ficasse com a princesa você poderia trabalhar ao lado de Rosemarie Hathaway, pelo que vejo dela, além de ser uma guardiã dedicada...” Doone hesitou um pouco agora, e logo continuou – “É uma garota muito bonita. Sorte do guardião que trabalhar ao lado dela, dizem que ela é do tipo fácil.”
Quando ele disse aquilo, meus músculos do corpo se contraíram, me segurei para não socar a cara dele.
“Não, ela não é. Ela é minha aluna, e se você não quiser ganhar um olho roxo é melhor nunca mais pronunciar o nome de Rose.”

Eu disse e sai caminhando sem esperar respostas.
Quando meu turno acabou, decidi encontrar Tasha em seu dormitório.
Bati na porta. “Entre.” Ela gritou.
Quando entrei, Tasha estava arrumando algumas coisas em seu armário. “Hey,” eu disse.
“Oi Dimka, eu precisava mesmo falar com você.” Ela disse em um tom que misturava preocupação e tristeza.
“O que aconteceu?” Perguntei ansioso.
“Hoje enquanto estava com Christian e Lissa, Rose apareceu e bem...” Ela pausou olhando para o espelho enquanto amarrava seu cabelo em um alto rabo de cavalo.
“E então...” eu a encorajei.

“Rose foi um pouco rude comigo, eu pensei que talvez vocês ainda não tivessem feito as pazes.” Ela disse.
Me aproximei e peguei seu rosto fazendo com que ela olhasse em meus olhos. “Tasha, Rose é uma garota complicada de lidar, por favor, eu não sei o que ela te disse, mas não leve em consideração, ela não tem respeito nem pela própria mãe. Eu não quero que ela te magoe. O melhor a fazer é esquecê-la está bem?” Eu disse.
“Dimka,” Tasha murmurou se afastando das minhas mãos. “Não é esse o problema. O problema é que você e ela precisam fazer as pazes, eu sei que ela tem uma grande admiração por você. Como iremos partir com vocês dois brigados dessa forma. Porque vocês não conversam? Rose é uma boa garota.”

Partir. Aquela palavra ecoou em meus ouvidos. Como eu iria partir sem conversar com Rose? Quanto tempo demoraria até nos reencontrarmos? E quando esse encontro acontecesse, será que nossos olhos se cruzariam como antes? Será que meu coração iria continuar batendo forte por Rosemarie Hathaway mesmo distante? Não, eu não deveria conversar com ela, preciso focar no meu destino, seguir em frente com Tasha. Ela gosta de mim, e eu também gosto dela. Sim, definitivamente, eu gosto de Tasha.
Balancei minha cabeça para espantar esses pensamentos.

“Eu não tenho nada para conversar com ela. Quem disse que estamos brigados?!” Eu respondi para Tasha, quase gritando.
“Não venha me dizer que vocês não estão brigados. Eu percebi isso antes de pousarmos em Idaho, e você sabe muito bem.” Tasha disse.
Eu concordei. Era verdade, não podia negar isso para ela. Mas eu não queria pensar em Rosemarie, não agora.
Me aproximei novamente de Tasha a pegando pela cintura e fitando seus olhos. “Podemos parar de falar da Rose por um tempo?”

Ela entrelaçou as mãos na minha nuca e ficou na ponta dos pés para alcançar meus lábios. Respondi ao seu beijo de uma forma suave. Seus lábios eram macios e doces, e eu senti uma boa parte do meu corpo estremecer. Nossos beijos foram ficando mais intensos, eu aproximei meu corpo do dela e desci meus lábios ao seu pescoço. Com um movimento brusco e selvagem puxei o rabo de cavalo que ela tinha penteado minutos atrás e senti seu cabelo em minhas mãos, eram sedosos e tinham um cheiro gostoso. Tasha tirou meu casaco e eu a empurrei em direção a cama enquanto desabotoava minha camisa.

Deitei por cima dela, e retirei sua blusa. Tasha usava um sutiã de cetim cor de rosa, continuei beijando seus lábios enquanto suas mãos alisavam minhas costas fazendo meus pêlos eriçarem. Percorri meus lábios todo o caminho da sua boca até seus ombros, ela suspirou no meu ouvido enquanto tentava desabotoar minha calça. Minhas pernas se movimentavam em sintonia com as dela.

Jamais imaginei que poderia fazer isso com Tasha, mas eu apenas respondia ao desejo libidinoso que durante muito tempo meu corpo estava implorando.
Suas mãos percorriam minha nuca e meus cabelos, enquanto eu apertava seus quadris e minha boca adejava sua orelha. Pude sentir o arrepio da sua pele nesse instante.
Enquanto minhas mãos driblavam o zíper de sua calça me lembrei do instante em que Rosemarie estava em minha cama, completamente nua, enroscada em meu corpo sobre as cobertas. Enrijeci.
“O que foi?” Tasha perguntou.

Com um balanço de cabeça eu respondi. “Nada.”
Pude perceber como minha voz estava ligeiramente embargada. Voltei a beijá-la metodicamente, e com um movimento preciso a coloquei por cima de mim, suas pernas estavam prendendo minha cintura. Tasha começou a passar seus lábios pelo meu pescoço, descendo em direção ao meu peito. Aos poucos fui tomado por um transe, onde minha mente recordou cada segundo que passei com Rose na noite em que ela invadiu meu quarto usando o maldito vestido preto e o colar de diamante rosa.
Uma das minhas mãos estava na sua cintura, enquanto a outra apertava sua coxa à medida que novas sensações tomavam conta do meu corpo.

Conforme nossos beijos se tornavam vigorosos, eu sentia meus dedos embaraçarem o cabelo de Rose, minha mão descia para seu pescoço em busca do colar, meus lábios beijavam sua pele e até mesmo o seu perfume adocicado invadia minhas narinas. Ah era demais para mim, eu vinha desejando ardentemente o corpo de Rose durante muito tempo.
Minha respiração estava alta e pesada. Apesar da baixa temperatura em Idaho eu podia sentir o suor dos nossos corpos. “Ah, lembra quando te disse que você é tão linda, que as vezes chega a me doer?! O que me dói é ficar longe de você Roza, minha Roza...”
Com uma reação brusca ela parou de me beijar me tirando do transe. Percebi que Tasha me fitava assombrada. Eu balancei a cabeça quando dei conta de que os olhos que me encontravam não eram os castanhos escuros e profundos que me afogavam, e sim os olhos azuis e pálidos de uma pessoa a qual eu tinha um sentimento que poderia ser definido como ternura.
“Me desculpe, Tasha, eu sinceramente... me perdoa.” Eu gaguejei, tentando encontrar palavras que consertassem o meu erro.

Como eu poderia ter feito aquilo? O que estava acontecendo?
Apertei meus olhos com uma das mãos, eu me negava olhar para Tasha naquele instante.
Percebi que ela se levantou rapidamente e se vestiu sem dizer uma palavra.
“Tasha...” eu tentei chamá-la novamente. O silêncio corroia meu peito. Eu precisava que ela falasse, ou que começasse pelo menos gritar comigo coisas do tipo, nunca mais quero te ver, ou saia imediatamente do meu quarto.

Mas esse não era o tipo de Tasha.
“Dimitri,” ela disse encabulada, “acho melhor esquecermos o que aconteceu, acho que entendi tudo, eu não sei, talvez você precise sair agora ok?!”
“Tasha não é nada disso, eu estou envergonhado.”
“Eu compreendo,” ela disse querendo parecer natural. “Eu já desconfiava porque Rose estava sendo estúpida comigo, mas eu não conseguia acreditar que alguém tão centrado como você poderia sair com uma adolescente menor de idade.” Percebi indignação em sua voz.
“Eu não saiu com ela Tasha, você está entendendo tudo errado. Eu não tenho nada com Rosemarie.”
“Mas provavelmente quer ter.”


“Não,” eu disse ainda buscando palavras, “Tasha eu serei seu guardião, iremos embora daqui.”
“Dimitri, nós sempre fomos excelentes amigos. Não devemos estragar nossa relação agora. Talvez estejamos realmente confundindo nossos sentimentos. É melhor esquecermos tudo, e cabe a você ter certeza se quer seguir ou não como meu guardião, independente da sua escolha, você sabe que sei me virar muito bem sozinha.”
“Sim eu sei.” Foi a única coisa que consegui responder.
“Pondere suas escolhas, você não deve escolher por aquilo que te cause dor.” Ela continuou.
Sem respostas, rapidamente me levantei e segui em direção ao meu quarto. Eu precisava de um banho gelado para conseguir pensar.


Eu não deveria ter passado dos limites com Tasha , jamais deveria me deixar levar por ilusões criadas pela minha própria mente. E agora, me encontrava mais uma vez no início de um dilema, será que eu deveria partir com Tasha, ou me arriscar treinando Rosemarie?

Eu poderia ficar na Academia, e quando ela se formasse eu partiria para algum outro emprego. De qualquer forma eu não poderia viver ao lado de Roza sendo guardião de Lissa. Eu iria abrir mão do meu futuro emprego ao lado da princesa, isso era algo que eu tinha total certeza.

Depois do banho fui até o restaurante ver o que tinha para o jantar. Agradeci por Rose não cruzar meu caminho.
Caminhei até uma varanda e fitei a lua no céu. Estava cheia e linda. Linda como Rose. Será que eu nunca iria conseguir me relacionar com outra mulher sem que Roza aparecesse na minha cabeça para perturbar?
“Fitando a lua?” Uma voz que eu não reconheci veio em minha direção.
Virei para avaliar um sujeito que estava com dificuldades para acender um cigarro devido ao vento.
“É.” Eu disse. “Guardião Dimitri Belikov.” Apressei para me apresentar, estendendo a mão em direção a ele.
“Eu sei. Adrian Ivashkov.” Ele respondeu me cumprimentando.

Quando ele acendeu o cigarro pude sentir o cheiro de cravos da índia.
“Quer um?” Ele me ofereceu.
“Não obrigado, eu não costumo fumar.”
“Eu também não costumava, até ter problemas com mulheres. Antes eu preferia admirar a lua.”
O garoto era um pouco mais novo que eu, vestia um casaco de cashmere marrom, ele não precisava ter dito seu sobrenome para eu saber que era um moroi da realeza.
Após hesitar, aceitei sua oferta. Ele me jogou o isqueiro.
“Você tem muitos problemas com mulheres?” Eu perguntei enquanto acendia o cigarro.
“Não muitos, na maioria das vezes são elas que têm algum problema comigo.”
Não pude deixar de rir, o garoto tinha um tom de cinismo contagiante.
“Dizem por ai que você é um excelente guardião. Você da aulas na St. Vladimir certo?” Ele disse enquanto dava uma tragada.

“Sim, eu dou.” Eu disse sem querer prolongar.
“E então, o que as mulheres não estão querendo fazer por você Belikov?” Ele perguntou mudando o assunto.
“O problema é o que elas estão fazendo comigo.” Respondi.
“Compreendo. Nesse caso, um pouco de álcool pode te ajudar também.” Ele disse apagando o cigarro no chão.
“Agradeço mais uma vez.” Respondi mantendo minha guarda. Esse Moroi era estranho, mas ele devia estar apenas querendo ser simpático.

“Você não é aluno da St. Vladimir.” Disse afirmando.
“Não sou. Mas conheço a Academia, e a suas tradições, além do mais a última dos Dragomir é uma estudante de lá.” Ele hesitou um pouco. “E, sabe como é, muitos comentaram que ela enlouqueceu quando acabou sendo seqüestrada pela própria amiga, outra estudante da Academia.”
“Não, ela não foi seqüestrada, elas fugiram por vontade própria.” Eu respondi impulsivamente. Não gostava que pensassem que Rose era uma seqüestradora de Morois.
“Você conhece a futura guardiã da princesa?” Ele perguntou curioso.
“Sim, dei aulas particulares para ela por um tempo.” Respondi.
“Hum, ela é bem... devastadora.”

Quando Adrian disse aquilo sobre Rosemarie me engasguei com a fumaça que eu tragava e comecei a tossir.
“Calma, calma.” O rapaz disse dando tapinhas em minhas costas.
“Estou bem.” Disse levantando as mãos, agradecendo e impedindo que ele continuasse.
“Você não está muito acostumado a fumar Guardião? Ou eu disse algo errado?”
Não respondi. Apaguei o cigarro no cinzeiro que enfeitava a mesinha de centro da varanda.
Adrian acendeu um novo cigarro me oferecendo novamente o maço. Recusei.
“Você está se mudando com Natasha Ozera não é?!” Adrian me perguntou.
“Como você sabe?”

“Oras, o mundo Moroi inteiro está sabendo Guardião. Desde o incidente que Natasha teve com os seus parentes ela deixou de ter um protetor, é muita bondade sua se oferecer.”
“Sim. É necessário recomeçar. Tasha é minha amiga, e eu gosto dela, por isso decidi seguir e fazer sua guarda.” Eu disse colocando as mãos no bolso do casaco e voltando a fitar a lua.

“Ela é a mulher que está te trazendo problemas Belikov?” Adrian perguntou dando uma tragada no cigarro.
“Você é um pouco curioso Adrian Ivashkov.” Respondi.
Adrian riu. “Não é curiosidade. É apenas um comentário. Se você tivesse aceitado um segundo cigarro, talvez não tivesse voltado a fitar a lua.”
“Tive um longo dia Sr. Ivashkov, preciso me retirar.” Eu disse.

“Claro, claro, nos vemos por ai, foi um prazer fumar um pouco com o famoso Guardião Belikov.”
Com um aceno de cabeça me retirei e voltei ao meu quarto na esperança de dormir e esquecer completamente esse dia, lembrar a situação com Tasha ainda me embaraçava um pouco.
Eu já não sabia o que sentia, eu sabia que Rosemarie me enlouquecia completamente, mas eu gostei de estar com Tasha daquele jeito. Não sei se eu tinha gostado de verdade, se eu apenas estava tentando curar uma necessidade que meu corpo ansiava, ou se minha mente criava armadilhas para que eu desejasse Rose insistentemente, mesmo estando com Tasha.
Eu rolava na cama completamente sem sono. Ouvi meu celular vibrar no bolso do casaco, pelo identificador de chamadas vi que era Alberta.

“Guardiã Petrov, estou ouvindo, pode falar.”
“Belikov, estamos montando um posto no quarto da guardiã Janine Hathaway. Houve um ataque de Strigois em NorCal, siga para lá imediatamente.”
Desliguei perplexo.
Por um segundo eu agradeci a notícia. Um ataque de Strigois tiraria minhas atenções a respeito de Rose e Tasha.

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Mensagem por Convidad Seg Mar 22, 2010 5:30 pm

Very Happy Que bom q vc postou um capitulo a mais ;D
Por favor poste mais.
meu coraçâo agradece
HSUHASUHUASH :p
drunken Bjão :*

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