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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 08

Mensagem por shadowangel Dom Ago 07, 2011 10:04 am

O final de semana chegou e eu passei o sábado trabalhando. Como acontecia corriqueiramente, sempre tinha um guardião me pedindo para cobrir um plantão dele para que pudesse aproveitar o dia, se divertindo. Eu não tinha problemas com isso e sempre aceitava.

No domingo, acordei cedo e fui à missa, como de costume. Rose estava lá, mas a sua presença nem sempre era algo constante, ela não era religiosa. Para ser sincero, eu realmente duvidava que ela acreditasse em Deus. Mas hoje, tinha uma boa razão para estar ali. Ela teria que prestar serviços comunitários. Era ali, na capela, que estes serviços seriam realizados. Quando a missa terminou, todos rapidamente se dispersaram, a maioria seguindo para algum encontro social. Eu permaneci por lá, deixando Rose surpresa. Eu não tinha nada para fazer o dia inteiro, então resolvi ajudá-la no trabalho e, além do mais, era uma boa desculpa de passar um tempo com ela, sem compromissos.

“O quê você está fazendo aqui?” ela perguntou.

“Pensei que você poderia precisar de alguma ajuda. Eu ouvi dizer que o padre tem muita coisa para limpar.”

“Sim, mas não é você que está sendo punido. E esse também é o seu dia de folga. Nós – bem, todos os outros – passaram a semana batalhando, mas são vocês os caras que apanham nas lutas o tempo todo.” Ela falou olhando para os poucos ferimentos que eu tinha do meu rosto. Dentre todos os guardiões, eu era o que tinha menos machucados.

“O que mais eu poderia fazer hoje?” perguntei simplesmente.

“Eu poderia pensar em um monte de coisas. Provavelmente existe um filme do John Waynes, em algum lugar, que você não viu.” Ela tentou fazer uma piada, mas sua voz soou seca.

“Não, não tem” falei negando com a cabeça “ eu vi todos eles. Olha – o padre está esperando por nós”. Eu tinha visto o padre Andrew se aproximar. Ela se virou desanimada e fomos até ele.

“Agradeço a vocês dois por se oferecerem voluntariamente para me ajudar.” O padre falou sorrido e eu tive que me controlar para não sorrir também da expressão de Rose. Só eu era voluntário ali. “Nós não vamos fazer nada complexo hoje, mas realmente é um pouco chato. Nós vamos fazer a limpeza regular, é claro, e depois eu gostaria de organizar em caixas alguns materiais velhos que tenho no sótão.”

“Estamos felizes em lhe ajudar em tudo que precisar” falei solenemente, na intenção de deixar o padre à vontade diante da cara feia de Rose.

Como o padre tinha orientado, começamos o nosso trabalho limpando a parte central do templo. Rose ficou como chão e eu fui limpar e polir o móveis. Eu me concentrei no meu trabalho, tenanto fazer o melhor, não só por ser um trabalho em uma igreja, mas para dar exemplo a Rose. Ela limpava tudo, mas vez por outra me olhava de forma intrigada. Quando terminamos com a limpeza, o padre Andrew nos levou para s segunda etapa da tarefa que era a arrumação do sótão. Nós três nos sentamos no chão e o ele começou a jogar fora o que não queria. Foi quando Rose soltou uma pergunta ao padre que me deixou curioso.

“Ei, você acredita em fantasmas? Quero dizer, existe alguma menção deles” ela girou o dedo, apontando em volta para a igreja “nesse negócio?”

O padre Andrew ficou surpreso eu também, mas não demonstrei nada, ao contrário, fiquei quieto, aguardando o que mais viria dela. Ele parou o trabalho que estava fazendo e ficou pensativo.

“Bem... isso depende de como você define ‘fantasmas’, eu suponho”

“O ponto de tudo isso é que quando você morre, você vai para o céu ou para o inferno. Isso faz dos fantasmas apenas lendas, certo? Eles não estão na Bíblia ou algo parecido?”

“Novamente, isso vai depender da sua definição. Nossa crença diz que, depois da morte, o espírito se separa do corpo e pode, de fato, demorar um pouco para deixar o mundo.”

“O quê?” ela exclamou, derrubando uma peça de madeira que segurava. Felizmente não quebrou. “Por quanto tempo? Para sempre?”

Eu permaneci no meu trabalho, limpando vários livros empoeirados e colocando em caixas, conforme as orientações do padre. Mas continuei atento a conversa deles.

“Não, não. Claro que não” ele prosseguiu, contente por estar ensinando algo a Rose “elas voam para a face da ressurreição e salvação, que é o que forma a base da nossa convicção. Mas acredita-se que as almas podem ficar na terra de três a quarenta dias após a morte. Eventualmente elas recebem um julgamento temporário que as mandam para o céu ou inferno – embora elas não conheçam o seu destino até o verdadeiro julgamento, quando a alma e o corpo se reúnem para viver como um só.”

Rose ficou completamente pensativa. Ela parecia realmente interessada naquela história. Era muito difícil vê-la interessada em um assunto assim. Principalmente se fosse um assunto religioso.

“Sim, mas isso é verdade ou não? Existem realmente espíritos andando pela terra até quarenta dias após a morte?”

“Ah, Rose. A pessoa que questiona sobre a veracidade da fé não pode entrar em questões sobre as quais ela ainda não está preparada.” O padre falou isso se dirigindo a própria atitude dela. Ela aceitou aquelas palavras, ficando calada.

“Mas,” ele acrescentou “se isso lhe ajudar, muitas destas histórias sobre fantasmas são parecidas com as convicções do povo do leste europeu, que existem antes da expansão do cristianismo. Estas tradições defendem a idéia de que os espíritos ficam aqui por um pequeno período, após a morte – principalmente se a pessoa em questão morreu jovem ou violentamente.”

“Por que?” ela perguntou baixo “porque eles ficariam? Seria por... seria por vingança?”

“Eu tenho certeza que algumas pessoas acreditam nisso, da mesma forma que outros acreditam que isso acontece porque a alma teve dificuldade em encontrar a paz, depois de algo tão perturbador.”

“No que você acredita?”

“Eu acredito que a alma se afasta do corpo, como nossos pais nos ensinaram. Mas eu duvido que o tempo que a alma passa na terra seja algo que qualquer ser vivo possa perceber. Não é como nos filmes, com fantasmas assombrando prédios, ou vindo visitar aqueles que eles conheciam. Eu acho que estes espíritos são como uma energia ao nosso redor, algo além da nossa percepção, enquanto eles esperam para encontrar a paz. No final das contas, o que importa é o que acontece além da terra, quando encontram a vida eterna que o nosso salvador nos deu pelo seu grande sacrifício. É isso que importa.”

A mudança de humor de Rose foi notável. Ela assumiu uma expressão muito preocupada e, eu poderia dizer, assustada. Não me pronunciei durante o diálogo dela com o padre, mas fiquei intrigado. O que teria feito com que ela despertasse o interesse por aquele assunto assim? O padre também pareceu sentir a mudança nela e tentou a distrair.

“Há pouco tempo eu consegui alguns livros novos, com um amigo meu, de outra paróquia. Histórias interessantes sobre St Vladmir. Você ainda se interessa por ele? E por Ana?”

Aparentemente Rose já tinha feito alguns questionamentos, sobre outros assuntos, ao padre. Mas uma vez, isso me surpreendeu. Eu não imaginava que ela fizesseconsultas justamente ao um padre.

“Sim, eu me interesso” sua voz era evasiva “mas eu acho que não vou conseguir ler isso tão cedo. Eu estou muito ocupada com tudo isso... você sabe, a experiência de campo.”

Depois daquelas palavras nenhum deles dois falou novamente. Eu, que já estava calado, permaneci calado, embora estivesse curioso para saber porque aquele interesse dela por fantasmas.
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Ter Ago 09, 2011 9:25 am

[b] Maravilhoso! Muito bem escrito!

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 09

Mensagem por shadowangel Ter Ago 09, 2011 11:43 am

Terminamos de encaixotar tudo e o padre olhou para nós, satisfeito.

“Eu preciso que vocês carreguem estas para o campus fundamental” ele disse apontando para as caixas “deixe-as fora do dormitório Moroi. A Sra. Davis dá aulas de religião, na escola dominical, a algumas crianças, ela pode usar estes livros.”

Eu olhei para as caixas. Só conseguiríamos levar tudo com duas viagens. Nós pegamos as que pudemos e seguimos para o campus fundamental que ficava a uma distância bem considerável.

“Porque você este interessada em fantasmas?” perguntei casualmente, enquanto caminhávamos.

“Estava apenas puxando conversa”

Aquela frase dela me fez ter certeza que novamente havia algo. Ela estava mentindo mais uma vez, e ela só fazia isso quando queria esconder sério algo de mim. Isso estava se tornando corriqueiro? Ou tudo fazia parte do mesmo problema?

“Eu não posso ver o seu rosto agora, mas eu sinto que você está mentindo de novo.”

“Nossa, todo mundo está pensando o pior de mim, ultimamente. Stan me acusando de me gloriar-“

“Eu ouvi sobre isso” falei lembrando de ter lido os relatórios de Stan “Aquilo foi um pouco injusto da parte dele.”

“Um pouco, hum? Bem, obrigada, mas eu estou começando a perder a fé nessa experiência de campo e em toda a Academia.”

“Você não quis dizer isso” falei num tom reconfortante. Rose estava muito desanimada ultimamente, e eu sabia que ela tinha razões para estar assim, mas ela era muito jovem para perder a esperança.

“Eu não sei. A escola parece tão envolvida em regras políticas, que não tem nada a fazer na vida real. Eu vi como era lá fora, camarada. Eu entrei direto na toca do monstro. De algum modo... eu não sei se isso realmente nos prepara.”

“Às vezes eu concordo com você” falei e ela ficou totalmente surpresa. Mas essa era uma opinião minha também. Por mais que se treinasse, a vida real era bem mais dura do que qualquer simulação. Não existe nada que lhe prepare para o que você vai enfrentar, quando vidas estão dependendo de você.

“Realmente?”

Eu dei um pequeno sorriso. Ela ficou muito surpresa mesmo. “Realmente. Quero dizer, eu não concordo que os noviços sejam colocados no mundo quando têm dez anos de idade, ou algo assim, mas eu penso que a experiência de campo deve realmente ser em um campo. Provavelmente, eu aprendi mais no meu primeiro ano como guardião, do que em todos os meus anos de treinamento. Bem... talvez não tudo. Mas lá fora é uma situação absolutamente diferente.”

Ela me olhou feliz por eu ter a entendido e eu retribui o olhar. Era algo bom, concordar com Rose. Nós tínhamos pensamentos parecidos, talvez por isso nos déssemos tão bem. Eu olhei em volta e não tinha quem recebesse o material que trouxemos. Percebi que a caixa estava pesada para ela.

“Oh, nós estamos no meio do dormitório da escola. Parece que as crianças mais novas estão na próxima porta.”

“Sim, mas a Sra. Davis deveria estar aqui nesse prédio” falei colocando a minha caixa no chão “deixe-me tentar encontrá-la e ver onde ela quer que coloque isso. Eu volto logo.”

Eu me afastei e saí procurando sala por sala. Nada da Sra. Davis. Não sei como ela confiava em deixar tantas crianças sozinhas, sem supervisão de um adulto. Passei para o andar superior e a encontrei em uma sala que tinha uma pequena copa. Ela tomava um pouco de café, distraidamente, olhando pela janela.

“Sra. Davis?” falei batendo no portal da porta, que estava aberta.

“Sim?” ela falou, se virando “Ah, Guardião Belikov! O que lhe traz aqui?”

“Nós ajudamos o padre Andrews a fazer algumas arrumações hoje, depois da missa. Trabalho voluntário. Ele mandou algum material para as aulas dominicais” falei, procurando ser simpático.

“Ah, sim, claro. Nós precisamos muito de materiais novos. Também de trabalho voluntário. Sempre que quiser ajudar, será bem vindo.” Ela falou sorrindo, passando pelo corredor ao meu lado.

Quando retornamos, Rose tinha colocado sua caixa no chão, junto a minha e estava encostada na parede, conversando com uma garota Moroi, que aparentava ter por volta dos treze anos. A garota me olhou de forma impressionada, quando me aproximei.

“Ei, eu tenho alguém que quer lhe conhecer” Rose falou animadamente “Dimitri, esta é Jill. Jill, Dimitri”

Rose nos apresentou e fiquei surpreso com aquilo. Eu raramente vinha ao campus fundamental e não imaginava que os estudantes daqui me conhecessem e quisessem saber sobre mim. Ainda mais uma garota Moroi. Eu apertei a mão dela e percebi que ela ficou vermelha de vergonha. Ela era uma menina bem tímida, muito jovem, na verdade. Tão logo soltei sua mão, ela se despediu e saiu correndo. Eu não podia imaginar qual o assunto que Rose tinha para conversar com uma criança daquela.

A Sra. Davis guardou as nossas caixas e nós voltamos para pegar o restante.

“Jill sabia quem eu era” Rose falou no caminho de volta “estava tendo uma espécie de adoração ao ídolo acontecendo.”

“Isso lhe surpreendeu? Que estudantes mais novos possam lhe admirar?”

“Eu não sei. Eu ainda não tinha pensado nisso. Não acho que eu seja boa para o papel de modelo.”

Ela estava realmente com uma baixa estima nestes últimos tempos. Rose era uma estudante exemplar, claro, não era muito disciplinada, mas ela entendia bem o seu compromisso e estava se dedicando muito para superar as suas dificuldades. Isso era algo raro de se ver. Alguém com tanta capacidade de superação.

“Eu discordo. Você é esforçada, dedicada e se supera em tudo que faz. Você ganhou mais respeito do que pensa” falei, sabendo que com ela eu podia demonstrar toda admiração que sentia. Mesmo assim, tentei se comedido. Ela me olhou pelo canto de olho.

“Isso ainda não é suficiente para me levar ao julgamento de Victor.”

“Isso de novo não.”

“Isso de novo sim! Porque você não entende que isso é importante? Victor é uma imensa ameaça.”

“Eu sei que ele é.”

“E se ele for solto, ele logo começaria com seus planos loucos de novo.”

“É realmente improvável que ele seja solto novamente, você sabe. Muitos desses rumores de que a rainha poderá libertá-lo, é apenas isso – rumores. Você, de todas as pessoas, deveria saber bem que não se deve acreditar em tudo que escuta.”

Ela olhou fixamente para frente. Ela sabia que eu tinha razão. Mesmo assim, não se deu por vencida. Rose sempre foi muito persistente.

“Você ainda devia nos deixar ir. Ou, você devia deixar pelo menos Lissa ir.”

Eu concordava que a presença delas era importante para o julgamento. Elas viveram o fato e Lissa, pior, foi a maior vítima. Mas não era uma decisão que cabia a mim. Eu tinha tentado interceder para que elas fossem, mas era algo fora do meu alcance.

“Vocês está certa – ela deveria estar lá, mas de novo, não tem nada que eu possa fazer com relação a isso. Você continua achando que eu posso controlar isso, mas eu não posso.”

“Mas você fez tudo que podia? Você tem muita influência. Deve haver alguma coisa. Qualquer uma.”

Ela tinha uma imagem muito heróica de mim. Isso era algo que me incomodava. Eu tinha respeito das pessoas, justamente por se bem centrado e ponderado. Eu já tinha entendido o porque delas não poderem ir. Não podia sair lutando contra todos, como Rose queria.

“Não tenho tanta influência como você pensa. Eu tenho uma alta posição aqui na Academia, mas no resto do mundo dos guardiões eu ainda sou muito jovem. E, sim, eu falei por você.”

“Talvez você devesse ter falado mais alto.”

Lá estava ela, de novo, sendo impertinente. Ela não podia ver que não estava ao meu alcance? Que o pouco que eu tinha falado, já era muito diante de tantos interesses de pessoas da alta realeza que estavam em jogo?
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Ter Ago 09, 2011 8:40 pm

garota,ficou perfeito! Smile

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Qua Ago 10, 2011 7:17 pm

anne escreveu:garota,ficou perfeito! Smile



Obrigadinha!!!! Razz
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍRULO 10

Mensagem por shadowangel Qua Ago 10, 2011 7:19 pm

Eu realmente não gostava quando Rose se portava como uma garota mimada. Ela não era isso. E também não estava gostando de novamente discutir algo que já estava resolvido. Ela tinha que entender que nem tudo era como nós desejávamos.

“Victor sabe sobre nós. Ele poderá falar alguma coisa” ela falou, com um tom mais suave e eu percebi que ela estava preocupada com isso.

“Victor tem coisas mais importantes para se preocupar, nesse julgamento, do que nós.”

“Sim, mas você o conhece. Ele não age exatamente como uma pessoa normal. Se ele sentir que está perdendo a chance de se livrar, ele poderá nos expor, como uma vingança.”

Isso era verdade. Victor era um vilão calculista, capaz de qualquer coisa para atingir seus objetivos. Ele foi a primeira pessoa a perceber que eu e Rose estávamos envolvidos e não pensou duas vezes antes de usar isso para seu próprio interesse. Dependendo da forma como ele expusesse essa situação, poderia ser catastrófico para as nossas vidas. A minha carreira e a de Rose estariam terminadas. Pior, eu poderia acabar condenado por sedução de menor. Eu nunca mais limparia a minha reputação depois disso. Mas, novamente, não era algo que nós podíamos mudar. Não havia como impedir Victor de falar. Estávamos nas mãos dele, sob este ponto de vista.

“Isso é algo com o qual teremos que lidar. Mas se Victor estiver decidido contar, ele fará isso com ou sem o seu testemunho” falei, pensando que, no final das contas, seria bem melhor que Rose não testemunhasse, para não despertar a fúria dele.

Nós dois ficamos em silêncio no resto do caminho até a igreja. Mas o silêncio de Rose não significava uma anuência. Quando chegamos lá, o padre Andrew disse que só teria mais uma caixa para a Sra. Davis e se afastou de nós.

“Eu farei isso. Você não precisa vir” Rose falou secamente.

Eu conhecia bem o que viria depois, quando Rose agia daquela maneira. Ela não aceitou que não podia participar do julgamento e quando ela não aceitava algo, ela não media as conseqüências para reverter a situação. Eu já podia até ver o tumulto que ela causaria. Isso seria péssimo, ela estava sob provação, como Alberta falou.

“Rose, por favor, não faça uma confusão por isso” pedi humildemente para ela.

“Eu preciso fazer isso” ela falou rangendo os dentes “E você não está me ajudando”

Aquela falta de compreensão de Rose fez meu controle ficar por um fio. Ela não podia me culpar por isso. Ela estava agindo com se o controle de toda essa situação fosse meu. Ela não se esforçava para compreender o meu lado, nem por um minuto. Eu não estava agindo contra ela, muito pelo contrário, eu tinha o mesmo interesse que ela.

“Eu estou ajudando você. Você realmente acha que eu quero ver Victor livre? Você acha eu quero nos ver em perigo de novo? Mas eu lhe disse. Eu fiz o que pude. Eu não sou como você – eu não posso fazer uma cena quando as coisas não saem com eu quero.” Falei lutando para ainda me manter em controle, mas estava muito difícil. Rose conseguia fazer isso comigo: me tirar do sério.

“Eu não faço isso.”

“Você está fazendo agora mesmo.”

Rose parou por um minuto, sua expressão mostrava que ela reconheceu que eu estava certo. Ela me olhou diretamente, mudando bruscamente de assunto.

“Por que você veio me ajudar hoje? Por que você está aqui?”

“Isso é muito estranho?” perguntei realmente sem acreditar que, à essas alturas, ela ainda não conseguia enxergar que eu apenas queria ficar mais tempo perto dela.

“Sim. Quero dizer, você está tentando me espionar? Descobrir por que falhei? Ter certeza que eu não ia me meter em nenhuma confusão?”

Eu olhei para ela por alguns minutos, tirando meus cabelos que caíram nos olhos. Ela de fato não conseguia ver o óbvio. Durante a semana meus dias eram preenchidos por trabalho. Nos finais de semana, todos iam para seus afazeres, inclusive a própria Rose. Para mim, essa era uma época de solidão. Neste domingo, eu apenas vi a chance de ter meu dia preenchido por ela. A chance de não ficar sozinho.

“Por que tem que existir algum motivo escondido?” perguntei sem tirar os olhos dela. A sua expressão não se suavizou.

“Por que todos têm um motivo.”

“Sim. Mas nem sempre são os motivos que você pensa. Até mais.”

Eu saí da igreja com uma confusão de sentimentos dentro de mim. Por um lado eu sentia um pouco de mágoa por ela pensar o pior de mim. Era quase com se ela achasse que eu a via como as outras pessoas viam. Por outro lado eu tinha gostado de passar aquela tarde com ela, e realmente me sentia muito mal por não poder levá-la ao julgamento.

Nós viajaríamos amanhã cedo e eu achei que era melhor tentar descansar um pouco. Cruzei o campus em direção ao dormitório quando uma voz me chamou.

“Belikov!”

Era Alberta. Na certa ela queria me dar algum turno de guarda para essa noite. Eu não tinha idéia de onde ela tinha saído. Mas eu não teria visto de qualquer forma, eu vinha muito distraído pensado nos últimos momentos com Rose. Mesmo assim me mostrei atento.

“Guardiã Petrov” falei acenando com a cabeça.

“Eu estive no seu quarto lhe procurando, também lhe procurei por toda Academia e não lhe encontrei. Tenho uma notícia para lhe dar.”

“Eu estava na igreja, ajudando Rose no seu trabalho comunitário.”

Alberta sorriu, algo que era raro de se ver. “Isso foi uma boa idéia, Belikov. Assim você se certificou que ela cumpriria com o seu dever, sem causar problemas ao padre Andrew.” Ela falou com um tom sábio.

“Você disse que tinha algo a me dizer” eu disse, me mantendo imparcial, apesar de não gostar dessa imagem rebelde que as pessoas traçavam de Rose.

“Acabei de receber um telefonema da Corte. A rainha decidiu que Rosemarie e Vasilisa devem testemunhar no julgamento. Elas viajarão conosco amanhã. O Lord Adrian Ivashkov também irá. A rainha consentiu que a Princesa levasse quem ela quisesse. Eu suponho que ela irá levar Christian Ozera.”

“São muitas pessoas para proteger. A Corte é segura, mas temos a viagem e, de qualquer forma, também não deixam de ser estudantes. Acho devemos rever aqueles cronogramas da viagem.” Eu já estava me focando no trabalho, como forma de manter minha mente distante dos sentimentos por Rose.

“Sim, claro, podemos ir ao meu escritório agora, se você não tiver outros planos”

Eu neguei com a cabeça e a segui até o prédio dos guardiões. Quando entramos na sala, eu não me contive em perguntar.

“O que fez a rainha mudar de idéia?”

“Eu não tenho muita certeza. O Guardião Croft não entrou em detalhes, mas, ao que parece, a rainha atendeu a um pedido do seu sobrinho neto.”

Eu não falei mais nada sobre aquilo, mas fiquei imaginando que Rose também deve ter insistido para que Adrian falasse com a tia. Desta vez ele tinha um ponto com ela. Tinha dado a ela o que ela tanto queria e eu não fui capaz de fazer.

“Belikov?” Alberta me chamou, cortando os meus pensamentos e eu tive a impressão que não era a primeira vez que ela chamava.

“Desculpe, Guardiã Petrov, o que dizia?”

“Eu falava que achava importante que Edison Castile também fosse, assim ele permaneceria na experiência de campo. E com Christian presente, nós também manteríamos Rosemarie em treinamento. Será uma boa prática para eles.”

“Claro. Eu acho perfeito.”
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Qui Ago 11, 2011 6:51 pm

fala sério!vc esta especialista em Dimitri.ficou otimo.

rsrsrs. Smile

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Sex Ago 12, 2011 7:08 pm

anne escreveu:fala sério!vc esta especialista em Dimitri.ficou otimo.

rsrsrs. Smile


kkkk também to achando que estou ficando especialista nele rs Very Happy Very Happy Very Happy Very Happy
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 11

Mensagem por shadowangel Sex Ago 12, 2011 7:10 pm

Eu levantei cedo, como de costume. A minha noite tinha sido péssima. Minha mente ficou assombrada pelas cobranças de Rose. Eu nunca gostei de negar o que quer que fosse a ela. E agora, que Adrian tinha conseguido convencer a rainha a aceitar a presença dela e de Lissa no julgamento, eu me sentia pior ainda. Eu entendia perfeitamente que a minha influência era infinitamente menor que a de Adrian, mas não conseguia deixar de me sentir muito irritado com isso.

Arrumei rapidamente minha pequena bagagem. Nós iríamos passar poucos dias na Corte, não precisaria levar muita coisa. Como ainda demoraria um pouco para decolarmos, fui comer algo, no refeitório dos guardiões. Lá encontrei o Peter, que foi um dos que me acompanhou no resgate a Lissa, quando Victor a seqüestrou. Ele era instrutor da Academia e aparentava ter por volta dos trinta e cinco anos. Ele também parecia preocupado com a possibilidade de Victor sair impune.

“Ei Belikov, pronto para enfrentar Victor Dashkov?” Ele falou se sentando na cadeira em frente a minha “Eu soube que a rainha permitiu que a princesa e Rose testemunhassem. Eu espero que isso dê mais credibilidade às acusações contra ele. Corre um rumor que ele tem chances de ter sua pena abrandada, por ser da realeza.”

“Ele não vai sair impune, isso é o que importa. E por ser da realeza, é o de menos. Se a rainha o deixar livre estará indo de encontro aos interesses de outra pessoa, também da realeza, que é a Princesa Vasilisa.”

Ele balançou a cabeça em concordância. “E verdade. E o que ele fez foi muito sério. Nos meus anos de guardião, nunca vi um Moroi fazer algo tão terrível contra outro. Não sei realmente o que foi pior: ele convencer a filha a se tornar um Strigoi ou torturar a Princesa para explorar a magia dela.”

O currículo de maldades de Victor era bem extenso. Eu imaginava quantas coisas ele teria feito em toda a sua vida que ficaram ocultas ou foram acobertadas por ele ser influente. Eu tinha certeza que existiram coisas terríveis que nem todos sabiam. Eu tirava pelo feitiço que ele lançou em mim e em Rose. Aquele feitiço que ainda me deixava por noites em claro, pensando na proximidade em que estivemos de termos a nossa primeira noite de amor.

Eu terminei o meu café da manhã e me dirigi a pista de pouso, onde o jatinho da Academia estava sendo preparado. Alguns ajustes na aeronave ainda estavam sendo feitos pela tripulação. De longe, avistei os demais que iriam. Rose estava entre eles. Eu realmente não tinha vontade de lidar com ela naquela hora.

Eu sabia que ela iria me cobrar por Adrian ter conseguido levá-las e eu não, por isso permaneci no grupo de guardiões, conversando amenidades. Mas não adiantou, quando ela me viu, correu até mim. Eu me preparei mentalmente para o que viria.

“Eu sinto muito, me desculpe.” Ela falou humildemente, e eu reuni muito autocontrole para me manter neutro. Eu realmente não estava esperando por pedidos de desculpas.

“Desculpar pelo quê?” perguntei friamente. Eu percebi que ainda estava muito chateado por toda a indiferença dela ontem.

“Por todas as coisas terríveis que eu lhe disse ontem. Você conseguiu – você realmente conseguiu. Você fez eles nos deixarem ir.”

Aparentemente ela não sabia quem tinha intercedido por elas, junto a rainha, e fiquei impressionado por Adrian não ter corrido para contar a ela que tinha feito isso.

Mas outra coisa me deixou ainda mais chateado. Ela não estava se desculpando por ter se arrependido, mas sim por achar que eu tinha conseguido o que ela queria. No final das contas, ela só estava se preocupando com ela mesma. Eu permaneci imparcial, não queria começar nenhuma discussão com ela ali, na frente de todos.

“Não fui eu, Rose. Não tive nada a ver com isso.”

Ela ficou paralisada, me olhando, tentando entender o que tinha acontecido. Alberta chamou a todos, nos autorizando a embarcar. Nós, os guardiões, entramos por último e nos arrumamos, dentro da aeronave, da maneira típica de guarda. Alguns se posicionaram nos acentos do fundo. Eu sentei com outro Guardião em frente a Adrian. Dificilmente algum Strigoi nos atacaria ali, mas nunca deixávamos a guarda baixar, quando tínhamos Morois para proteger.

Rose estava sentada, junto a Eddie, estranhamente quieta. Adrian se sentou na poltrona em frente à dela, já bebendo, como de costume. Todo momento, ele se virava para falar com ela, flertanto abertamente, mas não vi Rose encorajá-lo, também não mantive a minha atenção nela.

O avião levantou vôo e eu desejei mentalmente chegar logo. Eu não estava gostando nada de ouvir Adrian atrás de mim falando o tempo todo. Ele estava muito bêbado. Eu podia jurar que ele tinha passado a noite inteira bebendo.

“Nós vamos para a Corte. Você não está excitada com isso?”

“Qual delas? A da realeza ou a legal?” a voz de Rose era impaciente.

“A da realeza. Você trouxe um vestido?”

“Ninguém me disse para trazer.”

“Então... isso é um não?”

“Sim.”

“Sim? Eu pensei que você tivesse dito não.”

“Eu disse não e você sabe. Eu não trouxe vestido algum” sua voz agora era altamente irritada. De onde estava, eu não podia ver Rose, mas eu podia imaginar seu rosto raivoso. Apesar de não entender o que estava a deixando assim, confesso que gostei muito de ouvir o tratamento grosseiro que ela estava dando a Adrian.

“Então precisamos conseguir um para você!” Adrian falou muito alto.

“Você vai me levar para fazer compras? Vai me colocar em uma limusine para me considerarem uma acompanhante confiável?”

“Às compras? Até parece! Tem alfaiates lá. Vamos conseguir algo feito sob medida.”

“Não vamos ficar tanto tempo. Eu realmente preciso de um vestido para o que vamos fazer lá?”

“Não. Eu apenas gostaria de lhe ver vestindo um.”

Rose não respondeu. Eu permaneci olhando pela janela, com os meus ouvidos atentos, prestando muita atenção naquela conversa.

“Algo preto.” Ele continuou. “Feito de seda, eu acho... talvez com rendas. Você gosta de rendas? Algumas mulheres acham que elas coçam.”

“Adrian” Rose falou por entre os dentes.

“E um pouco mais curto de lado, para mostrar suas maravilhosas pernas. Podia ser aberto até o quadril, com um belo laço no final-“

“Adrian!” Rose gritou e sua voz era altamente irritada “Dá para diabos você calar a boca por cinco segundos?”

Alberta estava lendo o jornal, sentada na fileira ao lado da que estava Adrian. Ela se virou para o lado deles, como se não tivesse ouvido nada do começo da conversa, além da explosão final de Rose.

“Rose, o que está acontecendo?”
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Sáb Ago 13, 2011 11:32 am

maravilhosooooo!!! Smile Smile Smile

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Sáb Ago 13, 2011 2:00 pm

[b] Não consigo ficar um dia sem ler! Fico ansiosa para ler os próximos capítulos! Está perfect ^^

Bjs

E um ótimo Fds!

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por shadowangel Dom Ago 14, 2011 10:05 am

Brunah Grassi escreveu:[b] Não consigo ficar um dia sem ler! Fico ansiosa para ler os próximos capítulos! Está perfect ^^

Bjs

E um ótimo Fds!

Al, que legal, fico muito feliz qdo alguém acompanha fielmente!!! segue mais um cap ai em baixo, bjs
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 12

Mensagem por shadowangel Dom Ago 14, 2011 10:07 am

“Eu estou com a dor de cabeça mais fuderosa do mundo e ele não cala a boca! Deus, porque não passa?”

Sua voz saiu dolorosa e aquilo acionou uma tecla de alerta em mim. Imediatamente, levantei e fui até ela. Alberta fez o mesmo. Rose estava encolhida na cadeira, com seus dedos apertando fortemente a têmpora esquerda e a outra mão cobria os olhos. Seu rosto estava franzido de dor.

“Você não comeu nada hoje. Você estava com muita fome, hoje cedo.” Christian falou, também preocupado.

Ela abriu os olhos, piscando rapidamente, como se quisesse limpar a visão. Alberta chamou uma aeromoça “Você pode conseguir algo para ela comer? E também um analgésico?”

Eu me abaixei até ela “Onde é a dor?” perguntei, muito preocupado, pois ela havia passado uma semana em testes de luta. Eu imaginei que ela podia ter levado algum golpe mais forte e as conseqüências estavam surgindo agora.

“É só uma dor de cabeça... tenho certeza que vai passar” ela falou com a voz fraca, mas tentando parecer forte. O seu rosto contorcido dizia que não era apenas uma mera dor de cabeça, era algo sério. Ela olhou para mim e apontou para o centro da testa “É como se algo estivesse pressionando o meu crânio. E também dói atrás dos olhos. Eu sinto como... bem, como se tivesse algo nos meus olhos. Eu acho que fiquei vendo uma sombra ou algo assim. Então eu pisquei algumas vezes e sumiu.”

Definitivamente não era só uma dor de cabeça. Eu ainda estava cogitando a idéia dela ter sido acertada de forma muito forte durante a experiência de campo, quando Alberta falou ao meu lado.

“Ah, isso é um sintoma de enxaqueca – ter problemas com a visão. Isso se chama aura. As pessoas têm, antes de a dor aparecer.”

“Uma aura?” Rose perguntou encarando Adrian. Isso o fez sorrir presunçosamente.

“Não desse tipo. É só o mesmo nome. Como uma Corte e uma corte. Auras de enxaqueca são imagens e luzes que você ver quando a dor começa. Elas não tem nada a ver com as auras que eu vejo ao redor das pessoas, mas eu vou lhe dizer... a aura que eu estou vendo agora... a que está ao seu redor...wow”

“Está preta?”

“E muito. Eu consigo ver, mesmo depois dos drinks que tomei. Nunca vi nada assim.”

Claro, depois dos drinks que tomou... lá vinha Adrian novamente com aquela conversa de aura. O pior é que todas as vezes que ele supostamente analisou a minha, ele acertou o que eu estava sentindo. Olhei para Rose que ainda franzia o rosto. Ela parecia intrigada com aquilo que ele tinha falado sobre a sua aura.

A aeromoça trouxe um analgésico, uma barra de cereal e uma fruta para ela, que comeu tudo. Rose parecia faminta. Depois, ela se acomodou na poltrona, fechando os olhos. A viagem não duraria muito e logo estaríamos na Corte. Lissa foi sentar perto dela, também com a expressão preocupada.

Eu assumi que tinha sido apenas uma enxaqueca e voltei para a minha poltrona. Mesmo assim, permaneci atento a ela, ainda intrigado com aquela dor repentina.

“Rose? Você ainda está com dor?” Lissa perguntou suavemente.

“Sim, eu-oh, não, não faça isso, não desperdice comigo.”

“É fácil. Não me afeta.”

“Sim, mas quanto mais você usar... mais vai lhe machucar à longo prazo. Mesmo que seja fácil agora.”

“Eu me preocupo com isso depois. Vem aqui.”

Elas falavam baixo e eu me esforçava para escutá-las. Parecia que Lissa estava usando a magia em Rose.

“O quê – O quê aconteceu?”

“Nada. A enxaqueca está ficando mais forte”

“Mas eu... eu tinha. Eu senti a magia. Ela funcionou.”

“Eu não sei, Liss. Está tudo bem. Você deixou de tomar os remédios há pouco tempo, sabe.”

“Sim, mas eu curei Eddie outro dia, e Adrian” a voz de Lissa saía decepcionada.

“Aqueles eram arranhões. Esta é uma super enxaqueca. Talvez você tenha que ficar mais forte.”

Ao que parecia, Lissa não tinha conseguido curar a dor de Rose. Alberta trocou de lugar com o Peter, o guardião que estava ao meu lado. Ela se sentou, me entregando o jornal que estava lendo antes da crise de Rose.

“Eu acho muito estranha esta dor. Principalmente por que a Princesa não conseguiu curar. Eu vi o que Vasilisa fez com Victor Dashkov. Ela regenerou a sua juventude. Como não consegue curar uma simples enxaqueca?” Alberta falou sussurrando, me impedindo de ouvir o resto da conversa que se desenvolvia atrás de mim. Sua expressão era séria e centrada. Eu, que já tinha ficado mais sossegado, achando que não era nada demais, voltei a me preocupar.

“Eu temo que seja algo mais grave. Talvez ela tenha recebido um golpe mais duro em sua prática de campo e isso seja um sintoma que algo não ficou bem” eu falei mantendo o mesmo tom baixo dela.

“Provavelmente. Vamos ver como isso se desenvolve”

Eu olhei o jornal que ela tinha me entregue e comecei a ler as notícias. O silêncio veio de lá de trás e eu imaginei que eles tinham, finalmente, deixado Rose descansar.

Quando o avião pousou, eu fui para fora e me posicionei em guarda. Era um costume meu, talvez de todos os guardiões, uma vez que os demais também estavam em alerta. Nós sabíamos que não teriam ameaças ali, mas não podíamos evitar em assumir tal postura.

O tempo estava terrível, uma forte chuva de granizo começou a cair, assim que pousamos. Tinha sido uma sorte, essa chuva não ter caído dez minutos antes, enquanto ainda estávamos voando. Rose saiu do avião com uma aparência ótima, nem de longe demonstrando as feições de sofrimento que ela tinha mais cedo. Nós fomos recepcionados por um grupo de cinco guardiões enviados por Hans. Eu conhecia todos eles. Na verdade, eu conhecia todos os guardiões da Corte.

O meu antigo protegido, Ivan Zeklos, pertencia a realeza e freqüentava muito a Corte. Inevitavelmente, eu vinha com ele e sempre aproveitava para manter ou estabelecer amizades. Mas também, muitos me conheciam a por minha fama e me tratavam com bastante respeito.

Nós seguimos para um belo prédio onde a ficavam os visitantes. Cada um de nós recebeu um quarto, inclusive eu, Alberta e os outros guardiões que vieram conosco. Eu estranhei um pouco, pois era acostumado a ficar em dormitórios, mas não mencionei nada. Isso deixava claro que estávamos aqui para um fim específico.

“Eu vou ter meu próprio quarto? Como poderei proteger Lissa assim?” Eddie falou, soando bem preocupado. Eu tive que sorrir daquilo. A Corte era um local extremamente seguro. Era protegida por poderosas wards e um bom exército de guardiões, que se revezavam em sentinela. Não haveriam ataques de Strigois por aqui. Nem tão pouco, lutas simuladas por guardiões, como estava sendo feito lá na Academia, como eu disse, tínhamos outra missão aqui.

“Não será necessário que você a guarde vinte e quatro horas por dia. Nenhum guardião faz isso aqui na Corte.” Falei, mantendo o tom divertido, mas, logo depois, acrescentei olhando para ele e Rose seriamente “Mas não se esqueçam que a experiência de campo continua aqui, só que de outra forma. Faremos relatórios sobre a atuação de vocês dois.”

Alberta tinha ido falar com alguns guardiões e depois retornou até nós “Vão descansar um pouco e nós nos encontraremos para o jantar em quatro horas. Lissa, a rainha quer falar com você em uma hora.”

“Claro” falou Lissa “Eu e Rose estaremos prontas.”

Alberta negou com a cabeça “Rose não vai. A rainha pediu especificamente para falar com você sozinha.”

Lissa olhou para Rose pesarosa. Cada um de nós seguiu para o seu próprio quarto, em silêncio.
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Mensagem por Convidad Dom Ago 14, 2011 10:20 am

Brunah,estou como vc,nao consigo ficar um dia sem ler.kkkkk

a fic está realmente perfeita!!!!!

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 13

Mensagem por shadowangel Ter Ago 16, 2011 6:01 pm

Entrei no meu quarto e olhei em volta. Era realmente um belo lugar. Os móveis eram bem modernos e tudo decorado em um branco impecável e elegante. Coloquei minha valise em cima de uma das poltronas e fui até a janela que tinha uma pequena sacada. Lá fora o tempo estava ainda pior do que quando chegamos. Era um terrível fim de inverno.

Resolvi tomar um banho. Depois que sai do banheiro, liguei a TV e passei pelos canais. Nada me agradou. Então, a única solução que eu tinha para passar o tempo era ler um pouco. Sentei confortavelmente em um sofá, que tinha no canto próximo à janela, com as pernas esticadas, peguei meu livro e mergulhei na história do velho oeste. Minha mente realmente viajava quando eu lia estas histórias. Confesso que, frequentemente, me imaginava como o mocinho de algumas delas. Era uma época na qual eu gostaria de ter vivido.

Eu estava completamente compenetrado na leitura, quando batidas na porta me trouxeram de volta à realidade. Olhei o relógio e ainda faltava perto de duas horas para o jantar. Quem seria? Sempre que eu vinha à Corte, raramente me chamavam, quando eu estava no quarto. Levantei e fui rapidamente abrir, tentando imaginar se tinha ocorrido algo, e deparei com Rose parada na minha frente. Isso me trouxe um dejavú da noite em que caímos em no feitiço de luxúria. Ela tinha aparecido na minha porta da mesma maneira, por isso, redobrei a minha atenção.

“Eu preciso falar com você.”

Eu me afastei um pouco, a deixando entrar. Ela imediatamente estendeu um papel. Eu peguei e li o que dizia o bilhete.

Rose

Fiquei muito feliz em saber da sua chegada. Eu tenho certeza que isso irá deixar os procedimentos de amanhã muito mais divertidos. Há muito tempo estou curioso em saber como Vasilisa está se saindo, e como vão indo as suas escapadas românticas, que sempre são um divertimento interessante. Eu mal posso esperar para compartilhar isso com todos no julgamento de amanhã.

O melhor,

VD

“V.D.” falou Rose.

“Eh, eu sei. Victor Dashkov”

“O quê vamos fazer?” ela perguntou com um olhar preocupado “eu quero dizer, já conversamos sobre isso, mas agora ele está mesmo dizendo que vai nos entregar.”

De fato, aquele era mais do que um aviso. Era uma ameaça maquiada por uma bela ironia. Era algo para nos preocupar. Ele estava claramente avisando que falaria sobre nós, conforme fosse a participação de Rose no julgamento. Ele ira usar tudo que pudesse - e o que não pudesse - para se livrar da condenação. Victor era muito sarcástico e cruel. Fazer isso não era nada para ele. A chantagem era clara. Mesmo assim, eu não achava que nós tínhamos que nos intimidar e devíamos, sim, ir testemunhar contra ele. Livre ou preso, ele sempre teria este trunfo contra nós. O que eu tinha que fazer agora, era usar a mesma moeda dele: a ameaça. Fui até o meu casaco, que estava pendurado em um cabide no canto do quarto, e peguei o meu celular que estava no bolso.

“Dê-me um segundo” falei para Rose que começava a sentar na cama, mas de repente, com se tivesse levado um choque, ela levantou e foi até o sofá, onde eu estava antes, lendo o meu livro. Eu disquei o número de um guardião, muito amigo meu, que trabalhava no prédio da prisão, como chefe de turno. O nome dele era Yuri Sokolov. Nós tínhamos estudado na mesma escola, a Academia St. Basil, na Rússia, onde fomos colegas de classe. Sua voz atendeu do outro lado. Nossa conversa foi em russo.

“Alô?”

“Ei, Sokolov! Sou eu Dimitri”

“Olá Belikov! Pensei que não fosse procurar os amigos... eu soube que você está na Corte para o julgamento de Victor Dashkov.”

“Isso mesmo... bem, e era sobre isso que eu queria lhe falar” fui direto ao assunto, sem me preocupar com a sociabilidade. Yuri já me conhecia desde criança e sabia que eu era bem objetivo “Eu preciso falar com ele, com Victor Dashkov. É muito importante.”

Ele fez alguns segundos de silêncio e eu olhei para Rose que me observava atentamente, mesmo sem entender uma palavra do que eu dizia. Quando ele falou novamente, sua voz era baixa e cautelosa.

“Dimitri, ele é um prisioneiro poderoso, não pode receber visitas. Mas como você diz que é importante, eu realmente confio em você. Meu turno começará em poucos minutos, assim que eu estiver em serviço, irei dar uma olhada como a situação está por lá e lhe telefonarei. Não estou lhe prometendo nada. Aguarde a minha posição.”

“Ok, Yuri, eu agradeço. Ficarei no aguardo.”

Desliguei o telefone e puxei uma cadeira para perto de onde Rose estava sentada. No sofá tinha lugar para mim, mas achei melhor manter uma distância segura.

“O que está acontecendo?”

“Depois lhe digo. Por hora temos que esperar” achei melhor não dar esperanças a Rose. Yuri podia não conseguir o que eu tinha pedido e eu teria que mudar de planos. Ela era muito ansiosa e iria ficar muito agitada se ela soubesse do meu plano de ir falar com Victor.

“Ótimo. A coisa que eu mais gosto de fazer” ela falou, olhando para o lado e pegando o livro que eu lia, antes dela chagar. Ela olhou a capa e seus olhos se tornaram distantes, como se aquilo lhe trouxesse um pensamento triste.

“Por que você lê isso?”

“Algumas pessoas lêem livros por diversão.”

“Ei, cuidado com as palavras. Eu leio livros. Eu li livros para resolver o mistério que ameaçava a vida e a sanidade da minha melhor amiga. Eu não acho que ler essas coisas de cowboy vai salvar o mundo, como eu fiz.”

Eu me inclinei até ela e peguei o livro. Olhei pela janela pensando que era uma das poucas diversões que eu tinha. Honestamente, eu não me importava em viver em um mundo só meu, mas, às vezes, eu tinha necessidade der ter uma vida diferente, ainda que fosse somente nas histórias que eu lia e imaginava em minha mente.

“Como todo livro, é uma válvula de escape. E tem algo... hum. Eu não sei. Algo me chama a atenção no Velho Oeste. Nada de regras. Todos vivendo de acordo com seu próprio código de conduta. Você não tem que estar preso nas idéias que os outros traçam de certo e errado, do que é justo.”

Lá estava eu, novamente, me abrindo para Rose. Eu nunca tinha falado sobre aquilo a ninguém. Mas, também, ninguém nunca tinha questionado sobre os livros que eu lia. Isso nunca chamou a atenção de ninguém. Ela abriu um lindo e faceiro sorriso.

“Espera aí, eu pensei que eu fosse a única que queria quebrar as regras.”

“Eu não disse que eu queria. Isso só me chama a atenção.”

“Você não me engana, camarada. Você queria colocar um chapéu de cowboy e manter os ladrões de banco na linha.”

“Sem chances. Eu já tenho problemas suficientes para manter você na linha.”

Nós rimos das nossas próprias piadas e aquela momentânea paz tomou conta de todo o ambiente. Era muito bom estar com Rose assim, sem o peso de cobranças, brigas, desentendimentos. Ela sabia ser leve e isso a deixava encantadora.

De repente, a sensação de culpa veio até mim. Eu não tinha conseguido trazê-la para o julgamento e aquilo tinha me feito muito mal. Eu devia ter tentado mais e não ter me contentado com as negativas dos guardiões da Corte e de Alberta. Eu conhecia bastante gente que podia persuadir a rainha. Mas não. Eu fiquei preso nessa minha besteira de fazer o que é certo e seguir curso natural das coisas, e acabei machucando Rose.

“Eu sinto muito” falei de repente, pegando Rose de surpresa.

“Pelo quê? Por ler romances baratos?” ela falou de forma descontraída.

“Por não ter conseguido lhe trazer até aqui. Eu sinto como se tivesse falhado com você.”

Ela me olhou por um momento, seus olhos cheios de compaixão e compreensão. Isso. Ela me compreendia e de uma forma plena. Inexplicavelmente, ela me compreendia.

“Você não deixou. Eu estava agindo como uma pirralha. Você nunca me deixou na mão antes. Não deixou agora.”

Sua voz era reconfortante e eu senti aquela conexão boa passar por nós. Eu a olhei, me sentindo agradecido por ver que ela tinha me perdoado e que ainda tinha confiança em mim. Eu teria ficado ali, conversando com ela o resto do dia, mas o meu telefone tocou, me lembrando que tínhamos um problema sério para lidar.

“Alô?” eu atendi e a voz de Yuri falou do outro lado.

“Belikov? Sou eu, Yuri. Olha, eu já entrei no meu turno e mexi em umas papeladas aqui. Como guardião, não tem problemas em você ir até a cela dele. Você pode vir falar com Victor, mas terá que ser breve, não é algo escondido, mas não quero que chame a atenção de alguém.”

“Ah, Yuri, lhe sou grato por isso, mas eu não irei sozinho. A minha aluna irá também. Ela precisa aprender a lidar com algumas coisas.”

“Uma noviça na cela dos prisioneiros, Dimitri? Eu já ouvi falar dessa sua aluna, ela é famosa em aprontar confusões. Não acho prudente que ela venha.”

“Não se preocupe com isso. É parte do meu trabalho mantê-la na linha. Ela irá se comportar.”

“Bem, se você garante isso... aguardo vocês em breve.”

Com estas palavras, ele desligou o telefone e eu me virei para olhar para Rose. Novamente, ela estava atenta a conversa, mesmo sem ter entendido uma palavra sequer.

“Muito bem, vamos” falei gesticulando para que ela me seguisse até a porta.

“Para onde?”

“Ver Victor Dashkov.”
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Qua Ago 17, 2011 2:22 pm

adorei,cada dia fico mais viciada na fic.

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 14

Mensagem por shadowangel Qui Ago 18, 2011 6:11 pm

Nós caminhamos rapidamente para o prédio onde ficava a prisão. Rose se esforçava para acompanhar os meus passos largos. No caminho, expliquei rapidamente que um amigo meu nos colocaria frente a frente com Victor e pedi para que ela controlasse seus instintos, já que nós não éramos, propriamente, uma visita autorizada, por isso não queríamos chamar a atenção de quem quer que fosse. Nós entramos no prédio e fui ao encontro de Yuri, que me deu um sorriso de reconhecimento. Ele estava em uma sala onde podia verificar todos os lugares da Corte por câmeras de segurança.

“Ei Belikov” ele falou batendo sua mão na minha “só nos encontramos assim, no meio de uma ação” ele sorriu e olhou para Rose, esperando que eu a apresentasse.

“Olá Solokov! Essa é a minha aluna, Rose Hathaway” eles se cumprimentaram e naquela eficiência típica de guardião, Yuri nos conduziu até o caminho das celas.

Ele apontou para um corredor longo e limpo “A cela dele é a penúltima à esquerda. Não poderei ir com vocês até lá, não posso deixar meu posto. Eu chefio toda a guarda deste turno, preciso ficar atento.”

“Não se preocupe conosco, seremos breves e discretos. Obrigado Yuri.”

Seguimos pelo caminho indicado e Rose estava apreensiva.

“Por que você está fazendo isso?” ela sussurrou, observando tudo em volta “Você acha que podemos convencer ele a não dizer nada?”

Eu neguei com a cabeça “Se Victor apenas quisesse se livrar de nós, ele o faria sem qualquer aviso prévio. Ele não faz as coisas sem uma razão. O fato dele ter lhe falado primeiro o que faria significa que ele quer algo. E agora, vamos descobrir o que é.”

Chegamos até a cela dele e nos deparamos com Victor sentado em uma cadeira, estudando suas unhas. Sua aparência era jovem e saudável, com vigor típico das pessoas no auge dos quarenta anos de idade. Tudo isso graças a magia retirada, à força, de Lissa. Ele nos olhou atentamente quando chegamos e então sorriu.

“Oh, céus. Isso é fantástico! A adorável Rosemarie, praticamente uma adulta agora.” Ele falou olhando para Rose e então se voltou para mim “é claro, alguém tem lhe tratado como tal, já faz algum tempo.”

Eu não me deixei levar por aquela provocação, e me mantive imparcial, mas Rose, é claro, teve um rompante de raiva e se lançou contra as grades da cela, pressionando os rosto entre elas.

“Pare de brincadeiras, seu filho da puta. O quê você quer?” ela rosnou entre os dentes. Eu coloquei gentilmente a mão no seu ombro e a puxei para trás.

“Tenha calma, Rose.”

Ela obedeceu prontamente. Respirando fundo, ela se afastou lentamente das grades. Victor observou essa cena e riu novamente, com um toque de ironia no seu rosto.

“Depois de todo esse tempo o seu filhote ainda não aprendeu a se controlar. Talvez, você nunca queira que ela se controle.”

Eu entendi bem o duplo sentido daquela insinuação dele, mas não entrei na sua provocação, antes, me mantive calmo, perfeitamente centrado. Era algo que eu sabia fazer bem.

“Não estamos aqui para gracejos. Você queria atrair Rose até aqui, e agora, queremos saber por que.”

“Tem que existir uma razão obscura? Eu só queria saber como ela estava e algo me diz que não teremos chances de ter uma conversa amistosa amanhã.” Ele falou ainda com aquele sorriso irritante.

“Não vamos ter uma conversa amigável agora.” Rose rangeu.

“Você acha que eu estou brincando? Mas eu não estou. Eu queria mesmo saber como você estava. Eu sempre lhe considerei muito, Rosemarie. A única shadow-kissed que conhecemos. Eu já disse a você antes. Esse não é o tipo de coisa pela qual se passa sem ter uma cicatriz. Não tem como você se afundar na rotina calma da Academia. Pessoas como você não foram feitas para se misturar.”

“Eu não sou uma experiência científica.”

“Como tem sido? O que tem notado de diferente?” ele continuou, sem se importar com o olhar afiado de Rose. Eu percebi que ele estava desviando o foco da nossa conversa e resolvi intervir.

“Não temos tempo para isso. Se você não for direto ao ponto, nós vamos embora.” Eu avise, usando o tom de voz mais tranqüilo que eu pude, muito embora a minha vontade também fosse de quebrar o pescoço dele. Rose foi de volta para perto das grades e sorriu friamente.

“Não tem como você ser solto amanhã. Eu espero que você aproveite bem a prisão. Aposto que vai ser ótimo quando você voltar a ficar doente de novo – e você vai, você sabe disso.”

Ele não se levou pela difícil verdade que Rose tinha dito, permanecendo com o sorriso irônico, ele a olhou levemente. Ele era um jogador e estava jogando conosco naquela hora. Eu pude ver que cada palavra dele era dita com uma intenção já traçada em seus planos. Ele estava usando um assunto que interessava a Rose e que ele conhecia bem. A ligação espiritual que ela tinha com Lissa.

“Tudo morre, Rose. Bem, exceto por você, eu suponho. Ou talvez você já esteja morta. Eu não sei. Aqueles que visitam o mundo dos mortos, provavelmente, nunca mais poderão cortar a conexão que ficou com ele.”

Rose fez um impulso de dizer algo, mas então parou, como se aquelas palavras dele lhe trouxessem algum significado. Sua expressão se tornou intensa e pensativa. O que ele disse, de alguma forma, fez sentido para ela. Não só eu, mas Victor também percebeu isso.

“Sim? Tem algo que você gostaria de dizer?” Sua voz era gratificada, como quem se tivesse dado um golpe certeiro.

“O que é o mundo dos mortos? É o inferno ou o céu?” sua voz saiu baixa e indecisa.

“Nenhum dos dois.”

“O que vive lá? Fantasmas? Eu ter voltado de lá, fez as coisas saírem do lugar?”

Novamente Rose estava mencionando fantasmas. Aquilo me intrigou, mas não era algo com o qual eu poderia lidar agora. Eu decidi que ficaria atento para saber onde este interesse dela por aquele assunto levaria e qual a razão disso.

“Bem, claramente as coisas saíram do lugar, uma vez que você está aqui, diante de nós.”

“Ele está lhe enganando. Vamos embora.” Falei, com tom de fim de assunto.

Ele me olhou brevemente “Eu estou a ajudando.” Então ele se voltou para Rose “Honestamente, eu não sei muito sobre isso. Foi você quem esteve lá, Rose, não eu. Ainda não. Algum dia, provavelmente, você vai estar me ensinando sobre isso. Tenho certeza de que, quanto mais você lida com a morte, mais próxima você ficará dela.”

“Já chega!” eu disse severamente “Já estamos indo”.
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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Qui Ago 18, 2011 8:57 pm

quero mais ,muito mais kkkk Smile Smile

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty Re: [FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov

Mensagem por Convidad Sex Ago 19, 2011 1:22 am

concordo anne... muitoooooooooooo maissssssss! rsrsrs

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 15

Mensagem por shadowangel Sáb Ago 20, 2011 4:36 pm

Eu toquei no braço de Rose, apontando para a saída.

“Espere, espere!” disse Victor, com o divertimento ainda na sua voz “você ainda não me deu notícias sobre Vasilisa.”

O instinto de proteção que Rose tinha por Lissa a fez voar novamente de encontro às grades da cela “Fique longe dela! Ela não tem nada a ver com isso!” sua voz era furiosa.

O olhar de Victor se tornou seco “Já que eu estou preso aqui, eu não tenho outra escolha a não ser ficar longe dela, minha querida. E você está errada – Vasilisa tem tudo a ver com isso.”

“É isso. É por isso que você mandou aquele bilhete. Você me queria aqui para ter notícias dela e você sabia que ela nunca viria falar com você. Você não tem nada para chantageá-la”

Era isso mesmo, Rose havia matado a charada. Victor estava pretendendo usar o que ele sabia sobre nós para conseguir se aproximar de Lissa. Era uma boa moeda de troca, pelo menos para ele.

“Chantagem é uma palavra feia” ele falou, encenando com se tivesse sido ofendido.

“Não tem jeito de você encontrar com ela – pelo menos não, fora do tribunal. Ela nunca vai lhe curar. Eu disse a você: você vai ficar doente de novo e vai morrer. Você vai me mandar um cartão postal de lá do além.”

“Você acha que é tudo por isso? Você acha que as minhas ambições são assim, tão pequenas?” todo divertimento e sarcasmo desapareceu e a expressão dele se tornou séria e compenetrada, numa febril obstinação, seus olhos se focaram duramente em Rose, e seus lábios se estreitaram perigosamente “você esqueceu de tudo o que eu fiz e porque eu fiz. Você ficou tão presa em sua própria miopia que não consegue ver o horizonte para o qual eu estou olhando.”

Realmente, ele estava certo, eu tinha que admitir isso. Nós fomos tolos em pensar que Victor queria ficar curado de sua doença somente para ter sua bela aparência de volta. Ele queria ter novamente a credibilidade das pessoas. A credibilidade que só pessoas com virilidade tinham, e não pessoas doentes. Ele queria tomar o poder e precisava de saúde para isso. O brilho raivoso no olhar de Rose me dizia que ela tinha chegado a mesma conclusão que eu.

“Você queria as armas para uma revolução - e ainda quer. Isso é loucura. Não vai acontecer.”

“Já está acontecendo. Você acha que eu não sei o que está se passando no mundo? Eu ainda tenho contatos. As pessoas ainda podem ser compradas. Como você acha que eu fui capaz de lhe passar aquela mensagem? Eu sei sobre os desentendimentos – eu sei sobre o emprenho de Natasha Ozera para fazer com que os Morois lutem juntamente com os guardiões. Você a apóia e me torna o vilão, Rosemarie, mas eu lutei pela mesma coisa no outono. Ainda sim, de algum jeito, você parece que não a vê como me vê.”

“Tasha Ozera está trabalhando em sua própria causa, diferente de você.” Eu acrescentei.

“E é por isso que ela não está chegando alugar algum. Tatiana e o conselho real estão presos por séculos de tradições arcaicas. Enquanto este tipo de poder reinas, as coisas não vão mudar. Nunca aprenderemos a lutar. Os Morois que não são da realeza nunca terão voz. E dhampirs como você continuarão sendo mandados para as batalhas.”

“É para isso que dedicamos as nossas vidas.” Falei bruscamente.

Todo aquele discurso dele já estava tirando a minha paciência. Não havia nada de errado em nós sermos mandados para batalhas. Era para isso que treinávamos. Eu tinha muito orgulho em ter um objetivo nobre na vida. Eu ainda estava tentando manter meu controle diante dele, apesar de ser bem difícil. Victor era uma pessoa que sabia bem com tocar diretamente em nossas feridas.

“É para isso que vocês perdem as suas vidas. Vocês não passam de escravos e nem percebem. E para quê? Porque vocês nos protegem?”

“Porque... nós precisamos de vocês, para a nossa raça sobreviver.” Rose falou uma resposta que era, de certa forma, padrão para todos os dhampirs.

“Vocês não precisam se jogar em batalhas para isso. Fazer filhos não é assim tão difícil”

Sob este ponto de vista, eu tinha que admitir que Victor novamente tinha razão. Há muito tempo, os Morois não honravam o compromisso que eles tinham firmado com nós, dhampirs. No final das contas, nós não passávamos de diversão para eles, quando o assunto era a procriação. Raramente um Moroi assumia uma família dhampir. Eu podia dizer que isso era basicamente impossível de acontecer. A causa dele era sim viável, mas os métodos dele eram abobináveis.

“E porque os Morois... os Morois e sua magia são importantes” Rose continuou com a sua linha de raciocínio, sem se importar com o comentário anterior de Victor “eles podem fazer coisas incríveis.”

Victor levantou as suas mãos em exaspero “Nós costumávamos fazer coisas incríveis! Os humanos costumavam nos venerar como deuses! Mas com o tempo, ficamos preguiçosos. A tecnologia fez a nossa magia parecer obsoleta e agora, tudo que fazemos são truques de mágica.”

Eu já estava cansado daquela conversa toda de Victor. Eram apenas conjecturas que nunca passavam do discurso. Eu o olhei perigosamente, transmitindo a minha impaciência por este olhar.

“Se você tem tantas idéias, então faça algo de útil na prisão e escreva um manifesto.”

“E o quê que Lissa tem a ver com tudo isso, de qualquer forma?” Rose perguntou intrigada.

“Porque Vasilisa é o veículo desta mudança.”

“Você acha que ela vai liderar a sua revolução?”

“Bem, eu preferia eu mesmo liderar – algum dia. Mas, independentemente, eu acho que ela irá fazer parte de tudo isso. Ela é uma estrela em ascensão. Ainda jovem, certamente, mas que as pessoas começando a notar. Todos da realeza não têm a mesma criação, você sabe. O símbolo dos Dragomirs é um dragão. O rei das bestas. Igualmente, o sangue dos Dragomirs sempre foi muito poderoso – é por isso que os Strigois sempre os perseguiram. Um Dragomir retornando ao poder não é algo pequeno, principalmente alguém como ela. Minha impressão, pelos relatórios que recebo, é que ela tem conseguido dominar a sua mágica. Se é assim - com o dom que ela possui – não temos como dizer o que ela é capaz de fazer. As pessoas são atraídas a ela, sem nem um esforço por parte dela. E quando ela tenta influenciar as pessoas, bem, todos fazem o que ela quer.”

A ambição pelo poder brilhava nos olhos de Victor, enquanto aquelas palavras saíam de sua boca. Sua expressão era maravilhada, diante do deslumbre deste futuro que sua imaginação reservava para Lissa.

“Inacreditável” Rose falou “Primeiro você queria escondê-la para que ela pudesse lhe manter vivo. Agora você a quer diante do mundo, usando a compulsão para os seus planos psicóticos.”

“Eu disse a você. Ela é uma força de mudança. E com você, como sendo sua shadow-kissed, ela se torna a única da sua espécie que conhecemos. Isso a faz ser perigosa - e muito preciosa.”

“Lissa nunca vai fazer isso. Ela nunca vai abusar de seus poderes.”

“E Victor não vai falar nada sobre nós” eu falei, puxando Rose pelo braço. Aquela conversa já tinha durado tempo demais e já tínhamos chegado ao nosso objetivo. Victor não merecia tanta atenção nossa assim “ele conseguiu seu objetivo, ele lhe atraiu até aqui porque queria ter notícias de Lissa.”

“Ele não descobriu muito” Rose falou.

“Você ficaria surpresa do quanto.” Victor falou para ela e depois se voltou a mim “E o que faz você ter tanta certeza que eu não vou contar ao mundo sobre a indiscrição romântica de vocês dois?”

“Porque isso não vai lhe tirar da cadeia. E se você arruinar Rose, você arruína qualquer mínima chance que tem de Lissa um dia lhe ajudar nessa sua fantasia louca.” Então, eu dei um passo a frente, me encostando nas barras da cela. Eu sentia que meu instinto de proteção a Rose começava a ferver dentro de mim e que meu autocontrole estava se esvaindo.

A fúria tomava conta dos meus sentidos e eu realmente não sabia responder o que eu era capaz de fazer se ele a machucasse, de qualquer forma que fosse. “E será inútil de qualquer forma, por que você não permanecerá vivo na prisão por tempo suficiente para colocar seus planos em prática. Você não é o único com contatos.”
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Mensagem por Naiâni B. Sáb Ago 20, 2011 10:11 pm

OMG viciei totalmente, aaaaaaaah você escreve muito bem, sério, perfeito *o*
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Mensagem por Convidad Dom Ago 21, 2011 11:53 am

uau!!!ficou dez...............parabéns!! Very Happy

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Mensagem por Convidad Seg Ago 22, 2011 3:29 pm

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[FanFic] Shadow Kiss por Dimitri Belikov - Página 2 Empty CAPÍTULO 16

Mensagem por shadowangel Seg Ago 22, 2011 7:45 pm

Eu falei aquelas palavras para Victor colocando o tom mais letal que eu pude na minha voz. Eu realmente poderia fazer aquilo que eu tinha ameaçado e teria muitas pessoas que me ajudariam de forma eficaz. Victor sabia que a minha fama de perigoso não tinha sido conseguida com atitudes generosas e gestos graciosos, e que muitos guardiões eram capazes de atitudes nada éticas. Também, eu tinha vindo da Sibéria e conhecia também muitos dhampirs que não seguiram a carreira de guardião e que ganhavam a vida usando os seus conhecimentos de batalha, aprendidos nas Academias, para atividades nada lícitas. Eu estava disposto a fazer qualquer coisa para proteger Rose e não estava brincado com isso.

“Vocês dois formam um par perfeito no paraíso, ou em algum lugar assim” Victor ironizou.

“Vejo você no tribunal” Rose falou duramente.

Nós saímos dali, e eu ainda lutava para controlar as emoções dentro de mim. Victor não demonstrou se abalar com a minha ameaça, mas o meu recado foi dado.

Na saída, encontramos com Yuri.

“Ei, Yuri, obrigado pela ajuda. Fico lhe devendo essa.”

Yuri riu e falou, parecendo que tinha ouvido o que eu falei para Victor “Não foi nada, Dimitri. Eu é que lhe devo muito mais que isso. Sempre que você precisar, é só falar comigo. Eu posso lhe ajudar em coisas muito mais pesadas, e você sabe disso.”

Nossa conversa foi em russo e eu agradeci mentalmente por Rose não poder entender essa última parte. Ela já tinha ouvido demais, quando ameacei Victor. No caminho de volta para o nosso quarto, eu mantive meu rosto imparcial, olhando para frente, mas ainda em uma luta interna contra os sentimentos raivosos. Rose me observou por alguns instantes, seu olhar era bem cauteloso.

“Você está bem?” ela perguntou cuidadosamente.

“Sim”

“Tem certeza?”

“Tão bem quanto poderia estar” não era exatamente uma mentira, diante dos sentimentos que passavam dentro de mim, eu realmente poderia estar pior.

“Você acha que ele vai contar a todos sobre nós?”

“Não.”

Andamos em silêncio por um tempo, e eu já sentia meu controle voltando. Rose ainda me olhava intrigada, pelo canto dos olhos e aquilo ajudou a me distrair. Eu achava engraçado quando ela fazia isso, muito embora, os olhos verdes-jade de Victor ainda estivessem na minha mente.

“Você falou sério... que se Victor contasse... que você...”

Eu senti que ela não conseguiu formular a pergunta que queria fazer.

“Eu não tenho muita influência na realeza poderosa do mundo Moroi, mas eu tenho muita entre os guardiões que lidam com o serviço sujo do nosso mundo.” Falei sem querer entrar nos detalhes. Rose ainda tinha uma visão bem sonhadora da nossa profissão e eu achava que não era hora dela destruir essa imagem formada.

“Você não respondeu a pergunta. Se você faria mesmo isso que disse.”

Na verdade ela não tinha conseguido perguntar. Ela me conhecia bem e já deveria saber do que eu era capaz de fazer por ela. Mas, para ser sincero, nem eu mesmo sabia até onde eu podia ir.

“Eu faria muitas coisas para proteger você, Roza.”

Ela pareceu um pouco desconcertada com aquelas palavras, mas logo assumiu o seu velho tom Rose Hathaway.

“Não estaria exatamente me protegendo. Isso teria que ser feito – a sangue frio. Você não faz este tipo de coisa. Vingança é mais coisa minha. Eu é que teria que matá-lo.”

Se era uma piada, eu não achei graça alguma. Estávamos falando de um submundo dhampir e um trabalho muito sujo que muitos da nossa raça faziam. Ela não era uma assassina. Ela não poderia fazer isso.

“Não fale isso. E mesmo assim, não importa. Ele não vai falar nada.”

Nós entramos no prédio e seguimos em silêncio pelo hall, até o elevador. Não estávamos hospedados no mesmo andar, então eu desci do elevador lhe dando um breve aceno. Meu humor estava realmente péssimo. Ao chegar à porta do quarto senti meu estômago roncar, o que me levou a perceber que havíamos perdido o jantar. Eu não tinha almoçado direito e, mesmo com aquelas emoções da visita feita a Victor, eu estava me sentindo faminto. Saí novamente e fui até um café, que funcionava próximo ao prédio dos guardiões.

O local ainda estava bem movimentado, vários guardiões entravam e saiam, se socializando. Fui até o balcão e pedi uma comida leve do menu. Enquanto esperava, Grant um guardião que servia a rainha, se aproximou de mim.

“Olá Belikov! Como andam as coisas lá na Academia?”

Eu sorri em reconhecimento “Como vai Grant? Nós estamos passando pela experiência de campo agora. É um período puxado.”

“Ah, essas experiências de campo...” sua voz era quase de decepção “o campo que espera estes noviços são bem mais severos que qualquer simulação.”

“Eu concordo. Acho que essa prática devia ser reformulada. Eles deviam ir a um campo de verdade. Agora mesmo, estamos com dois alunos aqui, dando continuidade a prática, mesmo não estando na Academia. Eu sei que a Corte é segura, mas nem tudo se resume a ataques de Strigois.”

A garçonete trouxe meu pedido e o cheiro da comida quente aumentou ainda mais a minha fome.

“Eu ouvi falar disso. Você é mentor de uma aluna bem rebelde, mas com potencial, pelo que ouvi.”

“As pessoas comentam muito de coisas que absolutamente não sabem. Na verdade ela tem sido um desafio, mas também aprendo muito com ela.” falei com um tom que cortava qualquer outra insunuação que ele pensasse em fazer.

“Estamos sempre em aprendizado, Dimitri. E você sabe, a história daquele acontecimento em Spokane correu o mundo. Sua aluna matou dois Strigois. Mas não comentam algo importante: ela teve a ajuda da magia de Morois, usuários da água e do fogo. Isso não é comentado, mas a garota que a ajudou veio para a Corte, junto com seu pai. É um assunto muito velado, mas ela tem treinado técnicas de defesa com alguns guardiões.”

Aquela novidade me interessou muito. Morois treinando com guardiões. Era tudo que Tasha estava lutando para fazer acontecer. Mesmo sendo algo escondido, ainda era um grande progresso.

“Morois treinando sua magia com guardiões? Dentro da Corte?” falei ainda impressionado. Grant deu um sorriso empolgado e algo me dizia que ele fazia parte do grupo que oferecia os treinos.

“Isso mesmo, Dimitri.” Sua voz era baixa, quase um sussurro “Imagina a revolução que isso pode gerar no nosso mundo?”

“É, eu acho que isso irá gerar um bom debate. Você sabe, os Morois mais conservadores consideram isso quase um ultraje.”

“Existem poucos guardiões, Dimitri, vai chegar uma época que os Morois não terão escolhas.” Aquelas palavras dele eram quase proféticas, mas tinha muito respaldo de verdade.

Eu terminei meu jantar com Grant me atualizando como funcionavam aqueles treinos. Era realmente algo muito interessante. Talvez eu participasse de um desses, qualquer dia.

Quando saí do café, fui até o almoxarifado do quartel general dos guardiões, pegar o uniforme que eu havia solicitado para Rose usar durante o julgamento. O guardião me entregou o pacote com calça e jaqueta pretas e camisa branca, baseado na tabela de medidas de Rose que eu tinha enviado lá da Academia. Eu confesso que estava ansioso para vê-la vestida de guardiã. Não era um vestido preto e de rendas, como Adrian tinha descrito no avião, mas eu tinha certeza que ela ficaria linda. E também tinha certeza que ela adoraria.

Entrei no hall do edifício onde estávamos hospedados e fui direto para a recepcionista, uma Moroi muito pálida e extremanente educada.

“Preciso destas roupas lavadas e passadas, amanhã às sete. Você acha que é possível?” falei lhe entregando o pacote.

“Sim, senhor, claro que é. Mandarei entregar no seu quarto nesse horário.” Ela me respondeu sorridente.

“Melhor, entregue no quarto da Senhorita Rosemarie Hathaway.” Falei e não pude deixar de sorrir com o pensamento que me ocorreu “você pode me conseguir um papel, eu quero que um bilhete seja entregue juntamente com o embrulho.”

Ela entregou um o papel, com o timbre da Corte, e eu escrevi uma pequena nota para Rose.

Use o seu cabelo preso.
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Mensagem por Convidad Seg Ago 22, 2011 8:19 pm

nao tenho nem palavras........ Very Happy Very Happy Very Happy .

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