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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Ter Jun 21, 2011 7:10 pm

CAPÍTULO 20

Eu segurei Rose pela cintura e, num rápido gesto, a levantei até o telhado de uma pequena construção. Não era uma situação romântica, mas o contato físico com ela sempre era um caso à parte. Depois que ela subiu, eu corri até a esquina, me escondendo nas sombras, tentando me manter longe da luz. Os minutos se arrastaram, até que finalmente vi Sydney se aproximar com mais três figuras. Eu reconheci de imediato Donovan. Ele era alto, tinha sido um Moroi, antes de se tornar um Strigoi e tinha cabelos pretos que contrastavam com sua pele extremamente branca. Ele tinha vindo com outros dois Strigois, que eram seus capangas. Era de se esperar, ele sabia que eu era perigoso demais para ser enfrentado sozinho. Eu sentia o meu corpo todo pronto para o combate, meus sentidos estavam todos atentos, estava ansioso para acabar com ele. Com todos eles. Mas eu tinha que me controlar. Ele tinha que nos dizer onde Sonya Karp estava. Apertei a estaca na mão e esperei que eles se dirigissem até a mim.

"Belikov?" ele chamou "Onde está você?"

“Estou aqui" respondi, tentando deixar a minha voz o mais fria e calculista possível. Saí das sombras. Ele relaxou brevemente, me reconhecendo, mas logo se tornou rígido de novo. Ele havia se dado conta da minha verdadeira aparência ou do meu cheiro.

“Dhampirs!" ele gritou.

Vi uma sombra cruzar o chão e percebi que Rose tinha saltado do telhado em cima de um Strigoi. Vi Sydney se esgueirar pelo canto do muro e de repente eu já estava ocupado com dois Strigois. Donovan lançou-se para mim, então eu bloqueie o seu ataque e chutei o outro no estômago, eu sentia meus os movimentos rápidos e fortes, e revidava os ataques com muita precisão e, sentia, também, uma grande fúria tomando conta de mim. Eu precisava acabar com aqueles monstros, eu não podia permitir que eles continuassem cometendo tantas maldades. Eles não teriam mais nenhum minuto nesse mundo. Me ocupei de um dos capangas de Donovan. Bati mais e mais nele e depois lhe acertei um soco no peito, que fez ele voar contra parede. Sem perder tempo, enfiei minha estaca em seu coração e ele começou a desfalecer. Eu o empalei novamente, novamente e novamente, sentindo a estaca atravessar seu corpo e bater o muro. Cada acerto era como se eu tivesse vingado uma pessoa que ele matou. Ou cada pessoa que eu matei quando era daquele jeito. Eu tinha vontade de cortar cada pedaço dele, por mais que eu o empalasse, não era o suficiente. Fui contido com um grito de Rose.

"Dimitri! Vem me ajudar! Eu preciso de você!"

Virei e vi que ela estava lutando com Donovan e ele era bem mais forte do que ela. Ver que ele estava atacando Rose me fez agir com uma fúria ainda maior, ago incontrolável cresceu dentro de mim, um grande instinto de proteção e uma grande sede de vingança. Com um único golpe, eu derrubei Donovan no chão e alinhei a minha estaca para acertar seu coração. Eu precisava matá-lo. Ele não podia existir por mais nenhum minuto. Olhar para ele, assim, frente a frente, fez com que eu me lembrasse de mim mesmo. Todas as atrocidades que cometi foram materializadas nele. E, imediatamente, eu precisava destruir tudo aquilo.

"Não! Nós precisamos dele! Não o mate!" Rose gritou, mas aquilo não fazia sentido para mim, era tudo que eu acreditava, naquele momento, que todos os Strigois não mereciam existir. Eram monstros que deviam ser exterminados.

Um tapa no rosto chamou minha atenção. Olhei para o lado, de onde o tapa tinha vindo. Era Rose.

"Não o mate!" Eu, de fato, ia matá-lo sem ter a informação da qual precisávamos. Aquela nossa distração deu uma vantagem a Donovan que começou a reagir, tentando levantar. Com um único impulso, eu e Rose nos jogamos em cima dele, o prendendo novamente no chão.

“Quando nós estávamos interrogando costumávamos-" Rose começou a falar, mas não era algo que eu estava ouvindo. Parti logo para o que interessava.

"Onde está Sonya Karp?" Eu rosnei, sacudindo seus os ombros com força, fazendo com que a cabeça dele batesse várias vezes violentamente contra o asfalto.

“Eu não-" Donovan começou.

"Onde ela está? Eu sei que você a conhece!" Eu levantei a voz, sentindo novamente aquela fúria tomar conta de mim. Eu me sentia transtornado e sabia que não ia ter controle por muito tempo, eu iria acabar com ele logo, se ele não me desse as informações que eu queria.

"Eu-" Ele se esquivou, fazendo com que a minha raiva aumentasse ainda mais e minha paciência se esgotasse. Eu sabia que a minha expressão estava denunciando tudo aquilo que se passava dentro de mim.

“Onde ela está?" Perguntei com todos os meus sentidos ardendo de ódio. Ele arregalou aqueles olhos vermelhos. Ele pareceu aterrorizado. Mas do que isso, ele estava em pânico e desesperado. Foi uma expressão que eu não vi nele nem quando eu era um Strigoi. Assumi que ele estava assustado demais para mentir agora.

"Paris!" ele gritou "Ela está em Paris!"

“Cristo" Rose gemeu "Nós não podemos viajar para Paris."

Ele balançou a cabeça em negação, sua voz estava desesperada "É uma pequena cidade, há uma hora daqui. Perto de um pequeno lago. Dificilmente alguém não saberá sobre ele. Numa casa azul". Eu não precisava de mais informações além dessas. Meu limite estava sendo extrapolado. Eu não conseguia mais suportar ficar ali olhando para a cara daquele Strigoi.

“Você tem um endere-" Rose começou a perguntar, mas eu não tinha mais controle.

Eu tirei minha estaca e o empalei no coração. Ele gritou de dor e começou a desfalecer, eu não conseguia assimilar que tinha terminado, que ele já estava morto. Eu o empalei novamente. E mais uma vez. E novamente. Ele merecia morrer de forma pior do que essa. Eu precisava acabar com aquilo, eu precisava acabar com tudo aquilo que estava dentro de mim. Eu estava enfiando a estaca nele aleatoriamente e com força, em muitos pontos do corpo, de forma que a pele ficou dilacerada. A visão era terrível. Era como se aquilo pudesse me redimir de todo mal que eu causei.

"Ele está morto, Dimitri! Ele está morto. Pare com isso, por favor!" Senti alguém segurar o meu braço, mas não me importei e continuei com os golpes.

"Ele está morto! Pare com isso! Por favor. Ele está morto!" Era a voz de Rose. A voz da minha Roza. Ela gritava de forma horrorizada, seu medo me fez perceber que ela achava que ainda tinha perigo ali. Notei que o perigo estava sendo eu mesmo, naquele momento. A consciência disso me fez parar. Deixei sua voz entrar docemente dentro de mim e soltei meu braço ainda segurando firmemente a minha estaca.

“Acabou. Você já fez o suficiente" ela sussurrou, me puxando para perto dela.

"Nunca será suficiente, Roza" eu suspirei. "Nunca vai ser suficiente." Eu nunca me libertaria daquele sentimento de culpa. Nunca. Nem matar um Strigoi me fazia sentir melhor. Tudo aquilo ainda estava dentro de mim como um furacão.

"É por agora." Ela falou e sua voz, apesar de preocupada, era suave e carinhosa. Ela me abraçou e eu senti que era tudo que eu precisava, naquele momento. Soltei a estaca e me apertei nos seus braços, descansando minha cabeça no seu ombro, sentindo seu cheiro, sentindo a sua vida, era um grande alento para mim. Era como se ela fosse um porto seguro, era como voltar para casa. Somente ela poderia me dar isso. Somente ela poderia entender o que eu estava sentindo naquela hora. Eu precisava dela, mais do que qualquer outra coisa na minha vida.

"Você é a única. A única que entende. A única que viu como eu era. Eu nunca poderia explicar a ninguém... você é a única. A única com quem eu posso contar..."

Naquele momento eu não estava mais me importando com nada. Era só eu e ela ali. Nós éramos cúmplices, ela me conhecia bem, ela me entendia e entendia aquelas palavras. Ela entendia tudo, eu sabia disso. Eu podia abrir meu coração para ela.

"Está tudo bem. Está tudo bem agora. Estou aqui. Eu sempre estarei aqui para você."

Eu sabia que aquilo era verdade. Ela jamais me abandonou. Eu olhei para o corpo dilacerado de Donovan e disse “Eu sonho com eles, sabe. Todos os inocentes que morreram. Eu fico pensando... talvez se eu destruir Strigois o bastante, os pesadelos poderão ir embora. Eu posso ter certeza que eu não sou um deles."

Ela puxou meu queixo para ela e falou “Não. Você tem que destruir Strigois, porque eles são maus. Porque é isso que fazemos. Se você quiser mandar os pesadelos embora, você tem que viver. Esse é o único caminho. Nós poderíamos ter morrido há pouco. Mas nós não morremos. Talvez vamos morrer amanhã. Eu não sei. O que importa é que estamos vivos agora. Lembra do que você disse antes, em Rubysville? A vida está nos detalhes. Você tem que apreciar os detalhes... Esta é a única forma de derrotar o que ser um Strigoi fez para você. A única maneira de trazer de volta quem você realmente é. Você mesmo disse: você fugiu comigo para ver o mundo mais uma vez, ver sua beleza."

Eu me virei para Donovan de novo mas Rose me puxou novamente para ela "Não há nada de bonito aqui. Só há morte" Falei.

"Isso só será verdade se você deixar que eles tornem isso verdade. Encontre uma coisa. Uma coisa que seja bonita... Qualquer coisa. Qualquer coisa que mostre que você não é um deles."

Um leve desespero saiu da sua voz que me fez olhar diretamente para ela. Ela era tudo para mim. Tudo que existia de mais belo no mundo. Olhei em volta, pensei em algo. Nada superava Rose. Olhei para ela novamente e seu belo rosto estava com uma expressão determinada e segura, apesar da preocupação. De repente, lembrei de quando estávamos na Academia, quando Rose falou que não queira cortar o cabelo. Ela não podia cortar. Era lindo demais. Eu adorava seus cabelos.

"Seu cabelo" eu respirei suavemente com a lembrança doce daqueles tempos.

"O quê?" ela falou tocando numa mecha solta.

“Seu cabelo. Seu cabelo é lindo." Eu falei, naquela hora, o que eu queria ter dito naquele dia lá no ginásio da St. Vladmir, quando prendi seus cabelos nos meus dedos. Eu queria poder voltar no tempo e poder fazer tudo a ser como era antes. Eu queria minha Roza de volta.

Ela pareceu satisfeita por eu ter dito aquilo "Você vê? Você não é um deles. Um Strigoi não vê beleza, só a morte. Você encontrou algo bonito. Uma coisa que é bonita."

Estendi a mão para tocar os fios soltos e segurei a vontade de tocar neles inteiros. Eu estava começando a recobrar o meu controle. Eu tentei vencer o meu desespero, focando a sensação sedosa dos cabelos dela. Se ela soubesse que tão pouco dela tinha surtido tanto efeito em mim...

"Mas isso é suficiente?" Perguntei ainda hesitante.

“É por agora" ela me disse, dando um beijo na minha testa e me ajudando a levantar. "É por agora."
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Fic muito bem feita!!!

Mensagem por Convidad Qua Jun 22, 2011 12:05 pm

Parabéns pela FIc, continue postandooooo Wink Estarei acompanhando ^^

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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por Jully Qua Jun 22, 2011 3:27 pm

A Fic esta ótima... Por favor mão pare de postar........ Parabéns pelo excelente trabalho.
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Mensagem por shadowangel Qui Jun 23, 2011 7:36 am

CAPÍTULO 21
Caminhamos apressadamente para o carro e eu me sentia dilacerado. Meu corpo todo doía. Lá, encontramos Sydney, ainda se recuperando. Ela nos olhou com uma expressão enojada, foi quando dei conta de como estávamos sujos. Rose e eu tínhamos ferimentos por toda parte e a nossas roupas estavam sujas de sangue e da própria luta. Sydney voltou com Rose para o beco, para dar um fim nos corpos dos Strigois. Eu fiquei lá, em pé do lado do carro, vigiando os arredores e lutando para retomar meu controle. Quando elas voltaram, fiquei agradecido por partirmos dali.

"Eu espero que vocês não sujem o carro" Sydney falou enquanto entrávamos.

"Vamos direto para Paris?" Rose me perguntou, ignorando o comentário de Sydney.

"Paris?"

“Ainda não" eu lhe disse, encostando a cabeça no assento, me sentindo acabado. E me sentia cansado fiscamente e esgotado mentalmente. Eu senti Rose me olhando. Ela deve ter ficado muito abalada com aquele meu colapso. Eu tinha que parecer forte, então coloquei o meu rosto de guardião que eu fazia tão bem e acrescentei "Nós devemos esperar até o dia. Tivemos que ir para Donovan imediatamente, mas se Sonya tem uma casa, ela provavelmente vai estar lá o tempo todo. É mais seguro para nós durante o dia."

"Como você sabe que ele não estava mentindo?" Sydney questionou, seria uma pergunta óbvia se não fosse analisado todo o contexto onde a informação foi conseguida.

“Eu não acho que ele estava mentindo" Rose falou se estremecendo.

Sugeri que Sydney encontrasse um hotel para que tomássemos um banho e descansássemos um pouco. Fomos para um de médio porte, onde Sydney nos resgistrou. Entramos por uma porta lateral, para não assustar algum hóspede com a nossa aparência. O nosso quarto tinha duas camas. Ninguem falou nada por ficarmos todos juntos, mas senti a necessidade de ficar perto delas.

Eu estava muito sujo e Rose me enviou para o banho primeiro. Entrei em baixo do chuveiro e relaxei com a água quente batendo nas minhas costas. Quando sai, vi que Sydne examinava os ferimentos de Rose.

“Como vocês não pegam gagrena seguidamente está além da minha compreensão.” Sydney falou. Poderia ser uma piada, mas seu tom era sério, como sempre. Nós não éramos como humanos, nós tínhamos a resitência de um vampiro, então aqueles ferimentos se curariam de forma rápida e sem conseqüências maiores. Fiquei quieto, sentado na cama, ainda revivendo os acontecimentos do beco, enquanto Rose tomava banho. Sydney ainda se sentia muito icomodada com a minha presença, apesar do nosso relacionamento estar bem melhor. Ela andou de um lado para o outro no quarto, estalando os dedos. Senti que ela me obervava discretamente.

“Eu tenho um kit de primeiros socorros, assim que Rose sair, farei uns curativos em vocês” Ela falou. Eu assenti com a cabeça. Não falamos mais nada. Ela olhou a janela, pensativa.

Eu não reclamei do silêncio. Minha mente estava precisando processar alguns sentimentos. O que Rose tinha falado para mim ainda ecoava nos meus ouvidos ‘Eu sempre estarei aqui por você’. Eu queria que isso fosse uma realidade para minha vida, mas, a cada dia, ela parecia mais distante de mim. Eu tinha estragado tudo quando a rejeitei depois que voltei a ser um dhampir. Ela insistiu tanto, ela apelou tanto pelo nosso amor e tudo que eu fiz foi machucá-la ainda mais. Eu dizia que eu não podia amá-la depois de tudo que tinha feito com ela, mas acabei causado um dando maior do que quando agia como um monstro. Eu queria estar perto dela de verdade, queria seu amor, queria viver aquela sensação novamente, mas sabia que não podia mais. Agora era tarde. Ela não estava mais demonstrando sentimentos por mim. Ela esta com Adrian, e eu não podia mais mudar isso. Eu tinha meus valores, e não podia abrir mão deles agora. Eu esqueci todos eles, quando era um Stirgoi, e agora eu não queria nada que me lembrasse aqueles tempos. Eu faria qualquer coisa para tê-la novamente, mas não podia fazer nada que ferisse a minha ética.

Eu estava tão perdido nos meus pensamentos que não vi quando Rose saiu do banheiro. Somente percebi quando Sydney falou “eu vou fazer curativos em vocês”. Despois que ela nos deixou enfaixados e desinfectados, ela pegou seu lap top e nós nos amontoamos na frente da tela. Ela tinha localizado um mapa de Paris, Kentucky.

"Muitos riachos e rios, mas não muito em matéria de lagos."

"Você acha que é esse?" Rose perguntou, apontando para uma mancha azul na tela.

"Talvez. Ah, tem outra lagoa. Isso pode ser que seja essa, ou-oh! Bem aqui?" Ela tocou na tela em outra mancha azul que dizia Martin Lake. Provavelmente era este. Eu me inclinei na cama, sentindo o cansaço tomar conta de mim e bocejei.

"Essa parece a opção mais prováve, se não, eu não acho que vai demorar muito tempo para dirigirmos em torno de outros" Falei.

"Esse é o seu plano? Simplesmente sair dirigindo em volta e procurar uma casa azul?" Rose e eu trocamos um olhar. Claro que era o nosso plano. Qual mais seria? Ela deu de ombros.

"É mais sólido do que a maioria dos nossos planos" Rose falou no que parecia mais uma de suas piadas, mas era a pura verdade, em se tratando de todas as nossas aventuras.

“Quando vamos sair?” Rose perguntou.

“Amanhã, após o meio dia. Nós precisamos descansar, não sabemos o que vamos encontrar pela frente”. Rose estava sempre pronta para a próxima missão, e, geralmente, eu também, mas hoje eu não tinha mais disposição para seguir qualquer plano que fosse. De qualquer forma, não sentia que havia a real necessidade de nos aventurarmos, no meio da noite. Sonya são sabia que estávamos à sua procura. Ela não ia desaparecer tão rápido.

Eu me deitei e tentei dormir, mas o sono demorou a chegar. Meu corpo ainda sentia a adrenalina da luta com Donovan. Tentei relaxar e quando dormi, parecia que eu estava semi acordado. O sono foi muito agitado e, novamente, mergulhei num terrível pesadelo. Mas, desta vez, não foi uma memória do passado que retornou. Foram imagens aleatórias de rostos e corpos. Eles vinham na minha direção, eu os conhecia. Eram as pessoas que eu havia matado. Elas tentavam pegar em mim e eu me desviava delas desesperadamente. Havia vozes também, elas falavam ao mesmo tempo, zumbindo na minha cabeça, eu não conseguia entender o que elas diziam, mas era angustiante. Também ouvia grandes gritos de desespero. Aquilo ia me enlouquecer. De repente, eu vi olhos vermelhos passando na minha frente, por toda parte, e todas as vozes começaram a falar, com um coro ‘é culpa sua, é culpa sua’. Desesperadamente levei minhas mãos aos ouvidos, mas não conseguia abafar aquele som terrível. Era como um mantra sendo repitido ‘é culpa sua, é culpa sua’... Eu apertava ainda mais os meus ouvidos e fechava os olhos e, nada sumia. Aqueles olhos vermelhos dançavam na minha mente, aqueles rostos vinham para cima de mim, o coro começou a gritar cada vez mais alto ‘é culpa sua, é culpa sua’...

Eu acordei com um sobressalto. Olhei em volta e o quarto estava calmo e silencioso. Eu estava molhado de suor e meu coração batia disparado. Olhei para cama ao lado. Rose e Sydney dormiam pacificamente. Deitei novamente, respirando fundo, tentando me acalmar. Senti meus olhos encherem de lágrimas e o meu corpo todo trêmulo. Eu me sentia horrível. Olhei o relógio e já passava das dez da manhã. Eu tinha colocado o despertador para o meio dia, ainda tinha bastante tempo pela frente. Eu não conseguiria dormir novamente, então resolvi levantar, ainda atordoado com o pesadelo. Fui até o banheiro, joguei uma água no rosto e me olhei no espelho. Analisei a minha imagem, coisa que não conseguia fazer quando era um Strigoi. Estudei o meu rosto. Eu parecia vivo agora. Meus olhos eram negros e profundos, irradiavam sentimentos. Eu nunca consegui ver como eram os meus olhos como Strigoi, minha imagem não era refletida em lugar algum. Mas eu sabia como era minha pele. Era pálida, fria, rígida. Parecia mais uma borracha. Agora não. Eu podia ver as veias onde o sangue corria e os poros dilatados. Eu não era mais um Strigoi. Respirei fundo novamente, repetindo isso mentalmente, de forma incansável.

Resolvi tomar um banho, me aprontar e esperar que as garotas levantassem. Quando saí do banheiro senti meu estômago roncar. Não comia nada há um bom tempo. Olhei, novamente, para Rose e Sydney que dormiam como anjos. Resisti ao impulso de descer e arrumar comida. Fiquei em pé, olhando a janela por um longo tempo, até que os meus pensamentos foram interrompidos pelo despertador tocando. Elas levantaram e Rose não pareceu muito feliz por ter sido trazida do mundo dos sonhos. Ela provavelmente estava com Adrian. Eu deveria tomar isso como natural, mas esse pensamento revirava tudo dentro de mim. A noite passada serviu como uma mola propussora nos meus sentimentos. Eu não estava querendo lidar com isso agora.

Enquanto elas se aprontavam, saí para conseguir comida. No caminho, tive a ideia de comprar uma corrente forte e cadeados. Se nós íamos arrancar uma informação de uma Strigoi, precisaríamos de muita força para prendê-la até que ela falasse, e se falasse. Ela podia nos vencer pelo cansaço. Ou nós podíamos vencê-la pelo cansaço. Precisaríamos de algo para mentê-la bem presa até lá. Passei numa loja de ferragens e pedi a corrente mais grossa que havia. A atendente me olhou desconfiada, mas não fez perguntas e me vendeu uma corrente de força industrial. Depois, passei numa cafeteria e comprei café e uma caixa de donuts. Voltei para o hotel, e já encontrei as duas prontas para sair.

Em pouco tempo, estávamos na estrada, a caminho do encontro com Sonya. Sydnei dirigia, como sempre, e Rose estava estranhamente silenciosa. Algo viria dela em breve. Quando ela falou, levei um susto com suas palavras.

"Então, Victor Dashkov pode se juntar a nós em breve." Rose falou e Sydney também pareceu assustada.

"O quê? Aquele cara que escapou?" Sydney exclamou.

"Porque é que Victor Dashkov vai se juntar a nós?" Eu perguntei lentamente, tentando manter a calma e procurando encontrar um sentido lógico para aquela informação.

"Bem, é uma história engraçada ..."

Rose começou a contar a história de como ela tinha descoberto, ainda na Sibéria, que Robert Doru, um usuário do espírito e irmão de Victor Dashkov, tinha sido capaz de restaurar um Strigoi e toda sua aventura em Las Vegas para obter dele como isso tinha sido feito. Quando eu a encontrei em Las Vegas, nem se quer imaginava que esse era o real motivo dela estar ali, desprotegida e fora das wards da Corte, mesmo eu tendo a ameaçado várias vezes de morte. Agora eu entendia porque ela não deixou Eddie me estacar naquele dia. Ela já sabia como me restaurar e já tinha se determinado a fazer isso, mesmo que isso lhe custasse a própria vida. Comecei a juntar as peças. Eles estavam com Victor, num hotel em Las Vegas, no dia de sua fuga da prisão. Oh, não! Será que Rose chegou a esse ponto por mim? Será que foi Rose que libertou Victor da prisão? Justamente Victor Dashkov? O seu maior inimigo? Estava tudo bem claro agora. Ela não havia contado essa parte, mas eu tinha certeza que ela tinha libertado Victor. E pior, com a ajuda de Lissa... Eu comecei a me sentir altamente surpreso e ainda mais culpado com tudo aquilo. Realmente, Lissa tinha me falado que Rose tinha feito grandes loucuras para poder me trazer de volta, mas eu jamais imaginaria isso. Eu só conseguia ver a conseqüência final de tudo, quando Lissa me empalou com a estaca encantada com o espírito. Eu estava tão mergulhado em dor que nem me dei conta que isso era só a ponta do iceberg. A parte final de todo um esforço liderado por Rose.

"Olha, se ele pode ajudar ou não, esta é a nossa chance de pegá-lo. Isso é uma coisa boa, né?" Rose falou, me puxando dos meus pensamentos.

"É uma questão que nós vamos lidar mais tarde" Eu falei ainda processando os acontecimentos na minha mente. De qualquer forma, ela ainda ia ter que me explicar tudo isso bem direitinho, fora da presença de Sydney. Ficamos em silêncio o restante da viagem.

Seguimos o GPS até o Martin Lake. Em volta, tinha poucas casas e somente uma era azul. Só podia ser ela.

"Bem, é uma casa azul, mas é a dela? Eu não vejo uma caixa de correio ou algo assim" falou Sydney.

"Sim, esta é sua casa" Rose confirmou, após observar brevemente o jardim cheio de flores
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Mensagem por Lillyth V. Mazur Qui Jun 23, 2011 2:16 pm

está ótimo!
to adorandoo essa fic
posta mais logo!
morrendo do ansiedade aki...
kisses
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Qui Jun 23, 2011 8:55 pm

CAPÍTULO 22

Eu me dirigi para varanda da casa, observando os detalhes. Eu tinha que chacar qual a passagem que poderíamos usar para entrar e sair. Não podíamos corer o risco de terminarmos presos num porão, Strigois adoram porões. Senti que Rose veio atrás de mim.

"O que você está fazendo? Ela pode vê-lo." Ela falou num sussurro.

"Essas são as cortinas black out. Elas não deixam a luz entrar, então ela não vai ver nada. Também significa que ela provavelmente passa a maior parte de seu tempo no piso principal da casa, em vez de um porão" Eu expliquei, pensando como os Strigois se protegem do sol. Muitos usam mesmo cortinas black out , outros preferem passar o dia em lugares subterrâneos, como um porão.

"Essa é uma boa notícia para nós." Rose falou e eu tententei afastar minhas memórias sobre porões. Eu já havia utilizado muitos porões para coisas terríveis.

"Eu vou vasculhar o outro lado." Eu dei a volta pela casa, observando cada detalhe. Não poderíamos nos arriscar em entrar sem mapear, ainda que mentalmente, o local. Rose correu e segurou o meu braço.

"Deixe-me ir. Vou sentir qualquer Strigoi, não que ela esteja lá fora, bem, só por precaução".

Eu olhei para Rose, hesitando por um momento. Eu não queria que ela se arriscasse sozinha. Tudo parecia calmo, mas eu sabia como os Strigois podiam atacar rapidamente. E também sabia que Rose era de enfrentar o perigo, muitas vezes, sem pedir ajuda.

"Tudo bem. Tenha cuidado." Eu fiquei onde estava, olhando para ela, enquanto Rose virou a esquina da casa. Continuei observando os arredores e vi que Sydney estava encostada, fora do carro. Poucos minutos depois, Rose voltou correndo.

"Um pátio, uma porta e duas janelas. Todas com cortinas. Há também uma espreguiçadeira de madeira, uma pá e um carrinho de mão".

"Alguma passagem?" Perguntei, ainda analisando a cena.

"Infelizmente, não, mas há uma grande pedra perto da cerca. Seria difícil colocá-la no pátio, no entanto. Podemos usá-la para pular a cerca. Não tem portão. Ela montou uma fortaleza ".

Eu concordei e em seguida, fomos até o carro, pegamos a corrente e entregamos a Sydney, rapidamente lhe repassando o nosso plano. Ela devia nos esperar lá fora. Rose iria pegar as correntes com ela, assim que conseguíssemos capturar Sonya. Também dissemos que ela deveria fugir, caso não voltássemos logo. Ela nos olhou nervosamente, com estas últimas palavras. Ela realmente parecia preocupada conosco.

Eu subi na pedra que Rose falou e observei facilmente o jardim. Com minha altura, as cercas não pareciam tão difíceis de transpor. Passei para Rose algumas instruções do que faríamos e a peguei pela mão, ajudando-a a passar por cima da cerca. Logo depois eu pulei. Foi uma manobra rápida e fácil, mas não foi tão silenciosa. Sonya provavelmente nos ouviu com a sua audição de Strigoi, por isso fomos direto para a ação.

Corri direto para a pá que eu tinha visto, a peguei e bati com força no vidro da porta por duas vezes. Logo em seguida, Rose deu o golpe final com o carrinho de mão que estava ali perto. O vidro se estilhaçou. A luz do sol entrou na casa, iluminado a sala, mas não havia ninguém ali. Quando entramos na sala principal, encontramos Sonya nos olhando, já preparada para o contra ataque. Eu sempre parecia a pior ameaça, então ela saltou em minha direção. Reunindo uma grande força, bati nos ombros dela com a pá. Com este golpe, Sonya esperou um momento para atacar. Por breves segundos, ficamos circulando um ao outro, como lobos. Ela estava certamente, verificando as possibilidades de me atacar, sabendo que era mais forte que eu. Ela havia se focado tanto em mim, que não notou quando Rose se atirou nela. Mas seus reflexos de Strigoi eram mais aguçados e ela reagiu instantaneamente, atirando Rose violentamente contra a parede. Eu me distrai com este golpe de Rose, foi quando Sonya me derrubou. Eu realmente fui pego de surpresa. Então ela me empurrou contra a parede e eu sabia que ela estava determinada a matar, se eu não fizesse algo. Eu lutei contra ela, tentando tirar seus dedos de minha garganta e usar a minha altura e peso extra contra ela. Foi quando percebi que Rose correu para Sonya e mergulhou sua estaca em seu ombro direito. Sonya gritou de agonia e arremessou Rose contra a parede. Aquilo ali ligou algo dentro de mim, aquela mesma fúria que experimentei com Donovan foi crescendo, foi quando comecei o meu próximo ataque, bati Sonya no chão, peguei a estaca de Rose e a apertei contra a garganta dela.

"Chame Sydney… A corrente..."

Rose correu para fora da casa, sem precisar de maiores explicações. Senti que não seria capaz de manter Sonya por muito tempo, então peguei minha estaca. Eu realmente estava controlando meus instintos, caso contrário, já a teria matado. Coloquei a estaca em seu pescoço, ferindo um pouco, controlando a vontade de terminar logo com ela. Eu sentia necessidade de matá-la, um Strigoi nunca mereceria viver. Eu tentei suportar, Sonya era muito forte e eu não estava entrando em batalha. Eu sabia que seria difícil para voltar ao meu estado original se eu deixasse toda aquela avalanche de emoções tomarem conta de mim, como aconteceu no beco. Rose voltou rapidamente e me ajudou a conter Sonya. E conter a mim mesmo.

"Nós precisamos dela... lembre-se, nós precisamos dela" ela disse suavemente, perto do meu ouvido. Eu tentei me concentrar em suas palavras. Sydney entrou, com as correntes e levando um breve susto ao ver um Strigoi vivo. Talvez para ela fosse mais comum sempre ver estas criaturas já mortas… Ela veio até nós, entregando as correntes.

Prendemos Sonya numa cadeira reclinável que estava no canto da sala e que parecia bem pesada e resistente. Rose forçava as correntes em torno dela, enquanto eu a segurava e a mantinha subjugada com a estaca. Dificilmente isso a manteria presa por muito tempo, mas a falta de sangue também a deixaria fraca.

"Hora do interrogatório" Rose falou de forma sinistra, olhando fixamente para Sonya
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Mensagem por shadowangel Qui Jun 23, 2011 8:57 pm

Meninas, obrigada por vcs acompanharem! Continuarei postando, não se preocupem bjs
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Mensagem por Convidad Sex Jun 24, 2011 1:44 pm

lol! Sou nova no site, li e adorei estou ansioza para ler mais. Parabéns!!!!!!!!!!! poste mais

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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Sex Jun 24, 2011 8:21 pm

CAPÍTULO 23
Depois de quase uma hora, não tínhamos tido progresso algum. Ameaçamos, torturamos, mas nada pareceu surtir efeito. Eu tentava me controlar para não cair naquele estado de fúria novamente, mas mesmo assim tentei ser o mais assustador que pude. O fato é que Sonya era bem inteligente e havia percebido que nós precisávamos de algo dela, sendo assim, não a mataríamos sem essa informação. Também não tínhamos uma pergunta concreta para fazer. Nós tínhamos juntado as peças de um quebra-cabeças, mas não sabíamos exatamente o que perguntar. E Sonya parecia perceber isso também. Ela não iria falar. Talvez se a deixássemos sem sangue por um bom tempo, a situação melhorasse, mas até lá tínhamos longas horas pela frente. Rose, parecendo cansada, se encostou contra a parede.

Olhei para ela e percebi o sangue descendo por sua testa, em baixo dos cabelos. Ela estava ferida, era por isso que ela tinha cambaleado algumas vezes. Parecia algo sério.

"O que é isso na sua cabeça, Rose?" perguntei.

"Hein?" Rose perguntou, visivelmente distraída. Ela estendeu a mão e afastou os cabelos. Seus dedos vieram sujos de sangue, ela olhou para eles com surpresa. Ela não tinha percebido que havia cortado a testa.

"Eu estou bem" ela falou, tentando parecer forte.

"Vá fazê-la deitar e a limpe. Não deixe que ela durma até descobrirmos se ela tem uma concussão" falei para Sydney.

"Não, eu não posso. Eu não posso deixar você sozinho com ela..." Rose falou.

"Eu ficarei bem. Descanse para que você possa me ajudar mais tarde. Você não será útil para mim, se desmaiar" eu falei de forma dura para que Rose não protestasse e fosse descansar um pouco.

Virei para Sonya que estava com seus olhos vermelhos atentos, assistindo tudo. Ela me estudou, provavelmente medindo a minha força, para que pudesse traçar uma maneira de fugir de mim. Eu a olhei de forma ameaçadora, colocando muita raiva nesse olhar. Eu odiava todos os Strigois e acho que aquilo estava visível nas minhas feições. Segurei firmemente a minha estaca, ainda encarnado seus olhos. Fiquei ao lado dela, com a estaca apertando o seu pescoço, encarando profundamente seus olhos. Minha postura ainda era de guarda, para que ela soubesse que ela não passaria tão fácil por mim.

Após alguns minutos, Sydney apareceu descendo as escadas.

"Por que você não está com Rose? Ela não pode dormir" falei me dirigindo a ela.

"Ainda não me acostumei com essas... Bem... Digamos... Práticas de vocês. Ela está... na cabeça de Lissa, bem, assim como vocês falam. De qualquer forma, não me sinto bem perto dela, quando ela faz isso. Parece algo como... como se ela fosse levada para fora de seu corpo. É assustador”. Ela falou torcendo em seus dedos, a correntinha que usava no pescoço. Ela sempre fazia este gesto quando se sentia incomodada, mas só agora percebi que na correntinha tinha um pingente em forma de crucifixo. Não pude deixar de achar curioso. Ela devia ficar mesmo incomodada com essa ‘ausência’ de Rose. Ela estava preferindo ficar perto de mim e de um Strigoi a ficar com ela.

“Você cuidou do corte na testa dela?” Perguntei, ainda me focando em Sonya.

"Sim, eu limpei todo sangue, mas Rose não quis curativo. Foi um corte pequeno, mas profundo, ela precisará realmente de repouso” Sydney falou se encostando num canto.

Assenti com a cabeça e não falamos mais nada, como sempre. O silêncio caiu de forma desconfortável. Sydney olhava para Sonya com pânico no olhar. Seu medo era quase papável. Sonya continuou me observando com uma falsa serenidade. Eu sabia que ela estava esperando só um vacilo meu. Mas isso não ia acontecer. Eu estava com todos os meus sentidos atentos e com meu corpo todo preparado para lutar.

Eu fiquei ali de guarda, naquela posição por cerca de duas horas. Acho que Sonya percebeu que eu era duro na queda. Sydney ia de tempos em tempos olhar Rose lá em cima, e voltava sempre dizendo que ela estava na mesma. Ainda na cabeça de Lissa. O que ela estaria vendo? Ela bem que poderia nos atualizar com as notícias de vez em quando. Pensar na Corte fazia minhas lembranças sobre lá bem distantes. Parecia que fazia séculos que havia saído de lá.

Eu aproveitei este tempo para pensar nos últimos acontecimentos. Quando eu estava preso e recebi a visita de Adrian nos meus sonhos, depois a de Abe e como aquela fuga de Rose trouxe para mim uma nova perspectiva da vida. Eu pensava que poderia lidar com Rose, sendo indiferente, mas toda essa proximidade serviu para que o meu amor por ela se aprofundasse ainda mais. Eu não podia deixar de pensar nela, sua presença era muito forte para mim. Eu estava me sendo consumido pela vontade de jogar tudo para o alto e me declarar para ela, sem me importar com o que quer que fosse. Tudo que me impedia era a indiferença dela mesma. Quando eu pensava naquela garota, estudante da St. Vladmir, eu podia ver que a diferença agora era gritante. Rose havia mudado e muito. Naquela época, ela não fazia questão alguma de esconder o que sentia por mim. Seus olhares, seus sorrisos, o jeito de falar, a forma de me tocar. Tudo irradiava paixão. Agora não. Ela estava fechada e distante. Como tudo desapareceu em tão pouco tempo? Se eu conseguisse enxergar nela algum resquício daquele amor... Por mais que eu falasse para mim mesmo que toda essa situação era por culpa minha, eu nós só não estávamos juntos agora por eu mesmo não quis, eu não estava mais conseguindo guardar isso dentro de mim. Não mais.

De repente, houve uma batida na porta. Sonya, que estava quieta, mas ainda olhando para mim, se virou com ar interrogativo. Minha mente pensou rápido. Rose havia falado que Victor Dashkov nos encontraria. Mas também podia não se ele. Eu não sabia qual era o relacionamento de Sonya com outros Strigois. Ainda era dia, mas nada impedia que algum humano, a serviço deles, viesse para checar se algo ocorreu, depois da minha procura por ela. Sydney se levantou calmamente e foi até a porta. Eu mantive a minha postura rígida. Pronto para qualquer ataque.

"Sim?" Sydney perguntou, por uma pequena brecha, mantendo a corrente de segurança na porta.

“Boa tarde. Sou eu, Victor Dashkov.” Uma voz rouca falou lá fora num tom extremamente polido e educado. Típico de um príncipe da realeza Moroi. “Eu vim para me juntar a vocês”.
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Mensagem por shadowangel Sáb Jun 25, 2011 8:41 am

CAPÍTULO 24

Sydney fechou a porta rapidamente e deu um passo atrás ao ouvir o nome de um criminoso. Eu olhei para ela e falei para deixá-lo entrar. Quando ela abriu a porta, me deparei com um Victor Dashkov bem debilitado, muito diferente da última vez que o vi, no dia do seu julgamento. Agora ele parecia bem frágil, com cabelos grisalhos e ralos, sua aparência era extremamente cansada. Vi, também, que ele não tinha vindo sozinho. Havia um homem, aparentando uns quarenta anos, com ele. Ele tinha uma expressão vazia e o olhar perdido. Victor entrou de forma astuta, olhando tudo em volta, estudou por alguns minutos Sonya, presa na cadeira e depois os seus olhos verde-jade pararam em mim.

"Olá Belikov, quanto tempo!" seu tom era sarcástico.

“Rose avisou que você viria” falei de forma ríspida, não me preocupando em ser educado “Mas não disse que você viria acompanhado” disse inclinando a cabeça na direção de Robert.

“Ah, permita-me proceder com as apresentações” ele continuou com seu tom polido, porém provocativo “Este é meu irmão, Robert Doru. Ele irá nos ajudar a conseguir o que queremos.” Seus olhos foram para Sydney “Ah, vejo que vocês têm uma Alquimista com vocês... interessante... mas onde está Rosemarie? Não a vejo por aqui”.

“Tem também um Strigoi aqui, Victor” falou Robert com uma voz baixa e os olhos vidrados em Sonya.

“Eu sei, meu querido, eu sei” Victor falou para o irmão, num tom gentil e suave.

Eu me virei para Sydney e disse “Chame Rose, diga a ela que nossos ‘convidados’ chegaram”.

Eu mantive a minha postura rígida para que Sonya não usasse qualquer forma de distração para tentar fugir. Victor ficou ali parado, ainda observando tudo. Quando Rose chegou à sala, colocou as mãos nos quadris e o estudou por breves segundos.

“Então, você conseguiu nos encontrar” Rose falou.

"Há apenas um lago na cidade. Uma casa azul. Talvez você tenha problemas com instruções, mas para o resto de nós, não é tão difícil" ele falou de forma irônica.

"Bem, se você é tão inteligente, qual é o seu plano agora?"

"Já que você é tão inteligente, eu assumo que você já tenha obtido a informação necessária" ele falou apontando para Sonya.

"Ela não é exatamente um poço de colaboração"

Victor olhou para Sonya, falando diretamente com ela pela primeira vez, desde que chegou.

"Sonya Karp. Você mudou desde a última vez que lhe vi."

"Eu vou matar todos vocês e consumir um por um" Sonya rosnou com fúria "Normalmente eu começaria com o humano e iria até os Morois, mas ..." Ela fixou seu olhar em mim e em Rose e eu a encarei de forma desafiadora. “Eu acho que eu vou deixar os dois por o último e prolongar o sofrimento de vocês” ela olhou para mim e acrescentou “Você me irritou muito."

"Todos os Strigoi passam por uma academia para aprender a falar as mesmas ameaças? Não é de se admirar que não tenha falado nada" Rose ironizou e se voltou para Victor: "Viu? Não é nada fácil. Tentamos tudo. Torturamos, batemos... Sydney passou os nomes de todos os seus parentes. Nenhuma reação." Victor se virou novamente para Sydney.

"Então, a Alquimista é o seu bichinho de estimação" ele continuou com seu tom provocativo "Jovem. Mas é claro que ela seria. Imagino que era a única maneira de manipulá-la para participar desta aventura."

Sydney estava imóvel, visivelmente apavorada, mas esta provocação fez com que uma reação saísse dela. Ela encarou Victor quando falou as próximas palavras.

"Estou aqui por opção. Ninguém me manipulou-".

"Olha, se você queria continuar me torturando com seus comentários nada divertidos, você poderia ter se mantido apenas invadindo meus sonhos. Se você não tem nada de útil para oferecer, vá embora e nos deixe esperando até que a fome enfraqueça Sonya." Rose falou de forma determinada.

"Nós podemos ajudar" falou Victor, tocando no braço de seus irmão. “Seus métodos estão destinados a falhar. Se você quer respostas, só há uma maneira de-"

Um movimento brusco na cadeira o cortou. Sonya tinha aproveitado essa distração para reagir. Ela se mexia ferozmente, tentando se libertar. Sua força sobrenatural de Strigoi quebrou uma parte das correntes e, imediatamente, eu e Rose estávamos em cima dela, segurando com força. Agora tudo tinha se complicado. Não tínhamos como prender Sonya com a corrente novamente. A corrente podia ser reutilizada, mas teríamos que ter outra forma de subjugá-la, até conseguirmos colocá-las em volta dela. Olhei para Rose, que pareceu pensar a mesma coisa que eu. Lutamos para fixá-la na cadeira. Eu apertei a estaca contra ela e Rose fez o mesmo. Não iríamos conseguir mantê-la ali por muito tempo. Não íamos conseguir. Eu podia sentir que Rose ainda não estava em plenas condições de luta. Tentei reunir toda força que pude e Sonya gritava com fúria. Eu me concentrei naquela atividade até que fui despertado por um grito de Rose.

"Não!"

Eu virei e vi Robert correndo em direção ao peito de Sonya com uma estaca de prata na mão. Ele iria matá-la, mas eu não podia impedir. Se eu tentasse, teria que soltar Sonya e isso seria desastroso. Ele foi rápido. Empalou Sonya bem no coração, não com a técnica de um guardião, mas bem melhor do que qualquer Moroi. Sonya deu um grito terrível. Mas o que aconteceu, a seguir, foi algo surpreendente, aterrorizante e fascinante ao mesmo tempo.

Uma força invisível me arremessou para longe de Sonya, fazendo o mesmo com Rose. Eu consegui me apoiar na parede. Uma grande luz brilhante estava enchendo a sala, me cegando. Eu não conseguia ver nada a não ser aquele brilho sobrenatural. A casa tremeu e tive a impressão que o tempo desacelerou. Tudo ao nosso redor parecia lento, até as batidas do meu coração e a minha respiração. Também não existia som algum, foi um silêncio absoluto. Era uma coisa magnífica. Um grande poder que irradiava vida por todos os cantos. Assisti a tudo estupefato. E, de repente, tudo parou, da mesma forma inexplicável como tinha surgido. A luz, os tremores, a lentidão. Apertei os meus olhos, ainda ajustando o foco e vi que Rose fazia o mesmo movimento que eu. Olhei em volta e vi Robert desacordado no chão, quando Victor correu para ajudá-lo. Olhei Sydney que estava congelada, em choque. E Sonya. Olhei para Sonya e ela ainda estava na poltrona com as correntes ao seu redor. Ela também segurava a estaca que Robert tinha usado.

Ela levantou os olhos e eu pude ver que não tinham mais os círculos vermelhos em volta da íris. Seus olhos eram de um vivo e puro azul marinho. Sua pele, que antes era pálida, agora tinha a cor da pele de um Moroi. Então, ela começou a chorar. Ela tinha sido restaurada como eu. Ela não era mais um Strigoi.

"Inacreditável" Rose murmurou.

Eu estava boquiaberto com tudo aquilo. Era um milagre. Outro milagre. Eu tinha sido o personagem principal de uma cena idêntica, mas assistir era bem diferente de viver. Era algo que eu não tinha palavras para explicar. Sonya começou a gritar, num claro sinal de desespero e eu senti a necessidade de ajudá-la, assim como Lissa tinha feito comigo. Sem pensar, corri para ela e retirei suas correntes. Quando ela estava livre, ela se enroscou em mim, escondendo o rosto em meu peito. Eu coloquei meu braço em torno dela de forma automática e falei no seu ouvido que tudo estava bem agora e que ia melhorar a cada dia. Ela começou a se acalmar um pouco, apesar de parecer que não me ouvia.

"O que você está fazendo?" Sydney exclamou vindo na minha direção "Não a solte!" Eu a ignorei.

"Está tudo bem, tudo bem" Rose disse "Ela não é mais um Strigoi. Olhe. Olhe para ela. Ela é uma Moroi."

"Não pode ser. Eu acabei de vê-la"

"É o que aconteceu com Dimitri. Exatamente a mesma coisa. Você não acha que ele é um Strigoi, acha? Você confia nele."

"O que? Acabaram os seus comentários espirituosos? Você deve estar feliz. Demos o que você queria. Você quer respostas de Sonya Karp? Pode pegar agora. Elas certamente vieram a um custo elevado" Victor falou para Rose num tom de zombaria, mas eu não achei graça alguma. Ele não estava vendo que ela precisava se recuperar? Que ela não tinha condições de nada agora? Eu não ia permitir isso.

"Não! Você está louco?" eu exclamei "Você não viu o que aconteceu?"

"Sim, eu notei" ele falou, ainda num tom de zombaria, que me irritou.

"Ela não está em condições de responder nada! Ela está em choque. Deixe-a em paz."

"Não aja como se ela fosse a única que está sofrendo aqui.” Ele se virou para Robert “Você vai ficar bem. Tudo vai ficar bem."

“Ele vai ficar?” ouvi quando Rose Perguntou, mas eu não estava mais me focando neles. Eles continuaram uma conversa, mas eu não estava me importando. Eu estava me importando com Sonya. Eu sabia o que ela estava sentindo agora. Resumidamente, era uma mistura de fadiga com desespero. Eu sabia exatamente o que era. Eu a levantei, sentindo toda a sua fragilidade.

"Ela precisa descansar. Acreditem, vocês não têm idéia do que está acontecendo dentro dela agora."

"Oh, eu acredito em você" disse Rose.

"Vocês são uns idiotas" Victor se atreveu a falar. “Vocês dois” eu não gostava de Victor e a cada minuto que ele continuava com a sua impertinência, eu o detestava mais. Eu olhei para ele de forma ameaçadora.

“Nada de interrogatórios ainda" falei, levando Sonya para cima.

Lá no quarto, a coloquei na cama e deixei que ela chorasse tudo que podia. Ela precisava colocar tudo para fora. Sentei ao seu lado, segurando a sua mão. Olhando para ela ali, era como olhar num espelho. Lembrei de mim mesmo, quando fui restaurado. Era uma terrível sensação de culpa e pavor. Ela chorou por quase meia hora. Ela parecia conflituosa, mas, claramente, ela não carregava também o peso de ter prendido, torturado e caçado a pessoa que mais amava na sua vida, como eu. Ela se afastou completamente de Mikhail. Seu choro se transformou em pequenos gemidos e logo, ela adormeceu. Resolvi ir lá em baixo ver como estavam as coisas, afinal eu não seria útil aqui, enquanto Sonya dormia e, além do mais, Rose e Sydney estavam com um dos maiores criminosos do mundo vampírico. Quando cheguei à sala, senti os olhos de Rose em mim. Olhei para Robert que dormia.

"Ela está dormindo também. A transformação...é difícil" falei revivendo ainda as emoções que experimentei na minha própria transformação. Tinha sido o pior e o melhor momento da minha vida ao mesmo tempo.

"Eu não acho que devíamos deixar Sonya sozinha" Rose falou "Alguém deveria ficar com ela, caso ela acorde." Olhei para ela com cuidado e ela me olhou diretamente nos olhos.

"Você tem razão. Você se importa de ficar com ela?" perguntei a Sydney.

"Ela não me conhece. Pode piorar as coisas, quando ela acordar. Além disso... eu realmente não me sinto confortável com alguém que era um monstro cinco minutos atrás" Sydney me disse, com uma expressão enojada.

"Ela não é Strigoi! Ela é completamente uma Moroi novamente! Eu sei que é difícil de acreditar, mas ela realmente mudou." eu falei isso ainda revivendo tudo que passei. Eu também tive dificuldades em convencer as pessoas de que eu era um dhampir novamente. Eu percebi que havia ficado irritado demais com aquela desconfiança de Sydney, mas logo percebi, também, que estava tomando para mim uma dor que não era minha.

"Eu vou ficar com ela, então" Rose ofereceu.

"Não, não. Sydney tinha razão de uma coisa: Sonya vai acordar confusa. É melhor ter alguém que entende o que aconteceu." eu sabia que tinha que ficar com Sonya, mas meu coração estava apertado em deixá-las com Robert e Victor. Abaixei para Rose e murmurei no seu ouvido.

"Fique de olho neles. Robert está caído, mas pode se recuperar mais cedo do que pensamos.”

"Eu sei"

Eu já estava me virando, quando uma onda de confiança passou por mim. Mas uma vez, Rose era a única que me entendia, então, eu fiz a pergunta que fiquei planejando fazer enquanto estava com Sonya lá no quarto.

"Rose?"

"Sim?"

"Isso ... foi assim que aconteceu quando Lissa me mudou?"

"Mais ou menos."

"Eu não percebi... foi..." Eu tropecei nas palavras, tentando descrever o que tinha ocorrido e a sensação que eu tive vendo tudo aquilo acontecer "A forma como a luz encheu a sala, a forma como ela mudou. Ver aquela a vida emergir da morte... foi..."

“Lindo?”

Era isso mesmo. Lindo. Mais uma vez a beleza estava ali, contrastando com um passado horrível como Strigoi. Rose sempre conseguia resumir em poucas palavras o que eu estava sentindo. Eu balancei a cabeça.

“Vida assim... você não-não, você não pode desperdiçar” Eu falei com um nó na garganta, sentindo tudo se revirar dentro de mim. Ser um Strigoi foi algo que me marcou para sempre, mas eu estava valorizando mais isso do que ter sido transformado. Eu não tinha visto isto como algo fantástico que não podia ser desperdiçado com sofrimento. Aquilo que eu tinha presenciado não era algo para ser ignorado, como eu estava fazendo. Era algo para ser aproveitado a cada momento. Era algo para ser vivido. Era algo para ser festejado.

“Não. Não. Você não pode" Rose concordou e eu pude ver uma faísca de felicidade em seus olhos.
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Dom Jun 26, 2011 10:39 am

CAPÍTULO 25
Subi as escadas ainda refletindo na breve conversa que tive com Rose. Entrei no quarto e Sonya ainda estava dormindo. Sentei confortavelmente numa poltrona que havia num canto do quarto.

Aquela luz intensa ficou gravada na minha memória. Eu jamais esqueceria daquilo. Era a coisa mais incrível que eu já tinha visto na minha vida. Um verdadeiro milagre que aconteceu diante de mim. Aquela luz era a vida se materializando, era a vida vencendo a morte.

Agora eu conseguia entender tudo. Entender o que Lissa falou tantas vezes, logo que a minha transformação ocorreu. Ela repetia seguidamente para mim que era para eu abraçar a vida. Mas não, eu me recusei a aproveitar essa segunda oportunidade que eu havia recebido e fiquei remoendo meus dias de Strigoi. Indiretamente eu ainda vivia como um Strigoi, quando não deixava aquele passado ir embora.

Agora eu conseguia entender Rose. Ah, Roza... por que eu fiz isso com ela? Ela lutou tanto para conseguir me trazer de volta, arriscou tudo que ela tinha, sua vida, seu futuro ao lado de Lissa, suas amizades... Ela nunca desistiu de mim. E, apesar de tudo, ela foi capaz de perdoar. Verdadeiramente perdoar. Ela assimilou tudo, tentou de tudo. E eu não pude enxergar isso. Eu estava sendo mais do que um tolo. Eu estava sendo mesquinho e egoísta, desprezando toda a beleza daquela atitude, pensando apenas na minha dor, não conseguia enxergar que a dor dela tinha sido ainda maior. Ela tinha passado pela dor de perder um grande amor, pela dor da responsabilidade de matar a pessoa que ela mais amava. Ela tinha sido presa, torturada e perseguida por esta pessoa. Ela teve que reunir forças para ainda continuar lutando para salvar esta pessoa. E, depois de tudo, quando ela finalmente conseguiu, ainda foi rejeitada. Como eu pude ser tão cego? Como eu pude fazer uma coisa terrível dessas? Pensar nisso, fez meus olhos encherem de lágrimas. Essa era a culpa pela maior de todas as mortes que causei. Era a culpa por matar um amor.

Há pouco mais de uma semana, ela estava diante de mim, naquela igreja, praticamente me implorando para voltarmos. Foi ali que eu lhe dei o golpe final. Parecia que fazia tanto tempo. Hoje eu daria tudo para voltar no tempo e não perder mais nenhum segundo longe dela. Eu sei que eu não mereço, mas se eu tivesse uma chance, só mais uma de ver que o seu doce amor não morreu...

Tive vontade de falar com Rose naquela mesma hora, então, num impulso, desci e fui ver como estavam as coisas lá na sala.

Robert ainda estava dormindo e Victor estava ao lado dele, também dormindo. Achei engraçado perceber que eles estavam com os horários trocados. Olhei para o outro canto da sala, Rose estava dormindo na cadeira onde Sonya estava presa. Observei seu sono por breves segundos, quando Sydney falou bem baixo.

“Eu insisti para que ela dormisse. Assim ela poderá lhe render mais tarde.” Eu olhei em volta e tudo estava tranqüilo e em paz. Sydney continuou “Ela estava parecendo um zumbi...”

Não pude deixar de achar engraçado a cena. Sydney estava de guarda vigiando dois Morois, rendendo uma guardiã. Se essa aventura demorasse por mais tempo, íamos acabar fazendo dela uma guerreira.

“Tudo bem, ela realmente precisava descansar. Ainda estarei lá em cima, me chame ao menor sinal de perigo. Estarei atento” ela assentiu com a cabeça, dando o seu sorriso característico. Voltei para o quarto e olhei para Sonya, que ainda dormia pesadamente.

Sentei na poltrona, e minha mente girava em pensamentos. Eu agora sentia um novo Ânimo para vida. Eu agora sentia necessidade de recuperar tudo que tinha sido tirado de mim quando me tornei um Strigoi, inclusive meu status de guardião. Ser um guardião reconhecido foi algo que eu persegui a minha vida inteira e era o que me realizava. Nós tínhamos que levar este plano adiante para podermos retornar à Corte e partir para missão de restaurar, também, as nossas vidas.

Também fiquei pensando nas diversas maneiras de falar com Rose sobre estes sentimentos que me invadiam. Também pensei muito nos acontecimentos da tarde anterior. Aquela cena da transformação de Sonya se repetia incansavelmente na minha memória e eu repassava cada segundo, ainda maravilhado. Horas se passaram, mas, honestamente, eu não senti, apesar de estar bastante cansado. Apertei meus olhos com as pontas dos dedos e dei um longo bocejo.

Quando olhei para cama novamente, Sonya quase me assustou. Ela ainda estava deitada, mas estava com os olhos abertos, me olhando fixamente. Eu realmente não sabia há quanto tempo ela me observava.

"Bom dia" eu a cumprimentei.

Ela não respondeu. Continuou me olhando. Eu fiz minha melhor aparência gentil. Quando ela finalmente falou, sua voz era quase inaudível.

“Sua aura está vermelha, com pontos cinzas. Ela brilha” sua voz era só um sussurro.

“Como?” perguntei, obviamente não esperando por aquilo.

"Eu não sabia mais o que era dormir" ela murmurou, mudando de um tópico a outro “O que aconteceu, não foi um sonho, foi?”

“Não, não foi um sonho. Foi tudo real” falei sem saber a que ela estava se referindo. Se a sua vida como Strigoi ou a sua transformação para Moroi. Apesar de estar curioso sobre o que ela falou da minha aura, não quis insistir neste assunto.

“Quem é você?” ela perguntou com suavidade na voz, bem diferente de quando ela era um Strigoi. Eu, comecei a sentir um imenso bem estar perto dela. Era parecido de quando eu estava com Lissa.

“Sou Dimitri Belikov. Eu era um guardião e fui trabalhar na Academia, depois que você... saiu... Eu era instrutor lá. Eu também era... era... mentor de Rose...” Senti que as palavras saíram pesadas. Era como se eu quisesse falar involuntariamente o que eu era de Rose na verdade, mas consegui me conter “Até que, em uma batalha, eu fui transformado em um Strigoi.”

“Um usuário do espírito transformou você de volta, como aconteceu comigo? Eu nunca imaginei que isso fosse possível” ela falou, ainda suavemente.

“Eu também nunca imaginei isso. Ainda hoje é difícil para mim. Acredite, eu sei exatamente o que está se passando dentro de você. Quem me restaurou foi Lissa, ela foi sua aluna na Academia” realmente as palavras saíam quase sem que eu sentisse. Logo me dei conta que ela podia estar usando uma leve compulsão em mim.

“Vasilisa...” Ela falou pensativa “E Rosemarie, sempre determinada a proteger aqueles a quem ela ama.” Ela fez um olhar vago, como se Lissa e Rose fossem apenas lembranças de um passado distante. De repente, seu olhar vago se tornou em tristeza e seus olhos encheram de lágrimas. Os usuários do espírito tinham essas variações de comportamento. Apesar disso indicar um leve sinal de loucura, naquele momento era um bom sinal. Strigois não ficavam loucos.

"Oh, que coisa terrível! O que foi que eu fiz? Tantas pessoas... Eu matei tantas pessoas! Como eu pude fazer isso?" as lágrimas começaram cair pelo seu rosto e ela começou tremer. Eu conhecia bem aquilo, pareciam as minhas próprias palavras. Rapidamente, sentei na cama, à sua frente e tirei uma parte dos seus cabelos que estavam no rosto.

“Calma, tenha calma” falei num tom baixo e gentil “Eu sei exatamente como você se sente, eu já me senti assim, e ainda estou me recuperando disso tudo. São lembranças terríveis, eu sei, mas não é nada que você possa mudar agora. É passado. O que aconteceu com você foi um milagre. Não deixe que sua vida como Strigoi seja maior do que a nova vida que você ganhou a oportunidade de ter, se foque no presente. Se foque na belez e nas pessoas que você ama, antes que seja tarde demais, mesmo que isso pareça difícil. Não cometa os mesmos erros que eu. ”.

“Como eu poderei viver com essa culpa? Como eu poderei viver com os rostos de todos os inocentes que matei passando na minha memória?”

‘Não era você. Você agia de acordo com o instinto de um Strigoi. Não era algo que você pudesse controlar” eu estava usando as palavras que Rose usou para me consolar. Na verdade, eu estava repetindo aquilo ali para mim mesmo.

“A dor da morte daquelas pessoas está em mim” ela sussurrou e eu percebi que deveria ser mais direto. Palavras desta natureza não surtiram efeito em mim, quando fui restaurado, certamente não serviriam para ela. Realmente a dor da culpa era muito grande.

"É verdade, e você não pode evitar isso. É por isso que eu falo para você se focar no presente. O passado está lá, nós não podemos mudar. Olhe para você agora. Você é um milagre. Se agarre nisso para se redimir de todo mal. Não deixe iesto lhe controlar. Tome o controle disso, como eu estou tentando fazer agora. Eu percebi que não devemos deixar a vida ser inútil. Eu já perdi algumas coisas, é verdade, mas me recuso a perder outras" ela suspirou e olhou para porta. Eu me virei e vi que Rose havia entrado e nos olhava de forma surpresa.

"Rose?" perguntou ela, hesitante. Percebi que ela não lembrava que Rose estava ali em baixo conosco.

"É bom ver você de novo" Rose respondeu de forma cautelosa "Sydney foi fazer compras. Ela também ficou acordada que eu pudesse dormir, na noite passada."

"Eu sei" eu respondi com um pequeno sorriso "Eu levantei uma vez para verificar você."

Rose corou e senti algo se revirar dentro de mim. Mas ela rapidamente levou a conversa para outro tom, apesar de ainda parecer embaraçada.

"Você pode descansar também. Tome um café da manhã que eu vou ficar de olho em tudo. Tenho razões para dizer que Victor terá problemas com o carro. Além disso, Robert realmente gosta de Cheerios, por isso, se você quer algum, você terá que contar com a sorte. Ele não parece o tipo que gosta de dividir"

Sorri, ainda mais, aproveitando as suas palavras engraçadas. Eu sabia que Rose fazia piadas quando queria quebrar o gelo. E, além do mais, eu ainda tinha aquela mesma sensação de bem estar e agora sabia que era influência de Sonya.

"Há outro usuário espírito aqui" ela falou "Eu posso sentir. Lembro-me dele. Não é seguro. Não somo seguros. Vocês não deveriam nos ter por perto." Ela falou olhando para nós. Percebi novamente a sua variação de comportamento.

"Tudo bem" eu disse-lhe baixinho, da forma mais gentil que pude "Não se preocupe".

“Não. Você não entende... Nós somos capazes de coisas terríveis. Para nós mesmos e para os outros. É por isso que eu me transformei, para parar a loucura. E eu consegui... exceto que foi pior. De certa forma. As coisas que eu fiz..." Ela estava começando a se culpar novamente.

"Não foi você" Rose falou de forma urgente "Você foi controlada por outra coisa." Eu senti que aquelas palavras eram para mim também.

“Mas eu escolhi isto. Eu fiz isso acontecer"

"Isso foi o espírito. É difícil de controlar. Como você disse, ele pode fazer você fazer coisas terríveis. Você não estava pensando com clareza. Lissa luta contra a mesma coisa o tempo todo."

"Vasilisa?” Seu olhar se tornou perdido “Sim, claro. Vasilisa também tem.” Então o pânico tomou conta de sua voz “Você a ajudou? Você a tirou de lá?"

Eu não estava entendendo muito aquela conversa delas. Sonya parecia meio transtornada ainda, não parecia que estava dizendo coisa com coisa.

"Sim. Nós fugimos e depois voltamos, e, uh, formos capazes de parar o que estava no seu encalço. E você pode ajudá-la também. Precisamos saber se-"

Senti que Rose estava prestes a começar um novo interrogatório. Rose era muito ansiosa e não sabia esperar. Aquela não era a hora, Sonya ainda estava bastante fragilizada. Eu lhe dei um olhar duro.

"Não" eu disse-lhe bruscamente "Ainda não".

"Mas" Rose insistiu.

"Ainda não" Coloquei ainda mais firmeza na voz e no olhar para que ela soubesse que não era hora para isso. Tudo ainda era muito recente e Sonya, além da culpa por ser um Strigoi, ainda carregava as conseqüências de ser uma usuária do espírito. Ela precisava deste tempo para se recompor.

Rose me olhou intensamente, obviamente não gostando da minha atitude, mas ela tinha que entender que não tínhamos que respeitar este momento de Sonya.

"Posso ver as minhas flores?" Sonya perguntou ignorando a tensão que havia entre nós "Posso ir lá fora e ver as minhas flores?"

Olhei para Rose, que tinha um olhar questionador no rosto.

"Claro" eu disse a ela.
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Seg Jun 27, 2011 9:22 pm

CAPÍTULO 26



Enquanto caminhávamos para a porta, Rose perguntou “Por que você cultivava flores quando você era...como você estava?" Era uma curiosidade dela, embora eu ainda não entendesse porque ela queria saber disso.

"Eu sempre cultivei flores" ela respondeu.

"Eu sei. Eu me lembro. Eram lindas. As daqui também são lindas... É por isso que, eu quero dizer, você queria apenas um jardim bonito, até mesmo como um Strigoi?" Rose insistiu.

"Não. Eu realmente nunca pensei na beleza. Elas eram... Eu não sei. Algo para fazer. Eu sempre plantei flores. Eu tinha que ver se eu ainda podia. Era como um teste... das minhas habilidades, eu acho."

Rose e eu trocamos olhares e eu sabia o que ela queria dizer. Strigois não vêem a beleza. Rose tinha razão. Seus olhos estavam cheios de esperança olhando para mim. Seguimos para sala e encontramos Robert e Victor. Sonya e Robert pararam estudando um ao outro.

“Indo e vindo” Victor murmurou "Já descobrimos o que precisamos?" Eu lhe lancei um olhar duro. Eles não podiam esperar que ela se recuperasse? Não fazia sequer doze horas que ela tinha sido restaurada... Eu sabia que ela precisava de um tempo para colocar as idéias em ordem. Eu precisei também, embora não tenha tido.

"Ainda não" falei duramente.

"Vocês quebraram minha porta" Sonya falou e eu olhei para onde ela estava olhando e mesmo não tendo outra maneira de entrar, me senti culpado por ter feito isso e quase pedi desculpas, mas Rose foi mais rápida.

"Danos colaterais" Rose falou e eu rolei os olhos. Ela nunca perdia a chance de soltar uma piada.

Sônia saiu já olhando para cima, para o céu. Eu observei tudo aquilo. Uma coisa era viver, outra coisa era ver acontecer na sua frente. Sonya parecia que estava descobrindo o sol. Ela levantou o rosto maravilhada, deixando os raios entrarem em seus poros.

"É tão lindo" Sonya falou "Não é? Você já viu algo tão bonito?" Ela perguntou se virando para Rose.

“Bonito” Rose concordou com um ar triste.

Sonya começou a andar pelo jardim, admirando as flores à luz do sol. Era uma paisagem bonita, mas eu realmente não costumava prestar muita atenção em jardins. Era uma explosão de cores e vida. Eu sentia que Sonya teria uma recuperação melhor do que a minha. Ela parecia ser mais expansiva, o tipo de pessoa que vive intensamente suas emoções. Diferente de mim. Toda vida eu me forcei a guardar meus sentimentos. Todos eles, os bons e ruis. Também cultivei dentro de mim padrões rígidos de comportamento e um profundo senso de ética. Eu sempre fui racional, sempre tentando mediar o que acontecia ao meu redor. As pessoas me viam assim, elas esperavam isso de mim. Foi algo que eu tracei para mim, foi o meu objetivo de vida. Tudo isso foi totalmente corrompido quando eu me tornei um Strigoi. E quando fui restaurado, não sabia lidar com a memória de ter ido contra tudo que eu sempre acreditei. Eu achei que tinha que lidar com tudo isso sozinho, trancando tudo dentro de mim.

"Tão diferente..." Sonya continuou andando entre as flores, falando aleatoriamente "Tão diferente ao sol. Estas não abrem à noite! Você vê isso? Você vê as cores? Sente esse cheiro?"

Eu senti uma estranha sensação de tristeza e alegria. Alegria por perceber que Sonya realmente ficaria bem. Tristeza por mim. Por eu não ter me focado nisso. Na beleza do que estava ao meu redor. Quando Sonya estava admirando as flores, ela estava vendo a vida ali. Eu não conseguia ver a vida. Só a morte. Por isso eu me sentia tão culpado. Sonya se sentou numa das cadeiras do pátio e ficou claro que ela não sairia dali tão cedo. Rose se virou para mim.

"Eu estava conversando com Sydney. Nós achamos que você deveria descansar um pouco. Você vigiou Sonya a noite toda, deve estar exausto, Sydney também notou isso quando você falou com ela"

"Isso é inteligente. Quando Sonya for capaz de falar, nós vamos precisar ir embora. Sydney está se transformando em um mestre da batalha.” Falei sorrindo. Era engraçado como Sydney estava se acostumando conosco.

"Ei, ela não está no comando aqui. Ela é apenas um soldado."

"Certo. Desculpe, Capitã." Involuntariamente passei os dedos no seu rosto, sentido um enorme carinho por ela. Tive a impressão que ela perdeu o ar por alguns segundos. Mas ela respondeu rapidamente.

"General."

Eu acenei para Sonya e entrei na casa. Subi as escadas em direção ao quarto. Eu realmente estava cansado. Deitei na cama e dormi quase que instantaneamente. Eu dormi tão profundamente que pareceu que se passaram apenas poucos minutos, quando fui acordado com o som da voz de Rose que gritava distante.

"Dimitri!"

Levantei imediatamente em alerta e desci as escadas pulando os degraus. Quando cheguei ao pátio me deparei com Rose abraçando protetoramente Sonya, enquanto uma cadeira a atingia nas costas. No mesmo segundo percebi que ela havia sido lançada por Robert, usando o poder do espírito. Eles estavam se atacando. Corri para ele e o agarrei, tentando fazer com que ele parasse. Senti que Victor tentou me deter, mas foi inútil. Ele jamais poderia comigo. Antes que Sonya e Robert tentassem mais coisas um contra o outro, o arrastei para dentro da casa. Entramos e eu o levei para o quarto, onde eu estava dormindo há pouco. Victor nos seguiu. Olhei para ele com o olhar mais perigoso que eu tinha.

“Cuide dele e não deixe que ele saia daqui, se você não quer vê-lo morto” falei rispidamente.

“Eu sei perfeitamente como cuidar do meu irmão” resmungou Victor.

“Ah, eu tenho certeza disso” acrescentei saindo pela porta.

Voltei para o pátio e Rose estava sentada no chão com Sonya que parecia atônita. Eu não conseguia dizer se aquilo era devido ao uso da mágica ou por seu estado frágil. Fui até elas, ajudei Sonya a se levantar e a conduzi para dentro da casa. Depois que conseguimos que ela se acalmasse, nos afastamos e deixamos Sydney com ela. Eu precisava entender o que tinha levado àquela reação.

"Rose, o que foi aquilo lá fora?" perguntei.

“Bem... Eu senti que ela estava bem então resolvi perguntar sobre o bebê secreto. Tudo parecia bem, Sonya estava controlada, até que Victor e Robert interferiram. Robert tentou usar a compulsão nela e isso a deixou furiosa, foi quando eles começaram a usar a mágica para se atacarem.”

Enquanto ela narrava tudo, eu senti uma grande ira crescendo dentro de mim. Como Rose pôde me trair daquela maneira? Eu havia confiando nela para cuidar de Sonya, enquanto descansava, pior, eu tinha me afastado justamente por uma interferência dela. Será que ela me mandou dormir por que estava planejando isso? Eu tinha dito para ela que não era a hora, que Sonya precisava se restabelecer, mas mesmo assim, ela só pensou nos seus próprios interesses, sendo imatura e egoísta.

"Eu disse que não era a hora! No que você estava pensando? Ela ainda está muito fraca!" Eu falei sentindo minha voz elevada.

"Você chama isso de fraca? E, ei, eu estava indo bem até que Victor e Robert se intrometeram e as coisas foram para o inferno."

Aquelas palavras dela me deixaram com mais raiva ainda. Ela realmente estava achando que obter as informações que ela precisava era mais importante do que qualquer coisa. Eu dei um passo à frente, sem me preocupar em não parecer intimidador.

"Eles nunca deveriam ter se envolvido. Isto é você, agindo irracionalmente mais uma vez, pulando dentro loucamente, sem pensar nas conseqüências".

Rose tinha mostrado um grande amadurecimento nos últimos tempos, mas algo nela ainda lembrava aquela imaturidade que eu tanto questionei quando ela era minha aluna. Ela agora não tinha mais a proteção da Academia, onde tudo se resumia na punição de não sair do dormitório. Agora ela estava no mundo real. Era a vida das pessoas que estavam em jogo.

"Ei, eu estava tentando progredir. Se ser racional é sentar e fazer terapia, então eu estou feliz por passar dos limites. Eu não tenho medo de entrar em ação". Ela falou com o ultraje jorrando pelos seus olhos. Ela não entendia. Respeitar o tempo e os limites das outras pessoas não era estar fora de ação. Ao contrário, eram atitudes de um bom lutador.

"Você não tem idéia do que você está dizendo" eu rosnei "Isso pode ter nos atrasado".

"Isso nos fez avançar. Descobrimos que ela sabe sobre Eric Dragomir. O problema é que ela prometeu não contar a ninguém sobre esse bebê".

Eu estava prestes a lhe dizer que os fins não justificavam os meios, quando a voz de Sonya se ergueu.

"Sim, eu prometi."

Eu e Rose nos viramos como se fossemos um só. Foi então que percebi duas coisas. O quanto estávamos perto um do outro e que a nossa briga tinha uma pequena platéia. Sonya e Sydney assistiam a tudo.

“Eu prometi” a voz de Sonya agora era baixa, num tom de súplica.

"Nós sabemos" Sydney falou baixo, segurando sua mão "Está tudo bem. Está tudo bem em cumprir as suas promessas. Nós entendemos."

"Obrigada. Obrigada." Sonya respondeu com uma expressão de agradecimento.

"Mas, eu ouvi que você se preocupa com Lissa Dragomir" o tom de Sydney era bem cauteloso.

"Eu não posso."

"Eu sei. Eu sei. Mas se houvesse uma maneira de ajudá-la sem quebrar a sua promessa?"

Olhei interrogativamente para Rose. Eu realmente estava ficando paranóico de que tudo era parte de um grande plano dela. Mas ela deu de ombros, tão por fora como eu.

"O-O que você quer dizer?"

"Bem... qual foi exatamente a sua promessa? Não contar a ninguém que Eric Dragomir tinha uma amante e um bebê?" Sonya assentiu com a cabeça "E não dizer quem são eles?" Sonya deu outro aceno com a cabeça. Sydney deu um pequeno sorriso. "Você prometeu não contar a ninguém onde eles estão?" Sydney ficou ainda mais cautelosa "Você prometeu não levar ninguém para onde eles estão?"

"Não" Sonya falou hesitante.

"Então ... você poderia nos levar a eles. Mas não nos dizer quem realmente eles são. Você não estaria quebrando sua promessa assim”

Era uma lógica maluca, mas eu lembrei que os Alquimistas eram treinados para ludibriarem as pessoas. Eles eram bem diplomatas e sabiam conduzir uma situação para onde eles bem entendessem. Esse era o trabalho deles. Era um dos métodos que eles utilizavam para esconder dos humanos a existência de vampiros.

"Talvez..."

"Você não estaria quebrando a promessa. E estaria ajudando muito a Lissa."

"Isso ajudaria Mikhail também" Rose falou dando um passo em sua direção.

"Mikhail? Você o conhece?" Ela perguntou admirada.

"Ele é meu amigo. Ele é muito amigo de Lissa também. E ele quer ajudar a Lissa, mas não pode. Nenhum de nós pode. Nós não temos informação suficiente."

"Mikhail ..." Sonya olhou para suas mãos e pequenas lágrimas saíram dos seus olhos. Eu sabia exatamente o que ela sentia.

"Você não vai quebrar a sua promessa" Sydney continuou com sua persuasão, falando cuidadosamente. “Só nos guie até lá. É o que Mikhail e Lissa iriam querem. É a coisa certa a se fazer.”

Sonya levantou seu olhos, com um brilho que ainda não tínhamos visto.

“Eu vou levá-los até lá”

“Vamos cair na estrada novamente. Se arrumem” Sydney falou para nós.

Eu olhei para Rose, me sentindo péssimo por ter discutido com ela. Nós estávamos muito perto um do outro e eu tive que controlar o impulso de abraçar sua cintura, pedir desculpas e enchê-la de beijos. Esse pensamento fez com que eu lhe desse um pequeno sorriso. Ela me olhou e a minha vontade de beijá-la aumentou ainda mais. Eu poderia dizer que ela também não tinha gostado nada de discutir comigo. Então, foi a minha vez de fazer uma piada para descontrair.

“Você estava errada. Ela realmente é a nova general da cidade” Falei aumentando o meu sorriso e virando o meu rosto na direção de Sydney.

Ela sorriu para mim, daquele jeito que fazia tudo revirar por dentro. Nós ainda estávamos na mesma posição. Nem eu, nem ela nos afastamos. Para ser sincero, eu não queria me afastar.

“Talvez” Ela respondeu “Mas está tudo bem. Você ainda pode ser o coronel”.

Eu ergui uma sobrancelha, fingindo um ar intrigado e ainda sorrindo. Não tinha como negar, por mais que ela me irritasse eu não conseguia deixar de gostar dela. Eu adorava Rose. Alguma tirada divertida viria dela.

“Ah, você se rebaixou? Coronel está logo abaixo do general. Isto faz de você o quê?” eu a provoquei.

Ela colocou a mão no bolso e com um ar triunfante tirou as chaves da CR-V que Sydney não soltava nunca. Ela tinha pego, sem ninguém perceber, em algum momento.

“A motorista”.
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Ter Jun 28, 2011 6:33 pm

CAPÍTULO 27

O fato é o seguinte: de jeito nenhum eu deixaria Rose dirigir.

E acabei não deixando Sydney dirigir também. O carro de Victor apresentou problemas, que eu tinha certeza que foram provocados por Rose. Lembrei que ela havia falado, mais cedo, que ele teria problemas com o carro. Só não sei ainda como ela conseguiu fazer. Até onde eu sabia, Rose não entendia nada de motores de automóveis. Mas este plano dela se virou contra ela mesma. Victor teve que vir conosco e eu me vi tendo que fazer um mapa de acentos. Arrumei todos de forma que cada fileira teria um guardião. Eu ficaria no volante, com Robert ao meu lado. Sonya e Victor no banco de trás com Rose entre eles e Sydney... para ela, restou o porta malas. Ela demonstrou ultraje com isso, mas não tínhamos escolha. Além do mais, Victor, Sonya e Robert estavam sem sangue há um bom tempo. Não seria nada bom deixar um humano entre vampiros famintos.

Enquanto carregávamos o carro eu resolvi que já era hora de Rose me atualizar sobre algumas notícias da Corte. Ela nunca falava nada, e eu não entendia qual era o interesse de Victor por Sonya.

“Rose, o que está se passando, na Corte, com Lissa? Deve ser algo grande para fazer Victor convencer seu irmão usar tanto espírito para restaurar um Strigoi” falei com uma voz amigável.

“Bem, é uma longa história. Eu sugeri a Adrian que indicasse Lissa candidata a Rainha. Bem, ele, Tasha e Christian fizeram as indicações e agora ela está fazendo os testes. Eles acham que eu dei essa idéia para ganharmos tempo, enquanto eles procuram por provas, pois ela não poderia ser coroada se fosse escolhida, ela não tem uma família para representar. É a lei do quorum. O que eles não sabem é que existe um irmão ou irmã de Lissa.”

Rose contou os fatos falando rapidamente e num tom baixo enquanto arrumávamos espaço para Sydney no porta malas. Era tudo parte de seu plano. Transformar Lissa em Rainha dos Moroi. Era um plano maluco, mas eu tinha que admitir que, se desse certo, seria fantástico.

“E Victor vislumbrou a possibilidade de tomar proveito próprio de tudo isso... não deveríamos deixar que ele soubesse quem é esse irmão ou irmã de Lissa. Só Deus sabe o que ele pode fazer com essa informação ou com esse parente dela” falei com a minha mente girando a mil.

“Temos que nos livrar de Victor e Robert agora. Eles já fizeram o que precisávamos. Mantê-los por perto agora é perigoso. É hora de os entregarmos para os guardiões” Rose murmurou.

Franzi a testa e falei “Concordo. Mas não existe uma boa maneira de fazer isto. Ainda não. Não podemos deixá-los amarrados no meio da estrada, não que eles fugissem ou fossem pedir uma carona... Também não podemos entregá-los nós mesmos, por motivos óbvios”.

Rose arrumou a última mala lá dentro e se inclinou contra o para choques.

“Sydney poderia entregá-los” ela falou pensativa.

“Essa é certamente a melhor escolha, mas não quero me separar dela antes de chegarmos...” para onde iríamos? Eu não fazia idéia “bem, para onde estamos indo. Podemos precisar da ajuda dela”.

“Então vamos arrastá-los juntos conosco”.

“Temo que sim” falei.

Desde ontem eu estava buscando uma oportunidade para falar com Rose sobre nós dois. Não havia encontrado ainda um momento propício. Aquela podia ser uma boa deixa. Eu a olhei com cuidado e falei.

“Sabe, quando eles estiverem sob custódia, tem uma boa chance deles contarem para as autoridades um bela história sobre nós dois” eu falei para ela na esperança dela começar a desenvolver o assunto. Victor sabia que nosso romance tinha começado quando ela ainda era a minha aluna e menor de idade. Apesar destas situações serem parte do passado, a infração às leis ocorreu e eu ainda podia ser punido por isto, caso alguém reportasse às autoridades o ocorrido.

“Sim. Suponho que este seja um problema para mais tarde. Temos que lidar com os problemas imediatos primeiro” ela falou, finalizando o assunto para mim, mesmo sem sentir. Realmente, eu ia ter que esperar outra oportunidade. Eu sorri para ela e falei.

“Bem, essa sempre foi a nossa estratégia, não é?” Não era uma pergunta para ser respondida. Era eu ironizando comigo mesmo. Eu havia ensinado isso a ela.

Ela sorriu para mim e aquilo me encheu de tristeza. Novamente ela se mostrou indiferente. Logo, estávamos todos na estrada. Eu aconselhei Rose a descansar um pouco, não sabíamos o que teríamos pela frente eu achava que ela ainda não estava totalmente recuperada da pancada na testa. O carro ficou silencioso por muito tempo, o silêncio só era quebrado quando Sonya falava para dar instruções sobre o caminho. Aliás, suas instruções eram vagas e misteriosas. Ela não disse sequer quanto tempo de vigem teríamos. Pelo retrovisor, olhei para Rose. Sua expressão era vazia. Ela estava na mente de Lissa novamente.

Fiquei concentrado na estrada, tentando não pensar mais nos últimos acontecimentos. Foquei no que viria. Agora que eu sabia que Lissa estava na linha de sucessão de Tatiana, eu senti uma ponta de esperança em mim. Se um dia eu voltasse à Corte, ela poderia me ajudar a recuperar meu antigo posto de guardião. Sendo rainha, Lissa teria muito mais influência para conseguir provar a inocência de Rose. Há poucos dias, eu achava que minha única opção seria permanecer preso, com todos duvidando que eu era um dhampir. Agora não. Eu estava vislumbrando uma nova perspectiva de futuro. Eu podia sentir que estava retomando o controle da minha vida.

Eu tentava imaginar o que encontraríamos pela frente. Como era este irmão de Lissa? Ou seria uma irmã? Que idade tem? Como irá receber esta notícia? Será que ele, ou ela, ou sua família concordarão em ajudar Lissa? Meus pensamentos foram interrompidos por Sonya. Ela deu duas batidinhas leves em meu ombro.

“Hã?” perguntei.

“O que está acontecendo com Rose?” sua voz era baixa, quase inaudível.

“Está na cabeça de Lissa... Elas tem aquele laço” respondi, ela ficou ali olhando para Rose por muito tempo. Até que falou novamente, mas desta vez, ela se dirigiu à Rose.

“Vocês parece muito feliz”

Rose piscou várias vezes e, depois de hesitar um pouco, respondeu “Lissa passou em seu segundo teste para monarca”

“É claro que ela passou” Victor falou. Milagrosamente, ele estava quieto o tempo todo. Eu quase tinha esquecido que ele estava ali. Quase.

“Ela está bem? Ferida?” Perguntei querendo mais informações. Eu não sabia como eram estes testes, fiquei preocupado de que exigissem muito de Lissa.

“Ela está bem” Rose respondeu, sem dar mais detalhes. Eu assumi que não precisava de mais informações. Ela ficou por um tempo pensativa, mas com um ar feliz. Logo depois, ela se acomodou no banco e dormiu. À essas alturas, Victor, Robert e Sydney também dormiam. Só eu e Sonya estávamos acordados.

Ainda estávamos na rodovia, que parecia não terminar nunca. Juntei todas as forças que eu tinha para não dormir ao volante. Eu estava acordado há quase três dias. Depois da luta com Donovan, eu dormi menos de três horas. Hoje, pela manhã, meu sono também tinha sido interrompido. Eu sentia a fadiga tomando conta de mim. Se eles imaginassem como eu me sentia esgotado, não estavam dormindo tão tranquilamente. Mesmo assim, fiquei contente por perceber que todos confiavam em mim. Mantive meu foco na estrada, até que minha concentração foi cortada pela voz de Sonya.

“Você estava tendo um sonho do espírito”

Sonho do espírito. Senti meu coração apertar. Olhei pelo retrovisor e vi que ela estava falando com Rose. Tentei voltar ao meu foco, na estrada, eu não gostava de ouvir falar de sonhos do espírito. Isso sempre me lembrava Adrian. Agora, pior, indicava que Rose estava com Adrian. Não pude deixar de ouvir o restante, mas mantive meus olhos fixos à frente, fingido que não ouvia nada.

“Como você sabe?” Rose perguntou.

“Sua aura”

“Auras costumavam ser legais, mas agora estão se tornando irritantes”

“Elas são muito informativas se sabe como lê-las. Você estava com Vasilisa?”

“Não. Estava com meu namorado. Ele também é um usuário do espírito”

Isso confirmou minha suspeita. Ela estava com Adrian. Senti uma grande tristeza me invadindo. Mas eu reuni minhas forças, buscando controle. Sempre que ela falava de Adrian a sensação de perda me invadia de forma quase incontrolável.

“Era com ele que você estava?” a voz de Sonya era surpresa.

“Sim, porque? Qual o problema?”

Sonya fez uma longa pausa. Não resistindo a curiosidade, olhei rapidamente pelo retrovisor. Sonya olhava intensamente para Rose e logo depois olhou na minha direção. Olhei novamente para estrada.

“Nada. Não há nada de errado” Sonya falou apressadamente.

“Qual é, certamente parece que-“ Rose foi interrompida por Sonya.

“Lá” Sonya falou abruptamente, se inclinando na minha direção e apontando para uma entrada que já estava bem próxima. Eu tive que fazer uma manobra de cinematográfica para conseguir entrar, fazendo todos acordarem e o carro balançar fortemente.

“Um aviso antes de chegar à entrada, da próxima vez, ajudaria” falei, mas Sonya pareceu não me ouvir. Ela estava fixada no caminho que estávamos tomando.

“Onde estamos? E há quanto tempo estamos na estrada?” Rose perguntou.

“Seis horas” respondi eu não sabia exatamente que lugar era aquele.

Sonya continuou dando as instruções vagas do caminho e eu sentia a tensão tomar conta de mim, à medida que entrávamos na área residencial. Estávamos chegando perto das respostas que tanto queríamos.

“Ali” Sonya apontou para uma pequena casa, com um jardim. Estacionei em frente à garagem.

“Você sabe se seus parentes ainda vivem aqui?” Rose perguntou a Sonya que não respondeu. Então Rose falou consigo mesma “Só tem um jeito de descobrir” Ela virou para mim e disse “O mesmo plano?”

Antes de pegarmos a estrada, enquanto aguardávamos Sydney e Sonya, que arrumavam as bagagens para colocarmos no carro, eu e Rose traçamos um rápido plano para quando chegássemos ao nosso destino. Eu ficaria vigiando os irmãos, enquanto elas iriam sondar as informações. Eu tinha uma imagem muito forte, e tudo que não queríamos era assustar os parentes de Sonya. Pelo menos, ainda não.

“Mesmo plano. Você vai até a casa, você parece menos ameaçadora.”

“Ei!” Rose começou a protestar quando eu acrescentei sorrindo:“Eu disse ‘parece’”.
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Qua Jun 29, 2011 6:47 pm

CAPÍTULO 28

Rose, Sydney e Sonya saíram do carro.

“Tenha cuidado” eu falei, sentindo um repentino carinho por Rose. Eu sabia que aquele era um conselho inútil para se dar a ela.

“Você também” ela respondeu e eu sorri calorosamente para ela. A cada momento eu me sentia mais e mais afeiçoado a ela. Também sentia muito orgulho por ela. Estávamos prestes a desvendar todo este mistério do Dragomir perdido graças à sua persistência. Rose sempre conseguia o que ela queria. Fiquei observando enquanto ela caminhava em direção a porta e senti uma pequena ansiedade tomar conta de mim. Mas não durou muito. Victor tinha que falar algo. Eu estava até estranhando por ele estar tão calado por tanto tempo. Parecia que ele tinha ouvido meus pensamentos.

“Ah... Rosemarie... tão obstinada... ela sempre consegue o que quer. Acredite, os objetivos dela nem sempre são fáceis de serem atingidos e sempre ela os supera. Não duvido que logo, logo ela esteja novamente na Corte guardando Vasilisa” sua voz era fraca e cansada.

Eu não respondi. Tudo que eu não queria, naquela hora, era conversar com alguém como Victor Dashkov. Mantive meu silêncio e permaneci parado, olhando para o painel do carro. Ele continuou falando.

“Eu me pergunto qual seria a sua conquista mais difícil...” Ele fez uma longa pausa e continuou “Eu imaginei que vocês ficariam juntos depois da sua transformação” ele fez outra pausa, esperando por uma reação minha que não veio. Eu era bom em ignorar as pessoas. Assumindo que, mais uma vez, eu não responderia, ele continuou sua provocação “Eu fico observando vocês dois... Existe muito orgulho entre vocês. Vocês ficam querendo um ao outro, mas nenhum dos dois é capaz de ceder. Bem, acho que você já percebeu como eu sou generoso e a favor do amor. Se você quiser, eu posso dar um colar a ela que facilite tudo entre vocês dois.”

Eu contive a vontade de virar e dar um soco nele.

Os minutos se arrastavam e Victor continuou a filosofar sobre Rose, eu, Lissa, a Corte e tudo que ele podia e não podia. Eu me mantive imóvel, tentando não ouvir o que ele falava, apenas me preparando para o que viria de dentro daquela casa. Como Rose sairia de lá? Com a nossa solução? Com um irmão ou irmã de Lissa disposto a cooperar e não deixar que esse esforço seja em vão? Ou será que ela virá com uma resposta negativa?

Robert estava calado o tempo todo, quando ele finalmente falou, foi algo que me intrigou.

“Vocês brilham quando estão juntos”

“Quem brilha, meu querido?” Victor perguntou.

“A garota insolente e o russo ali. As auras deles brilham muito quando eles estão juntos”

Novamente aquela conversa sobre auras. Eu já tinha ouvido falar em auras, claro, mas nunca foi algo que me interessou. Eu estava quase quebrando a minha resistência contra eles e me virando para perguntar o que aquilo significava quando vi Rose, Sydney e Sonya saírem pela porta. Olhei para Rose que olhava diretamente para mim com um lindo sorriso nos lábios. Ali eu entendi que tudo tinha dado certo. Sorri para ela também. Tínhamos conseguido.

Ela se aproximou da janela do carro e falou imediatamente “Lissa tem uma irmã e nós já a conhecemos. Jill Mastrano, aquela estudante do campus fundamental que nos tratava como celebridades”.

Com essa introdução, Rose começou a narrar tudo que havia acontecido lá dentro. Lá moravam Emily e John Mastrano. Eles tinham uma filha chamada Jill Mastrano. Ou melhor, a garota era filha apenas de Emily, fruto de um breve relacionamento dela com Eric Dragomir. A identidade do pai dela era guardado por Emily à sete chaves, mas que ela acabou revelando à Jill, no decorrer da conversa. Ela também revelou que recebia enormes somas em dinheiro de Eric, mas que preferiu viver uma vida modesta e guardar o tudo para o futuro da filha. Rose contou que eles haviam relutado bastante em ajudar a Lissa, mas que Jill havia se prontificado a ir até a Corte e assumir seu papel ao lado da irmã, então Emily não teve mais como negar à filha todos os direitos e obrigações que ela teria por ser membro de uma família real. Por fim, ela acrescentou que Emily havia concordado em nos hospedar durante a noite e que eles iriam conosco à Corte, pela manhã.

“Ela sabe que Victor Daskov é um dos hóspedes?” perguntei ironicamente.

“Não, mas nós temos como resolver isso.” Respondeu Sonya, olhando para Robert. “Nós podemos usar a mágica para obscurecer a aparência de Victor e também a sua”.

“Achamos que eles lidarem com uma criminosa fugitiva já seria o suficiente. Acho que eles não lidariam bem com mais dois” Rose falou para mim.

Milagrosamente, Sonya e Robert conseguiram trabalhar juntos para realizar essa tarefa. Os Mastranos se mostraram bons anfitriões. Não só nos acomodaram, como também prepararam um delicioso jantar e conseguiram um alimentador para os Morois. Eles realmente estavam fracos e precisando urgentemente de sangue, principalmente Sonya.

Eles precisariam usar muita mágica para obscurecer a mim e a Rose para que o alimentador e seu guarda não nos reconhecessem, então nós ficamos no andar superior aguardando. Isso deixou a mim e a Rose com certa apreensão. Victor era bastante astuto, poderia tentar algo. Mas analisando bem sua ânsia por sangue, imaginei que ele não tentaria nada. Então eu e Rose nos revezamos no banheiro para tomar banho, já que não tivemos tempo de fazer isto lá na casa de Sonya. Rose foi primeiro e eu enquanto aguardava, olhava por um canto do corrimão da escada se tudo estava bem lá em baixo. Quando Rose saiu, eu entrei no banheiro agradecido. Realmente eu me sentia imundo, precisando de um chuveiro.

Quando sai do banheiro, ainda com uma tolha enxugando os meu cabelos, fiz uma breve ronda pelos corredores e olhei novamente a sala pelo canto do corrimão. Tudo ainda estava calmo e dentro da normalidade. Fui então ao quarto onde Rose estava e entrei. Então me assustei. Rose estava sentada, com seu olhos em branco. Estava na cabeça de Lissa. Mas havia algo errado. Seus dedos apertavam o edredom da cama com força e sua respiração era ofegante. Seu corpo estava totalmente tenso. Corri até ela, me ajoelhei à sua frente e a segurei pelos ombros.

“Rose!” chamei, mas ela não respondeu, ao contrário ficou ainda mais tensa. Minha preocupação cresceu. A preocupação foi me invadindo. As últimas vezes que vi Rose agir assim, quando estava na cabeça de Lissa, tinha indicado que ela estava em perigo.

“Rose!” falei com mais força “Rose, qual o problema? Você está bem?”

“Não!” ela gritou piscando e olhando finalmente para mim. Ela me empurrou para o lado, se levantou rapidamente e se dirigiu até a porta.

“Eu preciso voltar à Corte... Eu preciso voltar à Corte. Agora. Lissa está em perigo. Ela precisa de mim” sua voz era desesperada. Ela estava totalmente em pânico.

Eu fui até ela, segurei o seu braço e a virei para mim “Rose. Roza. Tenha calma. Me diga o que aconteceu” eu lhe falei suavemente.

“Alguém tentou matar Lissa, Dimitri! E eu não estava lá!”

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Mensagem por Lillyth V. Mazur Qui Jun 30, 2011 11:50 am

ai...
meu deus!
ok, to MORRENDO pra ler +!
preciso...
ler...
mais...
um...
cap...
grrrhh... *ruído de morte*
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Mensagem por Convidad Qui Jun 30, 2011 5:19 pm

mais Please!!!!!!!

Convidad
Convidado


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Mensagem por shadowangel Qui Jun 30, 2011 9:19 pm

CAPÍTULO 29

O rosto de Rose ficou ainda mais transtornado enquanto ela narrava o que tinha acontecido. Um homem Moroi, desconhecido, havia atentado contra a vida de Lissa, mas Eddie estava perto dela e a defendeu, matando o homem. Os guardiões chegaram rapidamente e o levou preso para averiguações. Tudo isso ocorreu logo quando Lissa, Christian e Adrian tinham conseguido algumas pistas da investigação que eles estavam fazendo para provar a inocência de Rose.

“Você não estava lá, mas Eddie estava” eu falei calmamente “Ela está bem. Ela está viva” eu falei soltando o seu braço. Percebi que Rose ainda se sentia frágil, pois ela buscou a parede, quando fez isso.

“E ele agora está com problemas. Os guardiões pareciam furiosos” ainda tinha pânico em sua voz.

“Isso é só porque eles ainda não sabem de tudo que aconteceu. Eles viram um corpo e uma arma. Só isso. Assim que eles conhecerem os fatos e ouvirem os testemunhos, tudo ficará bem. Eddie salvou um Moroi. Este é o seu trabalho.”

“Mas ele matou outro Moroi para fazer isso. Não podemos fazer isso”

Era uma afirmação óbvia, mas eu entendia o que ela queria dizer. Nosso trabalho, todo nosso treinamento era destinado à proteção de Morois. Nós éramos preparados para protegê-los a todo custo, até ao custo da nossa própria vida. Nunca passava pela nossa cabeça em matar um Moroi. Mas isto seria numa situação normal. Raramente um Moroi comete crimes contra outro Moroi.

“Não era uma situação normal” eu falei.

Novamente, o desespero tomou conta de Rose. Meu trabalho em acalmá-la não estava sendo bem sucedido. Ela jogou suas mãos para cima.

“Eu sei. Eu sei! O que eu não agüento é deixá-la desprotegida. Eu quero tanto voltar e a manter segura. Agora. E se acontecer de novo?”

Eu andei até ela e lhe dei um sorriso. Isso era uma das coisas que eu mais admirava nela. Era essa vocação que ela tinha para ser uma guardiã.

“Outras pessoas estão lá para protegê-la. Acredite em mim, eu quero a proteger também, mas arriscaremos as nossas vidas por nada se sairmos daqui agora. Espere mais um pouco e pelo menos arrisque a sua vida por algo mais importante.”

“Jill é importante, não é?” ela falou, com o pânico anterior já sumindo da sua voz.

“Muito”

Ela consertou a sua postura e pensou por alguns minutos, ficando visivelmente mais calma. Aquilo me aliviou. Ela virou para mim com um pequeno sorriso.

“Conseguimos. Contra todas as chances... encontramos a irmã perdia de Lissa. Você sabe o que isso significa? Lissa pode ter tudo que tem direito agora. Eles não podem negar mais nada a ela. Droga! Ela pode até ser rainha, se quiser. E Jill...” ela hesitou por um momento “Ela é parte de uma antiga família real. Isso tem que ser uma boa coisa, certo?”

“Eu acho que depende de Jill. E as conseqüências que isso trará” eu falei com sinceridade.

De repente, uma tristeza invadiu Rose e uma expressão de culpa tomou conta de seu rosto. Ela abaixou os olhos, e encarou seus pés. Logo percebi que ela estava se sentindo mal por, supostamente, arruinar a vida de Jill. Cheguei mais perto dela e segurei o seu queixo.

“Ei, está tudo bem. Você fez a coisa certa. Mais ninguém teria tentado algo tão impossível. Só Rose Hathaway. Você se arriscou por Jill. Você arriscou a sua vida ao quebrar as regras de Abe. Valeu a pena. Tudo valeu apena.” Falei num tom caloroso, olhando para ela sem me preocupar em esconder toda admiração que eu sentia por ela.

“Eu espero que Adrian também concorde. Ele acha que a gente ter deixado o nosso esconderijo foi a coisa mais idiota do mundo”

Eu senti meu braço cair involuntariamente. Por que ela tinha que trazer Adrian para nossa conversa? Aquilo ali foi como um balde de água fria jogado em mim.

“Você contou a ele sobre isso?” perguntei, tentando manter o tom casual.

“Não sobre Jill. Mas eu acidentalmente contei a ele que não estávamos mais em West Virginia. Mas ele vai manter segredo. Mais ninguém sabe disso.” Ela falou rapidamente.

“Eu não acredito nisso!” eu soltei sem me dar conta do que estava falando. Mas logo a consciência de que eu não podia cobrar isso dela veio a mim. Eu não podia controlar o que ela falava com Adrian. Eu não podia controlar a confiança dela nele. Eu restabeleci minha voz e acrescentei, tentando disfarçar meu ciúme “Ele... Ele parece bem leal a você”.

“Ele é. Eu confio totalmente nele” ela falou num tom firme.

“Ele lhe faz feliz?” eu perguntei, sem mais conseguir me conter. Eu estava tentando falar com Rose sobre meus sentimentos desde a transformação de Sonya, mas não conseguia. Agora que estávamos sozinhos, nós não estávamos sozinhos. Adrian estava entre nós. Eu precisava saber o que ela sentia por ele. Eu precisava tentar medir os sentimentos dela por ele.

“Sim, ele faz. Eu me divirto com ele. Quero dizer, ele me irrita às vezes, quero dizer, muitas vezes, mas não se engane com todos os seus vícios. Ele não é uma má pessoa.” Ela falou depois de pensar um pouco, ainda meio hesitante.

“Eu sei que ele não é. Ele é um bom homem. Não é fácil para todos verem isso, mas eu posso. Ele ainda não está no controle, mas está quase lá. Eu o vi na fuga. E depois...” eu engasguei com as palavras. Eu sempre tive boas lembranças da Sibéria, mas depois do que aconteceu comigo e Rose lá, ficou parecendo que só essa experiência péssima me vinha à memória. Era isso que me enchia de culpa. “Depois da Sibéria, ele estava lá por você? Ele lhe ajudou?”

Ela não respondeu. Apenas acenou com a cabeça. Seus olhos me olhavam intensamente como se ela soubesse o que eu queria perguntar de fato. E eu perguntei o que eu queria saber realmente.

“Você o ama?”

Eu sabia que podia perguntar isso a ela. Nunca existiram barreiras de assuntos entre nós. Eu sei que era um tópico estranho para ser tratado, considerando o contexto da nossa relação, mas eu não me importei. Eu esperava que sua resposta fosse imediata, mas ela demorou longos minutos para responder. E quando falou sua voz não era decidida e firme, como sempre era.

“Sim... Eu... Eu o amo” ela respondeu baixo.

Apesar de não aparentar tanta firmeza, não parecia ser mentira. Não era aquilo que eu queria ouvir. Como tudo pode ter se acabado tão rapidamente? Eu não teria mais outra chance com ela. Eu me esforcei para colocar a indiferença na minha voz e no meu rosto.

“Bom. Fico feliz” eu falei olhando pela janela, tentando evitar seus olhos. Eu não estava conseguindo guardar meus sentimentos dentro de mim. Eu pensei que a conversa terminaria ali, mas Rose se aproximou de mim, e perguntou suavemente.

“Qual o problema?”

“Nada. Eu só queria me certificar que você está bem e feliz” isso era verdade. A felicidade dela era muito importante para mim.

Eu me virei na direção dela e encontrei os seus olhos que me olhavam profundamente. Eu forcei um sorriso, mas,, olhando para ela assim tão perto, não consegui mais guardar o que eu queria lhe falar. Eu tinha pensado tanto em como lhe dizer estas coisas e agora, diante dela, as palavras saíram sem controle “As coisas estão mudando. Só isso. Desde Donova... Até Sonya... É estranho. Eu achei que tudo tinha mudado na noite que Lissa me restaurou. Mas não. Havia tanta coisa a mais, mais cura do que eu podia perceber” Eu comecei a querer me frear. Ela havia falado que amava Adrian, há poucos minutos. Eu não tinha o direito de destruir algo que eu mesmo forcei Rose a construir. O amor por outro homem.

Mas eu não consegui me impedir de continuar. Eu confiava intensamente nela, eu precisava desabafar com ela.

“Todo dia descubro algo novo. Uma nova emoção que eu me esqueci de sentir. Uma revelação que perdi. Uma beleza que não vi”.

“Ei, meu cabelo no beco não estava na lista, ok? Você estava em choque” Rose brincou, mas eu percebi, então, que ela sabia exatamente o que eu estava falando e onde eu chegaria. Meu sorriso saiu naturalmente para ela.

“Não Roza, era lindo e é lindo agora” falei com toda sinceridade que pude, a olhando profundamente.

“O vestido está apenas lhe desconcentrando” ela tentou fazer outra piada, mas percebi que ela estava meio desconcertada com o meu olhar.

Então eu olhei para o seu vestido. Realmente eu ainda não havia percebido ele. Rose estava linda naquele vestido, que fazia com que sua aparência se tornasse suave e doce, quase como um anjo. Olhei para cada parte dela. Suas mãos, seu corpo perfeito. Seus cabelos caindo pelos ombros e seu belo rosto. Ela era a garota mais incrível que eu já tinha conhecido na minha vida. Sua força e determinação faziam com que a sua beleza fosse ainda mais acentuada. A impressão que eu tinha é que nunca mais poderia viver mais um dia sequer sem ela. Como eu pude ser tão estúpido desprezando uma mulher dessas? Se eu pudesse voltar no tempo, eu jamais teria desperdiçado tanta beleza. Tanta vida.

Percebi que Rose se agitou com aquele meu olhar.

“O que foi? Porque você está me olhando assim?” ela perguntou.

Eu sorri, sentindo um grande pesar em mim “Porque, às vezes, uma pessoa pode ficar tão presa aos detalhes que perde o principal. Não é apenas o vestido ou o cabelo. É você. Você é linda. Tão linda que chega a me doer”.

De repente, toda aquela indiferença e distância que havia entre nós caiu. A impressão que eu tive foi que eu tinha a minha Roza de volta. Melhor, era como se nunca tivéssemos nos separado. Aquela sensação de unidade que tínhamos se mostrou ali, e eu tive a certeza de que isso nunca tinha acabado. Nós nos olhamos por um tempo que, honestamente, eu não saberia dizer o quanto durou.

“Ei, gente... Oh! Desculpe... Eu... É que-“ Sydney havia entrado no quarto.

Foi como despertar de um transe. Nós nos afastamos imediatamente, foi quando percebi o quanto estávamos próximos, apenas alguns centímetros nos separavam.

“Sem problemas, o que está acontecendo?” Rose falou com a voz embargada.

Minha respiração estava pesada e meu coração disparado. Parecia que tinha passado um furacão dentro de mim. Senti que Sydney olhava para nós desconfortavelmente.

“Eu... É só que... É só que... Eu queria ficar por aqui. Não consigo lidar com o que está acontecendo lá em baixo”

“Claro... só estávamos... conversando...” Rose falou com a voz ainda trêmula.
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Sex Jul 01, 2011 12:19 pm

CAPÍTULO 30

Eu ainda estava tentando controlar as minhas emoções. Eu sentia que Rose também estava sob efeito daquela conversa que tivemos. Eu tentava entender tudo. Há um minuto, ela havia confessado para mim que amava Adrian. Ela tinha me tratado com tanta indiferença estes dias, mas agora eu sentia toda aquela atração que tínhamos ali, de volta. Eu estava repassando tudo mentalmente, enquanto Rose continuou falando com Sydney, ainda tentando manter o tom casual.

“Estávamos falando de Jill. Você tem alguma idéia de como devemos a levar para Corte, já que somos foragidos?” Rose falou, ainda tentando ludibriar Sydney.

Sydney não parecia convencida por aquela desculpa dada por ela, mas também manteve seu tom casual.

“Bem, sempre podemos pedir que a mãe dela-“

Uma forte batida na porta veio lá de baixo. Como um, eu e Rose entramos em modo de batalha, fomos em direção às escadas e olhei para baixo. Ouvi gritos para que todos se abaixassem vindos de lá. Eu sabia o que estava acontecendo, eu mesmo já havia treinado aquele tipo de operação várias vezes. Estávamos encurralados.

“Guardiões! Tem guardiões cercando a casa” falei para Rose num tom de urgência.

Eu já podia ouvir os passos em direção à escada. Estávamos perdidos. Mas não, nós não íamos nos entregar assim. Eu estava estudando uma maneira de escaparmos quando Sydney falou.

“Saiam daqui. Eu vou distrair eles!”

Eu aceitei prontamente aquela ajuda dela, puxei Rose pelo braço, que parecia com remorso em deixá-la ali, e gritei para ela “Venha!”. Corremos pelo corredor e fomos para o quarto mais distante, ao tempo que Rose ainda gritou para Sydney.

“Leve Jill para Corte!”

Com as vozes e os passos ficando cada vez mais próximos, entramos no quarto e corremos em direção à janela. Eu olhei para Rose e sabia que ela entenderia. Era a nossa única saída. Eu pulei primeiro para aliviar qualquer perigo que tivesse lá em baixo. Certamente guardiões estariam ali vigiando esta área. Também tinha a intenção de amparar a queda de Rose, já que seria mais alto para ela do que para mim. Ela saltou logo atrás e eu a segurei pelo braço, mas foi em vão. Vi que Rose fez uma careta ao torcer o tornozelo. Mas não tivemos tempo para mais nada, a não ser lutar. Figuras de guardiões vieram em nossa direção e eram muitos, mas não o suficiente para deter a mim e a Rose, lutando juntos. Tentamos incapacitar todos, sem matar, e em pouco tempo, já tínhamos terminado com todos.

“Os outros vão vir a qualquer momento. Precisamos sair daqui. Lá... O portão!” fali para Rose, enquanto terminava com o último guardião.

Corremos em direção ao portão, quando mais guardiões saíram da casa e vieram até nós. Nos defendemos de alguns deles e saímos por uma rua escura e silenciosa.

Sai correndo na frente, mas logo percebi que Rose não conseguia me acompanhar, ela estava sentido bastante o tornozelo, o que a deixava lenta. Sem perder um segundo, a segurei pela cintura, tirando o peso do pé machucado, e corri com ela, cortando caminho pelos jardins das casas. Assim podíamos tentar despistá-los.

“Não podemos passar por eles. Estou diminuindo a velocidade. Nós precisamos-“ Rose falou, mas eu a interrompi.Eu já sabia o que ela iria sugerir. De jeito nenhum eu a deixaria falar o que estava pretendendo.

“Não diga para eu lhe deixar. Vamos fazer isto juntos” falei. Eu não abandonaria Rose por nada.

De repente, o vaso que estava ao nosso lado estourou com um tiro.

“Estão atirando na gente! Eles estão mesmo atirando na gente!” Rose falou e havia incredulidade na sua voz. E outra bala passou perigosamente perto de nós.

“E com um silenciador. Mesmo assim estão tendo cuidado. Eles não querem que a vizinhança pense que está sob ataque. Precisamos nos esconder e rápido” falei ainda apoiando Rose e correndo com ela.

Entramos ainda mais na escuridão dos jardins, nos escondendo atrás dos arbustos. Eu ainda podia ouvir as vozes e os passos atrás de nós, o que indicava que eles estavam bem perto. Chegamos a uma casa que tinha um enorme pátio e estava com a porta aberta.

“Ali!” falei para Rose, apontando para a porta.

Quando chegamos perto, pude perceber que havia uma tela bloqueando o caminho. Tentei abrir, mas estava trancada. Sem perder tempo, tirei minha estaca, cortei a tela de forma precisa e entramos. Rose estava sentindo bastante o tornozelo, por isso continuei segurando a sua cintura, para aliviar o peso. Segundos depois, vimos vários guardiões emergirem pelos jardins, vasculhando tudo. Eles podiam encontrar o corte na tela da porta, então, achei melhor sairmos dali. Fomos para sala, evitando as janelas. Passamos para cozinha e vi que ali havia uma porta que dava para uma garagem. Na garagem, estava estacionado um Mustang. Como não havia ninguém em casa, provavelmente haviam saído em outro carro.

“A família tem dois carros. Eu estava esperando por isso” falei.

“Ou eles saíram para dar uma volta, ou estão prestes a retornar e encontrar o time da SWAT vasculhando o seu jardim” Rose sussurrou. Era exatamente o que eu estava pensando. Exceto pela parte da SWAT.

“Os guardiões não vão se deixar serem vistos” falei procurando pelas chaves do carro nos lugares onde todo mundo costuma guardar.

“Achei!” Rose falou jogando as chaves para mim.

Eu corri para abrir a porta da garagem enquanto Rose entrava no carro.

“Eles não vão nos ver nisso? Este é... um pouco mais chamativo do que o nosso perfil de carros roubados” ela falou. Um Mustang não era um carro que passava despercebido. Era um carro incrível.

“Realmente, mas haverá outros carros na rua, alguns guardiões estarão vasculhando os jardins e outros guardando os Mastranos. Seus números não são infinitos. Eles não podem vascular todos os carros que passarem, embora certamente tentarão.”

Passamos pelas ruas e eu pude ver vários guardiões pelas calçadas e jardins, mas era um subúrbio movimentado. Eles não podiam vigiar todo carro que passava. Lembrando do caminho que tínhamos feito quando chegamos, peguei algumas ruas e logo depois, estávamos na rodovia. Eu sentia que Rose estava bastante tensa e nervosa ao meu lado. Chequei o retrovisor o tempo todo e não estávamos sendo seguidos. Conseguimos escapar. O alívio correu por mim. Foi quando Rose esticou sua perna, analisando o tornozelo torcido. Estava bastante inchado.

“Eles nos entregaram, não é? Victor e Robert nos entregaram e então fugiram. Eu deveria já saber disso” Rose perguntou.

“Eu não sei. É possível. Eu os vi antes de falar com você e tudo parecia bem. Eles queriam vir até nós e encontrar Jill, mas eles também sabiam que era uma questão de tempo até os entregarmos às autoridades. Não estou surpreso por eles planejarem uma saída. Eles podem ter usado a alimentação como uma distração para ligar para os guardiões e se livrar de nós.”

“Merda!” Rose suspirou jogando seus cabelos para trás. “Devíamos ter nos livrado deles enquanto tivemos a chance. E agora?”

Essa era uma boa pergunta. O que viria pela frente? Estávamos com pouco dinheiro e sem um plano concreto. Pior, não sabíamos se quer o que tinha acontecido ao certo, quem havia nos entregado e como tinha ficado as coisas lá para trás.

“Os Mastranos serão interrogados... extensivamente. Bem, todos serão, na verdade. Eles vão prender Sonya também para investigação, como fizeram comigo. E Sydney. Ela será enviada para os Alquimistas.”

“O que eles vão fazer com ela?”

“Eu não sei. Mas ela ajudar a vampiros fugitivos não vai ser nada bom para os superiores dela.”

“Merda. E o que nós vamos fazer agora?” ela perguntou com um tom desolado.

“Vamos tomar distância daqueles guardiões, nos esconder em algum lugar e enfaixar o seu tornozelo” respondi sabendo que Rose não estava se referindo ao que faríamos de imediato, mas qual seria nosso plano para consertar tudo isso.

“Nossa, você tem tudo planejado” ela ironizou.

Eu franzi a testa. “Na verdade não. Essa é a parte fácil. O que vai acontecer depois, é a parte difícil”.

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Mensagem por Jully Sex Jul 01, 2011 1:32 pm

Esta muito legal!!!!!!! Parabéns!!!!!

E o Dimi é lindo!!!!!!!! Embarassed

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Mensagem por shadowangel Sex Jul 01, 2011 11:39 pm

CAPÍTULO 31
Rose ficou pensativa e eu também. Eu sabia que ela estava tentando achar alguma solução futura, mas eu me foquei no agora. Para onde iríamos? Não podíamos ficar rodando em um carro roubado a noite toda, também não podíamos ir ao um hotel. Rose estava um trapo. Eu não podia dizer isso a ela, mas ela estava bem diferente, agora, de quando a admirei naquele quarto. Ela estava cheia de ferimentos, seu vestido todo rasgado e seus cabelos desarrumados. Logo, tive a idéia de irmos a algum camping. Não era um local óbvio para os guardiões buscarem, então poderíamos descansar e planejar com calma o que fazer. Precisávamos de uma barraca, então peguei uma saída na rodovia para uma cidade.

“Hotel?” Rose perguntou.

“Ainda não”.

Chegamos numa área comercial e eu avistei uma grande loja de departamentos. Parei o carro e disse “Fique aqui”

“Mas-“

Eu olhei para ela de um jeito que ela conhecia bem. Não era um passeio. Não tínhamos tempo para este tipo de coisa. Eu seria rápido e ela chamaria muito a atenção, com todos aqueles ferimentos. Ela concordou e eu fui até a loja. Lá, fui direto para seção de camping e escolhi uma barraca simples, com a qual eu tinha familiaridade para montar. Também peguei um cobertor e lanternas. Comprei, ainda, materiais de primeiros socorros para os ferimentos e tornozelo de Rose. Também comprei um pouco de comida pronta. Para Rose, peguei soverte, bata frita e chocolate. Essas coisas que ela adorava, ela ficaria feliz com isso. Em menos de vinte minutos, eu estava de volta ao carro, com nossas compras. Rose me olhou com curiosidade.

“O que é isso?” ela perguntou.

“Uma barraca”

“Por que nós-“ ela protestou “Nada de hotel, hein?”

“Vai ser mais difícil nos encontrarem se estivermos acampados. O carro vai ser especialmente difícil de encontrar. Não podemos nos livrar dele ainda. Não com seu pé neste estado”.

“Aquelas pobres pessoas. Espero que o seguro delas cubra o roubo do carro”.

Pegamos a estrada novamente e eu guiei até um acampamento. Desci do carro e pedi um local bem afastado. Também dei um dinheiro para o trabalhador ficar calado, caso alguém perguntasse por nós. Esse também era um dos motivos para não irmos para um hotel. Um hotel sempre pedia cartões de crédito e todos os nossos tinham ficado com Sydney. Também não poderíamos nos registrar com os nossos nomes verdadeiros. O motorista nos indicou o lado oposto do estacionamento. Fomos até lá e estacionamos perto de umas árvores, assim seria mais difícil de localizarem o carro pela placa. Eu peguei o pacote da barraca e comecei a abrir.

“Eu lhe ajudo com isso” disse Rose.

“Não precisa, eu conheço este tipo de barraca, vou montar mais rápido sozinho”

“Ah, qual é! Deixe que eu lhe ajud-“

Ela não teve tempo de terminar. Eu peguei a barraca e a montei em poucos minutos. Eu acampei bastante na minha adolescência. Sempre usávamos este tipo de barraca. Nós apostávamos sempre quem podia montar mais rápido. Rose ficou me olhando com um olhar impressionado. Entramos na barraca que era pequena, mas seria útil por hora. Sempre curiosa, Rose inspecionou as compras que eu tinha feito.

“Deixe-me ver seu tornozelo”

Ela esticou a sua perna na minha direção e eu ergui seu vestido até o joelho. Apesar de bastante feridas, suas pernas não deixavam de ser lindas. Afastei estes pensamentos e me concentrei no tornozelo machucado. Apertei suavemente os músculos, verificando a extensão da lesão.

“Não acho que esteja quebrado. Só torcido” falei, soltando logo a sua perna e pegando uma atadura para enfaixar.

“Esse tipo de coisa acontece quando você insiste em pular de telhados. Sabe, nuca praticamos isso nos nossos treinamentos” ela falou e eu não pude deixar de sorrir. Eu sabia que uma piada sempre era feita por ela quando ela estava querendo esconder algum desconforto, só não conseguia imaginar qual seria, já que nada demais estava acontecendo ali. Enrolei seu pé e deixei bem estabilizado, depois peguei um saco de ervilhas congeladas, que havia comprado, e coloquei em cima.

“Um saco de ervilhas congeladas?”

“É mais fácil do que comprar um saco de gelo” respondi.

“Você é cheio de estratégias, Belikov. O que mais você tem escondido?” ela falou começando a mexer na outra sacola. Eu tinha razão sobre a comida. Seu rosto se iluminou num grande sorriso, quando viu o que eu havia trazido para ela comer. Mas logo depois, ela ficou séria novamente.

“Você não comprou roupas, comprou?”

“Roupas?”

Do que Rose estava falando? Como ela podia pensar em algo tão supérfluo naquela situação? Ela gesticulou para o vestido rasgado e continuou falando.

“Não posso usar isso por muito tempo. O que vou fazer? Uma toga com o cobertor? Vocês, homens, nunca pensam nessas coisas”.

“Eu estava pensando em ferimentos e sobrevivência. Roupas são um luxo e não uma necessidade”

“Nem mesmo seu casaco?” Rose perguntou, com ar astuto.

Foi quando me dei conta. Na confusão da fuga, eu deixei o sobretudo, que Sydney me deu, lá na casa dos Mastranos. Eu tinha adorado aquele casaco. Ele havia me caído muito bem. Como eu poderia arranjar outro agora? Eu realmente não me sentia bem sem casaco.

“дерьмо!” exclamei em russo, estendendo os cobertores pela barraca.

“Não se preocupe, camarada. Tem mais de onde aquele veio” Rose provocou. Eu me deitei contrariado. Ela não entendia? Não podíamos arrumar outro casaco agora, talvez nem tão cedo. Como eu pude deixar meu casaco lá? Como eu pude ser tão distraído?

“Vamos conseguir outro para você. Assim que encontrarmos Jill, limparmos o meu nome e salvarmos o mundo...” Rose falou numa tentativa de me alegrar.

“Só estas coisas, hein?”

Nós dois rimos e ela deitou ao meu lado. Imediatamente, o sorriso passou e nossos rostos se tornaram sérios.

“O que vamos fazer?” Rose perguntou com uma voz triste. Essa era a pergunta que ela mais tinha feito hoje.

“Dormir” eu falei desligando a lanterna e me focando novamente nos problemas presentes. Para ser sincero, eu também não sabia ao certo o que seria de nós dali para frente. “Amanhã vou entrar em contato com Abe, ou Tasha ou... alguém” eu estive prestes a falar o nome de Adrian, mas me contive, apesar dele ser a opção mais sensata “Vamos pedir para que eles levem Jill para onde ela precisa estar”.

Quando Rose falou novamente, sua voz estava reduzida a um sussurro. Foi quando percebi o quão triste e frustrada ela estava.

“Eu sinto como se tivéssemos fracassado. Eu estava tão feliz há pouco tempo atrás. Eu pensei que tínhamos conseguido o impossível, mas foi tudo por nada. Todo esse trabalho por nada.”

“Nada?” eu perguntei surpreso. Como ela podia achar que foi nada? Nós conseguimos descobrir o que estávamos procurando, foi uma grande conquista e nós ainda tínhamos chance de reverter tudo “O que fizemos... foi enorme. Você encontrou a irmã de Lissa. Outro Dragomir. Você não está conseguindo ver a dimensão disso. Nós não tínhamos quase nada para seguir, mas você foi em frente e fez tudo se tornar realidade.”

“Eu perdi Victor Dashkov. De novo.” Sua voz ainda era triste.

“Bem, acontece que ele não consegue ficar longe por muito tempo. Ele é o tipo de pessoa que tem que estar no controle. Ele vai se manifestar novamente, e quando ele fizer, nós o pegamos.” Ela sorriu, enquanto eu lhe dizia estas palavras, me deixando mais aliviado. Eu não gostava de ver tristeza nela.

“E eu achando que era eu a otimista”

“Você é contagiosa” falei pegando a sua mão e entrelaçando os meus dedos nos dela, apertando com força, como se eu pudesse lhe passar, com este gesto, toda admiração e amor que eu tinha por ela. “Você fez o certo, Roza. Tudo certo. Agora durma.”
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Mensagem por shadowangel Sáb Jul 02, 2011 6:05 pm

CAPÍTULO 32
Nós ficamos ali, com as nossas mãos entrelaçadas e sem falar mais nada. E aquilo ali parecia o natural. O certo a ser feito. Aquela proximidade dela me trazia uma sensação tão boa que eu tinha vontade de prolongar aquele momento. Mesmo sabendo que eu não podia tê-la.

Nós nos dividimos em turnos e Rose dormiu primeiro. Quer dizer, ela demorou a dormir, ficou pensativa por muito tempo até que finalmente, adormeceu. Tinha sido um longo dia, mas um momento particular passava na minha mente a todo tempo. A conversa que tivemos lá na casa dos Mastranos. Foi uma conversa muito antagônica. As palavras de Rose não combinavam com as suas ações. Ela havia dito, com todas as letras, que amava a Adrian e que ele a fazia feliz, mas, ao mesmo tempo, vi que ela me queria. Seus olhos, seu corpo e até a sua respiração diziam isto.

De repente, a culpa me invadiu. O que eu estava fazendo? O que eu pretendia com aquilo? Eu não tinha o direito de levar isso adiante daquele jeito. Eu havia rejeitado a Rose por não me sentir digno dela e hoje, quando ela consegue se refazer, aqui estou eu novamente querendo destruir tudo. E o que eu estava fazendo com Adrian? Ele tinha demonstrado ser louco por Rose, sendo capaz de desafiar toda sociedade Moroi para ficar com ela. E também na fuga. Ele parecia ser capaz de muita coisa por Rose. Ele era uma boa escolha para ela.

Eu tinha decidido a falar com Rose sobre meus sentimentos, mas agora percebo que não é o certo a ser feito. Eu não devo levar isso para frente. Não dessa forma, passando por cima dos meus valores e forçando a Rose a ignorar os dela. Eu não queria desistir dela, queria uma maneira de ficar com ela novamente, mas trair Adrian não era o certo. O pensamento de fazer algo tão desonesto fazia com que eu quase me sentisse um Strigoi de novo.

Enquanto eu estava ali, de guarda, decidi não levar mais isso adiante. Eu não tinha esse direito. Eu tinha que cortar o mal pela raiz. Agora já era tarde. Nada mais havia para consertar a grande besteira que eu tinha feito quando a rejeitei. Qualquer coisa que eu tentasse agora seria uma falta de caráter. Eu iria ajudar a Rose a resgatar a irmã de Lissa e a fugir, enquanto sua inocência não fosse provada e só. Essa era a minha missão. Eu tinha que ser forte e guardar todo esse sentimento dentro de mim.

“É a sua hora de dormir, camarada” meus pensamentos foram interrompidos por Rose. Nossa, o tempo tinha passado e eu nem havia notado. Eu ainda agüentaria mais algumas horas de vigília.

“Você pode dormir mais, se precisar” falei.

“Não, eu estou bem. E lembre-se, você não é o-“

“Eu sei, eu sei. Eu não sou o general” eu a cortei sorrindo.

Eu esperava que Rose sorrisse também, mas ela ficou calada e pensativa por alguns minutos.

“Dimitri, antes de você dormir, eu preciso lhe contar algo”

Senti meu estômago esfriar. Por um momento, pensei que ela iria retomar a conversa que estávamos tendo quando os guardiões invadiram a casa dos Mastrano. Eu havia decido manter distância dela, mas resistir a Rose era difícil.

“Sim, eu estou ouvindo” eu falei cautelosamente.

“Agora, quando eu estava dormindo, eu tive um sonho do espírito, induzido por Sonya. Ela me contou tudo...” ela fez uma pausa e continuou “bem, como foi que todos ficaram depois que fugimos. Ela disse que os guardiões foram chamados por John, padrasto de Jill. Mas Victor e Robert conseguiram fugir usando a magia do espírito e levaram a Jill com eles. Os guardiões prenderam Sydney. Sonya também conseguiu fugir, usando a mágica. Ela está tentando localizar Jill por sonhos. E, bem, eu disse a ela onde estávamos, ela está vindo nos encontrar.”

Eu estava aliviado por ser este o assunto que ela tinha para falar comigo. Fiquei processando toda aquela informação.

“Eu... eu fiz a coisa certa em contar para Sonya onde estamos?”

Nós não podíamos deixar Jill com Victor. Ela seria um trunfo nas mãos dele. Ele poderia conseguir o que quisesse com isso. Ao mesmo tempo não via outra maneira de encontrar Jill de forma segura e rápida, a não ser por Sonya. Seria bom que Sonya estivesse conosco. Assim nós dois nos ajudaríamos nos nossos traumas. O único problema seria ela tomar cuidado para não ser seguida.

“Sim. Você tem razão de que precisamos da ajuda dela. Ela pode encontrar a Jill. O problema é que Victor e Robert também devem saber disso. Você também está certa de que é melhor eu descansar para o que vem pela frente” falei, antes que ela começasse aquele outro assunto...

Eu relaxei e, em poucos minutos estava dormindo. Felizmente, foi um sono sem sonhos ou pesadelos. Eu dormi profundamente, tanto que não percebi as horas passarem. Até que senti, bem de longe, algo passando pelos meus cabelos. Era um toque leve e suave. Movimentos muito delicados. Aquilo foi me trazendo, lentamente, da inconsciência do sono. Foi quando senti o cheiro da pele de Rose. Era o cheiro doce que eu tanto desejava. Então abri os olhos.

Meu subconsciente me traiu. Eu, dormindo, tinha me deitado em cima de Rose, descansando a minha cabeça em seu peito. Eu estava totalmente relaxado e aconchegado nos seus braços, sentindo seu corpo quente em baixo do meu. Aquilo ali pareceu acentuar tudo que eu sentia por ela. Era como se ela fosse a cura para as feridas do meu coração. Não adiantava eu pensar o que era certo ou errado. Ali, aquilo parecia o certo. O caminho natural de tudo.

Eu não tinha idéia há quanto tempo eu estava nessa posição, mas o sol já iluminava a tenda. Os dedos dela ainda estavam acariciando os meus cabelos e eu me ajeitei de forma que pude olhá-la nos olhos. Foi o meu erro. Naquele momento passaram tantas coisas por aquele olhar. Era como se nada à nossa volta existisse mais. Era como se não existisse fuga, acusações, passado como Strigoi, nem mesmo aquela barraca desconfortável onde estávamos. Eu me senti como se tivesse no paraíso. Eu queria muito Rose, eu a amava muito, mais do que qualquer coisa na minha vida. Eu olhava para ela intensamente e os nossos rostos estavam há apenas alguns centímetros. Eu segurei delicadamente seu rosto e fui em direção aos seus lábios. Como eu queria aquilo. Mas logo, algo me parou. Eu lembrei de tudo que eu tinha pensado e decidido ontem à noite. Eu não podia levar isso adiante. Lutando contra aquele amor, aquele desejo, eu me afastei de Rose e sentei.

“Q-Qual o problema?” ela perguntou com a respiração pesada e com frustração nos olhos.

“Escolhas. Têm muitas escolhas” eu falei olhando para ela. Lutando para manter a minha fisionomia imparcial. Eu não podia levar estes sentimentos adiante. Não podia.

“Eu sei... eu sei que as coisas mudaram. Eu sei que você estava errado. Eu sei que você pode sentir amor de novo” ela falou e sua voz ainda era baixa. Lá estava Rose me desvendado de novo. Como ela conseguia me conhecer tão bem?

“Isso não se trata de amor” falei rispidamente.

“Se não é amor, então é o quê?”

“É sobre fazer a coisa certa” eu falei tão baixo que eu mesmo quase não pude ouvir a minha voz.

Eu senti que Rose não ia se dar por vencida e que estava prestes a me colocar contra a parede. O pior, é que eu não sabia se conseguiria resistir. Mas ouvi uma voz, vinda lá de fora.

“Rose? Dimitri?”

Era Sonya, ela havia chegado. E eu agradecia mentalmente por ela ter aparecido naquela hora e ter interrompido tudo.

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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por Lillyth V. Mazur Sáb Jul 02, 2011 11:16 pm

ai, deus!
nao acredito q eles quase se beijaram!!!
ahh...
mas vai ter muito mais
to enloqcendo aki, people!
preciso ler mais..
*sentimento desesperado, ansioso, enlouquecendo*
kisses!
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Dom Jul 03, 2011 7:49 pm

CAPÍTULO 33
Rose se levantou um pouco e abriu a tenda, revelando Sonya sentada à frente.

“Aconchegante” Sonya falou entrando “Vocês estão no lado mais distante do acampamento. Levou muito tempo para eu encontrar o carro que você descreveu.”

“Como chegou aqui?” Rose perguntou.

“Você não é a única que pode roubar carros. Ou, no meu caso, fazer as pessoas emprestarem ‘por vontade própria.’”

“Você foi seguida?” perguntei seriamente. No final das contas, era isso que interessava, se algum guardião nos encontraria.

“Não que eu tenha percebido. Alguns guardiões me seguiram na vizinhança, mas eu os despistei há algum tempo. A maioria deles estava mais interessada em vocês”.

“Imagine só. Pena que Victor já tinha fugido. Ele poderia ser a prioridade” Rose falou.

“Eles não mataram a rainha. Mas a boa notícia é que eu sei onde eles estão agora”

“Onde?” eu e Rose perguntamos juntos e eu não pude deixar de sorrir. Mesmo sem quere, Rose sempre quebrava a minha seriedade.

“West Michigan. Eles fugiram para o lado oposto da Corte.”

Nós estávamos distantes deles. Tínhamos praticamente ido para o lado oposto deles.

“Merda!” Rose exclamou “Mas você viu Jill? Ela está bem?”

Sonya concordou com a cabeça “Bem. Assustada, mas bem. Ela descreveu bem o local. Eu acho que eu posso localizar o hotel. Eu a encontrei no sonho, algumas horas atrás. Eles precisaram descansar. Victor não estava se sentindo muito bem, eles podem permanecer lá por um tempo”.

Eu senti a urgência tomar conta de mim. Nós precisávamos sair imediatamente, não podíamos perder mais tempo.

“Então precisamos ir agora. Assim que estiverem em movimento, Jill ficará acordada e fora de contato” falei.

Juntamos todo nosso acampamento rapidamente e fomos direto para o carro. No caminho, Sonya percebeu que Rose mancava e mandou que ela parasse.

“Aguenta aí” Sonya falou para Rose, enquanto segurava sua perna. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Instantaneamente vi o tornozelo de Rose desinchar e todos os ferimentos dela desaparecerem. Foi incrível.

“Obrigada. Mas você não deveria ter feito isso... Você não deveria usar a Magica...”

“Você precisa estar em excelestes condições” Sonya falou para Rose e depois seu olhar se tornou distante “E a magia... bem, é difícil ficar longe dela”.

Partimos e as direções dadas por Sonya não eram vagas, como da última vez. Ela tentou ser o mais precisa possível. Só paramos para ‘trocar’ o carro e para conseguirmos um mapa. Eu dirigi no limite da velocidade permitida, até que chegamos a uma cidade chamada Sturgis na metade ocidental de Michigan.

“Ali” disse Sonya, quando entramos na cidade “Foi aquilo que ela descreveu. O Hotel Sunshine”

Eu estacionei na parte de trás do prédio e nós ficamos dentro do carro observando o Hotel. Sonya havia conseguido descobrir o local, mas não tínhamos idéia de qual quarto eles estavam. Também não podíamos sair perguntando. Fiquei imaginado uma maneira de entrarmos, mas certamente nem os nomes verdadeiros eles deram. Talvez se nós nos registrássemos como hóspedes, poderíamos procurar nos quartos...

“Aquele é o carro deles. Eles estão aqui” Sonya falou apontando para o estacionamento.

Olhei e vi que eles estavam como carro de Syney. Não se preocuparam em trocar de carro, isso era um erro quase imperdoável.

“Descuidados. Eles deveriam ter trocado de carro” eu murmurei.

“Aquele é o carro de Sydney” Rose apontou “Tecnicamente não é roubado, então não está na lista da polícia. Além do mais, algo me diz que Victor e Robert não são profissionais como certas pessoas”

Eu concordei com a cabeça, tomando aquilo como um elogio e falei “Qualquer que seja o motivo, isso nos ajudou”

“Como vamos encontrá-los?”perguntou Sonya.

“Esperamos” Rose falou, me surpreendendo “É surpreendente eles terem parado por tanto tempo. Se eles forem cuidadosos, eles vão partir logo.”

“Concordo” eu falei, olhando para Rose “O estacionamento é um lugar fácil para nós os encurralarmos. Tem pouco espaço para fuga.”

Eu levei o carro para um local com a visão mais à frente do estacionamento, de forma que pudéssemos ver a saída. Eu e Rose saímos do carro, nos preparando para luta. Fixei meus olhos em um ponto do estacionamento, quando percebi que Rose me olhava dos pés a cabeça. Algo viria, em breve, dela. Eu já podia imaginar o que era. Por isso, me mantive imparcial, fingindo me concentrar no que poderia vir à nossa frente.

“Eu não suponho... que vamos conversar sobre hoje de manhã” sua voz era suave como a brisa que soprava em nós.

“Não temos nada para conversar” falei olhando fixamente para frente, com um tom indiferente. Eu não queria falar com ela sobre meus sentimentos tão cedo. Eu já tinha decidido que ia manter tudo preso dentro de mim.

“Eu sabia que você diria isso. Na verdade estava entre isso e ‘não sei do que você está falando’”

Não pude deixar de suspirar. Agora não tinha mais como eu me livrar de Rose. Eu nunca conseguia me sair, quando ela resolvia me empurrar contra a parede. Por que eu fui perder o meu controle hoje de manhã? Por quê?

“Mas, tem sim algo para conversar. Como quando você quase me beijou e o que você quis dizer quando falou ‘fazer a coisa certa’” Rose continuou, não se importando com o meu silêncio. Eu realmente não iria entrar naquela conversa. O que eu iria dizer? que era isso mesmo? Que eu queria mesmo beijá-la? Eu já tinha decidido não levar isso a diante.

“Você queria me beijar! Eu vi!” toda serenidade da voz de Rose havia desaparecido e ela tinha elevado muito o tom. Não consegui mais ficar calado e imóvel. Tive que partir para argumentação, ainda que fosse da minha forma.

“Só porque queremos algo, não significa que seja o certo” falei sem tirar os olhos do estacionamento.

“O que eu disse... era verdade não é? Você pode sentir o amor, não pode? Eu percebo agora. Depois da transformação, você achava que não podia. E provavelmente não podia mesmo. Mas as coisas mudaram. Você está voltando ao normal” Rose falou e ficou claro para mim que ela não iria desistir até conseguir me desvendar. Eu a olhei pelo canto do olho.

“Sim... as coisas mudaram. Mas algumas não” falei tentando me manter o mais evasivo possível.

“Ok, Sr. Enigma. Isso não ajuda a explicar o que você quis dizer com ‘fazer a coisa certa’”

Eu não conseguia me manter indiferente com Rose por muito tempo. Também havia prometido para mim mesmo que nunca mais a machucaria com as minhas palavras e atitudes. Então, só me restava a sinceridade.

“Rose, eu fiz muitas coisas erradas, muitas delas eu jamais vou poder consertar ou me redimir. A minha única escolha agora, se eu quiser recuperar a minha vida, é seguir em frente. Impedir o errado e fazer o que é certo. E o que não é certo é tirar a mulher de outro homem. Um homem que eu gosto e respeito. Eu roubo carros, eu arrombo casas, mas tem uma linha de moral que eu não vou ultrapassar, não importa o que eu-“

Eu não pude continuar. Um barulho de porta abrindo veio do hotel, atraindo a minha atenção e a de Rose. Victor, Robert e Jill saíram e seguiram em direção ao carro.

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Mensagem por Lillyth V. Mazur Seg Jul 04, 2011 2:07 pm

ai meu deus!
to tendo um ataque agora mesmo. eu juro!
precisoooooooo d +
oh meu deus, eu precisoooooo.....
my god, my god, my god...
no proximo cap é a luta!
e, se bem me lembro, no proximo é aquela parte no hotel, e... a reconciliação deles e...
ai meu meus, me ajuda!
preciso aguentar até amanhã...
god...
please, help me...
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[Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [Fanfic] Last Sacrifice por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Seg Jul 04, 2011 5:41 pm

CAPÍTULO 34


Observei cautelosamente aquilo. Jill não estava amordaçada nem amarrada. Ela estava calma e doce demais, para uma prisioneira. Não era natural.

“Compulsão” eu falei para Rose que também observava tudo “Vá atrás de Victor e eu pego Robert” falei imaginado que Robert seria mais difícil de ser controlado, por ser um usuário do espírito. Ele podia fazer coisas terríveis com sua mágica.

Rose acenou com a cabeça “Jill vai correr assim que a compulsão se quebrar. Assim eu espero”.

O estacionamento e os arredores estavam tranqüilos e calmos. Ainda era muito cedo para os humanos. Rapidamente, eu e Rose saímos do nosso esconderijo e corremos em direção a eles.

Imediatamente fui até Robert e, facilmente, o imobilizei, colocando os seus braços para trás e tentando puxá-lo para longe do irmão. A resistência que ele oferecia não era nada perto da minha força. Virei para Rose e vi que ela tinha derrubado Victor no chão e falava algo com ele. Eles rosnavam baixo e eu não conseguia entender uma palavra inteira sequer. Mas a preocupação estava tomando conta de mim. Nós deveríamos apenas imobilizar os irmãos e pegar Jill. Mas não, Rose estava partindo para briga. Eu conhecia aquela fúria dela. Era a escuridão do espírito que ela puxava de Lissa. Aquilo sempre tinha conseqüências terríveis para ela. Claramente, Victor a estava provocando. Eu tinha feito a escolha errada. Rose estava apresentando um comportamento bem instável estes últimos dias, se irritando facilmente. Eu deveria ter ficado com Victor e deixado Robert para Rose. Ouvi quando ela elevou a sua voz.

“Ela não é um objeto para você manipular – Ah!” Rose gritou.

De repente, algo inesperado aconteceu. O chão começou a tremer, com um terrível terremoto. Mas não era um terremoto qualquer. Ele tremia somente onde Rose estava com Victor. Apenas algumas pequenas ondas de tremor chegavam até nós. Era um terremoto provocado por magia. Victor era um usuário da Terra. Ele podia fazer este tipo de coisa, embora eu nunca tenha visto isto acontecer. Eu não esperava por isso. Isto era considerado inadimissível para os Morois, eles não podiam usar a mágica para atacar outra pessoa. Mas, estávamos falando de Victor Dashkov. Ele não tinha escrúpulo algum. Logo vi que Sonya tinha vindo para perto de nós.

O chão continuou a tremer ainda mais, de forma que provocava ondas embaixo deles. Isso desestabilizou Rose, fazendo com que ela soltasse Victor e ele escapasse dela. Mas Victor não tinha a resistência de uma dhampir com Rose. Nem se quer a resistência de um Moroi, ainda por cima, usando tanta magia. Ele se movia a um alto custo, muito lentamente. Rose então se levantou, ainda se equilibrando com os tremores e foi na direção dele. Eu esperava que ela o dominasse novamente, mas ela já estava tomada pela fúria. Victor usou ainda mais mágica e ergueu o asfalto em volta dela, tentando criar uma prisão.

“Toda essa conversa por nada. Isso não lhe trouxe benefício algum, no final de tudo. O verdadeiro poder está na mente, na astúcia. Ao controlar Jillian, eu controlo Vasilisa. Com Vasilisa, eu controlo os Dragomirs, e a partir daí, os Morois. Isto é poder. É força!” Victor estava parecendo exausto, mas mesmo assim, não deixou de provocar Rose. Minha vontade era de ir lá e ajudá-la, mas eu não podia soltar Robert. Aquilo podia se tornar um caos com ele solto.

As palavras de Victor acenderam uma faísca em Rose. Reunindo uma força sobrenatural, ela conseguiu levantar, se equilibrando em meio aos tremores e partiu com tudo para cima de Victor. Ela deu um salto de onde estava e foi direto para cima dele, o arremessando com toda força contra a parede de concreto. Imediatamente todo tremor passou e os arredores se tornaram calmos novamente. Victor estava inconsciente no chão. Ou não. Rose correu para cima dele, com toda raiva que ela tinha dentro de si.

“Levante! Levante e lute comigo!” ela o chacoalhava freneticamente, mas ele não se movia. Foi então que eu percebi que ele não estava inconsciente. Ele estava morto. Sonya correu até ela, e tentou inutilmente afastá-la de Victor.

“Rose! Rose pare! Pare com isso!” Sonya gritava para ela, mas ela não a ouvia. Mas, aos poucos, ela foi cedendo e ficando cada vez mais calma. Sonya estava usando a compulsão para acalmá-la. Sonya continuou a segurando, apesar de Rose ser mais forte, agora ela não oferecia mais resistência.

“Eu tenho que pará-lo. Ele tem que pagar.”

“Rose! Ele pagou. Você não consegue ver isto? Morto. Victor está morto!” Sonya falou, tentando trazer Rose à realidade. Era inútil.

Estas palavras de Sonya pareceram despertar Robert. Ele começou a se agitar ferozmente nos meus braços gritando “Victor! Victor!” em meio a soluços. Rose e Sonya olharam para nós, mas foi Sonya que gritou.

“Tire ele daqui! Leve ele daqui! Para mais longe que puder”

Eu fiquei surpreso com aquela reação de Sonya. Havia um tom desesperado e urgente na sua voz. Eu tentei arrastar Robert mas ele se debatia. Então, o joguei em cima dos meus ombros e sai, a tempo de ouvir Sonya falar novamente.

“Tire ele daqui! Ele está tentando trazer Victor de volta. Ele será um Shadow-Kissed!”

Eu corri para longe, até que cheguei a uma rua, onde tinham casas, com belos jardins. Tirei Robert dos ombros e ele ainda estava imóvel. Parecia bastante concentrado. Ele devia estar invocando o espírito de Victor, para que ele ficasse por perto. Então, usando um dos golpes que eu tanto havia treinado, para incapacitar sem matar, eu o deixei desacordado. Olhando em volta, vi uma casa que tinha grandes arbustos. Rapidamente, peguei Robert e o coloquei ali, escondido pelas folhas. Tinha bastante sombra, o sol não o incomodaria. Ele podia levar horas para acordar, depois daquela pancada. Resolvi voltar para o estacionamento e no caminho, encontrei Jill.

“Dimitri! Sonya está lhe chamando! Rose está surtada! Acho que ela enlouqueceu!”

Corremos de volta ao estacionamento e eu tive que conter meus passos, para que Jill pudesse me acompanhar, embora eu sentisse um certo desespero tomar conta de mim com aquelas palavras dela. Chegamos lá e Sonya estava com Rose dentro do carro. Eu observei por alguns minutos, Rose estava atordoada. Ela chorava descontroladamente, sua voz era fraca e trêmula, falando palavras desconexas, olhando para as mãos, numa atitude de quem sentia culpa, que eu conhecia bem.

“Oh Deus! Isso é um sonho, não é? Mas eu não vou acordar...” Rose repetia.

Eu bati na janela e elas se viraram para mim. Sonya abriu e deixou que eu e Jill entrássemos. Entrei e vi que o corpo de Victor estava lá dentro com elas. Elas tinham abaixado os bancos para aumentar os espaços.

“Onde está Robert?” Sonya perguntou, enquanto eu ainda olhava para Victor.

“Inconsciente, escondido em um arbusto, na esquina” respondi mecanicamente.

“Que encantador! Você acha que é isso é inteligente? Deixar ele assim?” Sonya perguntou e eu dei de ombros. O que mais ela esperava que eu fizesse? Que colocasse ele deitado numa cama de um hotel cinco estrelas?

“Eu achei que não seria nada bom se eu fosse visto carregando um cara inconsciente nos ombros. E, na verdade, sim. Eu acho que devíamos o deixar lá. Ele vai acordar uma hora. Ele não é um fugitivo. E sem Victor... bem... ele não é inofensivo, mas é uma ameaça bem menor. Não podemos continuar carregando ele com a gente.”

“Ele está inconsciente. É claro! É claro! Você pode fazer a coisa certa e eu não!” Rose gritou olhando para mim e logo depois olhou para o corpo de Victor “Um animal! Eu sou um animal! Ele tinha razão! Ele tinha razão!” ela envolveu seu braços em torno de si e cravou as unhas na pele, fazendo sangrar.

Eu olhei para aquilo em choque. Eu conhecia aquela expressão de Rose. Eu já tinha visto isto antes. Aquele olhar perdido era o mesmo que ela tinha quando a encontrei em Spokane, quando ela protegia o corpo de Mason. Exceto que agora era cem vezes pior. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo com ela. Virei para Sonya e perguntei “Qual é o problema?” eu sabia qual era o problema. Só não podia aceitar que tivesse chegado a este nível. Eu sabia que era efeito do espírito toda a irritação e acessos de fúria que Rose sentia. Mas loucura? Eu nunca tinha visto isto nela.

“Espírito. Ela o acumulou por tempo demais e conseguiu suportar. Mas ele estava esperando. Apenas esperando” ela falou num ar pensativo e se virou para Jill “Isso é prata?” ela perguntou olhando um colar em forma de coração que ela usava.

“Acho que sim” Jill respondeu.

“Posso?”

Jill retirou o colar e o entregou a Sonya. Então, Sonya o segurou em suas mãos e fechou os olhos. Ela estava colocando encantamento nele. Segundos depois, ela abriu os olhos e entregou o colar a Rose.

“Coloque”

Ela olhou a medalha em forma de coração.

“O coração...” ela olhou para mim com o olhar perdido “Você se lembra disso? Onde está o coração? Você perguntou. E aqui está! Aqui está ele. Aqui...”

Eu lembrava sim disso. Tinha sido uma aula sobre estacas que eu tinha dado a ela. Eu senti meu coração apertar dentro de mim. As palavras de Rose eram completamente desconexas. Ela estava perdida. Como poderíamos trazê-la de volta agora?


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